⛽ Combustíveis vão ficar mais caros. Gasolina e diesel sobem meio cêntimo

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,519 euros por litro de gasóleo simples e 1,681 euros por litro de gasolina simples 95.

Não espere pela próxima semana para encher o depósito do seu carro. Tanto o preço do gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, como o da gasolina devem subir meio cêntimo a partir desta segunda-feira, avançou ao ECO fonte do mercado.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,519 euros por litro de gasóleo simples e 1,681 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Assim, desde o início do ano, os preços do diesel já desceram 11,4 cêntimos e os da gasolina 6,5 cêntimos, caso se confirmem estes valores.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, tanto a gasolina como o gasóleo desceram 0,8 cêntimos. O mercado apontava para uma descida de 0,5 cêntimos.

Os contratos futuros do brent, que servem de referência para o mercado europeu, estão esta sexta-feira a subir 0,08%, para 65,39 dólares por barril, e caminham para o primeiro ganho semanal após duas semanas consecutivas de perdas, que deverá rondar 1,8%, depois de o presidente norte-americano Donald Trump e o líder chinês Xi Jiping terem retomado as negociações comerciais, aumentando as expectativas de crescimento económico e aumento da procura pelo ouro negro.

A agência de notícias oficial chinesa Xinhua noticiou que as negociações comerciais entre Xi e Trump ocorreram a pedido de Washington. Trump disse que o telefonema teve uma “conclusão muito positiva”, acrescentando que os EUA estão “em ótimas condições com a China e o acordo comercial”.

O Canadá também deu continuidade às negociações comerciais com os EUA, com o primeiro-ministro Mark Carney em contacto direto com Trump, segundo a ministra da Indústria, Melanie Joly.

O mercado petrolífero continuou a oscilar entre notícias sobre negociações tarifárias e dados que mostram o impacto das taxas norte-americanas na economia global e o aumento da produção pelos países da OPEP+.

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Portugal procura financiamento de 1.250 milhões com emissão de dívida a dez e 29 anos

O IGCP volta ao mercado na quarta-feira com dois leilões de Obrigações do Tesouro a dez e 29 anos, devendo pagar cerca de 3,03% na linha com maturidade em 2035 e de 3,81% na linha de mais longo prazo.

O Estado prepara-se para regressar aos mercados de dívida na próxima quarta-feira com dois leilões de Obrigações do Tesouro que incluem uma emissão a dez e 29 anos, com o intuito de angariar entre 1.000 milhões de 1.250 milhões de euros.

Segundo o comunicado do IGCP, os leilões irão decorrer como habitualmente pelas 10h30 horas, com os títulos colocados no mercado a apresentaram datas de vencimento a 12 de outubro de 2035 e 12 de junho de 2054.

Atualmente, a linha a dez anos negoceia com uma yield de 3,034% e apresenta um saldo-vivo de 7,18 mil milhões de euros. A última vez que Portugal recorreu a esta linha para se financiar foi a 12 de março, que resultou numa yield de 3,381%, numa procura de quase duas vezes acima da oferta e no financiamento de 563 milhões de euros.

A linha com vencimento a 12 de junho de 2054, que foi colocada no mercado a 22 de maio através de uma operação sindicada, negoceia com uma taxa média ponderada de 3,81% e apresenta um saldo-vivo de 3 mil milhões de euros.

Esta operação enquadra-se na estratégia de financiamento para 2025, que prevê necessidades líquidas de 18 mil milhões de euros, segundo o Programa de Financiamento da República Portuguesa para 2025. O IGCP mantém o objetivo de emitir 20,5 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro ao longo do ano, tendo já executado 33% desta meta até março.

A escolha de maturidades que se estendem até 2054 reflete a estratégia de diversificação temporal da dívida portuguesa, aproveitando o atual cenário de rating no patamar A por todas as principais agências internacionais. Esta classificação permitiu o regresso das obrigações portuguesas ao índice FTSE Russell World Government Bond Index após 12 anos de ausência.

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Trema Creative assume gestão da presença digital da Staples em Portugal

  • + M
  • 6 Junho 2025

A Trema assume uma estratégia que "aposta em conteúdos com humor inteligente, proximidade real com o consumidor e um equilíbrio entre branding, utilidade e performance", explica.

A Staples Portugal confiou a gestão da sua presença digital à Trema Creative. A agência, que substitui a Triber — que trabalhou a marca durante cerca de quatro anos –, será assim responsável por liderar a estratégia e os conteúdos em todas as redes sociais da marca.

