Coverflex lança a sua primeira campanha comparando “fun facts” com as vantagens do seu cartão 

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  • 10 Julho 2024

A campanha, outdoor, marca presença nas ruas de Lisboa e Porto, na estação de metro do Oriente e nos comboios da Fertagus. Esta é a primeira vez que a Coverflex compra espaço publicitário.

A Coverflex, na sua primeira campanha, expõe algumas curiosidades, destacando as vantagens e benefícios do seu cartão ao compará-lo com esses “fun facts.

Sob o mote “É incrível, mas é verdade!”, a fintech portuguesa dedicada à compensação flexível aborda factos como a possibilidade de transformar manteiga de amendoim em diamantes, a existência de um restaurante gourmet na Antártida ou a possibilidade de cultivar alfaces no espaço, para os comparar com as vantagens do cartão Coverflex.

Com esta campanha, queremos principalmente dar a conhecer a Coverflex a mais trabalhadores, queremos pô-los a imaginar o que seria ter todas estas funcionalidades nas pontas dos dedos – e queremos, depois, que vão aos seus departamentos de recursos humanos deixar a dica”, diz João Mendes, marketing manager da Coverflex para Portugal e responsável pela gestão da campanha, citado em comunicado.

“A intenção é que todos – trabalhadores e empregadores – descubram as vantagens que o cartão oferece, que são, de facto, incríveis. Por isso, cruzamos o lado divertido com a vertente informativa, características que fazem claramente parte da nossa identidade da nossa marca“, acrescenta.

A campanha, outdoor, é visível nas ruas de Lisboa e Porto, com mupis tradicionais e digitais, durante o mês de julho. A parede e escadas de acesso à plataforma da estação de metro do Oriente, em Lisboa, ou a parte exterior dos comboios da Fertagus também contam com declinações da campanha. Esta é a primeira vez que a Coverflex compra espaço publicitário.

A ativação foi desenvolvida internamente pela equipa da Coverflex, com estratégia e copywriting do brand executive, Francisco Peres.

“O insight que nos inspirou partiu do nosso produto mais básico: numa categoria onde já todos tivemos más experiências, um cartão refeição que funciona mesmo e funciona praticamente em todo o lado parece quase bom demais para ser verdade,” refere o profissional.

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Rui Leão Martinho vai liderar uma nova seguradora de saúde

A Mútua Portuguesa de Saúde será anunciada em setembro como nova concorrente para o mercado de seguros de saúde. Vai ser uma cooperativa e junta nomes dos setores seguradores e da saúde.

Em setembro vai ser anunciada a Mútua Portuguesa de Saúde (MPS), uma cooperativa promovida por Rui Leão Martinho, ex-bastonário da Ordem dos Economistas, que promete ser uma concorrente de peso para a Multicare, Médis e Advance Care em seguros de saúde. Para encontrar lugar destacado no crescimento do setor, ECOseguros apenas apurou que a estratégia da MPS será “disruptiva”.

Nelson Rianço será o CEO da nova seguradora enquanto Rui Leão Martinho vai presidir ao Conselho de Administração.

Os promotores já investiram 4,4 milhões de euros na formação da empresa, destacando-se entre eles a prestadora de serviços de saúde Future HealthCare, a Corporation Financiera Azuaga, que detém em Portugal a seguradora de caução Azuaga, o grupo Germano de Sousa e fundos de investimento liderados pelo empresário Duarte Costa através da Sociedade de Capital de Risco 3XP Global.

Entre os promotores contam-se ainda a Associação Nacional de Farmácias (ANF), com mais de 2.700 farmácias associadas, e a Apifarma, associação de 116 empresas da indústria farmacêutica. De futuro será constituída uma sociedade mútua para agregar todos os associados, que numa fase inicial serão empresas e só depois particulares.

Na administração sabe-se que Rui Leão Martinho é o chairman e Nelson Rianço será o CEO. Rianço, após ligação antiga ao setor através do Santander Seguros e das companhias Aegon Santander, está hoje na administração da Future HealthCare que ainda contribui para a gestão com José Pina fundador e CEO, a CFO Patrícia Sá da Costa e a COO Ana Rodrigues.

Ainda no topo da gestão estarão Duarte Costa e Luís Coelho de Lemos pelos fundos da 3XP, Germano de Sousa, e João Almeida Lopes, presidente da Apifarma e do grupo farmacêutico Medinfar. Também na administração estará Eurico Castro Alves, médico e académico, ex- presidente do Infarmed, indigitado secretário de Estado da saúde para o 2º governo de Passos Coelho que foi bloqueado pela geringonça em 2015.

No Conselho Fiscal a presidência será de Eduardo Alves da Silva, atual CFO do grupo Sovena, tendo como vogal a financeira Astrid Sauer.

