Grupo Amorim vai abrir investigação ao incêndio que deflagrou no novo hotel em construção do JNcQUOI

  • ECO
  • 7 Junho 2024

O fogo atingiu um edifício histórico no número 189 da Avenida da Liberdade, que estava a ser reabilitado para dar lugar ao JNcQUOI House, uma unidade hoteleira de luxo da Amorim Luxury.

O incêndio que deflagrou esta sexta-feira num edifício histórico na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que está a ser reabilitado para dar lugar ao hotel de luxo JNcQUOI House, do grupo Amorim Luxury, já havia sido dado como circunscrito, mas acabou por se propagar à cobertura do edifício, obrigando ao reforço de meios, segundo os bombeiros. O hotel tinha data prevista de abertura, em regime de ‘soft opening’, já nas próximas semanas, e embora esteja ainda por fazer a avaliação dos estragos, já se antecipa um atraso de meses para fazer a recuperação.

Jorge Trindade, chefe de turno do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, disse à Lusa que, neste momento, estão no local 14 veículos e 49 operacionais. Às 10h40, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa tinha dado o incêndio como circunscrito, mas, entretanto, “houve um agravamento e o fogo propagou-se à cobertura”, explicou a mesma fonte.

O trânsito está cortado na artéria lateral da Avenida da Liberdade, onde se situa o hotel em construção, bem como na Rua Barata Salgueiro, junto ao edifício, referiu o mesmo operacional, frisando que o trânsito continua a circular nas faixas centrais. O incêndio não causou quaisquer vítimas, mas “alguns operacionais” tiveram de ser assistidos por “inalação de fumo”, indicou a mesma fonte.

Entretanto, o grupo Amorim Luxury, liderado por Paula Amorim, e que tem a insgígnia JNcQUOI confirmou a ocorrência do incêndio, indicando que “deflagrou numa zona onde estavam a decorrer trabalhos de carpintaria” conduzidos “pela empresa de construção Huitre” e que deste “não resultaram feridos nem quaisquer danos pessoais” para os trabalhadores. Fonte oficial da Amorim Luxury, que já tinha indicado que iria “abrir um processo de investigação para apurar as causas que originaram este incidente”, adiantou ainda ao final da tarde que “pediu já à empresa construtora informação completa e detalhada sobre as causas que originaram o incidente”.

Localizado no número 189 da Avenida da Liberdade, o JNcQUOI House foi anunciado em 2021 e as primeiras previsões indicavam que o empreendimento seria inaugurado no primeiro trimestre de 2023. No entanto, a abertura foi adiada. Com um investimento de dez milhões de euros, este boutique hotel terá 21 quartos e foi outrora o Veneza Inn Lisbon.

(Notícia atualizada às 16h12 com nova informação por parte de fonte oficial da Amorim Luxury )

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Exportações aceleram em abril após queda no mês anterior

O défice da balança comercial aumentou para 2.357 milhões de euros em abril, registando o primeiro agravamento desde agosto de 2023, indica o INE.

As exportações portuguesas registaram um crescimento homólogo nominal de 15,5% em abril, a recuperarem do travão registado em março, adiantam os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas. O défice da balança comercial aumentou, em termos homólogos, 180 milhões de euros para 2.357 milhões de euros, o primeiro agravamento desde agosto de 2023.

Em abril de 2024, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +15,5% e +13,5%, respetivamente (-13,6% e -15,3%, pela mesma ordem, em março de 2024), revela o INE.

O instituto refere que os aumentos do comércio de combustíveis e lubrificantes se destacaram quer nas exportações, quer nas importações, com um crescimento de 56% nas exportações e de 22,1% nas importações. “No caso das importações, esta variação ficou a dever-se, essencialmente, aos aumentos em volume (+58,9%) e de preços (+8,1%) dos Óleos brutos de petróleo”, justifica.

Em termos de exportações, o INE refere um aumento da venda para o exterior de Material de transporte (+23,2%) e de Produtos alimentares (+31,9%). Nas importações, nota para os fornecimentos industriais (+9,0%) e de máquinas e outros bens de capital (+14,0%).

Excluindo Combustíveis e lubrificantes, em abril de 2024, registaram-se acréscimos de 12,5% nas exportações e nas importações (-13,6% e -12,8%, respetivamente, em março de 2024).

Primeiro aumento da balança comercial desde agosto de 2023

O défice da balança comercial atingiu 2.357 milhões de euros em abril de 2024, refletindo um aumento de 180 milhões de euros, em termos homólogos, o primeiro agravamento desde agosto de 2023. Face a março, o défice aumentou 719 milhões de euros.

Sem contabilizar combustíveis e lubrificantes, o défice da balança comercial totalizou 1 930 milhões de euros, o que corresponde a agravamentos de 216 milhões de euros face a abril
de 2023 e de 728 milhões de euros em relação ao mês anterior.

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Euribor a seis meses cai para novo mínimo depois de BCE cortar taxas

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

A taxa Euribor subiu a três e a 12 meses e desceu a seis meses para um novo mínimo desde 7 de junho do ano passado, depois de o BCE ter reduzido as taxas diretoras em 25 pontos base.

