KGSA aposta em Imobiliário e Urbanismo com a entrada José Diogo Marques como sócio e reforça equipa de M&A com Joana Pinhal

Paralelamente, a equipa de M&A e Venture Capital é fortalecida com a entrada de Joana Pinhal, como consultora.

José Diogo Marques integra a KGSA como sócio da área de Imobiliário e Urbanismo. Paralelamente, a equipa de M&A e Venture Capital é fortalecida com a entrada de Joana Pinhal, como consultora.

Com mais de 12 anos de experiência em escritórios e em grandes projetos imobiliários e urbanísticos, José Diogo Marques, que transita agora da Cuatrecasas, lidera esta nova área dedicada ao apoio a investidores e promotores, em todas as fases do ciclo de investimento imobiliário, incluindo transações, planeamento urbanístico, gestão de projeto e resolução de litígios.

José Diogo Marques, considera que esta nova etapa é duplamente desafiante e entusiasmante. É desafiante pelo momento histórico e pelo ciclo geopolítico e económico que nos espera; e é entusiasmante, porque a KGSA tem uma abordagem de futuro para a advocacia, ambiciosa e inteligente, com a qual me identifico plenamente”.

Reforço da equipa de M&A e Venture Capital

A entrada de Joana Pinhal como consultora, reforça a área de M&A e Venture Capital. Com experiência na área, Joana Pinhal vem apoiar operações de M&A e capital de risco, com foco em empresas tecnológicas, fundos de investimento e family offices. Entre outras experiências, Joana Pinhal foi associada da Uría Menéndez e Head of Legal da Capital Criativo (atual C2 Capital Partners), uma das principais firmas de capital de risco portuguesas.

Para Gonçalo Simões de Almeida, co-managing partner da KGSA, “a integração destes dois advogados são um marco fundamental na nossa estratégia de crescimento. A experiência do José Diogo, alinhadas com o nosso ADN, são determinantes para afirmar a posição da KGSA como parceiro de referência no setor imobiliário”.

Cláudia Raposo Correia, co-managing partner e sócia da área de M&A, destaca que “2024 foi marcado por um crescimento constante em clientes e operações. Antecipamos que 2025 seja mais um ano deste crescimento acelerado e sabemos que a Joana Pinhal, com a sua experiência em dezenas de operações de capital de risco e M&A, é uma mais-valia para a KGSA e um reforço importante na equipa para responder a essa procura acrescida e para continuarmos a prestar serviços de elevada qualidade.”

Joana Pinhal afirma que “integrar a KGSA é uma oportunidade única de contribuir para transações que moldam o futuro de empresas inovadoras, ao mesmo tempo que colaboro com uma equipa focada em antecipar tendências e oferecer soluções de impacto”.

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Pedro Duarte pede que plano para os media passe a ser visto como “do país” e não como “do Governo”

Segundo Pedro Duarte, o plano de ação para os media "tem de estar acima daquilo que é a lógica partidária, ideológica, programática", já que os media são "um guarda-chuva que nos protege a todos".

Sem abordar o tema do corte da RTP – que o Parlamento travou recentemente ao aprovar uma proposta do Bloco de Esquerda (BE) para garantir a manutenção da publicidade no canal público de televisãoPedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares e com a tutela da comunicação social, pediu que o plano de ação para os media deixasse de ser visto como “o plano do Governo” para passar a ser encarado como “o plano do país”.

[O plano] Tem de estar acima daquilo que é a lógica partidária, ideológica, programática. A comunicação social tem que pairar acima disso. E é uma defesa para todos nós, é um guarda-chuva que nos protege a todos. E portanto temos de salvaguardar a comunicação social acima da nossa conflitualidade“, afirmou, acrescentando que há, da parte do Governo, um “espírito de abertura muito grande” para dialogar e encontrar pontos de encontro e convergência entre todos.

A ideia foi defendida numa intervenção final, após uma mesa redonda sobre políticas públicas para os media integrada na conferência “Informação como bem público: Regulação mediática e políticas públicas”, organizada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e que decorreu esta terça-feira. A mesa redonda envolveu deputados de cada um dos partidos.

O ministro voltou a reforçar que foi a primeira vez que foi tomada a opção por parte de um governo de avançar com um plano de ajuda aos media, após anos de “passividade ou inércia” ao longo dos quais se “estava a deixar degradar este setor crítico”. E apesar da tomada de medidas incorporar “custos políticos“, “não estamos nada arrependidos da opção que tomámos“, afiançou, dizendo que “é preferível tentar fazer alguma coisa diferente, independentemente dos custos que estejam associados”.

Antes, na mesa redonda, alguns dos deputados apontaram para a necessidade de serem criadas formas de transparência na cadeia de propriedade dos órgãos de comunicação social.

Fala-se muito do perigo da governamentalização do serviço público de informação. A mim assusta-me mais perceber quais são os interesses que estão por detrás dos financiadores de um setor de negócio que dá prejuízo, porque algum interesse têm de ter“, afirmou Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda (BE).

Segundo a deputada, tem de se lançar um “olhar pré-crise e pós-crise” da Global Media para comunicação social. “Aquilo que aconteceu com a quase falência daquele grupo, associado à entrada de um fundo financeiro sem rosto, com motivações absolutamente desconhecidas, é exatamente o exemplo da falência de um modelo de negócio e da necessidade de regulação e apoios públicos numa dimensão que nós não temos tido“, defendeu.

O risco passa por “interesses político-económicos mais obscuros apoderarem-se de meios de comunicação para veicular ou desinformação ou informação de alguma forma truncada ou enviesada“, disse.