Concorrente forte para Multicare, Médis e Advance Care

O propósito da MPS, segundo apurou ECOseguros, é entrar num mercado de seguros de saúde que em 2023 atingiu 1.350 milhões de euros em prémios captados e já este ano a crescer 15%. É liderado pela Fidelidade com cerca de 36% do mercado de produção, gerindo os seguros de saúde através da Multicare, em conjunto com as marcas Fidelidade e Ok! Seguros.

O outro lado do negócio é a gestão dos sinistros e, após a Multicare, está com cerca de 28% do mercado a Médis, do Grupo Ageas Portugal, que gere os seguros de saúde das marcas Ageas Seguros, CA Seguros, Zurich, Mapfre e Caravela.

Uma das maiores gestoras de saúde é a Advance Care, pertencente ao grupo Generali, porque, para além de muitos sub-sistemas , faz a gestão dos seguros de saúde da Generali Tranquilidade, LOGO, Açoreana, Mudum, mgen, Lusitania, UNA, Real Vida, ASISA e BNP Paribas Cardif.

A Allianz é a 4ª maior operadora de seguros de saúde com 7,2% e tem um departamento interno para gerir a sua própria rede, bem como para negociar com os prestadores e fechar a contratualização. A rede tem capilaridade nacional, com prestadores em Portugal continental e nas ilhas, num total de mais de 3.500 pontos de atendimento clínico.

A grande base de crescimento da MPS será a Future HealthCare (FH) que, simultaneamente, estará em conversações para uma consolidação com a Bupa, uma gigante britânica da área da saúde. A FH, anunciava há poucos meses uma rede de 28.390 médicos, 4.136 centros de exames, 1.272 clínicas e 82 hospitais representando a Victoria, Aegon Santander e Prévoir-Vie.

RETIFICAÇÃO 19h30. Dado ter sido nomeado para presidir ao AICEP, Ricardo Arroja – ainda antes da tomada de posse – renunciou ao cargo de presidente do Conselho Fiscal da MPS, para o qual tinha sido proposto junto da ASF.

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Católica prevê crescimento do PIB de 1,7% no segundo trimestre

Economistas do Lisbon Forecasting Lab estimam um crescimento da economia portuguesa de 1,7% no segundo trimestre e uma taxa de 1,8% para a globalidade do ano.

O NECEP – Católica Lisbon Forecasting Lab estima um crescimento da economia portuguesa de 1,7% em termos homólogos e em cadeia de 0,3% no segundo trimestre deste ano, de acordo com a nota divulgada esta quarta-feira.

O grupo de economistas da Católica está mais otimista sobre a evolução da economia portuguesa na globalidade do ano, com uma revisão em alta de 0,3 pontos percentuais (pp.) face à anterior previsão, para 1,8%. A melhoria resulta do crescimento acima do esperado registado no primeiro trimestre (1,5% em termos homólogos e 0,8% em cadeia) e do previsto para o segundo trimestre do ano.

Os fatores determinantes continuam a ser as elevadas taxas de juro e a fragilidade da atividade económica na zona euro, em particular na Alemanha e França“, apontam. O NECEP destaca que o investimento recuou no primeiro trimestre e as exportações perderam o fulgor do ano passado, “pelo que é difícil que a economia portuguesa continue a surpreender pela positiva como tem acontecido ao longo dos últimos trimestres”.

Aponta ainda para um crescimento de 1,9% em 2025 e 2% em 2026, “refletindo o regresso ao crescimento potencial histórico da economia portuguesa no final do horizonte de projeção, altura em que o impacto positivo da recuperação pós-pandémica e os efeitos adversos da inflação elevada e da subida dos juros se poderão ter dissipado”.

Os economistas da Católica apontam que, no curto prazo, “os riscos de instabilidade para a economia europeia e o sistema financeiro resultam de vários casos de incerteza política, nomeadamente em França, onde a orientação de um novo Governo em termos de política orçamental ainda não é clara”.

“Em termos globais, as atenções viram-se agora para o resultado das eleições americanas de novembro que poderão ter impacto relevante na gestão da economia mundial. Os riscos geopolíticos mantêm-se elevados, sem fim à vista para os principais conflitos armados”, indicam.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, está mais otimista sobre o crescimento da economia portuguesa e estima agora uma taxa acima de 2% este ano e o próximo. “Os números que temos indicam que, quer em 2024, quer em 2025, teremos um crescimento superior a 2% em termos reais”, disse esta quarta-feira na audição regimental na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).

A previsão do Executivo foi, assim, revista em alta face às previsões iniciais de 1,5% para este ano e 1,9% para 2025, inscritas pelo Governo no Programa de Estabilidade (num cenário de políticas invariantes). A previsão para este ano alinha com a do Banco de Portugal (BdP) e com a do Fundo Monetário Internacional (FMI), também de 2%.

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) aponta para uma taxa de 1,6%, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 1,6% e a Comissão Europeia de 1,7%.

