NTT Data e Randstad nomeadas prestadoras de serviços de seguro líderes

  • ECO Seguros
  • 11 Fevereiro 2025

O estudo da IGS analisa a capacidade dos prestadores de serviços em apoiar as companhias de seguros a melhorar a sua eficiência operacional, a experiência do cliente e agilidade.

A NTT Data e a Randstad Digital foram reconhecidas como líderes na Europa na prestação de serviços de tecnologia a empresas de seguro, a segunda no segmento das empresas de média dimensão com soluções tecnológicas ou estratégicas avançadas.

Os dados constam no estudo ISG Provider Lens™ 2024 – Insurance Services para a Europa, que analisa a capacidade dos prestadores de serviços em apoiar as companhias de seguros a melhorar a sua eficiência operacional, a experiência do cliente e agilidade.

O exercício foca-se em prestadores de serviços especializados no setor dos seguros nos seguintes quadrantes: na prestação de serviços de tecnologia de informação nos segmento vida e reforma; prestação de serviços de tecnologia de informação nos segmentos propriedade e acidentes; na prestação de serviços de tecnologia a empresas de seguro, na prestação de serviços de tecnologia a empresas de média dimensão e a última na prestação de serviços de tecnologia a empresas de média dimensão com soluções tecnológicas ou estratégicas avançadas.

A consultora global de negócio e tecnologia, NTT Data, apresenta produtos desafiadores em dois quadrantes: na prestação de serviços de tecnologia de informação nos segmento vida e reforma e no segmento propriedade e acidentes.

As empresas distinguidas como apresentando produtos desafiadores oferecem um portefólio de produtos e serviços que representem excelentes serviços e conjuntos tecnológicos avançados. “Estes fornecedores e prestadores disponibilizam uma gama incomparavelmente ampla e aprofundada de capacidades. Demonstram um compromisso com o investimento para fortalecer a sua presença no mercado e as suas vantagens competitivas”, indica o estudo.

“Ao alavancar tecnologias avançadas como IA, machine learning e data lakes, combinando-as com uma abordagem consultiva, ajudamos as seguradoras a modernizar os seus sistemas, a aumentar a eficiência e a acelerar o crescimento sustentável”, afirma Head of Insurance na Europe e Latam na NTT DATA. “Esse reconhecimento reforça o nosso compromisso no sucesso das parcerias com as seguradoras para construir modelos de negócio resilientes e centrados no cliente que se destacam num mundo que prioriza o digital”, declara Bruno Abril.

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“O conceito de país amigo já não é tão claro para os investidores”

O economista-chefe da seguradora de crédito Coface desvenda resultados das investigações que realiza e que vão permitir à empresa segurar o risco de incumprimento de pagamentos no mundo inteiro.

Bruno Moura Fernandes: “Portugal tem potencial turístico para subir a oferta embora o esgotar da capacidade do aeroporto de Lisboa e hotéis sempre cheios podem estar a estagnar o turismo”.

O departamento de Investigação Económica da seguradora de crédito Coface dá as grandes indicações quanto ao risco do país para que as unidades da companhia, com clientes em 160 países do mundo, possam negociar tarifas e prémios a pagar pelas vendas a crédito nos mercados internos e nos clientes de exportação. Daí que a equipa de mais de dez economistas da Coface, liderada por Bruno Moura Fernandes, estude exaustivamente o risco de Portugal, como base de trabalho para determinar o risco que cada empresa corre ao vender para outra determinada empresa no seu país ou noutro. À margem da Conferência realizada em Paris pela Coface, Bruno Moura Fernandes, francês com raízes em Montalegre, foi entrevistado por ECOseguros.

A promessa de imposição de novas tarifas pelos Estados Unidos, a confirmar-se, será como uma pandemia?

Comparando com a pandemia, não. Durante a pandemia fechámos tudo. Com as tarifas é diferente. Vai depender muito da percentagem de agravamento e se são abrangidos todos os setores ou apenas alguns estratégicos. As nossas previsões vão depender muito da forma dessas tarifas, mas sim, vai ter um impacto negativo. E ainda mais negativo nos países que dependem muito dos Estados Unidos, como por exemplo, México ou Canadá. Nesses países o impacto vai ser muito forte, as estimativas são de 2% ou 3 % do PIB. Também vai depender de quem vai pagar esse preço, porque pode ser o exportador mexicano ou pode ser o que importador dos Estados Unidos. Pode ainda ser o consumidor que vai pagar, porque ninguém vai baixar as margens.

A Europa vai sofrer?

Há regiões mais expostas que outras. A Europa não está tão exposta comparando com o México ou o Canadá, mas na Europa alguns países estão mais vulneráveis, como a Alemanha. Isto acontece num momento em que o problema das tarifas americanas vai adicionar-se às tensões que estamos a ter com a China.

Se for o consumidor a pagar no fim da linha vamos ter inflação, e taxas de juro outra vez?