Neste sentido, é preciso “criar formas de transparência em toda a cadeia de propriedade da comunicação social para acabar com esta brincadeira de meios de comunicação social que pertencem a fundos que ninguém sabe bem porquê”, continuou a deputada bloquista, apontando ainda que a comunicação social, pelo papel que tem para a democracia, “exige que seja apoiada e financiada, tendo de ficar muito claras quais as regras de apoio e financiamento”.

A necessidade de se conhecer a propriedade de um meio de comunicação social foi também destacada por Rodrigo Saraiva, deputado da Iniciativa Liberal. Numa altura em que é conhecida a crise que assola a Trust in News (TiN) — dona de meios como Visão, da Exame, da Caras e do Jornal de Letras — o deputado sublinhou que, pelo menos, é sabido quem é o proprietário do grupo.

Tem uma cara, tem um nome, sabemos o seu percurso. Está com problemas, mas nós sabemos. Há outros meios que nós não sabemos quem são os donos. E é preciso tratar isto como se fosse uma infraestrutura crítica do Estado português, temos de saber sempre quem é que está a gerir essa infraestrutura“, explicou.

Rodrigo Saraiva defendeu ainda que não se deve entrar no drama de “este jornal vai fechar e a democracia está em perigo”. O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, O Século ou A Capital foram os exemplos, dados pelo deputado, de jornais históricos que acabaram em Portugal. “Fecharam, a democracia não acabou e ainda aqui estamos. Não vamos dramatizar“, acrescentou.

Segundo Rodrigo Saraiva é também necessário garantir que haja uma abertura na legislação e regulação a novos modelos de negócio. “A legislação não pode fechar portas a diferentes modelos de negócio”, disse o deputado, que defendeu ainda como medida possível a extinção da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), o que permitiria aos jornalistas poupar 70 euros de dois em dois anos.

Também Inês de Sousa Real sublinhou a necessidade de uma revisitação à legislação, sendo “fundamental” que o princípio da transparência esteja sempre presente. Recordando, uma vez mais, o exemplo da Global Media, a deputada do PAN disse que este princípio da transparência é importante nas suas “várias perspetivas”, tanto para se saber os objetivos com que estes fundos adquirem as posições nos órgãos de comunicação social como para perceber que operações pretendem realizar, quer do ponto de vista do eventual despedimento de pessoas quer da adoção de posições estratégicas.

Defendemos que têm de ser encontradas ou defendidas múltiplas formas de financiamento, mas sempre sem pôr em causa aquilo que é o papel do serviço público, seja da Lusa ou da RTP“, afirmou ainda.

A generalidade dos deputados considerou também que o plano de ação do Governo para os media tem medidas positivas mas que também apresenta falhas ou falta de profundidade.

Foi o caso da deputada Filipa Pinto (Livre), para quem as medidas apresentadas são um “primeiro passo”, sendo que algumas são relevantes e fazem sentido, mas que considera ser necessário “fazer um trabalho bastante mais aprofundado”.

Por parte do Partido Socialista, Mara Lagriminha argumentou que o plano não é suficientemente denso para que se consiga perceber. “Diria que este é um draft [rascunho] e que são muitas enumerações com pouca fundamentação e que geram dúvidas“, disse, acrescentando que o seu partido concorda com a eventual revisão da legislação, que está “completamente arcaica” e que deve envolver o Parlamento.

Jorge Galveias, deputado do Chega, também avançou que o plano do governo para os media “peca por ter medidas muito pouco aprofundadas“. “Esta ação é muito positiva, o que não significa que concordemos com todas elas, mas pelo menos é o princípio da discussão”, afirmou, acrescentando que “as medidas apresentadas podem ser rapidamente ultrapassadas”, tendo em conta a velocidade dos avanços tecnológicos.

Já segundo António Filipe (PCP), o plano contempla medidas justificadas e que devem ser implementadas (nomeadamente aquelas relacionadas com a comunicação social local e regional). No entanto, “olhando para o conjunto de medidas propostas pelo Governo, arriscávamo-nos a que não se resolvessem os problemas do setor privado e se criassem problemas que até agora não têm existido no setor público [na RTP]“, afirmou o deputado comunista que avançou ainda que para si “não é nenhum tabu que o Estado possa ter órgãos públicos de imprensa”.

Por parte do PSD, o deputado Alexandre Poço avançou que o mais importante é mesmo implementar as medidas e monitorizar os seus efeitos. Já o “grande trabalho de longo alcance” é voltar a ter uma “população que quer pagar pela informação que consome”, naquele que é o “desafio mais difícil”, mas ao encontro do qual as medidas apresentadas pretendem ir.

Mais cedo na conferência, no âmbito de outro painel, os líderes da Media Capital, Impresa e RTP apontaram problemas relacionados com a distribuição e concentração. “O que se está a passar no audiovisual é uma concentração absurda de poder nas mãos da distribuição”, disse, por exemplo, Pedro Morais Leitão, CEO da Media Capital.

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Inquéritos do Ministério Público já podem ser feitos de forma eletrónica

O objetivo de alargar a tramitação eletrónica a todas as instâncias e fases processuais já estava previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

As novas regras de tramitação eletrónica dos processos e procedimentos que correm no Ministério Público entraram esta terça-feira em vigor. A portaria estabelece que nas fases processuais dirigidas pelo Ministério Público (MP), nomeadamente inquérito do processo penal, inquérito do processo tutelar educativo e fase conciliatória dos processos de acidente de trabalho as peças processuais e documentos passam a ser apresentados exclusivamente por via eletrónica.

