Euronext apresenta uma mão cheia de propostas de investimento em Portugal

Saúde, energia e turismo são apenas algumas das áreas em que a Euronext encontra vantagens comparativas capazes de convencerem os investidores a apostar em empresas nacionais.

Portugal está a posicionar-se como um destino atrativo para os investidores, com oportunidades significativas em setores-chave da economia, segundo o relatório “Structural Trends Shaping Portugal’s Economy and Growth”, produzido pelo Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa a pedido da Euronext e da AEM no âmbito da iniciativa Portugal Capital Markets Day, que se realiza esta sexta-feira em Lisboa.

“Não estamos apenas a mostrar as transformações recentes, mas sobretudo a perspetivar onde podemos aumentar a competitividade e o crescimento das empresas portuguesas“, refere Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisboa, a propósito da realização do evento.

As conclusões do “Structural Trends Shaping Portugal’s Economy and Growth” assentam nas tendências estruturais que estão a moldar a economia nacional, identificando cinco áreas promissoras para cativar a confiança dos investidores.

  1. Saúde: O setor representa 11% do PIB, uma percentagem superior à média da OCDE. Entre as oportunidades identificadas pelos autores do estudo estão startups de biotecnologia, cuidados geriátricos e turismo médico.
  2. Energia: Os autores do estudo sublinham que Portugal está a liderar investimentos em energias renováveis, referindo que o investimento em “projetos de energia eólica e solar, hidrogénio verde e lítio são de assinalar, apoiados por um contexto regulatório que se tem mostrado favorável e estável.”
  3. Imobiliário e Turismo: Estes setores estão a “atravessar um período de prosperidade”, que é espelhado por um “crescimento substancial do investimento direto estrangeiro e também nacional” em virtude da localização estratégica do país, a qualidade e vida e os preços competitivos dos imóveis, destaca o estudo da Universidade Católica.
  4. Agricultura e Florestas: Alavancado um crescimento de 45% das exportações agrícolas entre 2018 e 2022, os autores do estudo destacam que ambos os setores apresentam oportunidades em tecnologias agrícolas avançadas e gestão florestal sustentável e na produção de produtos de maior valor como o vinho, azeite, frutas e produtos hortícolas.
  5. Infraestruturas: A localização geográfica de Portugal oferece vantagens únicas para investimentos em infraestruturas de transporte e logística, refere o estudo da Universidade Católica, identificando como áreas-chave de investimento futuro o transporte ferroviário, os portos, os aeroportos e as infraestruturas hídricas e culturais.

O relatório coordenado pelo professor Ricardo Reis também destaca o compromisso de Portugal com a sustentabilidade e a inovação, notando que “o país está a posicionar-se como um centro de inovação tecnológica e de startups”, com áreas promissoras como transformação digital, fintech e inteligência artificial.

A competitividade de Portugal também é evidenciada pela sua posição favorável no índice de restritividade regulatória do investimento direto estrangeiro da OCDE, ocupando o segundo lugar entre os países membros.

Será sobre todas estas linhas orientadoras que irá decorrer a primeira edição do Portugal Capital Markets Day, que tem como objetivo “promover oportunidades de investimento em Portugal, com um foco particular nas empresas cotadas, destacando as principais tendências de evolução estrutural da economia portuguesa”, destaca a Euronext Lisboa em comunicado.

“Esta iniciativa não só reconecta os stakeholders, mas também catalisa novas colaborações e investimentos”, destaca ainda Miguel Athayde Marques, presidente do conselho diretivo da AEM.

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Italiana Esseco lança contra-oferta de aquisição da Ercros, superior à da portuguesa Bondalti

  • Lusa
  • 28 Junho 2024

Oferta do grupo italiano é 6,7% mais alta do que apresentada em março pela empresa química portuguesa Bondalti, que integra o Grupo José de Mello, e que já tinha sido aprovada pelo governo espanhol.

O grupo italiano Esseco Industrial anunciou esta sexta-feira uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa química espanhola Ercros pelo preço de 3,84 euros por ação, que é superior à que foi lançada no início de março pela portuguesa Bondalti.

A oferta do grupo italiano é 6,7% mais alta do que a da Bondalti Ibérica, subsidiária da química portuguesa Bondalti (3,60 euros), e representa uma valorização de 10% face ao preço das ações da Ercros no final da sessão de quinta-feira da bolsa espanhola.

Em comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), o regulador do mercado espanhol, a empresa italiana referiu que a oferta para a compra da totalidade das ações da Ercros avalia a química em 351,1 milhões de euros.

A Esseco acrescentou que a oferta pública, de caráter voluntário, foi aprovada pelo conselho de administração por unanimidade em 19 de junho e está condicionada à obtenção de 75% do capital e à autorização das autoridades reguladoras e da concorrência.

O Governo espanhol aprovou em 12 de junho a compra da empresa química Ercros pela Bondalti, um dos passos para a concretização da OPA. “O Conselho de Ministros deliberou, na reunião de 11 de junho de 2024, […] autorizar o investimento estrangeiro da oferente e do seu investidor final na empresa espanhola Ercros”, lê-se numa nota enviada à CNMV.

A autorização em causa consiste num passo para que a OPA possa ser concretizada. Já a 20 de março, a CNMV tinha aceitado a OPA sobre a Ercros, lançada pelo grupo Bondalti.

A empresa química portuguesa Bondalti lançou a 5 de março deste ano uma OPA sobre 100% das ações da Ercros, num valor que ronda os 329 milhões de euros.

A Ercros é um grupo industrial, líder em Espanha, especializado na produção e venda de produtos químicos, sendo que emprega 1.350 pessoas e tem três áreas de atividade: a divisão de cloro, a divisão de produtos químicos e a divisão farmacêutica.