A taxa Euribor subiu esta sexta-feira a três e a 12 meses e desceu a seis meses para um novo mínimo desde 7 de junho do ano passado, depois de o BCE ter reduzido as taxas diretoras em 25 pontos base.

Com as alterações desta sexta-feira, as Euribor continuaram em valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que avançou para 3,759%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,735%) e da taxa a 12 meses (3,701%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, recuou esta sexta-feira para 3,735%, menos 0,009 pontos e um novo mínimo desde 7 de junho de 2023, depois de ter subido em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, avançou para 3,701%, mais 0,017 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu, ao ser fixada em 3,759%, mais 0,004 pontos, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

O BCE desceu na quinta-feira as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.

Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação. A média da Euribor em maio desceu a três, seis e 12 meses, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos. A média da Euribor em maio desceu 0,073 pontos para 3,813% a três meses (contra 3,886% em abril), 0,052 pontos para 3,787% a seis meses (contra 3,839%) e 0,021 pontos para 3,681% a 12 meses (contra 3,702%).

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Empresas vão ter apoios para acelerar investimentos verdes

Os apoios incluem o investimento em equipamentos para reforçar energias renováveis, baterias ou bombas de calor, com vista a melhorar a eficiência energética, contribuindo para uma economia net-zero.

As empresas vão ter acesso a financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para investir em projetos que visem acelerar a transição climática, direta e indiretamente associado à implementação de energias renováveis, diversificação das fontes energéticas, eficiência energética e descarbonização. Os apoios são definidos com taxas máximas que vão até 50%, no caso de projetos localizados nos Açores.

O Governo publicou esta sexta-feira, em Diário da República (DR), o Regulamento do Sistema de Incentivos designado “Apoio ao Desenvolvimento de Uma Indústria Ecológica“, proveniente da dotação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“O presente Regulamento cria o sistema de incentivos “Apoio ao Desenvolvimento de Uma Indústria Ecológica”, que tem como objetivo promover e apoiar financeiramente projetos que visem aumentar a capacidade produtiva das empresas na produção de tecnologias diretamente associadas à promoção de energias renováveis, eficiência e diversificação energética e descarbonização, em alinhamento com as metas do Plano Nacional de Energia e Clima 2030, com os objetivos do Plano Industrial do Pacto Ecológico Europeu e com o plano RePowerEU”, refere o documento publicado em DR.

O documento explica que, “no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Portugal definiu um conjunto de investimentos e reformas que contribuem para as seguintes dimensões: resiliência, transição climática e transição digital”, o que levou o Executivo a aumentar os fundos disponíveis para apoiar o desenvolvimento de uma indústria ecológica.

“Os investimentos a apoiar pretendem ainda traduzir-se num contributo para o crescimento sustentável e competitividade das empresas e da economia, encontrando-se alinhados, quando relevante, com a iniciativa IPCEI (Important Projects of Common European Interest) da Comissão Europeia”, adianta o regulamento.

Em termos de projetos, são considerados investimentos em investimentos em setores-chave para a transição energética e para uma economia net-zero, permitindo o apoio ao investimento no fabrico de equipamentos estratégicos, nomeadamente:

  • Produção de equipamentos pertinentes para a transição climática, que devem estar diretamente ligados à energia solar fotovoltaica e à energia solar térmica, aos eletrolisadores e às células de combustível, à energia eólica terrestre e às energias renováveis ao largo, ao biogás/biometano sustentável, às baterias e ao armazenamento, à captura e armazenamento de carbono, às bombas de calor, à eficiência energética, à energia geotérmica ou a soluções de rede;
  • Produção de componentes essenciais concebidos e utilizados principalmente como insumos diretos para a produção dos equipamentos definidos na alínea anterior;
  • Produção ou recuperação de matérias-primas críticas conexas necessárias para a produção dos equipamentos e dos componentes essenciais definidos nas alíneas anteriores.

São elegíveis despesas constituídas para construção de edifícios ou instalações; obras de adaptação; custos de aquisição de máquinas e equipamentos, custos diretamente atribuíveis para os colocar na localização e condições necessárias para o seu funcionamento; ou, equipamentos informáticos incluindo software necessário ao seu funcionamento. As empresas podem ainda obter apoios para despesas relacionadas com aquisição de patentes ou licenças.

Os apoios são atribuídos sob a forma de incentivo não reembolsável, sendo aplicáveis as taxas máximas de cofinanciamento definidas em função das regiões onde se encontram (ver tabela abaixo).

Por outro lado, “os outros custos não financiados no âmbito das categorias de auxílios do RGIC são apoiados ao abrigo do Regulamento (UE) 2023/2831 da Comissão, de 13 de dezembro de 2023 (Auxílios de Minimis), com o limite máximo de 300 mil euros durante três anos por empresa única”.

Caberá ao IAPMEI analisar as candidaturas.