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O email da intervenção de Medina na Águas de Portugal para baixar a dívida

Fernando Medina impôs ao presidente da Águas de Portugal uma transferência extraordinária de 100 milhões de euros no último dia útil de 2023 para levar a dívida para um valor abaixo de 100% do PIB.

Na última semana de dezembro, com o país quase a despedir-se de 2023, a atividade no Ministério das Finanças era frenética para fechar as contas e garantir uma dívida pública inferior a 100% do PIB, um ‘brilharete’ para vender nas eleições de 10 de março. Mas havia um gestor público que resistia a aceitar a ordem do ministro, Fernando Medina, para transferir 150 milhões de euros em dividendos extraordinários e propunha modelos alternativos. Algo que suscitou a ira do ministro, num email violento. Só a intervenção diplomática do então primeiro-ministro permitiu desbloquear o confronto.

A equipa de gestão que V. Exa lidera demonstrou repetidamente indiferença face aos objetivos e prioridades claramente definidos pelo acionista [no sentido de cumprir o objetivo nacional de redução da dívida pública], revelando falta de diligência e de profissionalismo exigidos a um gestor público“. Medina não perdoava a José Furtado, então presidente da Águas de Portugal, a resposta à decisão do Governo.

Foi num email enviado ao gestor no dia 28 de dezembro, às 19h17, um dos vários que chegaram à comissão parlamentar de orçamento e finanças (Cofap), enviado pela própria Águas de Portugal, para avaliar eventual ingerência do Governo na gestão das empresas públicas. José Furtado, que entrou na AdP por nomeação do socialista Matos Fernandes e que saiu da AdP já com este Governo (foi substituído por Carmona Rodrigues), vai esta quarta-feira ao Parlamento para esclarecer o que se passou naquele fim de ano.

Entre o dia 24 de dezembro, já com a ceia de Natal a aproximar-se, e o dia 29 de dezembro foram várias as trocas de e-mail – a que o ECO teve acesso – entre José Furtado, o secretário de Estado João Nuno Mendes, o presidente da Parpública, José Realinho de Matos, e Fernando Medina, por causa da transferência de dividendos extraordinários da AdP para os acionistas Parpública (81%) e CGD (19%) que, por sua vez, permitiriam baixar o défice e reduzir também a dívida pública.

E até António Costa se envolveu na disputa entre o ministro e o gestor, com contactos telefónicos e uma promessa de solução de compromisso que acabaria por viabilizar a transferência de 100 milhões de euros naquele dia 29 de dezembro ao final da tarde.

O email de Fernando Medina é “curto e grosso”. Em cinco pontos, dirigido ao “Sr. Presidente do Grupo ADP” e finalizado com um seco “Sem mais de momento“, o ministro revela o mal-estar e deixa mesmo implícito que, em Assembleia Geral, poderia avançar para a demissão de José Furtado. Um facto que terá sido depois comunicado verbalmente ao gestor pelo presidente da Parpública, mas que acabou por não se concretizar.

O que diz o email de Fernando Medina?

  1. Vi com surpresa a “proposta” do grupo AdP descrita no email por si enviado ao Dr. Realinho de Matos. Como qualquer um compreenderá, seria a todos os títulos errado comprometer dividendos integrados nos Orçamentos do Estado para 2024 e para 2025 quando estes serão executados na plenitude por outro governo.
  2. Das várias entidades públicas e privadas com quem a equipa do Ministério das Finanças tem vindo a trabalhar ao longo de 2023, no sentido de cumprir o objetivo nacional de redução da dívida pública, temos tido diligencia, empenho e efetividade na concretização de múltiplas medidas, várias de complexidade significativa.
  3. O Grupo AdP foi a única exceção a esta regra, tendo-se recusado a trabalhar de forma ativa e construtiva no processo. Pelo contrário, a equipa de gestão que V. Exa. Lidera demonstrou repetidamente indiferença face aos objetivos e prioridades claramente colocados pelo acionista, revelando falta de diligência e de profissionalismo exigidos a qualquer gestor.
  4. Só assim se pode compreender que não só não tenham apresentado qualquer justificação a “inevitabilidade” da “proposta” que avançam, como muito menos tenham estudado outras possibilidades, das inúmeras possíveis, assegurassem todos os objetivos definidos pelo Governo para as AdP. Para um grupo que recebe anualmente avultadas subvenções públicas, e que apresentou em 2022 capitais próprios de 1,8 mil M€, resultados transitados de 932M€, EBITA de 387 M€, um endividamento 3,2x do EBITDA, e que está dotado de uma capacidade técnica superior à de várias entidades públicas, esta omissão de diligencia da Administração é particularmente inaceitável.
  5. Neste sentido, não procederemos à emissão de Deliberação Unânime dos Acionistas (DUA), reservando para a Assembleia-Geral especifica as apreciações adicionais que entendamos necessárias.