Nos Estados Unidos, sim. É provável que o Fed (banco central dos EUA) baixe as taxas de juros mais uma ou duas vezes este ano, enquanto o BCE vai baixar quatro vezes. Antes da eleição, Donald Trump falava em quatro ou cinco baixas. Agora só antecipamos uma ou duas e se calhar nem vai haver, porque se houver rapidamente maiores tarifas e aumento da inflação também rápido o Fed vai esperar e depois se calhar até subir os juros. Se realmente todos os preços aumentarem com as tarifas, então sim, vamos ter novo aumento das taxas de juros americanas. Para já estamos mais num cenário de pausa de um Fed que vai esperar, vai ser mais prudente e ver qual será realmente o impacto na inflação. É muito incerto, porque não sabemos como se vão comportar as empresas e depois os consumidores.

O efeito cambial pode ser benéfico?

O dólar está a apreciar agora porque os mercados já pensam que o Fed não vai baixar a taxa de juro tanto como o BCE (Banco central Europeu). O dólar está a apreciar contra todas as moedas incluindo, obviamente, o euro. Se se confirmarem aqueles anúncios e se confirmarem os impactos na inflação, então vamos ter um dólar mais forte, que vai tornar algumas importações mais baratas. Também é verdade que a maior parte das importações americanas são em dólares e não vai ter muito impacto para eles. Temos que ver como vai responder a Europa, mas o facto de ter euro mais depreciado, vai fazer pagar a energia um pouco mais cara. Quando falamos dos preços da energia em geral e espacialmente o petróleo, continua ser cotado em dólares.

Fala-se da falta de produtividade na Europa?

Estamos a ver claramente a diferença entre Estados Unidos e Europa, quanto a produtividade. Há várias razões para isso, mas o custo da energia que faz com que seja tudo mais caro na Europa do que nos Estados Unidos. O preço do gás na Europa está três, quatro vezes mais caro do que nos Estados Unidos e aí já temos um problema. Isso explica porque há uma divergência entre os Estados Unidos que estão a aguentar muito bem a economia, este ano estamos a ter uma projeção de 2,2% de crescimento para o PIB. Vai ser entre 2% de 2,5%. Temos de ver o impacto das tarifas, mas para já estamos a ver uma economia muito sólida, enquanto a zona euro vai crescer 1% e sem tarifas. Há estratégias para aumentar a produtividade na Europa, que vão ser fundamentais, se não será difícil, a longo prazo, concorrer com os Estados Unidos e outros países.

E o que se espera de Portugal?

Portugal está a conseguir, como Espanha, muito bons resultados económicos. O quarto trimestre de 2024 demonstra Portugal e Espanha acima dos outros, com um crescimento sólido e em Portugal estamos a ver um consumo das famílias também sólido. Isto também se deve à emigração, a população ativa que está a subir muito rápido. Em Portugal e em Espanha a população ativa subiu muito mais do que em França, Alemanha e Itália e as pessoas e as famílias, poupam mais que em toda a Europa. Em 2025, o investimento das empresas vai subir porque as taxas de juro de juro vão ficar mais baixas e também pelos fundos europeus. Assim, estamos a ver um panorama positivo para a economia portuguesa. As nossas projeções são de 2,5% de crescimento do PIB, bem acima de França, que vai ser 0,5%, da Itália 0,7% e da Alemanha 0,2%. Depois, e claramente, o turismo que vai continuar a apoiar a atividade, são muitos fatores positivos que explicam porque Portugal, tal como Espanha, são os dois países mais dinâmicos da Europa no momento.

Se excluirmos o turismo vê alguma nota positiva no perfil de exportação portuguesa?

Sim, as exportações de produtos farmacêuticos estão a aumentar, é um setor os que está a apoiar o crescimento das exportações. Há o risco aqui: muitas delas vão para os Estados Unidos. Então aí, se houver tarifas americanas, pode ser também um problema para as exportações farmacêuticas portuguesas. Depois temos também produtos eletrónicos. Também estão a subir. Temos que ver se essa tendência vai seguir ou não, mas já permitiu, por exemplo, compensar os problemas da indústria automóvel europeia. Esse problema é também do têxtil, que já há muito tempo está a sofrer pela concorrência mundial.

Será que os países e empresas aprenderam a reagir a crises mundiais depois de 2008, 2011 e pandemia?

O objetivo depois da pandemia, sobretudo, era fazer melhor o near shoring, basicamente relocalizar a produção nos países mais perto de nós. Depois, com a guerra na Ucrânia, já começámos a falar de risco geopolítico e de friend shoring – ir produzir em países amigos. O problema é que estamos a ver aquelas tensões entre Donald Trump, México, Canadá e Europa, que são os aliados naturais. Então, o conceito de “friends” não é tão óbvio para as empresas, e são elas que decidem onde investir. Se calhar as empresas já se habituaram a outra realidade, a pandemia pode ter levado as empresas a pensar em estratégias com vários cenários, não só no cenário central. Já estão mais preparadas e ágeis para se adaptarem a realidades e a decisões políticas e geopolíticas.

Para o investidor quais os prós e contras de escolher Portugal?