Neste primeiro dia, segundo dados recolhidos pelo Ministério Justiça às 17.30, tinham sido feitas 1229 notificações eletrónicas com origem no Ministério Público para advogados. “A tramitação eletrónica, há muito aguardada nos meios judiciais, vem permitir que os atos de magistrados e procuradores sejam praticados no sistema informático de suporte à atividade dos tribunais, as notificações eletrónicas entre mandatários passam a ser feitas diretamente através do CITIUS e o comprovativo de pagamento prévio da taxa de justiça seja por via eletrónica”, diz o comunicado do gabinete de Rita Júdice.

Justiça. Campus de Justiça.Hugo Amaral/ECO

A implementação das novas regras de tramitação eletrónica foi coordenada pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) e pela Direção-Geral de Administração da Justiça (DGAJ). Em abril de 2025, a tramitação eletrónica passa a aplicar-se também às comunicações com advogados e de órgãos de polícia criminal. “Fica assim concretizado o objetivo de alargar a tramitação eletrónica a todas as instâncias e fases processuais, submetido ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, diz o mesmo comunicado.

Em outubro, a governante explicou que em 2025 os autos de notícia (de crime) de PSP, GNR e PJ também poderão ser enviados de forma eletrónica. Ou seja, em termos de calendário, o Governo promete que numa primeira fase, a entrega de todas as peças escritas e as comunicações com os advogados vai ser feitas de forma eletrónica, numa segunda fase, no próximo ano, o envio dos autos de notícia pela GNR, PSP e PJ será feito, também, por via eletrónica. E, a partir de abril de 2025, a consulta dos processos passa a ser feita eletronicamente.

No texto do Orçamento do Estado para 2025, o Governo garante que 2025 será marcado pela adesão plena ao paradigma do processo eletrónico, com tramitação eletrónica em todas as instâncias e fases processuais, incluindo a fase de inquérito.

O objetivo de alargar a tramitação eletrónica a todas as instâncias e fases processuais já estava previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No capítulo 18, da “Justiça Económica e Ambiente de Negócios”, foi prevista a execução de uma “reforma legal segundo o princípio do digital by default e do processo eletrónico, estabelecendo a exclusividade da tramitação eletrónica em todas as jurisdições e instâncias judiciais, incluindo na fase de inquérito”.

Assim, para concretização, a referida portaria define o alargamento das regras de tramitação eletrónica constantes da Portaria n.º 280/2013, de 26 de agosto, aos processos e procedimentos que correm termos nos serviços do Ministério Público. Para além do referido alargamento, a presente portaria regulamenta ainda os termos em que são realizadas as consultas que, em virtude das restrições de acesso e consulta legalmente previstas, dependa de prévio despacho do magistrado competente.

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Livre quer ouvir no parlamento dono e trabalhadores da Visão

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O partido quer saber "quais as opções de gestão e quais os objetivos e rumo planeados para este grupo de comunicação social ou os seus títulos".

O Livre requereu a audição parlamentar do presidente do conselho de administração do grupo de comunicação social Trust in News, da comissão de trabalhadores e do Sindicato dos Jornalistas sobre o processo de insolvência em curso.

No requerimento, dirigido à presidente da comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, o Livre assinala que este grupo, detentor de títulos como a Visão, a Exame, o Courrier Internacional ou o Jornal de Letras, está em processo de insolvência e que “há já um ano passa por grandes dificuldades em assumir as despesas“.

“Esta situação está a colocar em causa cerca de 150 postos de trabalho, incluindo de trabalhadores com 20 ou 30 anos de casa, e a gerar enorme incerteza nas suas famílias e no setor”, lê-se no texto.

O Livre refere que os trabalhadores destes títulos convocaram uma concentração pública de protesto para quarta-feira, na Praça Luís de Camões, em Lisboa, e enviaram à comissão parlamentar de Cultura “uma carta aberta a solicitar uma audiência, de forma a partilhar e contextualizar as suas preocupações“.

“A defesa intransigente do pluralismo dos media e da democracia implica a escuta de quem faz jornalismo todos os dias, mas também de quem detém os órgãos de comunicação social. Neste momento, a situação no grupo «Trust in News» é preocupante e não acontece por culpa dos trabalhadores”, salientam os deputados no requerimento.

Neste contexto, o Livre requer a audição do presidente do conselho de administração do grupo, Luís Delgado, da comissão de trabalhadores e do Sindicato dos Jornalistas para compreender “quais as opções de gestão e quais os objetivos e rumo planeados para este grupo de comunicação social ou os seus títulos”.

A TIN, que detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Activa, TV Mais, viu o seu Processo Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 05 de novembro, e em 12 de novembro a administração liderada por Luís Delgado anunciou a sua intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo já a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.

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Macron não acredita que Parlamento aprove moção de censura ao Governo

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

Presidente francês afirma que o partido de Marine Le Pen seria "insuportavelmente cínico" se votasse a favor da moção apresentada pelos partidos de esquerda, "que insulta os seus eleitores".

O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse esta terça-feira que não acredita que o Parlamento aprove a moção de censura ao Governo de Michel Barnier, acrescentando que tem “confiança na coerência das pessoas”.

“A minha prioridade é a estabilidade”, disse o chefe de Estado francês, em declarações aos jornalistas à margem da sua visita à Arábia Saudita. Para Macron, o União Nacional (RN, na sigla em francês), o partido de extrema-direita de Marine Le Pen, seria “insuportavelmente cínico” se votasse a favor da moção apresentada pelos partidos de esquerda, “que insulta os seus eleitores”.

