APS Dia 2: Geopolítica e mudanças climáticas no centro do Encontro

No segundo e último dia do XIX Encontro Resseguro, organizado pela APS, esteve sob análise a sustentabilidade e a capacidades dos humanos em mitigar os riscos e se adaptarem a mudanças climáticas.

O último dia do XIX Encontro Resseguros, organizado pela Associação Portuguesa dos Seguradores (APS), realizado esta sexta-feira, centrou-se nas alterações climáticas, desde o seu impacto em Portugal e no mundo, passando pelas previsões sobre a evolução da mesma até às formas de mitigação dos riscos e adaptação às mudanças.

Foram ainda realçadas as oportunidades e desafios para Portugal e para a Europa numa época de elevada incerteza face a outros atores e perante eventos internacionais como a invasão da Ucrânia e o ataque da organização não estatal Hamas a Israel.

Michael Walz, gestor de produto sénior e vice-presidente da Swiss Re, alertou para a importância da prevenção e atitudes de mitigação dos efeitos das alterações climáticas, confessando que é “difícil ser otimista”, “não vamos (espécie humana) desistir e ir para um bunker“.David Martins | APS

Michael Walz, gestor de produto sénior e vice-presidente da Swiss Re, abriu o primeiro painel com uma apresentação sobre “Impactos das alterações climáticas em Portugal – a visão na perspetiva de um ressegurador”. Apresentou o estudo Sigma 01/2024 natural catastrophes in 2023, relembrando que as perdas económicas provocadas pelas catástrofes climáticas em 2023 (280 mil milhões de euros) equivalem a aproximadamente o valor do Produto Interno Bruto Português (PIB) no mesmo ano (266 mil milhões de euros em 2023).

Relembrou desastres passados, como o sismo na Turquia e as cheias na Madeira em 2010, assim como os eventos possíveis como um sismo em Lisboa, alertando que os desastres naturais “não acontecem todos os segundos, mas são um risco”. E que, ainda que reconheça a capacidade das pessoas em se adaptarem às mudanças, é essencial mitigar os efeitos das alterações climáticas.

Ainda que confesse seja “difícil ser otimista”, afirma, num tom divertido, que “não vamos (espécie humana) desistir e ir para um bunker“.

Analisar, adaptar, mitigar: como viver sobre às alterações climáticas

Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves, Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, ; Pedro Garrett, co-fundador da 2adapt e José Luís Leão, diretor de Corretores e Parcerias do Grupo Ageas Portugal, no painel sobre as alterações climáticas.

Para Pedro Garrett, co-fundador da 2adapt, acredita que o caminho para a transição climática, mitigação dos riscos e adaptação passa pela cooperação entre a academia e os stakeholders para entender o histórico de eventos climáticos, fazer previsões e implementar mecanismos para proteger as regiões, países, cidades, vilas e aldeias, e tudo o que estas comportam, ao adaptá-las para, caso um evento se repita com mais intensidade, as suas consequências serem menos danosas.

Helena Freitas, Diretora do Parque de Serralves, professora catedrática na área da biodiversidade e Ecologia da Universidade de Coimbra, realça que “não há nenhum sítio onde não se sintam os impactos da crise da biodiversidade” – que é um dos efeitos das alterações climáticos. A especialista realça que a política ambiental também é um incentivo para o homem repensar a forma como vê o mundo e como se vê nele – para se reconciliar com a natureza e assim impulsionar uma transformação sistémica – deixando de parte o paradigma que esta existe para o humano a “usar”, mas antes para nesta participar.

Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz, professor no departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, destaca que na educação está um grave problema e é também parte da solução – há um grande desconhecimento sobre as alterações climáticas e é “a nossa capacidade de aprender que nos podem salvar”.

Da mesma opinião é José Luís Leão, diretor de Corretores e Parcerias do Grupo Ageas Portugal, que considera ser essencial reduzir a lacuna de proteção face a riscos climáticos em Portugal, possível através de parcerias com o Estado, como o setor planeia fazer o Fundo Sísmico, por exemplo. Realçando que os países com economias mais robustas não estão tão expostos aos riscos como está Portugal, que, como consta num relatório da ASF ,um sismo de significativas magnitudes em Lisboa poderia fragilizar fortemente o sistema financeiros português.

“Nem os eleitores nem os políticos estão preparados intelectualmente para o que está a acontecer”

Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, partilharam as suas visões acerca da “(Des)proteção das sociedades: perspetivas sociais e económicas”.David Martins | APS

Para Miguel Monjardino, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em 2022 “voltamos à história”. Quer com isto dizer que considera o período desde cerca 1992 até 2022 um período atípico de paz, sem grandes conflitos que afetassem a Europa. O que faz com que agora seja uma época onde o pensar é essencial – de compreender o que está a acontecer e qual é o melhor caminho para a Europa, enquanto player internacional, traçar.

Alerta que estes tempos, em que tudo se quer imediato, não se espera por resultados a longo prazo, torna difícil a resolução de problemas. Esta perceção de tempo, aliado ao longo período “atípico” da história faz com que nem os eleitores nem os políticos estejam “preparados intelectualmente para o que está a acontecer“.

Também Paulo Portas considera que se vive num cenário de ingovernabilidade acrescentando outros motivos, nomeadamente, a “desintegração do Ocidente”. Desintegração que é vista como uma fraqueza por regimes ditatoriais como o de Xi JiPing na China e de Vladimir Putin na Rússia, este último que o aproveitou e considerou ser o tempo ideal para atacar a Ucrânia.