Há muitos prós. Estamos a ver claramente uma dinâmica boa nos próximos anos. Estamos a ver que a emigração está a ser bastante mais integrada do que no resto da Europa, pelos dados do Governo e do FMI. Vemos que há potencial turístico para subir a oferta embora o esgotar da capacidade do aeroporto de Lisboa e hotéis sempre cheios podem estar a estagnar o turismo. Portugal tem uma energia barata, e tal como Espanha, tem sol e capacidade para energias renováveis. E também fundos europeus muito elevados com perspetivas positivas. O país ainda é competitivo pelos salários baixos e por ser um país sério, sempre a baixar a dívida pública com uma responsabilidade orçamental positiva. Vemos que em Portugal esquerda e direita podem, para já, trabalhar juntos. Outros países não são assim: Espanha não tem orçamento, França é muito complicada. Alemanha não tem governo. Nos contras o peso administrativo e dos impostos. Tem também um mercado pequeno, precisa exportar, não só para desenvolver, depois também para subir na categoria das indústrias. Ainda pesam muito as indústrias de baixo valor acrescentado.

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Provedora de Justiça defende criação de relatório anual sobre corrupção

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2025

Maria Lúcia Amaral defendeu ainda a necessidade de contrariar uma "acentuadíssima desvalorização" nas últimas décadas nas capacidades técnicas do Estado.

A Provedora de Justiça defendeu, esta terça-feira, no parlamento a necessidade de um relatório anual com dados sobre corrupção “para que nem tudo seja um mundo de informações difusas, de perceção e pouco fundamentadas”.

“Nós devíamos ter de forma concentrada e não fragmentada um relatório periódico, renovado todos os anos, que nos dissesse com todo o rigor o que é que se passa neste domínio”, defendeu a Provedora Maria Lúcia Amaral, em audição no parlamento pela Comissão Eventual para o acompanhamento integrado da execução e monitorização da Agenda Anticorrupção.

Dados concretos sobre processos abertos em cada ano por corrupção ou infrações conexas, total de condenações e absolvições, duração média dos processos e relativos a que domínios e áreas do Estado e da administração pública são exemplos de informação em relação à qual Maria Lúcia Amaral entende que se deve insistir para que seja elaborada “de forma rigorosa” para que “não chegasse ou fragmentada, parcelada, ou então pouco rigorosa”.

“Eu sei que o relatório anual que o Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) tem feito aborda alguns destes temas, mas não tem uma visão global e era necessário que soubéssemos justamente para que nem tudo seja um mundo de informações difusas, de perceção, como agora se diz e pouco fundamentadas”, disse.

Maria Lúcia Amaral defendeu ainda a necessidade de contrariar uma “acentuadíssima desvalorização” nas últimas décadas nas capacidades técnicas do Estado e na confiança no seu aconselhamento técnico especializado, sobretudo na área do Direito, “que fez com que o poder executivo fosse impelido a confiar ou a pedir tarefas que deviam ser só suas a privados”.

“Houve um tempo em que era prestigioso para qualquer profissional do Direito assessorar gabinetes nos ministérios. Não podemos recuar a esse tempo?”, questionou. Considerou também necessária uma maior participação da sociedade civil com recurso a meios digitais “no desenho de políticas públicas que não sejam formas de erosão ou de negação da democracia representativa, mas que a completem e complementem.

Tudo isto, defendeu Maria Lúcia Amaral, são formas de melhorar o combate à corrupção que não envolvem sanções nem corram o risco, ao contrário de outras medidas que passaram de mecanismos de soft law a “programas normativos completos acoplados de sanções”.

Sobre este tema, a Provedora de Justiça concordou com o deputado socialista Pedro Delgado Alves, de que se corre o risco de, ao sancionar empresas pela ausência de códigos de conduta e ética, entretanto tornados obrigatórios, se usem essas sanções quase como mecanismo de compensação pela incapacidade de sancionar as práticas erradas que deviam de facto ser sancionadas.

Maria Lúcia Amaral entende também que chegou a altura de avaliar os resultados da estratégia anticorrupção 2020-2024, fixada pelo Governo de António Costa.

“É importante na avaliação dos quatro anos avaliar a eficácia deste modelo que então se fixou, porque tanto quanto sei a eficácia tem sido mínima”, afirmou a Provedora de Justiça, que defendeu, no entanto, que “o enfoque que na altura foi dado à prevenção, à avaliação dos riscos, ao evitar que as coisas aconteçam deve continuar”.

A “agenda ambiciosa” que a estratégia representava, insistiu, “traduz-se quotidianamente em muito pouco”.

“Justamente numa altura em que o que está em causa é a erosão das instituições, e da sua confiança, ter procedimentos burocráticos, muito complexos, muito exigentes, mas mais proclamatórios do que eficazes é o pior de tudo”, disse.

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Fusão de reguladores de aviação e transportes seria “erro crasso”, diz novo administrador da AMT

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2025

A fusão "seria um erro crasso, e praticamente uma destruição que poderia pôr em causa não só o nosso aeroporto, mas também as companhias aéreas”, defendeu Luís Trindade Santos.

Luís Trindade Santos, indigitado para vogal do Conselho de Administração da Autoridade da Mobilidade dos Transportes (AMT), considera que deixar de ter um regulador só para a aviação “seria um erro crasso”.