O Presidente francês também criticou o Partido Socialista, e em particular o antigo Presidente François Hollande, acusando-o de revelar uma “perda total de rumo”, ao se colocar ao lado da moção de censura. Para Macron, derrubar o Governo seria “uma dissolução de mentes”, insistindo que essa não é a vontade da maioria dos franceses.

“Mas não acredito nisso”, disse Emmanuel Macron, recusando ponderar publicamente as opções para substituir Michel Barnier à frente do Governo, concluindo que isso seria um cenário de “ficção política”.

“Todos vão assumir as suas responsabilidades amanhã [quarta-feira]”, disse, referindo-se ao dia em que o Parlamento vai votar as moções de censura. Apesar das cedências feitas pelo primeiro-ministro nos textos orçamentais para 2025, o RN afirmou na segunda-feira que o chefe do Governo não acedeu a todas as suas reivindicações e anunciou que votaria a favor de uma moção de censura.

Os votos dos deputados de extrema-direita, somados aos dos deputados de esquerda, que também apresentaram uma moção de censura, devem ser suficientes para derrubar o Governo. Michel Barnier, bem como a equipa que o apoia, composta pelo campo político do Presidente Macron e pela direita, alertam para uma “tempestade financeira” se o Governo cair sem ter conseguido aprovar o orçamento.

Não devemos assustar as pessoas com estas coisas, temos uma economia forte”, respondeu o Presidente Macron, a partir de Riade. “A França é um país rico, sólido, que fez muitas reformas e que as mantém, que tem instituições estáveis, uma Constituição estável”, argumentou o chefe de Estado francês.

Embora tenham emanado vários apelos à demissão de Emmanuel Macron nos últimos dias – por parte do França Insubmissa, de esquerda radical, mas também por parte do RN e até de outros partidos políticos –, o chefe de Estado afastou esta hipótese ao garantir que nunca pensou em deixar o Eliseu antes do final do seu mandato, em 2027.

“Acontece que se estou perante vós é porque fui eleito por duas vezes pelo povo francês. Estou extremamente orgulhoso disso e honrarei esta confiança com toda a energia, que é a minha até ao último segundo, para ser útil ao país”, concluiu Macron.

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Zurich compra negócio de seguros de viagem da AIG por 570 milhões de euros e reforça presença nos EUA

  • ECO Seguros
  • 3 Dezembro 2024

A seguradora cria a nova marca Zurich Cover-More cuja sede será estabelecida nos Estados Unidos sobre a liderança do CEO David Fike .

O Grupo Zurich comprou o negócio global de seguros de viagem e assistência da AIG por 600 milhões de dólares (cerca de 570 milhões de euros), com a possibilidade de pagamento adicional se o segmento atingir objetivos de desempenho acordados. Segundo comunicado pela AIG, o acordo para aquisição foi firmado em junho deste ano, mas a venda concretizou-se esta segunda-feira.

David Fike vai liderar a marca que surge da fusão do Travel Guard (produto do segmento adquirido à AIG) ao prestador de serviços de seguro de viagem da Zurich, Cover-More: a Zurich Cover-More, que passa a ter a sede nos EUA.

O Travel Guard (produto do segmento adquirido) vai ser incorporado no prestador de serviços seguros de viagem da Zurich, Grupo Cover-More, criando a nova marca Zurich Cover-More.

A AIG esclarece que a venda exclui o negócio no Japão, o acordo de joint venture da AIG na Índia e as coberturas de viagem oferecidas através do negócio de Acidentes e Saúde do Grupo da AIG.

A nova sede da Zurich Cover-More será estabelecida nos Estados Unidos sobre a liderança do CEO David Fike e terá unidades regionais na América Latina, América do Norte, Ásia-Pacífico, bem como na Europa, Médio Oriente e África (EMEA).

As subsidiárias da Zurich Cover-More – entre elas a Travel Guard e Travelex – vão continuar sob a mesma marca nos seus mercados onde operam.

Esta aquisição é o momento perfeito para o crescimento do nosso segmento de retalho, oferecendo uma excelente oportunidade para transformarmos e impulsionarmos o futuro dos nossos negócios de retalho através de plataformas globais e modelos de serviços, aumentando o envolvimento e a fidelização dos clientes

Helene Westerlind, CEO da Zurich em Portugal

LinkedIn

Com esta aquisição a Zurich passa a ter cerca de 20 mil milhões de dólares em prémios brutos emitidos globalmente e reforça a sua presença nos EUA. A seguradora responde perante 20 milhões de clientes anualmente, mantém parcerias com mais de 200 agentes de distribuição e conta com uma equipa de mais de 2.500 colaboradores em todo o mundo.

De acordo com a Zurich, a transação teve um impacto de 5 pontos percentuais no rácio do Swiss Solvency Test (SST) da Zurich e foram obtidas todas as autorizações regulamentares necessárias.

A CEO da Zurich em Portugal, Helene Westerlind, indicou numa publicação no LinkedIn que “esta aquisição é o momento perfeito para o crescimento do nosso segmento de retalho, oferecendo uma excelente oportunidade para transformarmos e impulsionarmos o futuro dos nossos negócios de retalho através de plataformas globais e modelos de serviços, aumentando o envolvimento e a fidelização dos clientes”.