Paulo Portas falou ainda sobre algumas ameaças à posição da Europa como potência mundial. Deu o exemplo as eleições dos EUA em outubro deste ano, onde a vitória de Donald Trump pode significar uma maior fragilidade europeia, passando a ficar sem a proteção americana; também exemplificou com a invasão da Ucrânia em que, se o vitorioso for a Rússia, não há garantias que contenha as suas intenções expansionistas.

O ex-ministro mencionou ainda que a Europa acaba por ficar para trás a inovar, nomeadamente, em tecnologia porque, ao contrário de outros países, aqui “primeiro regulamos e depois inovamos”.

Ambos consideram que se vivemos de um período instável e que provoca “medo” não só aos países europeus, mas também à China com previsões de decréscimo populacional, dificuldade em captar e cativar investimento estrangeiro e de oferecer oportunidades aos jovens nas cidades e à Rússia que “só é boa na guerra” e “catastrófica do ponto de vista económico”, afirmou Paulo Portas.

José galamba de Oliveira, presidente da APS, Encontro Resseguros, encerrando o evento.David Martins | APS

José Galamba de Oliveira fechou o evento convidando os participantes a participar no XX Encontro de Resseguros a ser realizado em 2026.

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Europ Assistance vai lançar IA para responder a sinistros em viagem

Serviços assistência IA com sinal verde dos clientes, mais de metade já os usa e são os preferidos da maioria. Reboque dá várias opções de contacto com IA e empresa prepara o mesmo para táxis.

O Grupo Europ Assistance está a fazer testes A/B a um agente de inteligência artificial para costumer enquiries, especialmente ligado ao negócio viagem – pedidos de cancelamento de viagem e bagagens perdidas, por exemplo – em dois países relevantes para a empresa em termos de volume de negócios. Em entrevista ao Eco Seguros, Paulo Xardoné, Chief Transformation Officer da Europ Assistance Portugal, confirmou que o grupo planeia trazer esta ferramenta para as operações do grupo, “nomeadamente para Portugal”.

Paulo Xardoné, Chief Transformation Officer da Europ Assistance Portugal: “Inquéritos de satisfação mostram que os clientes se mostram mais satisfeitos com os pedidos resolvidos pelos agentes digitais”.

O modelo encontra-se num processo de aprendizagem denominado em machine learning, onde é submetido a interações reais e é ensinado a distinguir entre as respostas cercas e erradas às diferentes perguntas e quais os tipos de resposta mais adequados.

Para tal, a companhia está a recorrer a um grupo de operadores que está a esclarecer clientes e são usadas as mesmas questões para a ferramenta de inteligência artificial fazer o mesmo tipo de trabalho.

O objetivo é que se torne capaz de responder diretamente ao cliente e só quando o último sentir dificuldade possa recorrer a um operador. O primeiro canal onde implementaram algumas peças de inteligência artificial foi no agente virtual – para o reconhecimento de matrículas e localização, por exemplo. Quem opta por prosseguir com o seu pedido de reboque com esse agente será encaminhava para ‘conversar’ com uma máquina que lhe irá fazer as perguntas necessárias para formalizar o pedido.

Digital localiza rapidamente o cliente

Recentemente surgiu o canal do Whatsup que recorre a IA cujo principal objetivo é “localizar melhor o cliente” no pedido de reboque em caso de sinistros. Os clientes conseguem chamar o reboque em cerca de 3 minutos em qualquer um dos canais. Segundo o especialista, “não há grande variação” no tempo do processo de chamar o reboque. No entanto, os canais digitais ao permitirem que o cliente partilhe com a seguradora a sua geolocalização, agilizam o processo da empresa e do reboque conseguir atender o cliente.

A Europ Assitance quer possibilitar o mesmo serviço para o cliente conseguir chamar um táxi – serviço muitas vezes solicitado pelos clientes que querem ser deixados em algum lado e não ficar no meio da estrada. Esse processo já esta em testes internos. “Não sei se vamos a tempo (de lançar) no verão. Eu diria que, antes do fim do verão vamos com certeza. Mas eu gostava de estar antes do início do verão. Não sei se vou conseguir, mas estou lá muito próximo”, confessa Paulo Xardoné.

Também pretendem digitalizar o contacto da seguradora com o rebocador, se “falarem comigo [empresa] mais depressa, ficam livres mais depressa para irem para o próximo serviço”.

Metade dos pedidos são executados pelos canais digitais

“Com o pedido de reboque, praticamente metade dos pedidos são executados pelos canais digitais”, refere Paulo Xardoné.

Nesse sentido, foram cerca de 300.000 pedidos executados de forma online, desde o pedido, passando pela criação do processo, a procura do rebocador até a ativação desse rebocador foi tudo digital e automático. “Não houve nenhuma intervenção humana” refere.

Note-se que é dada aos clientes a opção de perseguir com o auxílio para os canais digitais desde o início do pedido de reboque, sendo-lhe enviado um SMS com o convite e respetivo link para continuar o pedido no what, ou receber na rede social um contacto pela seguradora. Podem escolher.

Clientes mais satisfeitos com serviços digitais do que com operadores de call center

Investir em ferramentas de inteligência artificial generativa surge para “facilitar o acesso dos clientes” a assistência em caso de sinistros, ao mesmo tempo que visa responder às suas exigências cada vez mais digitais, e também para “uniformizar a qualidade de serviço” que entrega, e reduzir os tempos de espera antes da interação do cliente com o operador.