“O transporte da aviação é sui generis, é um dos mais regulamentados do mundo, quase a par da indústria farmacêutica, e onde a concorrência é permanente, quase diária, ao minuto, e feita internacionalmente”, sustentou o antigo presidente Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), entre 2011 e 2015, na audição que decorreu na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.

“Por isso, [a fusão] seria um erro crasso, e praticamente uma destruição que poderia pôr em causa não só o nosso aeroporto, mas também as companhias aéreas”, defendeu Luís Trindade Santos, lembrando que o tema chegou a ser questionado pela atual presidente do regulador dos transportes, Ana Paula Vitorino.

Pelo contrário, o responsável, cujo currículo mereceu elogios de praticamente todos os grupos parlamentares, não se recorda de o mesmo ter acontecido para a criação de um regulador independente para a ferrovia, como foi sugerido pelos deputados do Chega. “Não me recordo de alguém [da AMT] ter levantado esta questão e até acho estranho”, confessou.

“Na minha opinião pessoal, tendo em conta os conhecimentos que tenho à data, não faz sentido criar um regulador ferroviário à parte dos outros meios de transporte”, referiu. Ainda sobre este tema, defendeu que a ferrovia “está aquém daquilo que já deveria ter sido desenvolvido na Europa, como um todo. Uma das fragilidades do setor ferroviário é, precisamente, a incapacidade europeia de implementar os quatro pacotes”, apontou.

O responsável referia-se aos quatro pacotes ferroviários adotados pela União Europeia entre 2001 e 2016, compostos por um conjunto de diretivas e regulamentos, que visam promover a abertura gradual do mercado de transporte ferroviário de passageiros e mercadorias, implementando um espaço ferroviário europeu único.

Já em relação aos portos, o antigo conselheiro técnico da representação europeia junto da União Europeia para a área dos Transportes diz que “acaba por ser mais um problema”, uma vez que estão sob a alçada de duas autoridades: a AMT e o IMT Instituto da Mobilidade e dos Transportes, no que toca à parte da segurança, por exemplo. O que coloca outras questões a nível governamental, na sua opinião.

“Custa-me dizer isto, mas quando tínhamos um Conselho de Transportes e Telecomunicações, no âmbito da Comissão Europeia, sentia-me constrangido porque o facto de não termos todos os transportes nacionais congregados num único ministério levava a que tivéssemos três ministros a sentarem-se no mesmo Conselho: das Infraestruturas, do Mar e da Administração Interna [em termos da segurança rodoviária]”, confessou.

Outro dos pontos destacados pelo também Superintendente da Polícia de Segurança Pública durante a sua audição foi a “falta de reforço de pessoas” na AMT. “O quadro orgânico está muito aquém daquilo que deveria estar, não só pela complexidade por todos os desafios que os diversos setores dos transportes representam, mas também pelo facto de, porventura, haver dificuldade no recrutamento e da criação de especialistas de transportes nestes últimos nove anos”, comentou.

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DBRS deixa de avaliar rating do Novobanco

  • ECO
  • 11 Fevereiro 2025

Com o fim do contrato entre o banco e a agência de rating canadiana, o Novobanco passa a ser avaliado apenas pela Moody's e Fitch.

O Novobanco informou, esta terça-feira, que a agência DBRS vai deixar de avaliar o seu rating na “sequência do termo do contrato“, avança a nota publicada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O banco continua a ser avaliado pelas agências norte-americanas Moody’s e Fitch, que classificam a dívida sénior em Baa2 e BBB, respetivamente.

A administração do Novobanco prepara-se para uma oferta Pública inicial (IPO), onde pode dispersar 30% do capital em bolsa. O governador do Banco de Portugal,

Mário Centeno, já considerou que a potencial abertura do capital do Novobanco através de IPO seria “um bom resultado para o funcionamento e a competitividade do setor bancário”. Mas, ao mesmo tempo, aconselhou prudência em processos de fusão e mostrou-se reticente quanto à eventual compra pela Caixa, alertando para as “consequências sistémicas”.

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Trabalhadores do Auchan ameaçam com greve se não houver resposta às reivindicações

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2025

Os trabalhadores da Auchan pretendem “o aumento geral dos salários”, com o sindicato a indicar que “neste momento, é a empresa que tem os salários mais baixos do setor”.

Os trabalhadores da cadeia Auchan ameaçam avançar com uma greve, no dia 21 de fevereiro, caso o grupo não responda às suas reivindicações, que passam por aumentos salariais, disse à Lusa Valter Ferreira, do sindicato CESP.

Segundo o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), os trabalhadores reuniram-se esta terça-feira em plenário para debater um caderno reivindicativo, nomeadamente o aumento dos salários. Já a Auchan, em resposta a perguntas da Lusa, apontou um salário de entrada atual de 895 euros e um vencimento médio de 1.270 euros mensais, este ano.

“Aprovamos uma resolução e definimos um conjunto de reivindicações e de respostas às quais vamos exigir uma atenção e uma resposta imediata e, caso isso não aconteça, iremos marcar uma greve para dia 21 de fevereiro, com deslocação dos trabalhadores à sede da empresa em Paço de Arcos”, referiu, por sua vez, o dirigente sindical.