A Zurich investe num mercado onde já tem forte posicionamento e que promete crescer. Segundo um relatório da Grand View Reseach, o mercado de seguros de viagem foi avaliado em 17,8 mil milhões de dólares e deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 15,4%, prevendo-se que atinja 63,9 mil milhões de dólares em 2030.

Também investe em regiões com fortes perspetivas de crescimento. O mercado é liderado regionalmente pela Europa, que tinha uma quota de 36,1% em 2021 e que deve crescer 14,3% até 2030. Prevê-se também que a Ásia-Pacífico seja a região de crescimento mais rápido, registando um CAGR de 16,7% durante o período previsto. O crescimento pode vir a ser atribuído ao avanço tecnológico nas apólices de seguro de viagem para assistência médica, maior agilidade e segurança.

A Zurich partilha o palco no segmento de viagens com atores de relevo, como a Berkshire Hathaway, Allianz, e World Nomads, por exemplo.

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Portugal não está imune à crise na Europa, mas pode “oferecer estabilidade num mundo instável”

Antigo vice-primeiro-ministro antecipa "um elevado grau de imprevisibilidade nas atuais relações internacionais" e avisa que "é melhor não brincar aos défices nem às dívidas".

Paulo Portas, na conferência Fábrica 2030Hugo Amaral

Após anos de ajustamento que conduziram a uma situação orçamental positiva, Portugal está hoje numa posição em que consegue “oferecer estabilidade num mundo instável”, ainda que não esteja imune a “alguma turbulência na Europa”, defende Paulo Portas. O antigo vice primeiro-ministro traça um cenário cauteloso e alerta para várias ameaças – desde logo o aumento do protecionismo – numa Europa em que as duas principais economias enfrentam problemas políticos e financeiros.

“Há um elevado grau de imprevisibilidade nas atuais relações internacionais”, começou por salientar salvaguardar Paulo Portas, numa reflexão sobre qual pode ser o papel de Portugal na geopolítica internacional, numa intervenção durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto.

O antigo governante recordou as várias crises com impacto mundial que ocorreram nos últimos cinco anos, desde a pandemia, à guerra na Ucrânia, passando pelo conflito entre Israel e a Palestina, com impacto na navegabilidade no Mar Vermelho. Uma série de eventos improváveis, que nenhuma consultora ou agência conseguiu prever. “As consultoras têm de melhorar a capacidade instalada em matéria de previsão de riscos internacionais”, apontou ironicamente.

O mundo está perigoso. Convém não acrescentar a nossa instabilidade às outras. É melhor não brincar aos défices nem às dívidas“, alertou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros. Acrescentou que “com todos os nossos problemas, estamos num ciclo em que conseguimos crescer mais [que a Zona Euro] e isso não deve desincentivar a nossa ambição”. E reforçou que o país está muito longe dos níveis de dívida que chegou a ter e que eram “vertiginosamente perigosos”.

Apesar desta visão mais positiva sobre a situação do país, Paulo Portas alertou que “não estamos livres de alguma turbulência na Europa”. Com a Alemanha em contração e a França a enfrentar uma crise de dívida “não se consegue antecipar o que possa acontecer a partir de amanhã”. “É difícil esperar que a zona euro esteja extraordinária” com as duas maiores economias da região a enfrentarem problemas. No que diz respeito a Portugal, França e Alemanha são o segundo e o terceiro melhores mercados para as exportadoras, lembrou.

Protecionismo e isolacionismo

Com Donald Trump já eleito para ser o próximo presidente dos EUA, a economia mundial enfrenta o “crescimento de uma onda de protecionismo“, admite Paulo Portas. O antigo governante diz que “há sinais de fragmentação” e a “ameaça de tarifas”. Apesar destas ameaças crescentes, que devem ser encaradas com “prudência”, Portas realça que “uma coisa são tweets, outra são decisões”.

“Todos os dados apontam para um efeito em espelho em demasiados países e em demasiadas economias”, apontou ainda, destacando que “de cada vez que se faz uma tarifa, vão esperar uma retaliação do outro lado“.

“Os EUA com Biden tarifaram violentamente o alumínio e aço chinês. A China respondeu hoje: baniu a produção de terras raras aos EUA”, exemplificou. Já no caso da Europa, que aplicou tarifas de 41% aos carros elétricos chineses, Pequim respondeu com um inquérito sobre produtos agrícolas europeus.

Embora admita que o protecionismo está a aumentar, Portas refere que “o que há de novo é a declaração de protecionismo do novo presidente norte-americano“, adiantando que é preciso encarar com “prudência” a nova administração dos EUA. O que está em cima da mesa, sintetiza, é “a ameaça de tarifas de 60% sobre a China e uma ameaça de tarifas sobre o resto do mundo entre 10 a 20% sobre todos os bens”.

“Ter o protecionismo como política sistémica é complicado”, alerta, adiantando que não há qualquer “racionalidade económica” no protecionismo.

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TVI reforça liderança em novembro

A TVI reforçou a liderança em novembro estando agora a 1,7 pontos da SIC. De acordo com a análise da Dentsu Media, a CNN continua o canal de informação mais visto e a Now ultrapassa a RTP3.

A TVI aumentou para 1,7 pontos percentuais a distância que a separa da SIC na média do mês de novembro. De acordo com a análise da Dentsu/Carat para o +M, a estação da Media Capital fechou o mês com um share de 15,9% (+0,2 ponto percentuais) e foi acompanhada em média por 333,9 mil pessoas.