Frequentemente, a Europ Assistance responde a pedidos onde os clientes se encontram sob stress, ou porque estão com o carro avariado no meio da estrada, por exemplo, e com as ferramentas digitais conseguem ter um serviço mais rápido, onde os clientes têm mais autonomia (recebendo atualizações do estado dos pedidos), e podendo escolher o canal de assistência mais conveniente, seja com um operador de call center, seja a webapp, whatsup ou agente virtual”.

Para Paulo Xardoné, a principal razão para este investimento está na capacidade da IA em uniformizar processos, ao afastarem o erro humano conseguem entregar “sistematicamente” serviço “com qualidade e com métricas que nos permitem acompanhar e medir se estamos realmente a entregar o que exigimos” Internamente também permite uma “uniformização na qualidade do serviço que estamos a entregar”.

Aliás, o responsável refere que os inquéritos de satisfação mostram que os clientes se mostram mais satisfeitos com os pedidos resolvidos pelos agendes digitais.

Tranquilidade, Mudum e UNA. Serviço é usado por várias seguradoras em Portugal

Paulo Xardoné explica que o serviço é “tipicamente” acionado “em nome do cliente”, que são normalmente seguradoras. Com isto quer dizer que o cliente “estando a fazer um pedido de assistência na UNA, Tranquilidade ou Mudum, na verdade quem está a prestar o serviço de assistência somos nós, em nome das seguradoras

Confessa que ainda não há publicidade junto do consumidor final, tendo este apenas conhecimento no momento que solicita apoio. “A nossa crença é que o sucesso continuado destes canais fará com que os nossos clientes institucionais comecem a publicitar mais estes canais”.

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Ministros da Agricultura da UE discutem 2.ª feira reivindicações do setor

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Os ministros da Agricultura da UE vão abordar a recente simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com o alívio das exigências ambientais.

Os ministros da Agricultura da União Europeia (UE) vão estar reunidos, esta segunda-feira, em Bruxelas, a discutir as respostas às reivindicações que levaram os agricultores a sair à rua no início do ano.

Os ministros vão abordar a recente simplificação da Política Agrícola Comum (PAC), com o alívio das exigências ambientais.

Da ordem de trabalhos, faz também parte a discussão sobre a simplificação administrativa e o reforço da posição dos agricultores na cadeia de abastecimento alimentar. Em causa está, por exemplo, o lançamento de um observatório sobre os custos de produção, margens e práticas comerciais.

O Governo de Portugal lançou, em 2023, o Observatório dos Preços, que monitoriza os custos de um cabaz de 26 alimentos, desde a produção ao consumo.

Os ministros vão ainda discutir a situação dos mercados agrícolas, em particular, face à guerra na Ucrânia.

Em 03 de maio, o relatório sobre as perspetivas para o mercado agrícola europeu revelou que o setor continua a ser afetado por acontecimentos que não podem ser controlados pelos agricultores, como as crises climáticas e geopolíticas.

Esta sexta-feira, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, assinou a portaria que vai simplificar a PAC e decidiu estender as candidaturas ao Pedido Único até 14 de junho, prazo que continua a ser contestado pelo setor devido aos constrangimentos na plataforma para a submissão de candidaturas.

“A simplificação vai flexibilizar o cumprimento das medidas da condicionalidade — boas condições agrícolas e ambientais — nomeadamente na cobertura mínima dos solos, na rotação das culturas através da diversificação e no fim de obrigação de deixar uma parte da área agrícola a superfícies não produtivas, como as terras em pousio”, detalhou, em comunicado, o executivo.

O diploma em causa promove ainda a simplificação para explorações com até 10 hectares de superfície agrícola declarada. Estas explorações ficam isentas de controlo e de sanções administrativas a título da condicionalidade.

Por outro lado, segundo o mesmo documento, as explorações que estão situadas em áreas abrangidas por fenómenos climáticos adversos que, “pela sua gravidade e duração, impeçam o cumprimento de norma ou de parte de norma das boas condições agrícolas e ambientais vão beneficiar de uma derrogação temporária por condições meteorológicas.

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Borrell pede mais defesas aéreas para Kiev após ataque a centro comercial

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

A Europa "tem de aumentar urgentemente o apoio à defesa aérea do exército de Kiev", defende o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, apelou hoje aos Estados-membros da organização para doarem mais equipamento de defesa aérea à Ucrânia porque “salva vidas”.

Borrell falava após o ataque russo a um hipermercado em Kharkiv, no nordeste do país, que deixou, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério do Interior, pelo menos 12 mortos e 43 feridos, ataque que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou “ignóbil”.

“Condeno com a maior veemência os atrozes ataques perpetrados pela Rússia contra a cidade de Kharkiv, incluindo um centro comercial cheio de gente, em que civis foram mortos e feridos”, afirmou Borrell numa mensagem publicada sábado à noite na rede social X.

Para Borrell, a Europa “tem de aumentar urgentemente o apoio à defesa aérea do exército de Kiev”, porque ‘salva vidas e protege as cidades ucranianas’.

O chefe da diplomacia europeia prometeu que “todos” os autores de ataques como o de sábado em Kharkiv, que descreveu como “crimes de guerra russos”, serão “responsabilizados” no futuro.