Segundo o mesmo responsável, os trabalhadores pretendem “o aumento geral dos salários”, assegurando que a Auchan, “neste momento, é a empresa que tem os salários mais baixos do setor”, bem como “o aumento do subsídio de refeição”, que, garante, “também é o mais baixo do setor este ano”.

Valter Ferreira apontou ainda outras questões relacionadas com o seguro de saúde, “com as condições que se alteraram do ano passado para este ano”, indicando que não estão “disponíveis para ter um serviço pior por mais custos para o trabalhador”. Caso avance, greve será de 24 horas para todo o país, incluindo armazéns e lojas Auchan e Minipreço, que o grupo adquiriu recentemente.

“Nesta altura não temos grande esperança de obter respostas, tendo em conta até o histórico da empresa que não quis reunir-se connosco anteriormente”, lamentou. Contactada pela Lusa, fonte oficial da Auchan Retail Portugal disse que o grupo “tem vindo a reforçar o seu compromisso com a valorização dos seus colaboradores, apostando na melhoria contínua das suas condições salariais e laborais”.

De acordo com a empresa, à semelhança do ano de 2024, “a Auchan vai investir 10 milhões de euros, em 2025, na revisão das condições salariais, garantindo que o salário base mínimo de entrada na empresa está 25 euros acima do salário mínimo nacional”.

O grupo disse que o salário de entrada “é de 895 euros” e que “em 2025, o salário médio dos colaboradores de loja é de 1.270 euros por mês, durante 14 meses”, apontando ainda “um conjunto de benefícios, como descontos em compras e seguro de saúde que abrange todo o agregado familiar”.

Segundo a Auchan, “todos os colaboradores são acionistas da empresa, o que reforça o seu envolvimento no projeto empresarial”, destacando que “partilha os seus resultados com os colaboradores, tendo distribuído 4.608 milhões de euros em 2024 por todos os colaboradores acionistas”. Segundo Valter Ferreira, o grupo conta atualmente com cerca de 11 mil trabalhadores em Portugal.

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“Roubo em massa” ou evolução criativa? A polémica em torno do leilão de arte com IA da Christie’s não para de crescer

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 11 Fevereiro 2025

Mais de três mil artistas assinaram a carta de protesto enviada para a leiloeira, que há dias anunciou a sua primeira venda dedicada à arte criada com inteligência artificial.

A Christie’s, uma das mais prestigiadas casas de leilões do mundo, está no centro de uma acesa controvérsia depois de anunciar o evento Augmented Intelligence, um leilão programado para o próximo dia 20 que inclui 20 obras a preços estimados entre os 10.000 e os 250.000 dólares (9.600 e 241.000 euros), de artistas como Refik Anadol, Pindar Van Arman, Alexander Reben, Claire Silver ou o falecido pioneiro da arte computacional Harold Cohen. Contudo, milhares de artistas acusam a iniciativa de legitimar o uso indevido de obras protegidas por direitos de autor e exigem o cancelamento do leilão.

Segundo o jornal britânico The Guardian, uma carta aberta assinada por cerca de 3.000 artistas, incluindo Karla Ortiz e Kelly McKernan – que já processaram empresas de IA por alegações semelhantes –, denuncia que muitas das obras à venda neste leilão foram criadas com modelos de inteligência artificial treinados com trabalhos de artistas humanos sem licença. O documento critica a Christie’s por “recompensar e incentivar o roubo em massa” e pede a suspensão imediata do leilão.

A fronteira entre a arte e a ética
O debate sobre o uso de IA na arte tem sido um dos temas mais polémicos no meio criativo. Ferramentas como Stable Diffusion e Midjourney, que geram imagens a partir de vastos bancos de dados, estão a ser questionadas quanto à legalidade da forma como são treinadas. Para os artistas que subscreveram a carta, a tecnologia utilizada neste leilão representa uma exploração comercial de criações humanas, sem compensação ou consentimento.

O compositor britânico Ed Newton-Rex, signatário da carta, afirmou ao The Guardian que pelo menos nove das obras presentes no leilão parecem ter sido criadas com base em modelos de IA que usaram trabalhos protegidos por direitos de autor. Outros lotes, no entanto, não apresentam indícios desse tipo de prática.

Em resposta às críticas, um porta-voz da Christie’s declarou que “na maioria dos casos” os modelos de IA utilizados foram treinados exclusivamente com contribuições dos próprios artistas. A casa de leilões sublinha que todos os participantes da venda têm carreiras artísticas consolidadas e que a inteligência artificial é utilizada para aprimorar os seus trabalhos, sem comprometer questões de direitos autorais.

A obra de Holly Herndon e Mat Dryhurst tem um valor estimado de 70 a 90 mil dólares.

Apesar da contestação, alguns artistas defendem a iniciativa e rejeitam as acusações. Mat Dryhurst, que participa no leilão com uma peça desenvolvida em colaboração com a sua mulher, Holly Herndon, afirmou que a sua obra investiga a forma como o “conceito” da artista aparece em modelos de IA disponíveis publicamente. Para Dryhurst, os esforços deveriam estar concentrados nas empresas que criam e comercializam essas ferramentas, e não nos artistas que exploram novas possibilidades criativas dentro da legalidade.