José Furtado tinha outros argumentos para justificar a recusa em aumentar o dividendo extraordinário de acordo com o modelo exigido. E logo no dia seguinte, 29 de dezembro às 09h53, respondeu num longo e-mail a Fernando Medina. Sem o tom agressivo da missiva recebida do ministro das Finanças, José Furtado garante que a Águas de Portugal está “empenhada na busca de uma solução para implementar a orientação recebida no Ministério das Finanças há uma semana [dia 24 de dezembro]”. Mas com outro modelo, como a antecipação de tesouraria durante 15 dias. “Tivemos entretanto, nos últimos dias, oportunidade de partilhar a nossa preocupação relativamente a um cenário alternativo que consistiria na redução dos fundos próprios da AdP na ordem dos 150 milhões de euros, operação materialmente relevante numa sociedade com um capital próprio de 916 milhões de euros, sendo o capital social de apenas 435 milhões de euros“, explica o gestor.

José Furtado recorda ao ministro das Finanças, por outro lado, que “a incidência prática de uma redução nos fundos próprios e consequente endividamento a prazo, consistiria num impacto negativo na estrutura financeira, no custo da dívida e consequentemente nas tarifas. Teria ainda repercussão no cumprimento do limite de endividamento fixado na órbita pública”. Mas Medina estava irredutível e só a intervenção de António Costa permitiu uma solução de compromisso, a contendo das duas partes. O gestor público ainda tentou uma solução intermédia, com a antecipação de dividendos de 2024, o que permitiria uma transferência de mais 27 milhões (55 milhões de euros no total do ano), mas Medina recusou, e o valor final acabou por ser fixado nos 100 milhões, com a promessa de um aumento de capital no ano seguinte. Promessa de Costa que Medina sempre recusou subscrever.

O primeiro-ministro terá assumido então, telefonicamente, o compromisso com o presidente da Águas de Portugal de o Estado avançar para um aumento de capital no segundo semestre de 2024, no mesmo valor do dividendo extraordinário transferido no último dia útil de 2023. É o que se depreende de um outro email que chegou à comissão parlamentar, assinado por José Furtado, e que é dirigido ao presidente da Parpública e ao presidente da CGD, Paulo Macedo, enquanto acionista público minoritário. “Na sequência do que ficou estabelecido e por forma a dar execução a indicação que me foi dada pelo Senhor Primeiro Ministro, cabe-me informar que iremos requerer ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral da AdP, SGPS, S.A. que seja inscrito na ordem de trabalhos da próxima Assembleia Geral Ordinária um ponto respeitante ao aumento de capital da sociedade, no montante fixado de cem milhões de euros“. Um email, refira-se, antes das eleições legislativas de março.

O resto da história é conhecido. Dia 29 de dezembro de 2023, depois daquela troca de emails e do compromisso verbal de Costa, realiza-se uma assembleia geral extraordinária da empresa pública Águas de Portugal (AdP), formalizada por ata e subscrita pelos acionistas Parpública (81% do capital) e CGD (19%), e um ponto na agenda: Pagamento de um dividendo extraordinário de 100 milhões de euros ao Estado, receita de capital que contribuiu para a redução do défice público e da dívida pública. E no final do ano o Governo consegue mesmo o que quer, um saldo orçamental histórico e uma dívida abaixo de 100% do PIB.

De que forma foi assegurado esse défice? Além das operações de recompra de dívida do Fundo da Segurança Social e da CGA — como o ECO revelou em primeira mão –, as Finanças ‘raparam o tacho’ das empresas e organismos públicos com fundos disponíveis. Um dos casos, talvez o de maior impacto, foi mesmo o da empresa Águas de Portugal, a sociedade empresarial pública que tem concessões como a Epal e com melhores resultados (com exceção da Caixa Geral de Depósitos). Depois de ter transferido 30 milhões de dividendos por conta dos lucros de 2022, da ordem dos 100 milhões de euros, acabou o final do ano a reforçar essa transferência, com uma operação extraordinária de 100 milhões de euros. Somados, foram 130 milhões de dividendos, superiores ao valor dos lucros, e a ‘comer’ os resultados acumulados transitados.

Como é que estes dividendos extraordinários beneficiaram as contas públicas? A AdP é uma empresa fora do perímetro das Administrações Públicas, por isso, os depósitos no IGCP — o ‘banco’ das entidades públicas, empresariais e outras — são uma responsabilidade e, logo, a pesar na dívida. A decisão do ministro Fernando Medina permitiu receita de capital para a Parpública, que consolida dentro do perímetro do Estado, e diminuiu as responsabilidades, isto é, a dívida pública.

Fernando Medina já esteve na comissão de orçamento e finanças a responder às dúvidas dos deputados e justificou as operações realizadas. Por um lado, lançou duras críticas à equipa da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), acusando o organismo de cometer um “erro muito grave” ao reiterar que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social tinha, no final de 2023, uma percentagem maior de dívida pública do que tinha em 2022. Por outro, em relação às empresas do universo empresarial público, “o que o Estado fez durante o ano foi proceder a injeções de capital perto de três mil milhões de euros a empresas publicas (2.965,4 mil milhões de euros) e solicitou às empresas o pagamento extraordinário de 130 milhões de euros de dividendos“, dos quais 100 milhões às Águas de Portugal, 20 milhões à Nav e 10 milhões a Casa da Moeda.