Por seu lado, o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou o bombardeamento do hipermercado de Kharkiv “aterrador” e afirmou que “os esforços da Rússia para aterrorizar a população civil ucraniana como parte da sua guerra de agressão são criminosos”.

“Juntos podemos travar os ataques brutais da Rússia. Precisamos urgentemente de avançar com uma solução global de defesa aérea para a Ucrânia”, escreveu Michel, que preside ao órgão que reúne os presidentes e primeiros-ministros da UE, numa mensagem em sintonia com Borrell.

Horas antes do ataque, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também voltou a pedir mais sistemas de defesa aérea à comunidade internacional.

Para levar a cabo o ataque ao hipermercado de Kharkiv, a Rússia utilizou dois mísseis teleguiados que atingiram uma loja de materiais de construção e incendiaram 15.000 metros quadrados.

Três horas depois deste ataque, a Rússia atacou também o centro de Kharkiv, ferindo pelo menos 18 pessoas, segundo o Ministério Público, pelo que sábado quase 60 pessoas ficaram feridas na cidade, somando este ataque ao centro e ao hipermercado.

Segundo o Ministério Público de Kharkiv, os mísseis atingiram edifícios de escritórios e danificaram também edifícios administrativos, um supermercado, lojas, residências, uma estação de correios, automóveis e outros alvos civis.

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Von der Leyen redesenha “linhas vermelhas” com direita radical em “moderação”

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

Von der Leyen estabeleceu três "linhas vermelhas" para o PPE dialogar com outros grupos políticos (incluindo a extrema-direita): visão europeísta,apoio à Ucrânia e o cumprimento do estado de direito.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assumiu na campanha para as europeias trabalhar com partidos à sua direita que abandonem o antieuropeísmo e defesa da Rússia, enquanto, segundo analistas, alguns daqueles moderam posições ambicionando o poder.

Sophia Russack, do Centre for European Policy Studies (CEPS), considerou à Lusa que há uma tendência de moderação por parte dos Reformistas e Conservadores Europeus (ECR), grupo de partidos que pode ser incentivado depois de von der Leyen, recandidata pelo Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), ter admitido que está disponível para dialogar com aqueles que cumpram determinados critérios, apontando a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni (Irmãos de Itália), como exemplo de alguém à sua direita com quem trabalhar.

Os partidos de extrema-direita nos países da União Europeia (UE) incorporam um de dois grupos políticos: o Identidade e Democracia (ID) e o ECR. Os pouco homgéneos partidos que compõem estes grupos políticos oscilam, por exemplo, entre o euroceticismo e o europeísmo, apoiar inequivocamente a Ucrânia e proximidade ao Kremlin.

“Acho que o ECR e os partidos que continuem no ECR acabaram por moderar-se cada vez mais e vai ser cada vez mais divergente [do ID], talvez […]. Mas a linha que hoje separa o ECR e o ID está esbatida”, sustentou Sophia Russack.

Ursula von der Leyen estabeleceu três “linhas vermelhas” para o PPE dialogar com outros grupos políticos (incluindo a extrema-direita): visão europeísta, posição a favor da Ucrânia e o cumprimento do Estado de direito. O seu principal adversário, Christian Schmit (Socialistas e Democratas), rejeitou qualquer entendimento com partidos à direita do PPE.

A investigadora é da opinião que von der Leyen “vai fechar os olhos” ao cumprimento do Estado de direito e advogou que essa postura já é visível com a relação que tem com Meloni, conservadora e crítica do apoio prestado a imigrantes e refugiados.

A pouco mais de duas semanas das eleições para o Parlamento Europeu (PE), a delegação da Alternativa para a Alemanha (AfD) foi expulsa do grupo partidário Identidade e Democracia (ID), na quinta-feira, após o cabeça de lista do partido de extrema-direita alemão, Maximilian Krah, declarar que era incorreto apelidar de “criminosos” todos os elementos da antiga organização paramilitar nazi SS (Schutzstaffel).

A decisão levou à renúncia de Krah, mas também pode ser o início de uma fragmentação na extrema-direita no Parlamento Europeu, que já tem dificuldades em encontrar consensos.

Mas a AfD, que até hoje está sem grupo político, não foi o único partido que deixou a sua família política. O Fidesz – União Cívica Húngara, partido o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, abandonou o PPE em março de 2021 depois de os partidos que compunham este grupo político aprovarem a sua suspensão pelas posições eurocéticas, contra o apoio à Ucrânia e pela proximidade de Orbán ao Presidente russo, Vladimir Putin.

“Isto é tudo muito difícil de prever, mas há partidos de extrema-direita que querem moderar o discurso porque perceberam que é o único caminho para o poder”, acrescentou Sophia Russack.

“Até pode ser já haja três grupos [de extrema-direita]”, admitiu a investigadora, reconhecendo, contudo, que, por exemplo, para a AfD ou o Fidesz criarem mais um grupo político “precisam de mais seis parceiros”.

Sem fazer previsões, mas analisando a evolução da dinâmica político-ideológica, Sophia Russack perspetiva que possa haver “os da extrema-direita mais afastados” da UE, “que são pró Rússia e muito, muito antieuropeus”.

Em simultâneo poderá haver outro grupo constituído pelos partidos que “são de uma direita mais protecionista” e que “são apenas críticos da UE” sem verbalizar oposição às decisões do bloco comunitário.