Em 2023, a Ercros faturou cerca de 750 milhões de euros e teve um lucro de 27,5 milhões de euros.

A Bondalti garantiu que manterá os postos de trabalho da Ercros, a sede da empresa em Barcelona e a presença nas regiões autónomas em que opera – Catalunha, Comunidade Valenciana, Aragão e Madrid.

A OPA está condicionada “à aceitação de mais de 75% do capital e à obtenção de todas as aprovações regulamentares e governamentais relevantes”, segundo a Bondalti.

A Bondalti, que faz parte do Grupo José de Mello, está em Espanha há mais de 20 anos, onde emprega mais de 200 pessoas.

Atualmente, tem duas unidades produtivas em Espanha, em Torrelavega (Cantábria) e em Alfaro (La Rioja), bem como um centro logístico em Vigo, além de quatro escritórios em Barcelona, Madrid, Pontevedra e Logronho.

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Governo e LALIGA partilham ferramenta de monitorização do discurso de ódio

  • Servimedia
  • 28 Junho 2024

O Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações e a LALIGA vão assinar em setembro um acordo para partilhar a ferramenta 'MOOD' de monitorização e análise do discurso de ódio.

O anúncio foi feito pela ministra da Inclusão, Segurança Social e Migração, Elma Saiz, esta sexta-feira, durante a apresentação do balanço da campanha contra o racismo no desporto “Este jogo vamos ganhar”, onde também esteve presente o presidente da LALIGA, Javier Tebas.

A ferramenta, fornecida pela Liga de Futebol Profissional, irá otimizar a estratégia de monitorização levada a cabo pelo Observatório Espanhol do Racismo e da Xenofobia (Oberaxe), através da escuta ativa nas redes sociais de ações racistas e discursos de ódio de todos os tipos.

Esta missão fará parte de um acordo entre o Ministério e a LALIGA com o objetivo de “prevenir episódios de violência, enfrentá-los e trabalhar concretamente contra o racismo e a xenofobia”, segundo Saiz.

Por outro lado, serão desenvolvidas campanhas de comunicação e sensibilização, bem como no domínio da formação através de um módulo sobre o racismo no futebol de base e de diferentes colaborações específicas com a Fundação LALIGA.

Saiz sublinhou que “não podemos ficar de braços cruzados perante os discursos de ódio, que se multiplicaram nos últimos tempos devido, em grande medida, à sua difusão na Internet e nas redes sociais. Com esta ferramenta, estamos certos de que melhoraremos o nosso diagnóstico e poderemos atuar em conformidade”.

Por seu lado, Tebas concordou com a importância de continuar a atuar contra o racismo. “Aderir a projetos como este do governo, trabalhando em conjunto, confirma o esforço investido até agora. Este acordo marcará um antes e um depois na luta contra a violência e o ódio”, afirmou.

RESULTADOS

Além disso, durante o dia, os resultados da campanha de comunicação “Este jogo vamos ganhar” foram apresentados pela directora do Oberaxe, Karoline Fernández. Esta iniciativa, realizada durante quatro semanas com atividades informativas nas redes, principalmente, e enquadrada no projeto europeu SCORE ‘Sport Cities opposing Racism in Europe’, teve mais de 102 ‘posts’ nas redes sociais, com mais de 300.000 impressões; chegou a mais de 85 meios de comunicação nacionais e internacionais, e a 1,7 milhões de ‘newslatter’, que recolheram mais de 560.000 aberturas.

“O discurso do ódio não tem lugar em nenhuma área da sociedade e o desporto é um excelente local para o reivindicar”, afirmou a ministra. O talento não compreende a cor da pele, a origem ou a classe social, e o futebol é um excelente exemplo de integração dos melhores talentos, embora ainda haja muito a fazer em termos de discurso de ódio e é aí que nos vamos concentrar neste acordo”, acrescentou.

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America’s Cup Trophy Tour continua a sua viagem e aproxima os fãs da America’s Cup

  • Servimedia
  • 28 Junho 2024

O Auld Mug já passou por L'Escala, Palamós, Vilassar de Mar e Sitges. As suas próximas paragens serão Tarragona, Cambrils e terminará na capital catalã como preâmbulo da competição oficial.

O America’s Cup Trophy Tour chegou a meio do seu percurso. Depois de já ter passado por L’Escala, Palamós e Vilassar de Mar, está agora em Sitges para aproximar a competição da população local. Centenas de pessoas vieram desfrutar desta atividade nas suas primeiras paragens, absorvendo os valores transmitidos por esta competição histórica.

Os clubes náuticos dos municípios colaboraram com a America’s Cup Event (ACE), a Emirates Team New Zealand, as câmaras municipais e a Generalitat de Catalunya para expor o troféu, contar a sua história e informar sobre as novidades desta edição que se realizará dentro de algumas semanas em Barcelona. Também incentivaram a participação da comunidade local com regatas e outras atividades culturais e gastronómicas.

L’Escala foi o cenário da primeira paragem da America’s Cup Trophy Tour, atraindo os participantes ao mar de Empúries. Durante o evento, o cobiçado troféu foi oficialmente apresentado no cais de espera do Club Nàutic L’Escala. A cerimónia contou com a presença de personalidades como Narcís Carreras, presidente do Club Nàutic L’Escala, Grant Dalton, CEO da America’s Cup, Joan Plana, segundo vice-presidente do Conselho de Turismo da Costa Brava, Anna Torrentà, delegada do Governo catalão em Girona, e Josep Bofill, presidente da Câmara Municipal de L’Escala.