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Governo assina contratos para construir e reabilitar 193 centros de saúde a Norte com verbas do PRR

Contratos assinados esta semana são referente a uma segunda fase do PRR para projetos de construção e de requalificação de infraestruturas de cuidados de saúde primários, num total de 261 projetos.

Os ministros da Saúde e da Coesão assinam esta sexta-feira os contratos para construção ou requalificação de 193 centros de saúde, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no Norte e Centro do país. Depois dos 68 contratos assinados na passada terça-feira, fica assim concluída a assinatura de contratos nesta área, estando prevista para a próxima semana a assinatura dos contratos área da habitação. O objetivo é acelerar a execução do PRR e tentar garantir que dois mil milhões de euros em obras são colocados no terreno até ao outono.

“Estão em causa 193 projetos (141 no Norte e 52 no Centro), que envolvem 89 municípios e duas entidades o Serviço Nacional de Saúde (ULS Nordeste e ARS Centro), num total de 196,7 milhões de euros de investimento”, detalha um comunicado conjunto dos Ministérios da Saúde e da Coesão.

Depois de ter assinado contratos para a construção e requalificação de centros de saúde, o ministro Adjunto e da Coesão disse aos jornalistas, citado pela Lusa, que “não é preciso construir à pressa, nem fazer coisas mal feitas”, mas admitiu que para cumprir prazos tem de se fazer “depressa, mas bem”.

Os contratos assinados esta semana são referente a uma segunda fase do PRR para projetos de construção e de requalificação de infraestruturas de cuidados de saúde primários, num total de 261 projetos e de 271,5 milhões de euros de investimento, explica a mesma nota.

Portugal comprometeu-se com Bruxelas, no âmbito do PRR, a criar 124 novos centros de saúde familiares e a requalificar 347 unidades já existentes, “com investimentos de 272,8 milhões de euros e de 274,9 milhões de euros, respetivamente”. No total, o investimento supera os 547 milhões de euros.

Na assinatura dos contratos referentes a 68 projetos localizados em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, o ministro da Coesão fez um pedido aos representantes de câmara presentes: celeridade em colocar as obras no terreno.

“Ao assinar estes contratos, peço uma contrapartida”, disse Manuel Castro Almeida. “Da mesma forma que houve diligência da nossa parte na apreciação das candidaturas, peço a mesma diligência no lançamento dos concursos públicos”, disse o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, recordado que estas são obras que têm de estar prontas até 30 junho de 2026. “Temos de lançar os concursos no verão para as obras estarem no terreno em outubro”, reiterou. Uma mensagem que repetiu esta sexta-feira no Porto. “Neste momento estamos no tempo certo. Se acontecer uma calamidade pode haver atrasos, mas estamos a trabalhar para que em junho de 2026 estas obras estejam prontas”, referiu.

Na próxima semana serão assinados com os autarcas os contratos para a construção e reabilitação de casas. Assinaturas desbloqueadas depois de haver acordo com os autarcas para que estes assinem termos de responsabilidade que vão permitir às autarquias agilizar medidas de habitação. No PRR está definido o financiamento de 26 mil casas, que terá de estar concluídas também até 2026.

Estes termos de responsabilidade por parte dos autarcas foram usados também na construção e reabilitação dos centros de saúde. O ministro Adjunto e da Coesão Territorial explicou esta sexta-feira que foi usado um método novo na avaliação das candidaturas de forma a acelerar o processo, porque usando o tradicional demorar-se-ia “muitos meses”, disse. “O que fizemos foi pedir às câmaras para garantir a veracidade das candidaturas e fazemos ajustamento aos contratos no decorrer das obras. Para cumprir prazos foi preciso inovar nas rotinas”, referiu.

E, tal como o ministro Adjunto e da Coesão revelou ao ECO, caso o IHRU venha a determinar acertos nos projetos autorizados pelas câmaras isso não dará lugar a qualquer tipo de penalização.

Com a conclusão destas três levas de contratos, a semana anterior foi dedicada aos contratos para a construção e reabilitação de escolas, o Governo garante, pelo seu lado, os aspetos necessários para garantir que serão lançados dois mil milhões de euros em obras públicas até ao verão. Caso tal não aconteça, Portugal arrisca não conseguir cumprir as metas e marcos definidos no PRR, tal como já tinha alertado o responsável no segundo encontro anual do PRR.

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Economia da Zona Euro cresce 0,4% no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro cresceu 0,4% e o da União Europeia (UE) 0,5% no primeiro trimestre, em termos homólogos, segundo o Eurostat.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,4% na Zona Euro e 0,5% na União Europeia (UE) no primeiro trimestre, em termos homólogos, segundo dados do Eurostat. De acordo com a informação divulgada esta sexta-feira, na comparação com os três últimos meses de 2023, o PIB subiu 0,3% em ambos os casos.

Nos últimos três meses de 2023, o PIB da Zona Euro subiu 0,2% na comparação homóloga e recuou 0,1% na trimestral, enquanto na UE avançou 0,3% e manteve-se estável, respetivamente.