Uma “economia saudável” também pode definir a maneira como certos partidos de extrema-direita se posicionarão, neste caso, mais próximos do ECR, que tem caminhado para a moderação para poder ‘entrar em jogo’ nas decisões com o PPE.

“Tudo isto depende muito de como é que os partidos individuais agem, se estão a caminhar para a moderação ou radicalização no próximo mandato e como é que os grupos se alteram depois das eleições”, concluiu Sophia Russack.

Zselyke Csaky, investigador do Centre for European Reform, concorda e reconhece que houve “muito movimento à direita, com partidos como a AfD da Alemanha a passarem do ECR de extrema-direita para se juntarem ao ID de extrema-direita ou o Fidesz da Hungria a ser expulso para o deserto político”.

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IA traz “grande revolução” às agências noticiosas, talvez a maior desde a imprensa

  • Lusa
  • 26 Maio 2024

"Entre cinco a 10 anos, irá provavelmente criar um novo ecossistema em que tudo será diferente e o papel das agências de notícias também será mudado", defende o CEO da agência de notícias italiana.

O presidente executivo (CEO) da agência de notícias italiana ANSA considera, em entrevista à Lusa, que a inteligência artificial (IA) traz uma “grande revolução” às agências noticiosas, talvez a maior desde a invenção da imprensa.

Stefano de Alessandri, CEO da Agenzia Nazionale Stampa Associata (ANSA), esteve em Lisboa para participar conferência de primavera da Aliança Europeia das Agências de Notícias (EANA, na sigla inglesa), que decorreu no final da semana.

Questionado sobre qual o papel da IA nas agências de notícias, Stefano de Alessandri admite poder tratar-se de “uma grande revolução”. “Nunca sabemos quão grande é o fenómeno, mas talvez seja a maior revolução desde a introdução da imprensa”, afirma. E poderá ultrapassar o feito de Gutenberg, que inventou a imprensa no século XV? Stefano de Alessandri diz que essa é uma ideia que já foi avançada por alguns. “Pessoalmente acho que será uma grande revolução”, mas em diferentes estágios, considera.

A curto prazo, prossegue, a IA terá muito a ver com “eficiência”. Ou seja, muito provavelmente “irá cancelar alguma parte do nosso trabalho, do trabalho dos jornalistas que é repetitivo e sem valor acrescentado e criaremos condições para uma eficiência muito maior“, explica. Claro que isto terá efeito “no emprego”, como sempre aconteceu quando foi introduzida tecnologia.

A médio prazo, serão criadas novas oportunidades de negócio, o que irá “afetar não apenas o lado dos custos, mas também o lado das receitas”, aponta Stefano de Alessandri.

A longo prazo, “entre cinco a 10 anos, irá provavelmente criar um novo ecossistema em que tudo será diferente e o papel das agências de notícias também será mudado”, afirma o CEO da ANSA.

Stefano de Alessandri segue a linha de que a IA é uma “oportunidade” porque traz de volta a inovação para o negócio e pode criar um novo fluxo de receitas, além de mais eficiência.

Também admite que um dos riscos que se enfrenta com o desenvolvimento da inteligência artificial é a questão da desinformação, porque é uma “ferramenta muito poderosa para criar fake news“. Por outro lado, também é uma ‘arma’ para verificar factos e detetar desinformação.

Stefano de Alessandri manifesta preocupação com a capacidade de disseminação de desinformação trazida pela IA. “Essa é a razão pela qual todos os governos têm de lidar com o assunto porque pode afetar seriamente as eleições”, entre outros aspetos, sublinha. Por exemplo, o Governo italiano “está a trabalhar arduamente em leis sobre o tema”, diz, recordando a aprovação recente da lei europeia sobre inteligência artificial (IA Act). Com todas estas mudanças, também o papel das agências de notícias vai evoluindo.

“Há alguns anos eu diria que uma agência de notícias deveria ser sempre a primeira a dar a notícia porque é o nosso papel ser o primeiro no mercado, estamos na base do sistema”, diz o CEO da ANSA.

“Agora, pelo menos em Itália, o nosso objetivo não é ser o primeiro, mas uma vez que a ANSA publique a notícia” todo o sistema tem de estar completamente seguro de que aquilo que a ANSA disse “é absolutamente verdade”, relata. Isso “significa mudar completamente o nosso papel”, remata.

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Madeira vai a eleições e prepara-se para voltar a pintar-se de laranja. “PSD está enraizado”

Depois da demissão em fevereiro, madeirenses devem revalidar o regresso de Albuquerque à Quinta Vigia, este domingo. Geringonça mantém-se no horizonte de Cafôfo.

A Madeira vai a votos este domingo pela terceira vez no espaço de um ano. As suspeitas de corrupção derrubaram Miguel Albuquerque da presidência, em fevereiro, mas as consequências podem ser de pouca dura. A região autónoma deverá manter-se fiel ao laranja e voltar a eleger o presidente demissionário. A razão é simples: “O PSD tem obra feita e está enraizado na Madeira. Os madeirenses sentem-se seguros“, diz Paulo Duarte, professor e investigador de Ciências Políticas na Universidade Lusófona ao ECO. E tanto a história como a única sondagem conduzida até agora apontam nesse sentido.