Refik Anadol, outro artista envolvido no leilão, também refutou as críticas, considerando-as fruto de uma “histeria apocalíptica” e de “práticas críticas preguiçosas”. O artista esclareceu que a sua peça, ISS Dreams, foi gerada a partir de conjuntos de dados da NASA disponíveis publicamente, uma prática comum entre artistas há décadas. Para ele, as alegações de que o seu trabalho foi criado com dados protegidos por direitos de autor são “factualmente incorretas”.

“Daughter”, de Claire Silver, está valorizada entre os 40 e os 60 mil dólares.

O Impacto da IA no mercado de arte e luxo
A ascensão da arte gerada por IA levanta questões fundamentais sobre criatividade, propriedade intelectual e o futuro do mercado de arte. Enquanto críticos denunciam uma apropriação indevida do trabalho de artistas humanos, defensores veem na tecnologia uma nova ferramenta para expandir os limites da expressão artística.

No universo do luxo, onde a autenticidade e a exclusividade são valores centrais, a entrada da inteligência artificial na produção artística desafia as perceções tradicionais. Poderá a arte gerada por IA conquistar um estatuto equivalente ao da arte tradicional? Ou será sempre vista como um subproduto da tecnologia, sem o mesmo valor cultural e histórico? O leilão da Christie’s poderá fornecer algumas respostas, mas a discussão está longe de terminar.

 

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot é de 63 milhões de euros

  • ECO
  • 11 Fevereiro 2025

O jackpot desta terça-feira é de 63 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 63 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot subiu depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 11 de fevereiro:

Números: 3, 21, 36, 41 e 46

Estrelas: 1 e 6

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Lucro da SAD do FC Porto afunda para 334 mil euros no último semestre

  • ECO
  • 11 Fevereiro 2025

Os azuis e brancos explicam a redução significativa com uma "época 2024/2025 atípica em que o FC Porto não participou na Liga dos Campeões".

A SAD do Futebol Clube do Porto terminou o último semestre de 2024 com lucros de 334 mil euros, um valor muito inferior aos 35,366 milhões de euros registados em período homólogo.

Uma época 2024/2025 atípica em que o FC Porto não participou na Liga dos Campeões, que se traduz numa redução de receitas com competições europeias na ordem dos 40 milhões, explicam os azuis e brancos no documento publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A SAD recorda que, nas últimas 10 épocas, o FC Porto apenas não participou uma vez na Liga dos Campeões, na época 2019/2020, “sendo que no primeiro semestre desse ano apresentou um resultado líquido negativo” de cerca de 51,853 milhões de euros.

A pesar também nos resultados líquidos esteve a “redução do resultado de transações com passes de jogadores”, de cerca de 12 milhões de euros, “dada a venda muito expressiva do passe do jogador Otávio concretizada no período homólogo de 2023/2024”.

O clube destaca ainda uma “melhoria substancial” dos capitais próprios, face a 30 de junho de 2024. Isto porque o capital próprio da SAD recuperou cerca de 66,4 milhões de euros, atingindo o valor negativo de 47,360 milhões em 31 de dezembro.

Esta recuperação deve-se “essencialmente, à alienação de 18,5% das ações da Porto StadCo, correspondentes a 30% dos direitos económicos desta sociedade”, por 65 milhões de euros, valor que pode atingir um máximo de 100 milhões.

Já a dívida financeira líquida do grupo cifrou-se em quase 251 milhões de euros, numa subida de perto de sete milhões em relação ao valor apresentado a 30 de junho, apesar das emissões obrigacionistas de 115 milhões e de 21 milhões.

“Com esta reestruturação financeira, o Grupo conseguiu um aumento da maturidade média da dívida e uma redução do custo médio de financiamento, permitindo-lhe ainda reduzir o restante passivo, nomeadamente a fornecedores”, num total de 49,705 milhões, lê-se no documento enviado à CMVM.

Em termos de bilhética, as receitas – que englobam a comercialização dos lugares anuais e dos bilhetes vendidos jogo a jogo – subiram 1,965 milhões, ou seja 33%, relativamente ao período homólogo, para os 7,8 milhões de euros.

Já os proveitos com transações de passes de jogadores, onde se incluem transferências definitivas, empréstimos e outras receitas como direitos de solidariedade relativos a jogadores que fizeram parte da sua formação no clube, ascendem aos 51,139 milhões de euros.

Para este valor contribuíram essencialmente as vendas de Evanilson para o Bournemouth, por 37 milhões de euros, e de Toni Martínez para o Deportivo Alavés, por dois milhões, assim como o empréstimo de Francisco Conceição para a Juventus.

Além disso, são ainda considerados os 11 milhões da venda de David Carmo ao Nottingham Forest, “ainda que a menos valia apurada tenha sido contabilizada, como perda por imparidade, no exercício 2023/2024, tal como determinam as regras contabilísticas”, ressalvam os dragões.