A SIC, por seu turno, registou um share de 14,2% (-0,4 pp), sendo vista por uma média de 298 mil pessoas, e a RTP1, mantendo um share de 11,7%, foi vista em média por 245,3 mil pessoas. Com um share de 0,6%, a RTP2 foi acompanhada em média por 13,5 mil telespectadores.

Analisando por faixas horárias, a principal alteração é no período de acesso ao prime-time, que no último mês foi ganho pela RTP1, agora liderado pela TVI. A estação da Media Capital é de resto o canal visto das 14h em diante. As manhãs, entre as 7h30 e as 12h são lideradas pela RTP1 e o período entre as 12h e as 14h pela SIC.

No cabo, a CMTV obtém um share de 6,6% (menos 0,1 pp), sendo acompanhada em média por 138,2 mil telespectadores. A CNN Portugal é o canal de informação mais visto, com um share de 2,4% (-0,1 pp) e a SIC Notícias manteve o share de 1,9%. O Now, com 1,1% (+0,1 pp), está agora duas décimas acima da RTP3, que se situou novamente nos 0,9%.

Entre os dez canais mais vistos do cabo, destaque para o Star Channel, Hollywood e Globo, nas três últimas posições.

O programa mais visto do mês foi, uma vez mais, futebol, desta vez o Croácia X Portugal, na Liga das Nações, na RTP1. A segunda posição é também ocupada pela RTP1, com o Benfica X Estrela Amadora, da Taça de Portugal Generali Tranquilidade. O Telejornal e o Preço Certo, com entrada dupla, são os restantes programas que a estação colocou no ranking mensal elaborado pela Dentsu para o +M.

A TVI surge sete vezes na tabela e as restantes três posições são preenchidas pela SIC.

No cabo, e mais uma vez, a CMTV fez o pleno e ocupou todas as posições do ranking.

 

Nota Técnica para a produção da análise evolutiva e mensal
Dados: Yumi / Caem_TV Fonte: Mediamonitor/ GFK Análise Dentsu/Carat para o +M/ECO
Outros: Vídeo, DVD, VHS, Blu-Ray, satélite, consolas, unmatch (além dos 150 canais medidos e o time-shift com um delay de sete dias), plataforma dos operadores (vídeo clube, jogos)
Aud. Total: Percentagem de indivíduos que contactaram um canal, pelo menos uma vez.
Aud. Média: Audiência provável que contacta com o canal em qualquer momento do período respetivo.
Tempo médio despendido: Média do tempo que cada indivíduo contactado despendeu com um canal num determinado período.
Share Aud.: Percentagem de tempo que é despendido a ver um dado canal relativamente ao tempo total de visão do meio (televisão) num determinado período.

Top produzido para programas “Net” (TeleReport), com duração superior a três minutos. Audiência corresponde à média ponderada das partes do programa. Não são considerados como programas: Sorteios e Tempo de Antena.

 

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Portugal vai entregar em janeiro a reprogramação do PRR

Fernando Alfaiate considera que as medidas de simplificação das regras de contratação pública para os fundos europeus podem ser um bom teste para aferir se devem ser aplicadas no futuro.

O presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal revelou que Portugal vai entregar o exercício de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Bruxelas em janeiro. O processo de reprogramação já teve início, mas só será concluído no próximo mês, a tempo de garantir que a Comissão Europeia não iniciará a análise do sexto pedido de pagamento do PRR antes.

Fernando Alfaiate não quis dar detalhes sobre o exercício de reprogramação, explicando apenas que o “processo está a ser iniciado”. “Não temos detalhes em concreto”, disse o responsável na Comissão Eventual de Acompanhamento da Execução do PRR no Parlamento. Estão em causa “investimentos de algumas dimensão que podem não ser exequíveis no PRR e que têm de ser faseados”, mas também “concursos que ficaram desertos e que têm de ser repetidos, o que vai exigir dar mais um semestre dentro do período PRR para que se executem os projetos”, explicou.

Entre os concursos desertos estão, por exemplo, o que foi lançado para a compra de dois barcos nos Açores e a assinatura do contrato relativo a um navio de investigação multifuncional, na região Autónoma da Madeira, cujo concurso também teve problemas. Estes dois concursos são dois dos quatro marcos falhados no âmbito do sexto pedido de desembolso entregue à Comissão Europeia a 15 de novembro.

Na Madeira já foi lançado um novo concurso público, que decorre até 20 de dezembro, mas se mais uma vez não for encontrada uma solução, “em sede de reprogramação terá de ser encontrada uma alternativa”, disse Alfaiate reconhecendo que, na Madeira, “pode haver mais um ou outro investimento de menor dimensão que também poderá necessitar de ajustamento”. “Em termos gerais existe a convicção de que se manterá toda a dotação prevista para essa região autónoma”, precisou.

Fernando Alfaiate recordou que o problema dos concursos públicos desertos “não acontece só no PRR, mas em toda a economia”. “Todos temos de encontrar soluções. É uma desvantagem e uma circunstância com a qual temos de lidar”.

O presidente da Recuperar Portugal revelou que “na fase de diagnóstico” a estrutura de missão teve “conversas com as entidades executoras paras fazer uma análise crítica das metas que até meados de 2026”. No encontro as entidades tiveram de responder a perguntas como “já lançaram concurso? Consignaram a obra? Qual o prazo de execução”.

“Apresentámos o diagnóstico à tutela”, disse Alfaiate, remetendo a audição de outras entidades, como a Comissão Nacional de Acompanhamento para uma fase posterior, “já mais consolidada da adenda” que estão “a preparar”, à semelhança do que foi feito a reprogramação anterior.