O inquérito realizado pelo Diário de Notícias Madeira e para TSF Madeira, divulgado na sexta-feira passada, indica que o PSD reúne 38,1% das intenções de votos, insuficiente para uma maioria absoluta na Assembleia Legislativa regional mas suficiente para Albuquerque regressar à Quinta Vigia. Para conseguir uma maioria, terá de se coligar com o Chega, que, de acordo com a mesma sondagem, poderá alcançar 10,8% dos eleitores, pouco para se tornar na terceira força política. Esse lugar deverá ser preenchido pelo Juntos Pelo Povo (JPP) que nesta sondagem acumula 16% das intenções de voto.

“Luís Montenegro disse “não é não” ao Chega, no continente, mas Albuquerque acredita que quanto mais se nega ao Chega mais forte ele fica“, acrescenta o politólogo da Lusófona. Terá sido por esta divergência governativa, que o primeiro-ministro e líder do PSD no continente se manteve afastado da campanha dos sociais-democratas na região.

Uma possível coligação colocaria o Chega em contradição uma vez que o combate à corrupção tem sido uma das bandeiras de André Ventura, que fez questão de estar ao lado de Miguel Castro no terreno e até protagonizar os cartazes do partido durante a campanha eleitoral na Madeira (ainda que o próprio não possa ser eleito na região).

Um acordo entre o PSD e o Chega colocaria [o partido de André Ventura] numa situação delicada a prazo. O Chega deixaria de poder dizer que é anti-sistema porque passaria a fazer parte dele. E se no futuro houver problemas [de corrupção] dentro do Governo, o Chega já faria parte deles“, aponta André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. “Pode não ser a melhor estreia governativa para o Chega“, diz.

O presidente do Chega, André Ventura, acompanhado do cabeça de lista do partido às eleições regionais, Miguel Castro, esta tarde durante uma ação de campanha no Funchal, Madeira,

 

Naquela região, diz o politólogo, existe uma perceção significativa de que a corrupção está enraizada e, por isso, as suspeitas sobre Miguel Albuquerque produzem “poucos efeitos negativos” sobre o eleitorado do PSD.

É possível que as próprias suspeitas não tenham sido uma novidade para o eleitorado. Podemos estar perante uma situação em que a investigação não acrescenta muito à perceção dos eleitores, uma vez que uma parte significativa reconhece que há problemas significativos de más práticas governativas na Madeira”, diz Azevedo Alves.

É perante esta realidade que o Chega exigiu como condição, para apoiar um possível governo de Albuquerque, a realização de uma auditoria às contas públicas da região, como um sinal de que não se vai colar ao PSD Madeira “sem mais nem menos”, diz Paulo Duarte.

Entre apoiar um candidato com suspeitas de corrupção da esquerda ou um da direita, para o Chega é mais aliciante ter alguém da direita”, simplifica Paulo Duarte. No entanto, ainda nada é certo. As investigações estão a decorrer. Em causa estão três inquéritos que incluem suspeitas de corrupção e outros crimes praticados por altos titulares de cargos públicos e políticos na Madeira, a começar pelo presidente do Governo Regional e líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, e o seu antigo vice e atual presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado.

Podemos estar perante uma situação em que a investigação não acrescenta muito à perceção dos eleitores, cuja uma parte significativa, reconhece que há problemas significativos de más práticas governativas na Madeira

André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Em sentido contrário, nem o PS deverá sair beneficiado destas eleições. Aos olhos do politólogo da Lusófona, Paulo Cafôfo não é um candidato forte o suficiente para concretizar uma viragem à esquerda. “Duvido que possa haver uma surpresa. A Madeira tem sido fiel ao PSD”, aponta o politólogo.

A sondagem do Diário de Notícias Madeira e TSF Madeira indica que os socialistas devem permanecer como o segundo partido mais votado (20,6%), nestas eleições. Desde 1976 que todos os líderes socialistas partilham o mesmo resultado: a derrota.

O PS continua a ser uma alternativa fraca e pouco credível na região“, aponta, por seu turno, o professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. Este cenário não agrada ao secretário-geral do PS Madeira que admitiu negociar com todos os partidos, no dia seguinte às eleições, para encontrar consensos. Para Cafôfo, as linhas vermelhas são traçadas apenas ao PSD e ao Chega.

“No que respeita a acordos, o PS tem as suas linhas vermelhas muito bem definidas. Jamais aceitaremos dialogar com o PSD, como é evidente, que é o grande responsável por este contexto de instabilidade em que vivemos e por 48 anos de desgoverno que deixaram a Região como está hoje, a mais pobre do país. E com o Chega, que é um partido extremista, anti-autonomista e aliado do PSD de Miguel Miguel Albuquerque”, diz fonte oficial do PS Madeira ao ECO, garantido ser “a única garantia de estabilidade” para a região.

JPP ou Chega?

Ao contrário das eleições nacionais, o Chega arrisca-se a perder o lugar de terceiro partido mais votado para o JPP, liderado por Élvio Sousa. Se a tendência da sondagem se confirmar, será o JPP a conquistar mais descontentes e, com isso, a crescer em número de deputados, passando de cinco para oito representantes na Assembleia regional.

O JPP é um fenómeno regional“, aponta Azevedo Alves. “E dependendo da fragmentação partidária, o JPP pode ter um papel importante no pós-eleitoral”, refere o politólogo, acrescentando que o partido pode ajudar à afirmação do PS enquanto alternativa graças à “conjugação de resultados das várias forças políticas”.