A decisão surgiu no seguimento de um pitch criativo, onde a Trema “se destacou pelo olhar estratégico, empatia com o negócio e capacidade de trazer ideias frescas — com impacto e propósito”, refere-se em nota de imprensa.

No âmbito desta parceria, a Trema assume uma estratégia que “aposta em conteúdos com humor inteligente, proximidade real com o consumidor e um equilíbrio entre branding, utilidade e performance”. A nova estratégia digital da Staples quer assim traduzir-se numa “presença mais próxima, ágil e humana — com rubricas e narrativas que ligam a marca ao dia a dia dos consumidores, com base em dados, intuição criativa e um conhecimento profundo do público”.

“A Trema foi a mais recente e inesperada descoberta da Staples. Quando abrimos recentemente o pitch para nova agência digital, apontámos metas claras: pretendemos trabalhar a marca com uma equipa versátil, arrojada, com humor, sem egos criativos, mas com alma e um olhar crítico sobre o negócio do cliente. E analítica — nada se faz sem medir retornos”, diz Sandra Loureiro, diretora de marketing da Staples Portugal, citada em comunicado.

“E foi amor à primeira proposta. Para além de cumprirem os requisitos pedidos, sendo criativos, disponíveis e rigorosos, vão mais além. Olham para um negócio com quase 30 anos em Portugal com uma jovialidade e humor próprios das pessoas que ali trabalham, e não têm medo de apontar caminhos menos óbvios. Sabem que o cliente do presente e do futuro está no digital e conseguem ter a empatia de se colocarem primeiro no lugar do cliente, para depois proporem algo com verdade. Para além disso, existe um argumento difícil de encontrar e que nos faz acreditar que fizemos a melhor escolha: para além de bons profissionais, são boas pessoas. E isso nota-se em tudo o que entregam”, acrescenta.

Já Pauline Joaquim, CEO e fundadora da Trema Creative, refere que este projeto “representa tudo aquilo” em que a agência acredita: “marcas que sabem onde estão, para onde vão — e que nos escolhem para caminhar ao lado”.

Trabalhar a Staples é um desafio que exige criatividade com critério, atenção ao detalhe e visão de futuro. Estamos a construir uma presença digital mais próxima, mais envolvente e mais alinhada com o consumidor de hoje — sem fórmulas prontas, mas com estratégia e verdade“, acrescenta.

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Governo alarga prazo para Pedido Único até 15 de junho

  • Lusa
  • 6 Junho 2025

Apesar do prazo ter sido alargado até 15 de junho, as candidaturas podem ser entregues de forma tardia até 17 junho com penalização de 1% por dia.

O Governo alargou o prazo para a submissão de candidaturas ao Pedido Único (PU) sem penalizações até 15 de junho sendo possível entregar de forma tardia até 17 junho com penalização de 1% por dia.

“Todos temos de fazer um esforço nesta reta final de submissão de candidaturas antes do fim do prazo de 15 de junho para não comprometer o calendário previsto para pagamentos”, lê-se num comunicado avançado pela tutela.

O PU abrange os pagamentos diretos, os apoios associados, ecorregimes, desenvolvimento rural, pagamentos da rede natura, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e as medidas florestais.

O prazo inicial de apresentação de candidaturas ao Pedido Único 2025 terminava em 15 de maio, mas o Governo decidiu alargá-lo, primeiro até 26 de maio, e posteriormente até 06 de junho.

A candidatura pode ser efetuada no Portal do IFAP, em: O Meu Processo » Candidaturas » Pedido Único (PU) » Entregar/Alterar/Consultar.

Em alternativa, pode ser submetida nas salas de atendimento ou através das entidades reconhecidas.

Em 30 de abril, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclamou a prorrogação até 06 de junho da receção de candidaturas ao Pedido Único 2025, alertando que a duas semanas do fim do prazo estavam por submeter mais de metade dos pedidos.

Segundo a CNA, entre os motivos do atraso na submissão dos pedidos estão os “estrangulamentos” que se têm vindo a verificar desde o início do período de receção das candidaturas, em 17 de fevereiro, nomeadamente a “instabilidade da aplicação” e a “indefinição das próprias regras das ajudas”.

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Google escolhe líder em Portugal “nos próximos meses” após saída de Bernardo Correia para o Governo

O até aqui diretor-geral da Google Portugal acaba de tomar posse como secretário de Estado para a Digitalização no novo Governo de Luís Montenegro. Ainda não há nome para o substituir.