Na segunda-feira de manhã, Fernando Alfaiate esteve reunido com o ministro Adjunto e da Coesão, Manuel Castro Almeida, e com o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, para discutir a reprogramação da bazuca europeia. “Arrancámos esta manhã [de segunda] o exercício de reprogramação do PRR”, contou ao ECO Castro Almeida.

O PRR termina dentro de 18 meses do ponto de vista de metas. Se não as conseguirmos concretizar temos de tomar outras opções. Mas estão a ser ponderadas todas as alternativas para que isso aconteça, temos é de ter dados em concreto para que isso aconteça”, acrescentou Fernando Alfaiate em resposta aos deputados.

Nesta reprogramação, ao contrário da anterior, não será feita qualquer atualização de preços. “Não é permitido”, disse Fernando Alfaiate, recordado que a reprogramação de maio de 2023 foi feita uma atualização de 18% nos preços dos projetos para acomodar os aumentos gerados pela espiral inflacionista da época. “Terão de ser encontradas soluções, outras verbas que não estas, nomeadamente nacionais”, sublinhou.

Fernando Alfaiate revelou ainda aos deputados que, esta quarta-feira, o Comité de Política Económica dos 27 Estados-membros se vai pronunciar formalmente sobre a avaliação prévia positiva ao pagamento do quinto cheque do PRR nacional e, “em meados de dezembro, haverá a decisão final de desembolso”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Novos concursos e apoios para matérias-primas críticas. Governo vê “potencial para novas explorações”

Os novos concursos vão incidir sobre três matérias-primas, lítio, cobre e ouro, e vão ser lançados em 2025.

O Governo apresentou, esta terça-feira, um plano para as matérias-primas críticas em Portugal, na sequência de um esforço europeu nesse sentido. O plano prevê o lançamento de concursos para a prospeção destas matérias-primas assim como a atribuição de um estatuto prioritário aos projetos que sejam considerados estratégicos neste âmbito, assim como apoios ao financiamento.

Da lista de matérias-primas consideradas críticas e estratégicas pela UE, Portugal produz concentrados de cobre (e zinco) nas minas de Neves-Corvo e Aljustrel, e concentrados de tungsténio na mina da Panasqueira, sendo que “possui potencial para novas explorações destas e de outras matérias-primas bem como para a exploração de minerais de lítio na zona centro e norte do país”, lê-se no comunicado.

Um grupo de trabalho esteve a debruçar-se sobre estas potencialidades, com o objetivo de criar um primeiro relatório e plano de ação, entre julho e outubro deste ano. Desta reflexão resultou um conjunto de 18 medidas, entre as quais se destaca a “atribuição de um Estatuto Prioritário aos projetos estratégicos de matérias-primas críticas”, a “resolução célere e eficaz de litígios” e o “lançamento de concursos de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de recursos minerais“. A acompanhar prevê-se a “adoção de instrumentos e programas de apoio ao financiamento de projetos estratégicos“.

Na apresentação do plano, esta tarde no ministério do Ambiente, a ministra da tutela, Maria da Graça Carvalho, esclareceu que os concursos deverão ter lugar em 2025.

A coordenadora do grupo de trabalho e sub-diretora geral da Direção Geral de Energia e Geologia, Cristina Lourenço, avançou que estes dizem respeito a três matérias-primas diferentes, todos referentes à prospeção e pesquisa e não à exploração. Vai haver um concurso para o lítio, para o qual vão a concurso seis áreas, reavivando os planos do anterior Governo; outro para o cobre, para o qual regista “vários interessados”; e finalmente um para o ouro, na zona da Gralheira, no norte de Portugal.

Sobre o financiamento, o ministro da Economia, Pedro Reis, que também esteve presente na apresentação do plano, indicou que serão colhidos numa articulação entre a Aicep – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, o Banco Português do Fomento e IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação.

No próximo trimestre, o grupo de trabalho concentrar-se-á na implementação das medidas prioritárias propostas no Plano de Ação e no desenvolvimento mais aprofundado das medidas que devem estar concluídas em 2025. Este grupo é coordenado pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), de mãos dadas com a secretaria de Estado do Ambiente e da Energia, assim como a Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE).

“As matérias-primas críticas, de que Portugal dispõe, constituem uma oportunidade para a criação de ecossistemas industriais ao longo de toda a cadeia de valor destas matérias”, lê-se no comunicado. Estes minerais podem servir para a produção local de baterias, painéis solares, ímanes permanentes e outras tecnologias limpas.

O Regulamento Europeu impõe aos Estados-membros diversas obrigações, das quais se salientam a atribuição de condições mais favoráveis de licenciamento a projetos estratégicos, monitorização de stocks, identificação das grandes empresas que operam na área das matérias-primas, promoção da circularidade e da reciclagem, desenvolvimento de programas nacionais de prospeção e pesquisa de matérias primas, resume o comunicado.

Da lista de medidas, indo ao encontro destas prioridades, consta também a valorização de matérias-primas críticas a partir de resíduos de extração, a adoção de medidas de circularidade e a reciclabilidade de ímanes permanentes. No âmbito do licenciamento, será criada uma plataforma eletrónica específica para projetos de matérias-primas críticas e vão ser designados pontos únicos de contacto (PUC), ao mesmo tempo que se revê o regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental e o Simplex Ambiental.

No que diz respeito a levantamentos, vão ser identificadas as “grandes empresas” que operam nesta área em Portugal e serão criados procedimentos de reporte, monitorização e mitigação dos riscos, bem como a coordenação de eventuais stocks estratégicos. Será desenvolvido, ainda, um programa setorial dos recursos geológicos.