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Grupo de Paredes constrói 60 apartamentos de luxo em Gaia por 8 milhões de euros

Grupo imobiliário liderado pelos irmãos Fernando, Rui, Vasco e Berto Pinto tem ainda em curso a construção dos Jardins da Seara, em Oliveira do Douro, e os empreendimentos "Repúblicas", em Mafamude.

O grupo paredense SPintos concluiu a empreitada de construção do empreendimento de luxo D’ouro Tower, em Vila Nova de Gaia. O projeto, que representou um investimento de cerca de oito milhões de euros, é constituído por 60 apartamentos e uma loja.

Localizado na Rua Manuel da Silva Cruz nº 219, junto à rotunda de Edgar Cardoso e com vista para o Rio Douro e para as cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, o D’ouro Tower tem dez pisos com apartamentos de tipologias T0, T1 e T2. No rooftop do edifício há uma piscina e um espaço de lazer.

“Todo o projeto do D’ouro Tower foi pensado para criar o máximo conforto, usufruindo da vista do Rio Douro, que serviu de inspiração de base à construção do edifício”, destaca o promotor, sublinhando também a relevância de “viver na cidade de Gaia com a melhor panorâmica sobre o rio e toda a cidade do Porto”.

Em Vila Nova de Gaia, a construtora tem ainda em curso as obras de construção dos Jardins da Seara, em Oliveira do Douro, e os empreendimentos “Repúblicas”, em Mafamude. Brevemente, serão lançadas as obras do Edifício Vintage Garden, na Rua Costa Cabral (Porto), e o Edifício Tetris no centro de Vila Nova de Gaia.

Atualmente sob a liderança de quatro irmãos (Fernando, Rui, Vasco e Berto Pinto), o grupo SPintos soma mais de 30 anos de experiência na construção e gestão e promoção de projetos imobiliários. O grupo conta com 12 empresas, cerca de 120 colaboradores, mais de 500 obras concluídas e diz ter perto de 15 projetos em curso.

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Liberais admitem votar contra von der Leyen para Comissão Europeia

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Vice dos liberais no Parlamento Europeu admitiu o voto contra Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, por incumprimento dos compromissos e por dialogar com a extrema-direita.

O vice-presidente dos liberais no Parlamento Europeu João Cotrim de Figueiredo admitiu esta quarta-feira o voto contra Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, por incumprimento dos compromissos e por dialogar com a extrema-direita.

Esta candidata não está a cumprir os compromissos que tinha com o grupo Renovar a Europa, está a ter conversações com o Conservadores e Reformistas Europeus [ECR], um grupo de extrema-direita aqui no Parlamento [Europeu], e não me parece suficientemente empenhada em manter a solidez da coligação que na última legislatura conseguiu conduzir os destinos da União Europeia”, disse João Cotrim de Figueiredo, no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas.

Depois de uma reunião de três horas entre Ursula von der Leyen os eurodeputados que pertencem ao Renovar a Europa para tentar assegurar o voto dos liberais na votação da próxima semana em Estrasburgo (França), João Cotrim de Figueiredo admitiu que a candidata pode falhar a eleição.

Se esta postura não se alterar até à altura da votação da semana que vem, não está garantido o apoio do grupo Renovar a Europa à recandidatura de von der Leyen e ao conjunto do pacote dos cargos que estão em discussão“, disse o vice-presidente dos liberais.

Face à insistência dos jornalistas na questão, João Cotrim de Figueiredo esclareceu a sua posição: “O meu voto, neste momento, é não.

Ursula von der Leyen, que é candidata do Partido Popular Europeu (PPE) a presidente do executivo comunitário, está esta semana a reunir-se com os grupos políticos com maior representação no PE para tentar assegurar a recondução.

O vice-presidente do Renovar a Europa disse que uma das prioridades para os liberais na próxima legislatura é “o crescimento económico“.

“Embora a presidente da Comissão tenha passado uma boa meia hora a falar da prosperidade e dos problemas da competitividade europeia, não fiquei convencido de que o assunto fosse suficientemente importante para a próxima Comissão“, sustentou.

Tudo isto seria conversável e passível de convencimento se não houvesse um problema político de base, mais importante“, lamentou.

Desde a noite das eleições europeias, no dia 09 de junho, até hoje o Renovar a Europa passou de terceiro grupo político com maior representação no hemiciclo para quinto, ultrapassado pelo recentemente formado Patriotas pela Europa (extrema-direita) e também pelo ECR.

Questionado sobre se este dado levou Ursula von der Leyen a preferir conversar com a extrema-direita do ECR, João Cotrim de Figueiredo respondeu que “se for esse o caso, tem de ser dito”.