Os adeptos puderam informar-se sobre a 37.ª edição da America’s Cup e tirar fotografias com o troféu mais antigo do desporto internacional. O dia incluiu uma variedade de atividades na escola de vela do clube, com a participação de quase 80 velejadores. Os visitantes desfrutaram de uma aldeia que oferecia uma experiência imersiva sobre a história da competição, os seus barcos e tripulações, bem como uma degustação gastronómica de vários produtos locais.

ATIVIDADES

Na localidade de Baix Empordà, a equipa do Club Nàutic Costa Brava – regata Vela Palamós expôs a sua experiência por ocasião da visita deste lendário troféu. Miquel Aviño, vice-presidente do clube, Natalia Via-Dufresne, ex-velejadora olímpica e chefe de operações na água da America’s Cup Event (ACE) Barcelona, e o presidente da Câmara Municipal de Palamós, Lluís Puig, falaram aos adeptos.

Entretanto, no município de Maresme, foi organizada uma regata social com a participação de vários clubes da região, uma exposição da classe Patí català e uma degustação de conservas. Laura Martínez Portell, Presidente da Câmara de Vilassar de Mar, esteve presente no evento.

A próxima paragem também está a ser um sucesso retumbante. As atividades organizadas pelo Club Nàutic de Sitges incluíram uma regata com equipas constituídas por alunos da escola de vela local e uma exibição de velejadores de Patí de Vela. A ação prosseguirá durante a tarde no Passeig de la Ribera com a chegada do troféu, que trará consigo outros espetáculos, como uma pintura de um artista local.

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Madrid lidera a formação e o acesso à procura na indústria do espetáculo, segundo a última análise do Instituto Coordenadas

  • Servimedia
  • 28 Junho 2024

A nova indústria do entretenimento tem registado um crescimento exponencial nas últimas décadas, impulsionada pelos avanços tecnológicos e pela crescente procura de conteúdos audiovisuais e digitais.

Este setor não só aumentou a sua dimensão e alcance, como também aumentou a procura de profissionais qualificados para responder às exigências de um público global cada vez mais exigente, de acordo com a última análise do Instituto Coordenadas.

Neste contexto, Madrid, de acordo com o relatório, tornou-se um dos principais pólos de produção, com o sucesso da Madrid Content City em Tres Cantos; e também concentra a oferta de formação mais ampla e inovadora. A capital acolhe as 5 principais escolas de formação profissional (VET) e universitárias que desempenham um papel crucial na preparação de novos profissionais com as qualificações exigidas pelos operadores da nova indústria. Estes programas não só dotam os estudantes de competências técnicas e criativas, como também os preparam para cargos que oferecem salários competitivos, muitas vezes superiores aos das profissões tradicionais com diplomas superiores.

As principais escolas destacadas no relatório são: The Core, a Escola Superior de Audiovisuais do Grupo Planeta, situada no coração da Cidade dos Conteúdos de Madrid e que oferece todas as linhas de formação superior, desde os Ciclos de Formação de Nível Superior (FP), passando pelos Mestrados, até às Licenciaturas, sempre em relação com as áreas de conhecimento exigidas pela indústria do espetáculo. Localizada em Tres Cantos, oferece uma formação eminentemente aplicada graças ao excelente equipamento do seu campus, concebido em conjunto com os seus parceiros, Secuoya e Antena 3, e uma vasta gama de estágios em empresas do setor.

ECAM (Escuela de Cinematografía y del Audiovisual de la Comunidad de Madrid), um estabelecimento de ensino de renome que oferece programas de formação em cinema e meios audiovisuais. Situada em Pozuelo de Alarcón, os seus programas incluem realização cinematográfica, guionismo, produção, montagem, som, animação e efeitos especiais, entre outros. TAI (Escuela Universitaria de Artes y Espectáculos TAI) com programas em disciplinas artísticas como cinema, fotografia, música, artes cénicas e artes plásticas. Situada no centro de Madrid, está orientada para a criatividade e a inovação.

UTAD (Universidade de Tecnologia e Arte Digital) especializada em tecnologia e arte digital, com programas em videojogos, animação, design digital, engenharia de software e realidade virtual, localizada em Las Rozas. A UDIT (Universidade de Design, Inovação e Tecnologia) centrou-se em programas de design, inovação e tecnologia, oferecendo formação em design gráfico, design de interiores, design de moda e tecnologia aplicada ao design.

A este respeito, o último relatório da PwC sobre a indústria do entretenimento e dos meios de comunicação social (E&M) destaca a importância económica deste setor em Espanha e a necessidade urgente de formar novos profissionais qualificados. Com uma previsão de crescimento anual composto de 4,6% até 2027, atingindo 35.011 milhões de euros, a indústria do entretenimento é uma das áreas mais dinâmicas e promissoras da economia espanhola.

De acordo com a análise, os estudantes formados em centros de formação profissional (VET) e universidades especializadas no setor do entretenimento terão uma vantagem significativa no mercado de trabalho. As instituições que lideram esta área estão a oferecer uma educação de vanguarda, adaptada às necessidades de uma indústria em rápida evolução e com uma elevada procura de novas competências tecnológicas e criativas.

Do mesmo modo, os dados confirmam que os profissionais formados nestas escolas podem alcançar salários elevados, comparáveis ou mesmo superiores aos dos licenciados em disciplinas tradicionais. Os domínios da animação, dos efeitos especiais, do desenvolvimento de jogos de vídeo e da produção audiovisual, em particular, oferecem oportunidades de emprego bem remuneradas devido à elevada procura de competências especializadas e ao caráter global do mercado do entretenimento. Os novos profissionais destas escolas estão a igualar os recém-licenciados da Universidade Carlos III de Madrid (UC3M), da Universidade Pompeu Fabra (UPF) ou da Universidade de Navarra (UNAV), que são as universidades com os salários médios mais elevados em Espanha.