“Se o PS formar uma geringonça, será bastante alargada e não se ficará somente entre os partidos de esquerda”, diz, recordando que também a Iniciativa Liberal rejeitou apoiar um Executivo encabeçado por Albuquerque.

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“A estante dos 75.800€”, da Uzina para o Ikea, vence grande prémio do CCP

A Graficalismo ganhou o troféu melhor agência do ano e o prémio melhor anunciante do ano é a Betclic.

A estante dos 75.800€”, da Uzina para o Ikea, é o grande vencedor da 26ª edição do Festival CCP. O grande prémio jornalistas é o “Surfing Through the Odds”, da Coming Soon para a Betclic, e o grande prémio para o bem foi atribuído a “Quando for grande quero ser contabilista”, da Stream and Tough Guy para a Ajuda de Berço.

A Graficalismo ganhou o troféu melhor agência do ano e o prémio melhor anunciante do ano é a Betclic.

Este ano, recorde-se, foram inscritos 933 trabalhos a concurso, tendo chegado 346 a shortlist. Foram atribuídos no total 35 ouros, 65 pratas e 105 bronzes. Os vencedores foram então conhecidos na noite de sexta-feira, na gala que decorreu no espaço da antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District

A categoria Publicidade teve 63 trabalhos finalistas e 33 prémios, com 18 bronzes, nove pratas e seis ouros. Design contou com 80 finalistas e 54 prémios, com 26 bronzes, 19 pratas e nove ouros.

Na categoria Digital houve 71 finalistas e 47 prémios, com 28 bronzes, 12 pratas e sete ouros. Experiências de marca teve 27 finalistas e 13 trabalhos premiados, com seis bronzes, quatro pratas e três ouros. Craft em Publicidade contou com 73 finalistas, com 39 trabalhos premiados, com 20 bronzes, 15 pratas e quatro ouros.

Na categoria Criatividade em Meios houve 23 finalistas com 14 prémios atribuídos, com cinco bronzes, seis pratas e três ouros. Em Integração e Inovação, com nove finalistas, houve dois bronzes e três ouros. Este ano foram inscritos 933 trabalhos a concurso, tendo chegado 346 a shortlist. Foram atribuídos no total 35 ouros, 65 pratas e 105 bronzes. Todos os trabalhos premiados podem ser consultados aqui.

Confira os melhores de cada categoria a concurso:

Publicidade

  • Melhor Anunciante: Intermarché
  • Melhor Agência: Stream and Tough Guy

Design

  • Melhor Anunciante: Cabrita Wines
  • Melhor Agência: This is Pacifica

Digital

  • Melhor Anunciante: Joana Barrios
  • Melhor Agência: Graficalismo

Experiências de marca

  • Melhor Anunciante: Betclic
  • Melhor Agência: Stream and Tough Guy

Craft em Publicidade

  • Melhor Anunciante: Associação Nacional de Coberturas Verdes
  • Melhor Produtora de Som: Núcleo Áudio
  • Melhor Produtora de Imagem: More Maria

Criatividade em Meios

  • Melhor Anunciante: The Walt Disney Portugal
  • Melhor Agência: OMD

Integração e Inovação

  • Melhor Anunciante: Licor Beirão
  • Melhor Agência: Mustard

Nesta mesma noite, Jorge Barrote, artista plástico e publicitário, foi homenageado com o Prémio Carreira. O prémio foi entregue pelo estimado designer e criativo Manuel Peres.

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Bugalho é um candidato “precocemente envelhecido”, diz Cotrim

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

Bugalho transformou-se "num candidato preso, precocemente envelhecido, incapaz de resistir à máquina do PSD, sem grandes ideias", diz o cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal às Europeias.

O cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal (IL) às Europeias, João Cotrim de Figueiredo, disse hoje que o seu homólogo da Aliança Democrática, Sebastião Bugalho, é um candidato “precocemente envelhecido” e “incapaz de resistir à máquina do PSD”.

Num almoço com perto de uma centena de militantes em Braga, Cotrim acrescentou que Bugalho é um candidato que considera preso ao PSD e “sem grandes ideias”. “Volta comentador Sebastião Bugalho, aquele que nos habituámos a ver como assertivo, lúcido, fluente, solto e agora se transformou num candidato preso, precocemente envelhecido, incapaz de resistir à máquina do PSD, sem grandes ideias“, instou.

O candidato liberal perguntou como é que o “comentador Bugalho” classificaria a “defesa tímida da liberdade de expressão” e avaliaria “alguém que numa parte do manifesto diz que não quer mais impostos europeus e noutra diz que quer emitir diferentes bonds e outras formas de dívida mutualizada”. “Volta comentador Bugalho, porque o candidato Bugalho não nos convence”, reiterou.

Em relação à candidata do PS, Cotrim de Figueiredo deixou o apelo: “Marta, debata”. “Se tem ideias, coisa de que ainda há dúvidas, se tem capacidade para as defender, coisa de que ainda há dúvidas, debata, apareça, tenha essa coragem”, desafiou. Para Cotrim de Figueiredo, o PS, “do que se tem visto, não tem qualquer visão para a Europa que não seja fazer na Europa o que faz em Portugal, que é uma dependência de fundos europeus e de mecanismos europeus para fazer o que é da responsabilidade dos governos nacionais”.