“E tem ser assumido [por von der Leyen e pelo PPE] que há uma mudança de parceiros. Cada um tomará depois as suas conclusões em relação a isso. Eu percebo a aritmética, mas percebo um bocadinho melhor a política e acho que é a política que vai resolver os problemas da Europa” concluiu.

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Confiança dos portugueses na Justiça é mais elevada que no Governo e Parlamento

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Os portugueses têm um maior nível de confiança nos tribunais e no sistema judicial do que no parlamento e no Governo, revela um relatório da OCDE com dados de 2023.

Os portugueses têm um maior nível de confiança nos tribunais e no sistema judicial do que no parlamento e no Governo, revela um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com dados de 2023.

Segundo o inquérito, que foi realizado entre 25 de outubro e 27 de novembro do ano passado, altura que coincidiu com a queda do Governo de António Costa, cerca de 50% dos portugueses dizem confiar nos tribunais e no sistema judicial. Por outro lado, a percentagem da população com confiança elevada ou moderadamente elevada no Governo nacional e na Assembleia da República fica-se pelos 30%.

A percentagem de pessoas que indicaram valores elevados de confiança no Governo diminuiu mais de dez pontos percentuais em Portugal, face a 2021, mas a própria OCDE destaca que estes resultados podem estar relacionados com uma “diminuição generalizada de confiança em todo o sistema político, devido à coincidência do inquérito com o pico de uma crise política significativa que levou à convocação de eleições nacionais e regionais”.

Apesar desta ressalva, no conjunto da OCDE os resultados mostram a mesma tendência: “a confiança na polícia, no sistema judicial, na função pública e no governo local é maior do que no governo nacional”, na média dos 30 países que participaram neste inquérito.

Na média da OCDE, a percentagem de pessoas com baixa confiança no Governo ou sem confiança (44%) supera a percentagem daquelas com confiança elevada ou moderadamente elevada (39%).

O relatório inclui ainda outras questões relacionadas com as instituições públicas, nomeadamente revelando que cerca de metade dos portugueses está satisfeito com o sistema de educação nacional.

Por outro lado, apenas 30% se disseram satisfeitos com o Sistema Nacional de Saúde (SNS), com mais de metade dos portugueses a dizerem que se encontram insatisfeitos com o SNS.

A OCDE questionou ainda as populações relativamente à participação na democracia, o que revelou que a maioria dos portugueses (mais de 90%) é a favor de referendos sobre questões de importância nacional.

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Governo procura novos candidatos a fundos europeus “libertados” para o hidrogénio

Governo tem autorização da Comissão Europeia para encontrar novos projetos candidatos ao financiamento europeu que ficou livre após o cancelamento do projeto H2.Rdam.

O Governo tem autorização da Comissão Europeia para encontrar novos projetos candidatos ao financiamento europeu que ficou livre após o cancelamento do projeto H2.Rdam, focado na exportação de hidrogénio verde a partir de Sines.

A indicação foi dada pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, à margem da audição regimental que teve lugar na Assembleia da República esta quarta-feira de manhã.

De acordo com a governante, os fundos podem ser reatribuídos tanto ao mesmo projeto, desde que reformulado, como a um novo projeto dos mesmos promotores ou de outros.

A ideia é promover o uso local do hidrogénio verde já que, tal como frisou durante a audição, o transporte de hidrogénio verde ainda é tecnicamente muito exigente. Por via marítima, por exemplo, só existe um metaneiro no mundo capaz de fazer este transporte, afirmou Maria da Graça Carvalho.

Foi noticiado, no passado mês de abril, que o consórcio promotor do H2Sines.Rdam, do qual faziam parte a Shell e a Engie, desistiu do projeto. A Shell concluiu que o projeto “não era economicamente viável” e a Engie queixava-se de “falta de regulamentação clara”.

Luxemburgo interessado em apoiar Portugal no eólico offshore

Também à margem da audição, a ministra do Ambiente adiantou que, no âmbito do Plano Nacional da Energia e Clima, o Governo deverá avançar com a meta de apenas 1 GW (gigawatt) de eólico offshore até 2030, embora o número ainda não esteja fechado.

Além deste ajuste, Portugal poderá ter um aliado que ajudará a diminuir o risco do leilão. O Governo do Luxemburgo estará interessado em ceder financiamento no âmbito deste leilão, de modo a poder ter direito a “reclamar” o cumprimento de metas de descarbonização apoiando-se em capacidade instalada em território português.

Esta é uma possibilidade prevista na legislação europeia, explicou a ministra: países que não tenham possibilidade de investir em renováveis no seu território, por exemplo por limitações físicas ou técnicas, podem criar parcerias com outros Estados-membros, neste caso Portugal, e terão direito a reclamar como seus parte dos ganhos em termos de descarbonização.