Fonte: Eurostat

Entre os Estados-membros, na comparação com o mesmo trimestre de 2023, entre janeiro e março, a economia de Malta foi a que mais cresceu (4,6%), seguida da da Croácia (3,9%) e de Chipre (3,4%), enquanto a Irlanda (-5,9%), a Áustria (-1,3%) e a Finlândia (-1,2%) apresentaram os maiores recuos.

Na variação trimestral, Malta (1,3%) registou o maior avanço, seguida por Chipre (1,2%) e pela Croácia e no outro extremo estão a Dinamarca (-1,8%), a Estónia (-0,5%) e os Países Baixos (-0,1%).

A economia portuguesa cresceu, nos primeiros três meses do ano, 1,5% na comparação homóloga e 0,8% na trimestral.

 

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Sem poder local, não há cultura que resista

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  • 7 Junho 2024

Empresários, produtores e agentes culturais lamentam falta de apoios do Estado central, enquanto autarcas garantem que é possível fazer mais.

Resiliência é a palavra que melhor caracteriza o espírito de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, são agentes da cultura em Portugal. Esta foi, de resto, a principal conclusão da conferência Cultura e os Desafios do Poder Local, organizada na quarta-feira pela Junta de Freguesia de Santo António, em Lisboa, e que juntou empresários, decisores e autarcas. “O investimento público na cultura não é um gasto, é um investimento”, sublinhou Vasco Morgado, líder da freguesia e ele próprio um filho de atores de teatro.

O evento, que contou com a participação de Carlos Moedas, procurou refletir sobre os principais desafios do setor e, sobretudo, encontrar caminhos para a sua resolução. Entre eles, o financiamento, que continua a ser o maior calcanhar de Aquiles e o obstáculo mais difícil de ultrapassar. Não fosse a intervenção das autarquias locais e a saúde cultural seria ainda mais deficitária, asseguram os empresários. “No nosso dia a dia, o poder local tem um papel fundamental. Faz com que muitas coisas possam acontecer”, apontou Ana Rangel, produtora da Plano6.

“Os municípios têm um papel fundamental”, reconheceu Isaltino Morais que, enquanto presidente da Câmara Municipal de Oeiras, diz ser preciso maior cooperação entre autarquias para dar força à área da cultura. “Não temos ainda uma cultura de cooperação entre todos. Portugal seria muito mais rico se pudéssemos compartilhar aquilo que cada um de nós faz”, concretizou.

Em Lisboa, afirmou Vasco Morgado, só nos últimos 15 anos “fecharam nove salas de espetáculos” e há quase três décadas que “o Parque Mayer não tinha três salas a funcionar ao mesmo tempo”. “A seguir à indústria farmacêutica, a indústria cultural é a que faz gerar mais dinheiro no mundo. É preciso não ter medo de investir na cultura”, insiste o responsável da Junta de Freguesia de Santo António. A política de Carlos Moedas para instalar um teatro em cada bairro já permitiu, adiantou o próprio durante a conferência, “fazer seis teatros” espalhados pela cidade – e mais se seguirão, garantiu.

Mas se parece consensual que faltam apoios do Estado central à cultura e que é o poder local que procura colmatar essa falha, os participantes acreditam ainda ser necessário rever a lei do mecenato. “A lei do mecenato está absolutamente obsoleta e devia ser revista”, critica Ana Rangel. Paulo Dias, fundador da produtora UAU que adquiriu o Teatro Tivoli, concorda e disse mesmo que “as empresas portuguesas não estão vocacionadas para apoiar projetos privados”.

Menos burocracia, mais incentivo

Para lá da dimensão financeira, há outros desafios que impedem o livre desenvolvimento da atividade cultural em Portugal. Um dos maiores é o nível de burocracia a que, muitas vezes, os projetos estão obrigados. “Há muita gente a desistir por causa do quão complexo é conseguir obter um licenciamento para um evento. Vou fazer eventos lá fora e não tenho de fazer 30 licenciamentos”, lamentou Paulo Silva, CEO da produtora New Sheet.

É preciso ser muito determinado para ser empresário da cultura em Portugal”, confessou Luís Montez, o fundador da Everything Is New e responsável por muitos dos principais festivais de música em território nacional. Para o empresário, é preciso não apenas apostar na divulgação da cultura portuguesa nos palcos internacionais, mas também rentabilizar a ligação entre turismo e cultura. “Tem de haver um esforço para exportar a nossa cultura. Tem de haver um esforço de divulgação”, acrescentou.

Nas Festas de Lisboa, que arrancaram no início deste mês, uma grande parte do público já é composto por turistas que visitam a cidade, confirmam o presidente da Lisboa Cultura (antiga EGEAC), Pedro Moreira, e o coordenador da Marcha da Bica, Pedro Duarte. O líder da empresa municipal da cultura reconheceu, porém, ser necessário conseguir um “equilíbrio” entre o crescimento turístico – que é desejável – e a preservação das características locais que atraem visitantes ao território. “O nosso papel é criar mecanismos para trabalhar com os vários promotores culturais para a criação e desenvolvimento destes projetos”, disse Pedro Moreira.