Ao candidato do Chega, Cotrim apelou a que “apareça, pelo menos nos cartazes”. À candidata do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, apelidou de “euro-sonsa”, num meio termo entre eurocética e eurocínica. Por fim, ao candidato da CDU, João OIiveira, pediu que se assuma, seja em relação à saída do euro, à saída da União Europeia e à guerra na Ucrânia.

Para Cotrim de Figueiredo, os candidatos opositores fartam-se de falhar “golos de baliza aberta”, o que dá “enorme confiança” num bom resultado da Iniciativa Liberal nas eleições de 09 de junho.

Voltou a manifestar preocupação com a abstenção, considerando que “a principal batalha” nesta campanha é mobilizar os eleitores para irem às urnas.

Na sessão, interveio também o presidente da IL, Rui Rocha, que apontou baterias para o Governo, dizendo que o executivo de Luís Montenegro emite “sinais preocupantes”, nomeadamente em termos de fiscalidade.

“Dantes, a idade era um posto. Agora, com o Governo da Aliança Democrática, a idade é um imposto”, referiu.

Rui Rocha aludiu, concretamente, aos portugueses que estão entre os 36 e os 66 anos. “Que mal fizeram estas gerações ao país?”, perguntou.

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A filosofia dos maiores gurus da bolsa<span class='tag--premium'>premium</span>

No universo dos mercados financeiros, histórias de triunfo e astúcia não são meras lendas, mas realidades construídas por alguns dos maiores investidores do mundo.

Este artigo integra a quinta edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.Entre as maiores estrelas de Wall Street, figuras como Warren Buffett, Martin Zweig e Peter Lynch emergem não apenas como titãs do investimento, mas como mestrescujas estratégias se tornaram verdadeiros manuais e filosofiaspara aqueles que aspiram a multiplicar a sua riqueza. Entre esses ícones, Benjamin Graham é celebrado como o pioneiro do investimento de valor, ao defender que o verdadeiro valor de uma ação reside na sua discrepância com o seu valor intrínseco, e que uma margem de segurança substancial é crucial na abordagem de qualquer investimento. Graham argumentava que os investidores devem comprar ações significativamente subavaliadas em relação ao seu valor intrínseco, medido principalmente tendo em

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G7 quer “visão comum” sobre aproveitamento da inteligência artificial

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

O G7 quer continuar a debater o potencial económico da IA, de modo a "aumentar a produtividade e o crescimento".

Os ministros do G7, reunidos em Itália, acordaram hoje partilhar experiências para uma visão comum sobre o aproveitamento do potencial da inteligência artificial (IA), controlando os seus efeitos adversos.

“Partilharemos experiências entre os ministérios das Finanças e os bancos centrais para conceber uma visão comum do G7 sobre como aproveitar o potencial da IA e controlar os efeitos adversos”, lê-se num documento conjunto do G7 (grupo dos países mais industrializados), citado pela Agência France Presse (AFP).

O G7 quer ainda continuar a debater o potencial económico da IA, de modo a “aumentar a produtividade e o crescimento”. Segundo o mesmo comunicado, a IA pode oferecer novas oportunidades para melhorar a qualidade e eficiência dos serviços públicos. Contudo, isto também pode acarretar novos riscos, sobretudo, para o mercado de trabalho. Assim, o G7 promete “reforçar a resiliência cibernética” do setor financeiro.

O G7 é composto pelos Estados Unidos, Itália, Japão, Canadá, Grã-Bretanha, França e Alemanha.

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IL congratula-se com audição de Costa mas não o quer no Conselho Europeu

  • Lusa
  • 25 Maio 2024

"Não queremos esse legado (de António Costa) para a União Europeia", diz o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha.

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, congratulou-se hoje com a audição, pelo Ministério Público, do ex-primeiro-ministro António Costa no âmbito da “Operação Influencer“, mas sublinhou que não lhe reconhece mérito para presidir ao Conselho Europeu.

Em Braga, durante uma ação de campanha da IL para as Europeias, Rui Rocha acrescentou que o critério do partido não é a nacionalidade, mas sim o mérito e os resultados.

“E não lhe reconhecemos [a António Costa] mérito, depois da governação que teve em Portugal, com os serviços públicos degradados, com a incapacidade de fazer reformas estruturais, com uma situação de baixos salários persistente, com uma burocracia que está ligada também ao processo judicial que está em curso. Tudo isso é o legado de António Costa, nós não queremos esse legado para a União Europeia“, referiu.

Rui Rocha sublinhou que, em relação a cargos, a IL “não olha nunca às questões da nacionalidade”. “Este critério da nacionalidade nem sequer trouxe boas experiências, Durão Barroso contribuiu muito pouco para as instituições europeias e para Portugal, então, presumo que mesmo nada. O critério é o mérito e o resultado”, reiterou.

O ex-primeiro ministro António Costa foi ouvido na sexta-feira pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) sem que tenha sido constituído arguido no processo Operação Influencer.

Para Rui Rocha, “é a justiça a funcionar”. “Quando a justiça funciona, é sempre bom (…). Foi ouvido, ainda bem que foi ouvido, que teve oportunidade de esclarecer a sua visão dos factos, o que espero que é que a justiça funcione sempre e para todos”, disse o líder liberal.

A Operação Influencer levou na altura à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.

Existem ainda outros arguidos, incluindo o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente Nuno Lacasta, o ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a Start Campus.

O caso está relacionado com o projeto de construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus, a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, e a exploração de lítio no distrito de vila Real, em Montalegre e Boticas.

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