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Governo e guardas prisionais chegam a acordo para aumento de 300 euros no suplemento de missão

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

O Ministério da Justiça e os sindicatos da guarda prisional chegaram a um entendimento sobre o aumento do suplemento de missão em 300 euros, existindo "acordo fechado" para ser assinado brevemente.

O Ministério da Justiça e os sindicatos da guarda prisional chegaram a um entendimento sobre o aumento do suplemento de missão em 300 euros, existindo “acordo fechado” para ser assinado brevemente, adiantou fonte do Governo.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, apresentou uma proposta muito similar àquela que o Ministério da Administração Interna apresentou aos sindicatos da PSP e associações da GNR, que assenta em 200 euros já a partir deste mês, mais 50 euros em janeiro de 2025 e outros 50 euros em janeiro de 2026, num total de 300 euros de aumento.

A mesma fonte referiu à Lusa que o documento está a ser preparado e será assinado pelos três sindicatos presentes na reunião: Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional e Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional.

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Portugal tem mais de 40.000 empresas exportadoras

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

O número de empresas exportadoras tem aumentado sucessivamente ao longo da última década. Em 2012, não chegava às 30.000 empresas, segundo um estudo da Informa D&B.

Portugal tem atualmente mais de 40.000 empresas exportadoras, número que tem aumentado sucessivamente nos últimos dez anos e que em 2012 não chegava às 30.000 empresas, revela um estudo elaborado pela Informa D&B.

O aumento foi “especialmente expressivo” nos últimos dois anos, período em que surgiram mais de 4.000 empresas a fazer negócios com o exterior, explica o estudo divulgado esta quarta-feira, adiantando que em 2022 o total exportado por estas empresas ascendia a 94.000 milhões de euros, isto é, a cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB).

As empresas exportadoras escolhidas abrangem aquelas que apresentaram resultados financeiros até final de 2023, venderam bens e serviços no mercado externo que representam pelo menos 5% do seu volume de negócios ou mais de um milhão de euros no ano.

A análise da Informa D&B permitiu saber que nos últimos quatro anos, mais de metade das empresas exportadoras (52%) mantiveram esta atividade consistentemente em todos os anos. “Estas empresas mais regulares têm um enorme peso nas exportações, representando, em 2022, 90% do valor total dos negócios externos das empresas”, adianta.

Para a diretora geral da Informa D&B, Teresa Cardoso de Menezes, “o conhecimento sobre as exportadoras é importante em qualquer economia, mais ainda em países com um mercado interno reduzido como o nosso, onde os mercados externos são a oportunidade para atingir maior competitividade e crescimento através de economias de escala”.

Automóveis fabricados na Autoeuropa aguardam transporte no Porto de Leixões

O estudo refere ainda que entre 2019 e 2022 o volume de negócios das empresas exportadoras cresceu mais rapidamente do que nas empresas que vendem exclusivamente para o mercado interno, tendo registado um aumento médio anual de 11% em termos homólogos. No mesmo período, as outras empresas cresceram, em média, 6,8% ao ano, salienta o trabalho.

O estudo revela também que há empresas exportadoras em todas as dimensões, desde as mais pequenas às maiores, mas a sua percentagem está claramente associada à dimensão, sendo que entre as grandes empresas, mais de metade são exportadoras. Além disso, estas grandes empresas são responsáveis por 58% do total das exportações do tecido empresarial.

Há também empresas exportadoras de todas as idades e quase 10% das empresas no seu primeiro ano de vida nascem com um perfil exportador. A taxa de exportadoras é, aliás, muito semelhante entre todos os escalões de idade das empresas, mas, no entanto, o peso dos seus negócios com o exterior aumenta com a idade e quase três quartos das exportações estão concentrados nas empresas maduras (+20 anos).

Pouco mais de metade de todas as exportadoras (52%) exportam apenas serviços, 29% exportam só bens, enquanto os restantes 19% exporta bens e serviços, sendo que os bens são, no entanto, a maior fatia do valor das exportações, com 74% do total.

Os setores das indústrias, dos serviços empresariais e dos grossistas concentram 57% do total das exportadoras e as indústrias mantêm-se como o setor mais exportador, não só com mais empresas, mas sobretudo em valor, correspondendo a 52% do total.

Nas indústrias, os subsetores do Têxtil e Moda e da Metalurgia são os que reúnem mais empresas exportadoras, mas o maior valor pertence às “Indústrias de Materiais”, que exportam quase um quarto do total do setor.

O setor das tecnologias da informação e comunicação, por sua vez, é o que tem o maior crescimento no quadro das empresas exportadoras. Com mais 2,5 pontos percentuais desde 2019, representam agora 11% do total das exportadoras portuguesas, ainda que neste setor, 28% destas empresas são exportadoras, ou seja, têm a mais elevada taxa entre todos os setores.

Fruto da elevada concentração de empresas dos setores das indústrias e dos grossistas no norte do país, esta região concentra quase metade das empresas exportadoras em Portugal, a que corresponde cerca de um terço do valor total das exportações, conclui o estudo.