“Centralização da cultura é erro crasso”

Carlos Abreu Amorim, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, marcou presença na sessão de encerramento da conferência para reforçar o compromisso do atual executivo para com a cultura. “Na cultura, compete ao Estado elaborar o desenho geral e criar as condições logísticas, financeiras e humanas para que os diversos agentes do setor possam executar as premissas básicas pretendidas”, disse. O responsável político concretizou, defendendo que a “centralização da cultura é um erro crasso” e que é importante assegurar as ferramentas necessárias para que, a nível local, se possa apoiar a produção.

“Na verdade, o Governo reconhece o muito que têm feito os nossos autarcas para conseguir proporcionar e disponibilizar às suas populações a eventos culturais e a uma verdadeira política de cultura”, assinalou.

Carlos Abreu Amorim garantiu que “o Governo está empenhado” em combater “o centralismo cultural”, mas adiantou também que é necessário resolver problemas antigos, em particular no que respeita à vida dos agentes culturais. “É fundamental corrigir o estatuto dos profissionais da cultura com vista à melhoria e à sua dignificação”, rematou.

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Notários disponibilizam cartórios para ajudar nos processos de migrantes

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

Ordem dos Notários enviou proposta à ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice em que disponibiliza a rede de cartórios para “colaborar no Plano de Ação para as Migrações”.

A Ordem dos Notários propôs ao Ministério da Justiça disponibilizar a sua rede de cartórios para descongestionar os serviços públicos relativamente aos cerca de 400 mil processos de regularização de migrantes pendentes.

“A resolução de pendências e situações irregulares, que se quantifica em mais de 400 mil processos, exige uma resposta rápida que nunca poderá ser alcançada com os recursos atuais do Estado, por insuficiência dos mesmos, ou com a contratação de novos recursos, pois o seu tempo de formação importará uma morosidade previsível”, lê-se na proposta da Ordem dos Notários enviada à ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que disponibiliza a rede de cartórios para “colaborar no Plano de Ação para as Migrações”.

A Ordem sublinha a dimensão e capacidade da rede, com “aproximadamente 500 balcões de atendimento público, com horário de atendimento definido por lei, com um arquivo público e todas as obrigações inerentes à função de oficiais públicos”, assim como os 563 notários e cerca de 1.500 trabalhadores “com especial formação académica e prática para a análise de documentos e sua apreciação legal”.

A Ordem dos Notários argumenta que os cartórios têm plataformas digitais ligadas às plataformas do Estado e que a rede de balcões nacional “ajudaria em muitos casos a criar uma resposta mais humanizada e a retirar a enorme pressão aos demais balcões do Estado que já estão, em muitos casos, em situação de rutura, mesmo sem este acréscimo de trabalho”.
“Logo, vimos propor ao Governo, através do Ministério da Justiça, que avalie a presente proposta pois a mesma permitiria implementar uma resposta rápida, tecnicamente e tecnologicamente segura e sem dúvidas no que respeita à avaliação imparcial dos processos”, conclui a proposta assinada pelo bastonário Jorge Batista da Silva.

No Plano de Ação para as Migrações, aprovado na segunda-feira em Conselho de Ministros, o Governo pôs fim ao regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência e anunciou a criação de uma estrutura de missão para regularizar processos pendentes, estimados em 400 mil.

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Operação Babel: Supremo nega pedido de libertação imediata do empresário Paulo Malafaia

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de libertação imediata do empresário do ramo imobiliário Paulo Malafaia, um dos arguidos da Operação Babel.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de libertação imediata do empresário do ramo imobiliário Paulo Malafaia, um dos arguidos da Operação Babel, que investiga um alegado esquema de corrupção em processos de licenciamento urbanístico em Gaia. O STJ indeferiu o pedido de ‘habeas corpus’, por falta de fundamento, julgando-se a petição “manifestamente infundada”.

A defesa de Paulo Malafaia tinha requerido a “libertação imediata” do arguido, alegando que até ao dia 24 de maio, não tinha sido foi notificada da acusação “dita deduzida no dia 16 de maio”, o que viria a acontecer após a apresentação da petição.

No entanto, os juízes conselheiros entenderam que a prisão “não se mantém atualmente para além dos prazos fixados por lei”, considerando que o que releva para efeitos de determinação do termo do prazo de prisão preventiva é a data em que a acusação é deduzida, e não a data em que é notificada ao arguido.

“Proferido o despacho de acusação, a data a considerar para determinação do tempo de duração máxima da prisão preventiva passou a ser a da decisão instrutória, se for requerida a instrução, ou a da condenação em 1.ª instância, as quais devem ocorrer dentro de um ano e quatro meses ou de dois anos e seis meses, respetivamente, consoante o caso”, refere o acórdão do STJ.

A Operação Babel resultou na detenção de sete pessoas em 16 de maio de 2023, incluindo o então vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, o empresário Paulo Malafaia e o fundador do grupo Fortera, Elad Dror.