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Marcelo promulga nova lei de estrangeiros, mas aponta “dúvidas sobre expectativas”

  • Lusa
  • 11 Fevereiro 2025

O Presidente da República deu luz verde ao novo regime de vistos para os cidadãos da CPL), mas aponta "dúvidas sobre as expectativas" do diploma.

O Presidente da República promulgou esta terça-feira o decreto-lei que cria um novo regime de vistos para os cidadãos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas aponta “dúvidas sobre as expectativas” desta nova lei de estrangeiros.

“Tendo em atenção a não oposição de uma maioria clara na Assembleia da República, e apesar de dúvidas sobre as expectativas que precedem o novo regime legal, o Presidente da República promulgou também o decreto que procede à alteração da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, que aprova o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional”, refere a nota publicada na página oficial da Presidência da República.

A nota indica que este novo regime legal procede “à execução no ordenamento jurídico interno do Regulamento (UE) 2017/2226 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de novembro de 2017, e modificando a validade temporal das autorizações de residência a cidadãos de Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”.

O novo regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, aprovado no parlamento a 20 de dezembro de 2024, estabelece uma nova concessão de vistos para os cidadãos da CPLP e faz a passagem para o ordenamento jurídico português da entrada em funcionamento do Sistema de Entrada/Saída (SES), um sistema informático automatizado de registo das entradas e saídas de cidadãos de fora do espaço Schengen.

Com este novo regime jurídico passa a existir novas normas para a concessão de vistos para os cidadãos de Estados-membros da CPLP, que vão ter facilidades de entrar em Portugal, podendo solicitar uma autorização de residência temporária quando chegam ao país com um visto de curta duração.

Quando o requerente estiver abrangido pelo Acordo CPLP e for titular de um visto de curta duração ou tiver uma entrada legal em território nacional, pode solicitar uma autorização de residência temporária“, segundo o texto aprovado no parlamento. No caso dos timorenses, podem entrar em Portugal como turistas e depois requererem a autorização de residência. Em relação aos restantes cidadãos da CPLP devem apresentar vistos na entrada do país e depois recorrer às autorizações de residência.

As novas regras fixam ainda os prazos para o processo de saída dos cidadãos que estejam em Portugal em situação irregular, que passam a ter entre 10 e 20 dias para abandonar voluntariamente o país. No âmbito desta nova lei, o Governo pretendia criar a nova Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP e alterar o regime de retorno de estrangeiros, mas o parlamento chumbou a proposta.

Este novo regime foi aprovado com os votos a favor do PSD e CDS/PP, a abstenção do BE, Livre, IL, PS e Chega e os votos contra do PAN e do PCP.

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“Participação no Novobanco é para realizar receita”, diz presidente do Fundo de Resolução

Máximo dos Santos adiantou que será a Lone Star a comandar processo de venda do Novobanco e que a participação do Fundo de Resolução “é para realizar receita”.

O fundo americano Lone Star “irá comandar” o processo de venda do Novobanco e a participação de 13,54% do Fundo de Resolução será para “realizar receita”, adiantou o seu presidente, Luís Máximo dos Santos.

“O que o fundo vai fazer? Não está na génese do Fundo ter participações estratégicas, isso está na génese do Estado. A nossa participação é para realizar receita, temos muito dinheiro a pagar, e, portanto, fazê-lo nas melhores condições possíveis”, referiu Máximo dos Santos esta terça-feira ouvido em audição na Comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).

Máximo dos Santos revelou que irá escolher um assessor financeiro para auxiliar o Fundo de Resolução “nessa tarefa difícil”, antecipando que o processo de venda do Novobanco irá “ter vários capítulos”.

“No passado queríamos minimizar os custos do Fundo, agora queremos maximizar os ganhos. O fundo atuará articuladamente, mas tendo presente a especificidade da sua missão. Não posso ser mais concreto, mas ainda não há cartas lançadas, pode ser que sejam lançadas brevemente”, referiu aos deputados.

O presidente do Fundo de Resolução escusou-se a falar em eventuais interessados, mas admite que a venda do Novobanco poderá ter impacto na concentração do mercado da banca: “Não queria entrar na questão do banco A ou B, embora reconheça que a paisagem bancária que resultar depois da venda do Novobanco será diferente, mas terão de ser considerados e para aí estão as autoridades, o BCE, a Autoridade da Concorrência…”

Sobre a situação financeira do Fundo de Resolução, Máximo dos Santos reconheceu é se encontra numa situação “bastante má”. “Temos uma situação líquida negativa de 6,4 mil milhões de euros”, afirmou, apontando que a missão do fundo passa agora por reembolsar a dívida ao Estado e aos bancos.

Os empréstimos de 2014 e 2015 deverão ser reembolsados até 2046. Também compramos uma casa a 30 ou 40 anos”, observou, depois de os deputados terem questionado o prazo de reembolso.

“Não vejo conflitos de interesse”

Alberto Fonseca, do PSD, tentou perceber se o governador Mário Centeno participou na deliberação do Banco de Portugal sobre o fim antecipado do acordo de capital contingente (CCA). “Quem negociou com Bruxelas foi a mesma pessoa que pôs um fim neste mecanismo”, atirou Alberto Fonseca.