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Cavaco Silva rejeita eleições antecipadas e não vê “nenhum drama” se Orçamento for chumbado

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Lembrando que Espanha esteve dois anos em duodécimos e “ninguém morreu”, o ex-Presidente da República defende que eventual chumbo do OE2025 não é motivo para dissolver Parlamento.

Aníbal Cavaco Silva considera que foi mal interpretado quando, de um artigo de opinião publicado no Expresso no final de junho, se depreendeu que defendia legislativas antecipadas para desbloquear o impasse político que decorre do atual Governo com apoio parlamentar minoritário e com dificuldades em entender-se com a oposição. Numa longa entrevista ao Observador, o antigo Presidente da República afirma-se contra eleições antecipadas: “No passado houve muitas dissoluções, que eu espero que não ocorram” no futuro, justifica.

Saindo em defesa da ideia do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2025 não é razão para dissolver o Parlamento e fazer cair o Governo, o antecessor de Marcelo Rebelo de Sousa lembra o que aconteceu no país vizinho: “O atual primeiro-ministro [espanhol, Pedro Sánchez] viveu durante dois anos com duodécimos. Ninguém morreu”, disse. Embora antecipe ser “muito provável” que, em Portugal, o documento orçamental para o próximo ano seja aprovado, “não há nenhum drama” se for chumbado.

O social-democrata reitera que o “fundamental, neste momento, é pensar o futuro do país” e não apenas “na discussão do dia-a-dia político, económico e social”. Caso contrário, “não encontraremos o caminho certo”. Nesse sentido, insiste na necessidade de priorizar reformas que permitam o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa, para que a economia portuguesa possa prosperar na próxima década.

Para atingir esse objetivo diante de um Governo minoritário, Cavaco Silva defende que, se for necessário um pacto de regime, os partidos que coloca nos “extremos” de esquerda e de direita, designadamente o PCP, o Bloco de Esquerda e o Chega, devem ficar fora da equação. “Têm posições que me parecem inconsistentes com (…) o salto em frente no bem-estar das famílias portuguesas”, aponta.

Tal como Luís Montenegro, o antigo Chefe de Estado considera que António Costa é “inequivocamente” o melhor socialista para presidir ao Conselho Europeu, por não se tratar de um cargo executivo. “Portugal tem provado que tem personalidades com perfil para desempenhar altas funções a nível internacional”, disse, em referência a António Guterres como secretário-geral da ONU e a Durão Barroso, que foi presidente da Comissão Europeia durante dois mandatos.

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Ministra do Trabalho admite “algumas mexidas” no subsídio de desemprego

Governante defende que é necessário aumentar a fiscalização para evitar que desempregados prefiram continuar sem trabalho do que aceitar novo posto, porque tal implicaria perda de rendimentos.

A ministra do Trabalho admitiu esta quarta-feira que poderá haver “algumas mexidas” no subsídio de desemprego, de modo a evitar que quem aceita um novo posto de trabalho perca rendimento. Numa audição parlamentar, Maria do Rosário Palma Ramalho explicou que o assunto será levado à Concertação Social.

No final de junho, a tinha indicado, em declarações à saída de uma conferência, que o Governo irá estudar a possibilidade de “acumular prestações sociais com rendimentos do trabalho” para evitar que algumas pessoas prefiram continuar a receber prestações sociais do que trabalhar, porque aceitar um novo emprego, por vezes, é sinónimo de perda de rendimento.

Na altura, a ministra foi questionada sobre se tal implicaria mexidas na legislação do subsídio de desemprego, o que não rejeitou. Porém, num debate no Parlamento, o primeiro-ministro explicou que as alterações poderão incidir, antes, no subsídio social de desemprego, que é uma prestação não contributiva.

Esta quarta-feira, questionada sobre o que pretende o Governo fazer afinal, a ministra do Trabalho colocou a tónica no subsídio social de desemprego, em linha com Luís Montenegro. Mas não descartou mexidas também no subsídio de desemprego, prestação que resulta diretamente dos descontos feitos pelos trabalhadores.

Poderá haver algumas mexidas no subsídio de desemprego, mas vamos levar aos parceiros sociais“, explicou Maria do Rosário Palma Ramalho. “Nada está fechado. Qualquer matéria que qualquer parceiro social quiser discutir será discutida”, insistiu a governante, que detalhou que as empresas têm sofrido com falta de mão-de-obra, sendo que esta medida está a ser pensada também para dar resposta a essa reclamação.

“Sabemos que as pessoas recusam propostas de emprego com facilidade e que é necessário aumentar a fiscalização”, disse ainda a ministra.

Para já, o Governo aprovou a promoção do trabalho presencial na Administração Pública, o que se deverá refletir numa “fiscalização mais ativa” destas situações, disse. “Se houver mais fiscalização, as situações de abuso tenderão a diminuir“, acredita Palma Ramalho.

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