Entre os arguidos estão também o advogado João Lopes, Luísa Aparício, que à data dos factos dirigia a Direção Municipal de Urbanismo e Ambiente da Câmara de Gaia, um economista espanhol e 10 sociedades, a maioria pertencente ao Grupo Fortera, com capitais israelitas e ligado aos negócios e à promoção imobiliária.

O processo está relacionado com a suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

A investigação sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia, promotor imobiliário, “combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul”, contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais, como relógios.

O antigo autarca de Gaia, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de cinco crimes de corrupção passiva, de quatro crimes de prevaricação, um de participação económica em negócio, um de tráfico de influência, um de abuso de poderes, um de branqueamento e de quatro crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem.

O empresário ligado ao ramo imobiliário Paulo Malafaia, que também está sujeito à medida de coação mais gravosa, está acusado de três crimes de corrupção ativa, de três crimes de prevaricação, um de participação económica em negócio, um de branqueamento, um de tráfico de influência, um de abuso de poderes e de quatro crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem.

O MP acusou ainda Elad Dror de cinco crimes de corrupção ativa, de quatro de prevaricação, um de participação económica em negócio, um de branqueamento, um de tráfico de influência e de quatro crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem.

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Carlos Moedas: “A cultura tem de estar no centro de qualquer projeto”

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  • 7 Junho 2024

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas foi um dos convidados da conferência “A Cultura e os Desafios do Poder Local”, organizada, esta quarta-feira, pela Junta de Freguesia de Santo António.

Se a cidade é um organismo vivo, a cultura é o seu sistema sanguíneo. A metáfora foi usada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa durante o discurso de abertura da conferência “A Cultura e os Desafios do Poder Local”, que decorreu esta quarta-feira no Parque Mayer, com organização da Junta de Freguesia de Santo António. “Tenho grande orgulho em estar aqui no Parque Mayer que, desde os anos 90, não tinha três teatros a funcionar ao mesmo tempo, e nós conseguimos”, sublinhou Carlos Moedas.

Os ganhos são da população, que tem agora mais oferta cultural naquele espaço, mas os louros são partilhados com Vasco Morgado, presidente da freguesia, também ele com raízes ligadas ao teatro. “Como sabem, a cultura é um tema que me diz muita coisa. Estamos bem no coração da cidade e estamos naquele que foi considerado, durante muitos anos, o coração da cultura do país”, afirmou Vasco Morgado. A tarefa, porém, não foi fácil. “Foi uma grande luta. Houve muitas pessoas que queriam fazer projetos enormes, megalómanos, e o Vasco é um homem pragmático. A cultura precisa desse pragmatismo”, reforçou Moedas.

Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Esta é, assegurou, a visão que tem para a cidade e que se traduz no programa municipal Um Teatro em Cada Bairro – uma rede de equipamentos culturais pensados para levar cultura a todos os cantos da cidade, assente num modelo de gestão de parceria com entidades culturais coletivas. “A cultura tem de estar no centro de qualquer projeto”, apontou, lembrando que, ao longo de dois anos de mandato, foi possível “fazer seis teatros”.

Carlos Moedas insistiu ser necessário apostar na tríade “inovação, cultura e cuidar das pessoas”, uma equação que só funciona em conjunto e essencial para alimentar o emprego, a economia e até o enriquecimento das características culturais de Lisboa. “Uma das ideias que tive desde o início era termos um passe de cultura para os mais novos e para os mais velhos. Hoje, mais de 20 mil pessoas utilizaram esse passe e não pagaram entrada nos nossos muitos equipamentos”, destaca. Este é um projeto em parceria com a Lisboa Cultura – a nova designação da empresa municipal EGEAC – que mostra o que o autarca quer para a capital. “É esse o caminho que queremos para Lisboa”, rematou.

A conferência “A Cultura e os Desafios do Poder Local”, organizada pela Junta de Freguesia de Santo António, com apoio do ECO enquanto media partner, dedicou a programação à reflexão sobre o papel dos autarcas no apoio, na dinamização e incentivo às atividades culturais, mas também sobre as oportunidades que o setor tem pela frente.

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Municípios exigem ao Governo revisão da Taxa de Gestão de Resíduos

Municípios exigem ao Governo a revisão da Taxa de Gestão de Resíduos. Receiam que os cidadãos sejam penalizados e vejam agravada a fatura da tarifa a pagar.

A presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) receia que os cidadãos sejam penalizados e vejam agravada a fatura da tarifa de resíduos a pagar em virtude do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU) 2030. E vai pedir ao Governo a revisão da Taxa de Gestão de Resíduos (TRG) que os municípios pagam, alertando também para um possível “colapso” dos aterros no país. Luísa Salgueiro vai transmitir, a 24 deste mês, estas preocupações à ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, segundo avançou ao ECO/Local Online.

“Temos agendada uma reunião com a senhora ministra do Ambiente para o próximo dia 24, exatamente para levarmos as nossas preocupações. Portugal tem metas a atingir no âmbito do PERSU. As câmaras estão a aprovar os seus planos de ação para cumprir essas metas; o que significa mais encargos, que vamos ter custos superiores“, aponta Luísa Salgueiro.