O líder da Google em Portugal está de saída — e vai para o Governo. Bernardo Correia tomou posse esta sexta-feira como secretário de Estado para a Digitalização, gabinete inserido no novo Ministério da Reforma do Estado, tutelado por Gonçalo Saraiva Matias. O lugar vago na multinacional norte-americana será ocupado “nos próximos meses”, diz ao ECO fonte oficial da Google Portugal.

“Estamos felizes por ver o Bernardo dar este passo na sua carreira e desejamos-lhe as maiores felicidades para o exercício desta função”, começa por dizer a empresa, quando questionada pelo ECO sobre como ficará a liderança da Google Portugal. “Os contributos do Bernardo para ajudar Portugal e as empresas locais a alcançarem o próximo nível na sua transformação digital foram de um valor inestimável”, acrescenta.

No entanto, a Google ainda não tem um nome para apresentar. Sobre se a função será ocupada interinamente ou se já estava escolhido um novo diretor-geral, fonte oficial da Google Portugal responde apenas: “Nos próximos meses, iremos designar quem irá liderar a Google em Portugal, durante este período.”

Bernardo Correia, oficialmente country director da tecnológica, estava no cargo desde junho de 2016, mas é quadro da multinacional há mais de 16 anos. Era ainda, até aqui, membro da administração da AmCham, a Câmara de Comércio Americana em Portugal.

(Notícia corrigida a 16 de junho: o cargo ocupado por Bernardo Correia é o de secretário de Estado para a Digitalização, e não ‘da Transição Digital’, como indicava originalmente este artigo)

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Ministério Público investiga cirurgia a Hugo Soares

  • Lusa
  • 6 Junho 2025

Foram levantadas suspeitas sobre o diretor do departamento de cirurgia do Hospital de Santo António, no Porto, pela "forma discreta e bastante acelerada" com que o líder parlamentar foi tratado.

O Ministério Público instaurou um inquérito ao caso de uma cirurgia que Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, realizou no ano passado no Hospital de Santo António, no Porto, confirmou esta sexta-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Confirma-se a instauração de inquérito a correr termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] Regional do Porto”, refere a PGR, sublinhando que está “sujeito a segredo de justiça”.

O semanário Expresso noticia na edição desta sexta-feira que uma denúncia detalhada sobre uma cirurgia robótica ao cólon a que Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, foi submetido a 29 de agosto de 2024 no Hospital de Santo António levou o DIAP Regional do Porto a abrir um inquérito-crime”.

Avança ainda que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) também abriu um inquérito sobre o caso.

Em abril, a IGAS anunciou ter instaurado em novembro de 2024 um processo ao diretor do departamento de cirurgia do Hospital Santo António, Eurico Castro Alves, na sequência de denúncias recebidas.

O inquérito é relativo à gestão das listas de espera e acumulação de funções públicas com funções ou atividades privadas.

O Correio da Manhã já tinha noticiado, no sábado passado, que o Ministério Público estava a analisar a denúncia relativa à cirurgia de Hugo Soares, mas o Expresso apurou que “os procuradores consideraram haver motivo para investigar se poderá ter sido cometido um crime de abuso de poder num eventual favorecimento no modo como aquele político foi admitido como prioritário para ser operado”.

Num e-mail enviado para o Ministério Público, e que o Expresso também recebeu, o denunciante partilhou dados internos do Hospital de Santo António, incluindo os números do processo clínico de Hugo Soares e do registo da cirurgia, bem como dos nomes do pessoal médico envolvido, a começar pelo cirurgião principal, que a 21 de julho, um domingo, fez a admissão do político como prioritário na lista de espera para ser operado.

Segundo o Expresso, nesse e-mail era sugerido que a referenciação para a cirurgia tinha começado com uma consulta no privado e eram levantadas suspeitas sobre o diretor do departamento de cirurgia daquele hospital público, Eurico Castro Alves, pela “forma discreta e bastante acelerada” com que o líder parlamentar foi tratado, sendo operado um mês e uma semana depois de ter sido incluído na lista de espera.

Questionado pelo jornal, Hugo Soares optou por não responder, assim como o cirurgião que o admitiu na lista de espera e o operou.

O diretor clínico do Santo António, Jorge Barros, admitiu que não sabe se algum médico do departamento de cirurgia deu consultas no privado a Hugo Soares, mas sublinhou que “a denúncia anónima tem pressupostos errados ou grosseiramente adulterados”.