O Core, a ECAM, o TAI, a UTAD e a UDIT estão a atingir taxas de empregabilidade de 90% nos primeiros seis meses após a conclusão dos estudos; com salários iniciais muito competitivos ou rendimentos que superam a média nacional, com remunerações que variam entre 30.000 e 50.000 euros por ano, dependendo da dedicação e da especialização. E o estudo reflete também a elevada procura destes profissionais, que responde ao crescimento e dinamismo da nova indústria, e a atração de Espanha como destino de produção de entretenimento; e o trabalho de longa data de organizações como a Spain Film Commission, ou a já mencionada Madrid Content City, onde a Netflix abriu recentemente a sua sede europeia. Uma verdadeira declaração de intenções.

Jesús Sánchez Lambas, vice-presidente executivo do Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada, considera que “o entretenimento vai crescer exponencialmente devido ao novo estilo de vida e à nova realidade laboral, e a procura destes perfis vai crescer em conformidade”, e acrescenta que “é muito importante que Madrid tenha capitalizado a tendência para se tornar um hub e, também, para oferecer a melhor oferta académica”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de junho

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Ao longo desta sexta-feira, 28 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Concurso da rede elétrica que chega às casas está “sob tensão”

As opiniões sobre os moldes em que o concurso para a rede de baixa tensão – a que chega às casas – se irá realizar dividem-se, mas as críticas são uma constante.

O anterior Governo lançou as bases para um concurso que abre a porta a novos operadores que queiram gerir a rede nacional de baixa tensão, aquela que leva a eletricidade às casas. As bases já lançadas são criticadas, tanto pelo atual gestor da rede como por especialistas, e as opiniões sobre o caminho a seguir divergem.

O território português está ligado por quase 150 mil quilómetros de rede de baixa tensão. A rede elétrica nacional, que ainda conta 85 mil quilómetros de rede de alta tensão, é tão densa que, se se quisesse representar num mapa “numa escala razoável”, ver-se-ia uma mancha contínua, ilustra a E-Redes. A rede está dividida em 278 concessões, uma por cada concelho de Portugal continental, mas estão todas na mão do mesmo operador, a E-Redes (antiga EDP Distribuição). Algo que pode alterar-se em breve com o concurso.

O CEO do grupo EDP, Miguel Stilwell, do qual faz parte a E-Redes, já veio criticar os termos que foram avançados, considerando que não permitem que a atividade de distribuição seja viável economicamente. “Não percebemos como é que o modelo que está em cima da mesa possa ser atrativo para as empresas”, afirmou, em entrevista ao Jornal de Negócios.

De acordo com a E-Redes, “o modelo de concurso proposto parece incongruente” já que prevê custos extra que não poderão ser recuperados pelo operador. Atualmente, o regulador calcula quanto deve cobrar aos consumidores na fatura da luz (os chamados “proveitos permitidos”) para, por um lado, remunerar os municípios (as “rendas de concessão”) e, por outro lado, remunerar o operador da rede (a “atividade de distribuição”). Esta última parcela destina-se a cobrir custos operacionais, custos de investimento e a remuneração do capital investido.

"“O Governo está a analisar esta questão e a acompanhar em proximidade o processo juntamente com os intervenientes, de forma a que, no que dependa de si, sejam cumpridos os prazos.”

Ministério da Energia e do Ambiente

Fonte oficial

As rendas de concessão têm-se mantido relativamente estáveis, entregando uma média de 260 milhões de euros anualmente, desde 2013. Já o custo com a atividade de distribuição tem vindo a diminuir – uma quebra de 25% nos últimos dez anos – “refletindo os ganhos de eficiência alcançados pela E-Redes nesse período, que em grande medida resultam da possibilidade de exploração integrada das diversas concessões, com benefício para a sustentabilidade das tarifas e os consumidores de eletricidade”, defende a empresa. Um concurso envolvendo só a rede de baixa tensão “não faz sentido nem técnico nem de gestão”, defende António Vidigal, consultor da área de Energia e antigo líder da EDP Inovação.

Por seu lado, Nuno Ribeiro da Silva, consultor na mesma área e ex-CEO da Endesa Portugal, acredita que a divisão por zonas faria sentido, diminuindo o risco para novos operadores. Sugere a divisão em “três ou quatro” blocos. O mesmo observa que um concurso global é “muito limitativo”, porque “a E-Redes tem uma vantagem comparativa enorme, por ter sido desde sempre o responsável”.

“É evidente que a E-Redes vai continuar a ser o grande player ou mesmo o único”, vaticina Ribeiro da Silva, mas partilha a visão de que seria importante que houvesse uma zona, mesmo que menos populosa, que pudesse ser operada por um novo ator, de forma a criar alguma dinâmica e termo de comparação no futuro. Tendo em conta os novos desafios que as redes irão atravessar, considera benéfico ter mais operadores a colmatá-los.

O modelo previsto para o concurso indica que será valorizado o pagamento de uma renda anual pelo concessionário aos municípios, somado às rendas de concessão já hoje pagas. A cargo do operador fica ainda a apresentação de um plano estratégico. Este distingue-se do plano de investimentos pois não está focado na expansão e reforço da rede, mas sim em dar novas capacidades à mesma, como, por exemplo, a recolha de dados que alimentem as cidades inteligentes, ou a integração de carregamento de veículos elétricos e produção renovável. Nem os custos com a renda extra aos municípios nem o plano estratégico vão ser reembolsados aos operadores através da rubrica “atividade de distribuição”, pelo que “o operador de rede não tem meio de recuperar [estes pagamentos] através das suas receitas reguladas”, aponta a E-Redes.