Portugal tem metas a atingir no âmbito do PERSU. As câmaras estão a aprovar os seus planos de ação para cumprir essas metas; o que significa mais encargos, que vamos ter custos superiores.

Luísa Salgueiro

Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses

O PERSU 20230 define a política de gestão de resíduos urbanos para o país, até 2030, para aumentar a preparação para reutilização para a reciclagem, reduzindo consumo de matérias-primas primárias e evitando o envio de resíduos para aterros. A presidente da ANMP receia que esta medida se reflita depois na tarifa dos resíduos que as autarquias cobram aos cidadãos. “Temos a preocupação de não impactar este preço nas comunidades, não repercutir na população“, sobretudo numa altura que as famílias vivem um difícil contexto económico, afirmou.

Num documento a que o ECO/Local Online teve acesso – aprovado a 16 de abril deste ano em conselho diretivo da ANMP e depois apresentado ao Governo a 30 de abril –, a associação reivindica, por isso, a revisão da Taxa de TRG que os municípios pagam. As autarquias querem evitar que o aumento previsto se reflita nas tarifas a pagar pelos cidadãos. E acabam por ver em risco as finanças municipais para que os munícipes não tenham de ver a fatura das tarifas dos resíduos aumentada.

“Cruzando com a TGR, enquanto taxa de deposição de resíduos em aterros, a verdade é que o país não planeou ou investiu o suficiente em alternativas a aterros que legitime um agravamento de 218% em quatro anos. É incomportável para os municípios e onera os orçamentos familiares. Deve ser revista”, lê-se no mesmo documento.

Ainda assim, o PERSU2030 prevê também a devolução da TGR aos municípios, “para reinvestimento em projetos que promovam a recolha seletiva e o tratamento na origem de biorresíduos”.

O Governo quer aliviar o peso da gestão dos resíduos nos cofres municipais com o futuro sistema de compensação e reembolso que entra em funcionamento até ao final deste ano, avançou, na última terça-feira, o secretário de Estado do Ambiente ao ECO/Local Online. Uma parte da verba do novo sistema deverá reverter a favor das câmaras municipais. Emídio Sousa receia que “qualquer dia as finanças municipais colapsem” face aos custos elevados que têm de suportar com todo este processo.

“Atualmente os únicos que pagam os resíduos são os municípios, desde a recolha, transporte, separação até à deposição em aterro, e já começaram a perceber que os custos estão a ficar de tal forma elevados que qualquer dia as finanças municipais colapsam”, afirmou o governante, num evento no Porto.

Cruzando com a TGR, enquanto taxa de deposição de resíduos em aterros, a verdade é que o país não planeou ou investiu o suficiente em alternativas a aterros que legitime um agravamento de 218% em quatro anos. É incomportável para os municípios e onera os orçamentos familiares.

Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANM)

E o rol de reivindicações não ficam por aqui: “Temos dificuldades neste momento porque os aterros estão esgotados. É preciso uma nova estratégia para o destino dos resíduos”, sublinha Luísa Salgueiro, e alerta para o facto de “alguns sistemas estarem a entrar em colapso“.

Por isso, lê-se no mesmo documento, “é urgente e incontornável” encontrar respostas para os aterros que têm a capacidade no limite “sob pena de colapso e retrocesso“. A ANMP avisa mesmo que “as metas de deposição em aterro de cerca de 10% do total dos resíduos urbanos se encontrarem muito longe de ser cumpridas (57% de acordo com os últimos dados), e a capacidade dos aterros existentes em Portugal estão em vias de esgotamento da sua capacidade”.

A ANMP também reclama o facto de “as tarifas em alta estarem também insustentáveis, em particular para os municípios do universo EGF”. Diz mesmo que “sofreram aumentos insuportáveis” principalmente depois da pandemia da Covid-19 e do disparar dos “custos devido à elevada inflação e aos aumentos da TGR”.

Liderada pela autarca de Matosinhos, a associação chama a atenção para o facto de “desde 2020 até ao presente, em muitos sistemas as tarifas muito mais que duplicaram“. Aponta mesmo como exemplo os “aumentos de 176% no caso do Algarve (ALGAR), de 160% no caso do Centro (ERSUC) e de 137% no Norte (RESINORTE)”. Por tudo isto, “urge refletir sobre um novo modelo que permita a sustentabilidade das entidades gestoras e a prática de tarifas economicamente ajustadas à capacidade de as suportar“.

Adiamento dos valores de contrapartida causa prejuízos de 40 milhões

Outra exigência é a entrada em vigor “o mais rápido possível” dos novos valores de contrapartida (VC) a pagar pelas entidades gestoras do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (a Sociedade Ponto Verde, Novo Verde e Eletrão) aos municípios/sistemas de gestão de resíduos urbanos (SGRU) que foram prorrogados para junho deste ano. Durante 2023, estes valores tinham sido consensualizados, com todo o setor que passariam “a melhor compensar os municípios/ sistemas pelos custos da recolha seletiva e da triagem, no âmbito da responsabilidade alargada do produtor”.