Em resposta, Máximo dos Santos recusou divulgar o teor da discussão que teve lugar na reunião do conselho de administração do Banco de Portugal sobre o termo do acordo do Novobanco. Mas deixou a sua opinião: “Não estou ver conflitos de interesse, o acordo foi celebrado pelo Banco de Portugal com outra administração. Há confidencialidade do funcionamento do conselho”.

Em relação ao fim do chamado CCA – razão pela qual foi chamado ao Parlamento –, Máximo dos Santos revelou que “foi um processo muito articulado entre o fundo, Ministério das Finanças e o Banco de Portugal” e “sem sobressaltos de espécie nenhuma”.

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Bruxelas ainda está “a avaliar impacto” dos limites dos EUA à compra de chips para IA

Portugal é um dos países sujeito a restrições dos Estados Unidos. Eurodeputado Paulo Cunha diz, em sessão plenária em Estrasburgo, que travão pode funcionar como “catalisador” para inovar.

Bruxelas ainda está “a avaliar o impacto” dos limites impostos pelos Estados Unidos da América (EUA) à compra de chips modernos pelos países da União Europeia (UE), entre os quais Portugal. A vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta da Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia disse esta terça-feira que irá recorrer a “todos os meios diplomáticos” para travar as restrições.

“Iremos utilizar todos os meios diplomáticos para pedir aos Estados Unidos que tratem a UE de uma forma não discriminatória, acreditando que ao levantar as restrições vai beneficiar tanto a UE como os EUA”, afirmou a comissária finlandesa Henna Virkkunen, na sessão plenária do Parlamento Europeu (PE), que decorre em Estrasburgo.

Em causa estão restrições às exportações de chips para desenvolvimento e treino de algoritmos de Inteligência Artificial (IA), que foram anunciadas pelo governo da maior economia do mundo no mês passado e abrangem Portugal, embora os especialistas estimem um efeito praticamente nulo desta decisão nas empresas nacionais.

A vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia admitiu que há “potenciais riscos” destas medidas, nomeadamente para o movimento livre de bens (os chips de IA) e para o fornecimento transfronteiriço de serviços de IA.

“A Europa tem interesse legítimo em desenvolver essas aplicações em prol do desenvolvimento da sociedade e da economia em geral, mas também é do interesse económico e de segurança dos Estados Unidos que a Europa lhes compre os chips avançados”, atirou Henna Virkkunen, assegurando que os 27 Estados-membros são seguros.

Dado que a decisão foi tomada durante a administração Biden, Bruxelas considera que o novo inquilino da Casa Branca pode revertê-la – e beneficiará disso. “Queremos continuar a comprar semicondutores avançados aos EUA. Levantar as restrições também iria servir o objetivo da administração Trump de reduzir o défice da balança comercial norte-americana com a UE”, defendeu.

Para o eurodeputado português Paulo Cunha, este obstáculo é uma oportunidade para agir e fortalecer a produção interna destes aparelhos e deu como exemplo, de “como as restrições podem funcionar como catalisador para inovação disruptiva e tecnológica”, a chinesa DeepSeek.

“As restrições impostas pelos EUA mostram que a competição tecnológica é utilizada como instrumento de poder, uma arma geopolítica. Estes ataques à nossa soberania tecnológica não podem ser ignorados”, afirmou o eurodeputado do Partido Popular Europeu (PPE).

Paulo Cunha alertou que a dependência externa dos semicondutores é uma “ameaça clara” para o setor automóvel e para a descarbonização por causa das redes inteligentes e armazenamento eficiente de energia. E deixou uma pergunta à Comissão Europeia: “Vamos continuar a tolerar que outros escolham o destino das nossas indústrias?”.

"As restrições impostas pelos EUA mostram que a competição tecnológica é utilizada como instrumento de poder. É uma arma geopolítica.”

Paulo Cunha

Eurodeputado

 

Segundo a vice-presidente da Comissão Europeia, a UE quer deixar de estar dependente de “suspensões de exportações ou restrições” de não-europeus e garante estar a trabalhar nesse sentido, inclusive com o regulamento Chips Act e o fundo com o mesmo nome. Ou seja, mecanismos para que a Europa produza mais e para que as PME sejam capazes de desenvolver os seus chips de IA. Ou mesmo o Chips Joint Undertaking (Chips JU) para alavancar o I&D. “Já investimos mais de 100 milhões euros para reforçar as redes de excelência de IA”, exemplificou a vice-presidente da Comissão Europeia.

O Chips Act vai ser revisto em setembro de 2026, o que poderá significar uma oportunidade para resenhar as linhas de ação da UE nesta matéria

Os limites de exportação de chips, anunciados ainda durante a administração Biden, afetam 120 países em todo o mundo, incluindo a China e 17 países da UE (Áustria, Bulgária, Croácia, Chipre, Chéquia, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia e Eslovénia). A ‘lista negra’ significa que os países só poderão comprar, cada um, o equivalente a 50 mil processadores GPU – conhecidos como placas gráficas avançadas.

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