No final de 2023, o contrato de concessão de 268 das 278 concessões de baixa tensão já havia expirado, sendo que os restantes contratos terminam entre 2026 e 2027.

António Vidigal sublinha que “as autarquias já recebem cerca de 300 milhões de euros anuais pelas concessões, o que não acontece em Espanha”. O consultor critica também a porta aberta às elétricas espanholas, uma vez que os operadores espanhóis têm concessões vitalícias, logo as empresas portuguesas não podem competir no país vizinho.

Filipe de Vasconcelos Fernandes, especialista em Economia e Fiscalidade da Energia, vê como vantagem a introdução da figura do plano estratégico, mas põe do lado das desvantagens “o modelo de equilíbrio económico-financeiro, em especial ao nível das obrigações de investimento do concessionário, que são relativamente elevadas”. Ribeiro da Silva, por seu turno, considera que o modelo atual “muito dificilmente vai encontrar interesse por parte de potenciais candidatos”.

No final de 2023, o contrato de concessão de 268 das 278 concessões de baixa tensão já havia expirado, sendo que os restantes contratos terminam entre 2026 e 2027. Todos têm a duração de 20 anos, mas foram assinados em momentos diferentes. Contudo, “tendo em conta a necessidade de garantir a continuidade da atividade e do serviço prestado aos clientes”, estes contratos encontram-se prorrogados até à entrada em operação do vencedor do futuro concurso.

“O Governo está a analisar esta questão e a acompanhar em proximidade o processo juntamente com os intervenientes, de forma a que, no que dependa de si, sejam cumpridos os prazos”, indica fonte oficial do ministério do Ambiente. Junho do próximo ano está marcado como o mês limite para o lançamento dos concursos.

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Governo decidirá sobre investimentos a realizar pelos CTT “com a brevidade possível”

Propostas da Anacom para aplicar mecanismo de compensação aos CTT e com novos parâmetros de qualidade do serviço postal estão em "análise". Executivo admite "complexidade e relevância" dos temas.

O Governo está a analisar as propostas da Anacom sobre a aplicação do mecanismo de compensação aos CTT CTT 0,95% , pelas falhas registadas em 2022, e sobre os novos parâmetros de qualidade de serviço. Ainda não tomou decisões devido à sua “complexidade e relevância”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Em relação ao mecanismo de compensação, o ECO noticiou esta semana que a Anacom remeteu ao Governo uma proposta para obrigar os CTT a realizarem investimentos que melhorem a qualidade do serviço postal, depois de a empresa, no âmbito da concessão, ter falhado todas as metas em 2022.

Além disso, o ECO também noticiou que a Anacom finalizou e remeteu ao Governo uma proposta com novos indicadores de qualidade que terão, futuramente, de ser cumpridos pelos CTT, estando a decisão final nas mãos do ministro da tutela, Miguel Pinto Luz. Agora, o gabinete do ministro confirma.

“Os relatórios de audiência dos CTT (de aplicação do mecanismo de compensação por incumprimento dos objetivos de desempenho associados à prestação do serviço postal universal, bem como a proposta de parâmetros de qualidade de serviço e objetivos de desempenho) foram recentemente entregues pela Anacom”, começa por confirmar fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Ambos os temas estão em análise e pendentes de decisão: “Pela sua complexidade e relevância, estão a ser presentemente objeto de análise prevendo-se uma decisão sobre os assuntos em questão com a brevidade possível”, acrescenta a tutela.

Também esta semana, a presidente da Anacom, Sandra Maximiano, foi questionada num encontro com jornalistas sobre as obrigações de investimento a que os CTT estarão sujeitos. Mas a responsável não quis revelar que tipo de investimentos a empresa será obrigada a fazer, depois de, em março de 2022, a nove meses do final do ano, o CEO do grupo, João Bento, ter assumido aos analistas que caso o Governo acionasse o mecanismo de compensação, não haveria necessidade de realizar investimentos adicionais face aos que já estavam previstos.

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“Piso zero de um edifício de escritórios é cada vez mais um mega lobby de um hotel”, diz CBRE

O que está a mudar nos espaços de trabalho? Logo à entrada, os edifícios estão a passar por uma "hotelização", realça André Almada. Resistir ao regresso ao escritório pode prejudicar a carreira, diz.

O mundo do trabalho está em transformação e, à boleia, também os edifícios de escritórios estão a mudar. Hoje o piso zero de um desses edifícios é “cada vez mais um mega lobby de um hotel“, onde tanto é possível trabalhar sozinho, como fazer encontros de equipa ou até reunir com os clientes. A tendência é identificada por André Almada, diretor sénior da área de escritórios da CBRE Portugal, que, em declarações ao ECO, deixa também um sinal de alerta para quem está resistir ao regresso ao trabalho presencial.

André Almada é diretor sénior da área de escritórios da CBRE Portugal.

“Cada vez mais, assistimos à hotelização dos pisos zero dos edifícios de escritórios. Um groundfloor de um edifício de escritórios é cada vez mais um mega lobby de um hotel, onde posso estar a trabalhar e ter alguma tranquilidade, como posso estar a ter uma reunião com colegas de trabalho sobre um determinado projeto, como posso receber um cliente de uma forma mais informal, sem estar fechado numa sala, como posso ter um work café, com bebidas e snacks“, descreve o especialista.

André Almada sublinha que os edifícios têm “claramente” de disponibilizar esses espaços, de modo a “criar experiências e facilitar a vida das pessoas“. Até porque, quanto melhor estas se sentiram, “mais produtivas são“. “E este é um dos objetivos das grandes organizações neste momento, porque o talento é cada vez mais escasso e mais desejado“, acrescenta o diretor sénior.