O objetivo que se pretende alcançar a nível europeu é que pelo menos 10% do consumo anual de minérios seja proveniente de minas no Velho Continente, e que pelo menos 40% desse consumo seja processado nos Estados-membros. Pelo menos 15% do que é consumido deve, também, ser reciclado em território europeu.

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Presidente sul-coreano recua e levanta lei marcial depois da pressão parlamentar

  • Lusa e ECO
  • 3 Dezembro 2024

Após a esmagadora maioria dos deputados ter votado para que a lei marcial fosse levantada, o presidente sul-coreano cedeu.

A Assembleia Nacional sul-coreana votou na madrugada de quarta-feira (hora local) a favor do levantamento da lei marcial de emergência decretada pelo Presidente Yoon Suk Yeol visando proteger a “ordem democrática constitucional”. De acordo com a Constituição do país, a lei marcial deve ser levantada quando uma maioria parlamentar o exigir. Depois desta aprovação – com os votos a favor de 190 deputados e nenhum contra –, o presidente recuou e anunciou que iria retirar a lei marcial.

A crise política, de curta duração, teve de imediato reflexos na moeda do país, o won, que chegou a cair 2%, para mínimo de 2013, face ao euro.

A declaração da lei marcial foi feita depois de o Partido Democrático, na oposição, ter apresentado um projeto de lei orçamental reduzido na comissão parlamentar do orçamento e de ter apresentado moções de impugnação contra um auditor estatal e o procurador-geral.

A imprensa local refere que um comando militar, lançado com a declaração da lei marcial, anunciou depois um decreto para proibir todas as atividades políticas, incluindo protestos e ações partidárias.

O decreto foi emitido pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Park An-su, e entrou em vigor às 23:00 locais (14:00 de Lisboa). “Todas as atividades políticas, incluindo as relacionadas com a Assembleia Nacional, as assembleias regionais, os partidos políticos, a formação de organizações políticas, as manifestações e os protestos são proibidos”, declarou Park, informando que o decreto foi proclamado a nível nacional para “defender a democracia livre e a segurança do povo contra as forças anti-estatais que ameaçam derrubar o país”.

O decreto também colocava sob controlo todos os meios de comunicação social, além de ordenar aos médicos estagiários em greve que regressassem imediatamente ao trabalho no prazo de 48 horas. De acordo com o decreto, as pessoas que violarem a lei marcial podiam ser detidas ou alvo de rusgas sem mandado.

O acesso à Assembleia Nacional sul-coreana foi bloqueado por guardas parlamentares e pela polícia, depois da declaração da lei marcial, levando dezenas de cidadãos a concentraram-se em frente à Assembleia, o que já provocou confrontos. Segundo uma televisão local, helicópteros sobrevoaram o parlamento.

Yoon Suk Yeol declarou “lei marcial de emergência” para proteger a “ordem democrática constitucional”, acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte. Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional”.

O Ministério da Defesa convocou uma reunião dos “principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada”, segundo a agência noticiosa local Yonhap. Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por aplicar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição.

O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025. Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos.

Partido Democrático tinha considerado a declaração de lei marcial de Yoon como “inconstitucional e contra o povo”, segundo a agência sul-coreana.

(Notícia atualizada às 19h44 com a decisão do presidente)

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Justiça em Portugal é cara? “O maior custo é o tempo”, contrapõe Carlos Tavares

O ex-presidente da CMVM alerta que os processos de insolvência se prolongam, permitindo que estas empresas se "arrastem" no mercado e concorram com sociedades capitalizadas.

Carlos Tavares, economista e coordenador de políticas económicas da SEDES

Carlos Tavares defendeu que “o maior custo da Justiça em Portugal é o tempo”, alertando para os efeitos que os atrasos na Justiça têm para a economia e para as empresas. Um problema que, na opinião do economista e coordenador de Políticas Económicas da SEDES, “não se resolve com reformas”, nem com os “chamados pactos”.

Ao falar sobre o impacto que a justiça tem na economia, Carlos Tavares referiu o “custo do tempo”, destacando que se uma empresa “tem que esperar dois, três ou quatro anos para executar uma dívida, o maior custo é o tempo“, adiantou numa intervenção durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto.

O antigo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) argumentou que em vez de se ir pela via de uma grande reforma da justiça, há que pensar se não é mais eficiente “resolver rapidamente as coisas mais práticas”. “Não é possível que um processo de acusação tenha milhares de páginas”, exemplificou.

Apontando o exemplo dos processos de insolvência, um dos temas que interessa aos potenciais investidores, “em termos de conceptualização deste termo da insolvência, Portugal aparece na 7ª posição [num ranking da OCDE], à frente de muitos outros países mais desenvolvidos”. Contudo, quando se olha para a duração média dos processos de insolvência, em 2022, o tempo médio destes processos estava nos 73 meses.

“Isto permite que as empresas se arrastem no mercado, perdendo valor, competindo com outras, porque é permitido este arrastamento“, alertou o responsável, acrescentando que “não há um mecanismo que impeça que as empresas caiam em situação de descapitalização”.

A existência destas empresas descapitalizadas no mercado reflete-se nos números operacionais. De acordo com dados citados por Carlos Tavares, 26% empresas portuguesas têm capitais próprios negativos e 38% apresentam resultados líquidos negativos. “Estas empresas estão no mercado a concorrer com aquelas que estão bem capitalizadas e não há mecanismos práticos que impeçam isto”, concluiu.

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