Este adiamento “acarreta prejuízos económicos graves, calculados na ordem dos 40 milhões de euros”, assegura a ANMP.

Por fim, a associação diz que “são imprescindíveis mais investimentos/ financiamentos na recolha seletiva de separação de biorresíduos, pois nem mesmo as melhores práticas nacionais conseguem aproximar-se dos objetivos e metas fixadas”.

Câmaras devem intervir no licenciamento de captações de água

Já no que concerne ao setor da água, a ANMP defende “a intervenção dos municípios no processo de licenciamento de captações de água, hoje exclusivamente da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”.

Defende ainda a aplicação de abordagens integradas e ajustadas a cada território. “O princípio da recuperação de custos dos serviços de águas e de águas residuais deve ser repensado e adequado à realidade económica e social de cada território, numa lógica de serviço público e não numa lógica puramente económico-financeira”.

A eficiência dos sistemas com redução das perdas de água e otimização da capacidade instalada é outra das reivindicações “o que exige que se acabe com a imposição de modelos de escala/agregação de sistemas no acesso a fundos europeus, limitação prevista no PENSAARP 2030, não respeitando a diversidade de problemas e dinâmicas que o desafio da gestão do recurso água apresenta nas distintas zonas do território”.

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Azeite e bacalhau entre os alimentos mais falsificados e apreendidos pela ASAE

  • Lusa
  • 7 Junho 2024

ASAE fiscalizou em 2023 mais de 20 mil empresas com atividade na área alimentar e concluiu que o azeite e o bacalhau são dos produtos mais falsificados, mas não só. Desconfie do preço.

Azeite, pescado, bacalhau, carnes, queijo e produtos lácteos são dos produtos alimentares mais falsificados e apreendidos pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que fiscalizou em 2023 mais de 20 mil empresas com atividade na área alimentar.

Apesar de o setor agroalimentar beneficiar de um sistema de grau e nível de sofisticação tecnológica muito avançado, segundo disse à Lusa a subinspetora-geral Filipa Melo Vasconcelos, o combate neste domínio tem sido feito eficazmente pela ASAE.

Nos últimos dois anos, os inspetores da ASAE fiscalizaram mais de 38.500 operadores económicos e efetuaram 560 suspensões, a maioria por falta de requisitos de higiene, e abriram 383 processos-crime e 3.450 processos de contraordenação relativos à segurança alimentar.

O balanço, feito pela ASAE a propósito do Dia Mundial da Segurança Alimentar, que se assinala esta sexta-feira, destaca como principais ilícitos criminais no setor alimentar a fraude sobre mercadorias e os géneros alimentícios falsificados ou “avariados”, como define a lei, e impróprios para consumo.

Azeite é misturado com óleos. Desconfie do preço, aconselha a ASAE

Só em maio, a ASAE apreendeu cerca de 450 litros de azeite falsificado perto da cidade de Lisboa, comercializado através das redes sociais, 10.700 litros de azeite, vinho e mel num armazém ilegal no distrito de Viseu e cinco toneladas de produtos de pesca congelados em Ílhavo, no distrito de Aveiro.

No caso do azeite, com a subida de preço e a escassez no mercado, regista-se um aumento de falsificações cuja motivação económica leva a efetuar misturas de outros óleos vegetais, fazendo-o passar por azeite, praticando uma fraude.

Atentos ao fenómeno, e ao facto de as fraudes aumentarem em anos de maior crise, por fenómenos pandémicos, guerras ou migrações, a ASAE tem apostado na deteção destes casos, beneficiando, segundo a subinspetora-geral, de cada vez mais know-how e um corpo inspetivo mais bem preparado, contando ainda com o braço cientifico laboratorial que lhe permite detetar as fraudes.

Aos consumidores, Filipa Melo Vasconcelos recomendou a leitura dos rótulos dos alimentos, a compra em locais de confiança e alertou que é impossível, quando o azeite é pago a seis ou sete euros por litro ao produtor, aparecer no mercado por quatro ou cinco euros o litro, sendo motivo para desconfiar de fraude.

Mas estes casos não são a maioria e a subinspetora-geral lembrou que a Europa é considerada “o espaço mais seguro do mundo em termos de segurança alimentar”, devido a um sistema normativo que garante que o sistema global de alimentação na Europa funciona em toda a cadeia alimentar e é fiscalizado.

“Hoje é mais eficaz e consegue-se retirar do mercado mais produto sujeito a manipulações e a práticas fraudulentas”, concluiu.

Também para reforçar a segurança alimentar, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) lançou em 18 países da União Europeia, incluindo Portugal, a campanha #Safe2Eat 2024, para capacitar os consumidores europeus quanto a escolhas alimentares seguras.

O objetivo da campanha é, além de promover um estilo de vida saudável, alertar para a importância da segurança dos alimentos e da necessidade de comprovar cientificamente as alegações de saúde e para a manipulação correta dos alimentos, visando a higiene e o manuseamento correto.

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