Em conversa com o ECO, o responsável nota também que os espaços de trabalho — expressão que prefere a escritório, já que considera esse último termo um tão “bafiento” — são cada vez mais lugares onde as empresas tentam que “a sua cultura, valores, estratégia, objetivos e dinâmicas” se concretizem e “se fundam com os seus trabalhadores”. “São espaços de colaboração, de bem-estar e de partilha de conhecimento e de experiências”, afirma André Almada.

Ter espaços de trabalho pensados para responder às “ambições e necessidades dos trabalhadores” seja importante para que estes tenham vontade de lá estar, cumprindo dias de trabalho presencial, e não se ficando apenas pelo teletrabalho, reconhece o diretor sénior. Mas não tarda a atirar que há outros fatores a ter em consideração para tornar esse regresso ao escritório mais atrativo, como os planos de carreira e a atratividade dos projetos.

Ainda assim, André Almada deixa um aviso: “quem efetivamente resiste mais ao presencial — e o presencial não tem de ser o presencial cinco dias por semana, das 9h00 às 18h00 – progride menos. Por isso, projeta: “as pessoas que não são convencidas pelas palavras vão perceber [a importância do trabalho presencial] através do que vão sentir na pele: uma progressão mais lenta“.

O renascimento do cowork

O Idea Spaces (na foto) é um dos principais operadores, na área do cowroking, segundo a CBRE Portugal, a par do Avila Spaces, Flexoffices, Heden, Iwg, Lacs, Leap, Maleo, Monday, Nimbler, Second home, Sitio, Unicorn workspaces, e Wework.

Sim, os espaços de coworking sofreram muito com as restrições que ficaram associadas à pandemia, mas, agora que as economias voltaram a abrir e a vida tem tentado regressar à normalidade, estes têm um futuro promissor à sua frente, sinaliza o diretor sénior da área de escritórios da CBRE Portugal.

“Os espaços de coworking foram os primeiros a sofrer com o lockdown [confinamento], porque em 2020 havia muitos contratos de curta duração. Portanto, quando há o lockdown [confinamento], muitos ocupantes tiveram de dar apenas um pré-aviso de um mês para saírem e acionaram essas cláusulas. Os espaços ficaram completamente vazios em dois, três meses”, recorda André Almada, que diz que os primeiros dois anos da Covid-19 foram “muito difíceis” para estes operadores.

“Mas também foram dos primeiros a começar a recuperar“, realça. Isto porque, conta o responsável, as empresas começaram “a arriscar voltar” à normalidade, “através da flexibilidade contratual que estes espaços permitem”.

Os resultados em Portugal no final de 2023 já foram extraordinários: colocaram-se cerca de seis mil postos de trabalho nestes espaços, dos quais 5.500 em Lisboa. Hoje a taxa de ocupação anda acima dos 85%, com os valores por workstation [estação de trabalho] a subir de forma relevante”, adianta André Almada.

Além disso, frisa o mesmo, cada vez mais os contratos já não se cingem apenas a um ou dois postos de trabalho, abrangendo, antes, várias dezenas de empregos. “Este ano, já colocamos só com uma empresa 240 postos de trabalho“, destaca o diretor sénior.

À parte da flexibilidade, que continua a ser muito valorizada pelos utilizadores destes espaços, André Almada assinala o facto de estarem “concebidos para que os seus utilizadores possam ter experiências de última geração“, bem como o sentido de comunidade que tem sido criado.

“Com uma membership [subscrição] de um determinado operador, que tem outros centros em Portugal, posso mudar entre localizações, em comunidade. Este espírito também está a ser criado com bastante força“, sublinha.

De resto, as estatísticas que têm sido recolhidas e divulgadas pela CBRE Portugal, quanto aos espaços de coworking, confirmam a sua recuperação pós pandemia. Os contratos hoje são cada vez mais longos e já não abrangem somente pequenas empresas ou freelancers, mas, sim, “empresas das mais diversas dimensões e setores que optam por estes espaços pela flexibilidade que oferecem, pelo facto de entregarem um full service [serviço completo]”.

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Domingo termina o prazo para entrega do IRS. Multa pode chegar aos 3.750 euros

A declaração anual do imposto tem de ser submetida até dia 30 de junho. Até agora, foram submetidos 5.885.125 formulários. Fisco já pagou mais de dois mil milhões de euros em reembolsos.

Este domingo, 30 de junho, é o último dia para a entrega da declaração anual do IRS relativa aos rendimentos de 2023. Os contribuintes que falharem esse prazo arriscam pagar uma coima que pode ir até aos 3.750 euros.

Até agora, foram submetidos 5.885.125 formulários, segundo as estatísticas do Portal das Finanças. E o Fisco já pagou mais de dois mil milhões de euros em reembolsos. O Governo fará o balanço final da campanha, que decorreu entre 1 de abril e 30 de junho, no início da próxima semana.

Três meses depois, chega ao fim o prazo legal para o cumprimento da obrigação fiscal para quem auferiu, em 2023, rendimentos de trabalho dependente ou independente, pensões ou ganhos de outras categorias como rendas prediais e de capitais. Se os contribuintes falharem este prazo arriscam pagar multas que podem oscilar entre um mínimo de 25 euros e um máximo de 3.750 euros.

Contudo, quem for elegível para o IRS automático escapa a esta penalização, porque, neste caso, a declaração é automaticamente considerada entregue a 30 de junho, mesmo que não seja submetida no Portal das Finanças.

Há ainda contribuintes a quem o Fisco dispensa desta obrigação. É o caso de quem tem rendimentos de trabalho por conta de outrem ou de pensões inferiores a 8.500 euros, não sujeitos a retenção na fonte.

Já quem tem de entregar a declaração do IRS, sob pena de incorrer numa infração tributária, deve estar atento aos prazos. Quem submeter o formulário depois da data limite, 30 de junho, mas durante os 30 dias posteriores, isto é, até 30 de julho, a penalização mínima não pode ir além dos 25 euros.

Se deixar passar essa janela temporal suplementar, e entregar a declaração nos 30 dias após ter recebido a notificação sobre o atraso, o mínimo a cobrar passa a ser de 37,50 euros, que corresponde a 12,5% do valor mínimo fixado para os casos de negligência. Este valor pode, no entanto, subir para 112,50 euros, caso as Finanças tenham iniciado algum tipo de inspeção. Se o atraso for superior e prejudicar o Estado, a coima começa nos 150 euros e pode atingir 3.750 euros, acrescidos dos demais encargos.

De salientar que se a submissão da declaração for muito tardia e o Fisco encontrar inexatidões ou omissões na declaração, a coima pode ser mais elevada, entre os 375 euros e os 22.500 euros.

“Embora o atraso na entrega do IRS, por si só, não comprometa o direito a um eventual reembolso, o pagamento da coima acaba por emagrecer – ou até anular – o valor que poderia vir a receber do Estado“, alerta a associação de consumidores, Deco Proteste. Isto porque o montante que o contribuinte iria receber do Fisco é automaticamente abatido na multa a pagar.

“Os visados têm de pagar a coima de uma só vez, até à data indicada na nota de cobrança (enviada por correio ou através da ViaCTT), numa repartição de Finanças, no multibanco ou através de homebanking. Se não o fizerem, sujeitam-se à cobrança coerciva, que pode passar pela penhora de parte do vencimento, por exemplo”, sublinha a mesma organização.

Outras penalizações foram suavizadas

Para além das coimas, existia uma penalização como a perda do direito a deduzir determinadas despesas até a um máximo de 2.500 euros, as quais permitiam baixar o imposto a pagar ou aumentar o reembolso. Contudo, este ano desapareceu essa sanção por via de uma alteração introduzida pelo Orçamento do Estado para 2024. Assim, quem entregar o IRS fora do prazo poderá continuar a deduzir as despesas gerais e familiares, de saúde, educação ou com imóveis, desde que previamente validadas no portal e-Fatura.

Mantêm-se, contudo, outras consequências negativas. Os contribuintes ficam, por exemplo, impedidos de optar pela tributação conjunta no caso de casados ou unidos de facto, perdem a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e eventuais apoios sociais cuja atribuição depende da existência da nota de liquidação do IRS. “É o caso do Programa de Apoio às Rendas ou da bonificação dos juros do crédito à habitação, ambos para famílias com taxas de esforço elevadas que reúnam um conjunto de outras condições”, exemplifica a Deco Proteste.

Os contribuintes podem, no entanto, ficar livres da coima, mas apenas se não tiverem sido condenados no âmbito de qualquer processo de contraordenação fiscal ou crime tributário, nem tiver usufruído de qualquer dispensa ou redução de coima, nos últimos cinco anos.

“A eventual dispensa não decorre, no entanto, de um pedido do contribuinte. A decisão cabe à Autoridade Tributária, sendo que, nestas situações, o contribuinte não será sequer notificado para o pagamento da coima”, explica a associação de consumidores.

Foram pagos mais dois mil milhões em reembolsos

Até esta quinta-feira, foram entregues 5.885.125 declarações, segundo os dados do Portal das Finanças. Desse valor global, a maior parte (3,69 milhões) dizem respeito a contribuintes que, no ano passado, só tiveram rendimentos de trabalho dependente e/ou de pensões, o que corresponde às categorias A e H, respetivamente.

Fonte: Portal das Finanças

Já os contribuintes que obtiveram rendimentos de outras categorias, nomeadamente, das categorias B (trabalho independente ou alojamento local, por exemplo), F (rendas) ou E (capitais), entregaram 2,18 milhões de declarações.

Os últimos dados do Ministério das Finanças relativamente à campanha deste ano do IRS referem que, até ao final da primeira semana de junho, tinham sido pagos 2.074 reembolsos, num montante global de 2.002,7 milhões de euros.

A lei determina que os reembolsos podem ser pagos até 31 de agosto. Essa também é a data limite para o pagamento do imposto em falta, para os contribuintes que receberam notas de cobrança. De lembrar que o Fisco não cobra valores de IRS abaixo dos 25 euros nem paga reembolsos inferiores a 10 euros.

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Barómetro ACEGE: Empresários acreditam que Portugal vai voltar ao défice em 2024

  • Ânia Ataíde
  • 28 Junho 2024

Barómetro ACEGE indica que 45,64% dos empresários acredita que as contas públicas vão voltar a entrar no 'vermelho' este ano, mas 71,74% está confiante num crescimento do PIB de 1,5%.

A maioria dos empresários portugueses acredita que Portugal vai voltar a ter um défice orçamental este ano (45,64%), embora o número de empresários que espera um excedente fique muito próximo (43,48%), de acordo com o Barómetro ACEGE de junho.

A opinião dos empresários foi expressa entre os dias 25 e 26 de junho, já após a divulgação pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de que o Estado registou um défice orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, em contabilidade nacional.

 

Apesar de o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, estimar (mesmo perante os dados do INE) um ligeiro excedente orçamental, na ordem de 0,2% ou 0,3% do PIB para a globalidade do ano, 10,87% indicaram não saber ou não responderem sobre se as contas públicas portuguesas iriam voltar a entrar no ‘vermelho’.

Contudo, os empresários estão mais otimistas sobre o comportamento da economia portuguesa, com 71,74% a acreditar que o PIB irá avançar 1,5% este ano, contra 20,29% que não acreditam e 7,97% que não sabem ou não respondem.

Confiança dos empresários em máximos de 2014

A confiança dos empresários sobre o futuro do país não era tão elevada desde há 10 anos, indicam os dados do Barómetro. O Barómetro revela que 57% dos empresários estão otimistas, o nível mais elevado desde junho de 2004 (60%) e maio de 2014 (68%).

Em detalhe, 2,17% está atualmente francamente otimista e 55,07% está moderadamente otimista, contra 21,74% moderadamente pessimista, 3,62% francamente pessimista e 17,39% nem pessimista, nem otimista.

Sete em cada dez empresários mostram-se também otimistas em relação à sua empresa, com 10,87% a mostrarem-se francamente otimistas e 62,32% moderadamente otimistas. Por seu lado, 18,84% não está nem pessimista, nem otimista e 7,97% assume-se moderadamente pessimista.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 25 e 26 de junho, tendo respondido 138 pessoas.

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Barómetro ACEGE: Empresários não vêm Portugal a ser beneficiado por ter Costa à frente do Conselho Europeu

A maioria dos empresários portugueses não acredita que Portugal sairá beneficiado por ter um português a presidir o Conselho Europeu, revela o barómetro da ACEGE para o ECO e Renascença.

A maioria dos empresários portugueses não acredita que Portugal irá beneficiar por ter um português na presidência do Conselho Europeu, neste caso, António Costa. A questão foi respondida no mais recente barómetro mensal realizado pela Netsonda para a Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em colaboração com o ECO e a Rádio Renascença, e divulgado esta sexta-feira.

De acordo com os resultados, cerca de 51% dos inquiridos mostrou-se pessimista quanto aos benefícios de António Costa, enquanto português, na presidência do órgão que representa os 27 Estados-membros da União Europeia. Em sentido contrário, apenas 42% reconhece que há vantagens para Portugal por este cargo ser preenchido pelo ex-primeiro ministro. Quase 6% optou por não responder.

A presidência do Conselho Europeu, embora seja uma das posições de topo em Bruxelas, é um cargo não-executivo. Ou seja, enquanto presidente daquela instituição, António Costa terá um papel de mediar a negociação entre os países do bloco e de encontrar consensos, não tendo o poder de tomar decisões políticas que sejam vinculativas aos 27 Estados-membros.

A natureza do cargo é um dos motivos que ajudou aos líderes europeus consensualizar sobre o ex-primeiro-ministro, por considerarem ser alguém capaz de criar entendimentos políticos, sobretudo numa altura em que se discutem temas polarizantes na UE: imigração, defesa e alargamento. A sua experiência, origem geográfica e família política são outros critérios que António Costa preenche.

A função principal de Costa será de negociar posições, nunca será de tomar decisões políticas”, apontou Henrique Burnay, consultor de assuntos europeus e professor convidado no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica ao ECO.

No entanto, mesmo não sendo um cargo executivo, tem as suas vantagens para Portugal. Desde logo, aquando das discussões políticas a propósito do orçamento plurianual para o período 2028-2034 na próxima legislatura. Nessa altura, o alargamento a outros Estados-membros deverá estar em curso, ou já concluído e, por isso, poderá haver “uma tentação para encaminhar verbas para outros destinos”, como por exemplo, para a Ucrânia ou para a Defesa, sugeriu Margarida Marques, eurodeputada eleita pelo PS, na legislatura anterior, e ex secretária de Estado dos Assuntos Europeus ao ECO. Será nesta situação que uma visão portuguesa, como a de António Costa na presidência do Conselho Europeu, fará a diferença.

“Evidentemente, que se António Costa for presidente do Conselho Europeu terá um papel de defender nas políticas de coesão, não só pelos Estados-membros que mais dela precisam, mas sobretudo de Portugal, que é um beneficiário”, acrescentou a ex-governante.

Mas a presença de Costa no Conselho Europeu também irá permitir colmatar a falta de representatividade portuguesa nas principais instituições em Bruxelas, algo para o qual a Comissão Europeia tem alertado o Governo nacional desde 2022.

Segundo dados do executivo comunitário, a 1 de janeiro de 2024, o número de portugueses – entre funcionários, pessoal temporário e trabalhadores locais — no conjunto dos serviços da Comissão era de 806, num total de 30.451 – ou seja, 2,6%. Segundo Bruxelas, este valor traduz-se num “défice significativo” de representação, o que levou Portugal a comprometer-se em preencher a quota mínima de 3,1% de trabalhadores portugueses nas instituições europeias.

Os países com maior representação são, naturalmente, a Bélgica (14%) e a França (10%) por serem casa das principais instituições europeias. Excluindo esses dois, Espanha (8,7%) e Dinamarca (6,7%) são os países que contam com mais funcionários a trabalhar em Bruxelas e Estrasburgo.

Ou seja, a ida de Costa para Bruxelas abriria portas para que mais portugueses seguissem a mesma rota de liderança nas noutras instituições europeias, à semelhança do que aconteceu entre 2004 e 2014, durante a presidência de Durão Barroso na Comissão Europeia.

“O período de maior destaque para os portugueses nas instituições europeias foi o de Barroso. Valorizou a presença dos portugueses nas várias instâncias a nível europeu. Imagino que, se Costa chegar ao Conselho Europeu, isso possa voltar a acontecer”, apontou Tiago Antunes, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus, do último Governo.

O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o Jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 25 e 26 de junho, tendo respondido 138 pessoas.

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