De acordo com Jorge Barros, Hugo Soares foi às urgências do hospital a 13 de julho de 2024 e recebeu uma pulseira amarela (que significa “urgente”), sendo “encaminhado para a especialidade de cirurgia geral”.

“O quadro clínico levou ao diagnóstico de doença inflamatória aguda, com indicação cirúrgica, não emergente, mas prio­ritária. Teve alta, após cinco horas de observação, sendo referenciado à Unidade Colorretal do Serviço de Cirurgia”, referiu.

O facto de ter sido operado tão depressa, ainda de acordo com o diretor clínico, está dentro “do tempo máximo de resposta garantido para prioritários não oncológicos”, que é de dois meses.

“A análise anatomopatológica mostrou lesões agudas e marcadas da peça anatómica excisada, reforçando objetivamente a prioridade clínica da indicação cirúrgica”, sublinhou,

Jorge Barros diz que já entregou à IGAS o número do registo da ida às urgências de Hugo Soares e que esse registo não pode ser adulterado.

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Euribor sobe a três meses e desce a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 6 Junho 2025

A Euribor subiu hoje a três meses, invertendo, assim, a tendência das últimas 10 sessões.

A Euribor subiu esta sexta-feira a três meses, invertendo, assim, a tendência das últimas 10 sessões, mas desceu nos prazos a seis e a 12 meses.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 1,959%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,036%) e a 12 meses (2,041%).

  • A taxa Euribor a seis meses caiu para 2,036%, menos 0,010 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou para 2,041%, menos 0,003 pontos do que na quinta-feira.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2% desde 30 de maio passado, inverteu hoje a tendência das últimas 10 sessões e subiu para 1,959%, mais 0,005 pontos.

Em maio, as médias mensais da Euribor voltaram a cair nos três prazos, menos intensamente do que nos meses anteriores e mais fortemente no prazo mais curto (três meses).

A média da Euribor em maio desceu 0,150 pontos para 2,099% a três meses, 0,082 pontos para 2,120% a seis meses e 0,062 pontos para 2,091% a 12 meses.

O Banco Central Europeu (BCE) reuniu-se na quinta-feira em Frankfurt, Alemanha, e desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Centeno “sempre disponível para o país”, seja “no Banco de Portugal ou numa universidade”

Questionado sobre o futuro, o governador do Banco de Portugal garantiu que estará sempre disponível para o país: no Governo, no Banco de Portugal ou numa universidade, elencou.

“Sempre disponível para o país, seja no Governo, seja no Banco de Portugal, seja numa universidade”. É assim que Mário Centeno afirma estar quando questionado sobre o seu futuro, uma vez que o mandato como governador se aproxima do fim.

“Tenho um mandato para cumprir, diria cumprido. Estarei sempre disponível para o país, seja no Governo, seja no Banco de Portugal, seja numa universidade, que é onde eu posso fazer o que gosto mais, que é falar”, afirmou o governador do Banco de Portugal na apresentação do Boletim Económico de junho, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

O mandato de Mário Centeno termina em meados de julho e o Governo ainda não anunciou oficialmente se irá reconduzir ou não o governador embora as relações tensas entre ambos torna difícil a recondução. Questionado sobre se o Executivo de Luís Montenegro já estabeleceu contactos sobre a sua continuidade, o governador disse apenas que “há um processo institucional em curso”.

A nomeação do governador é essencialmente uma escolha política, feita por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do ministro das Finanças. Ainda que não seja obrigado, o Governo pode consultar os partidos antes de formalizar a indicação. Obrigatória é sim a audição parlamentar prévia à nomeação na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), da qual resulta um parecer sem caráter vinculativo.

Em janeiro, após Mário Centeno ter anunciado que não iria concorrer à Presidência da República e ter reiterado a disponibilidade para um segundo mandato, o Governo considerou ser extemporâneo tomar uma decisão. Um mês antes, o governador garantiu estar a cumprir o mandato da “melhor forma” que sabe, afastando a ideia de estar a fazer oposição ao Governo, numa altura em que os seus alertas não caíram bem junto do Ministério das Finanças.

(Notícia atualizada às 12h24)

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Comboios transportaram 10% mais passageiros no primeiro trimestre completo do “passe verde”

Até março viajaram por comboio 57,1 milhões de passageiros, com destaque para o tráfego interurbano, que registou "uma assinalável subida de 108,3%, refletindo a introdução do 'passe verde'".

No primeiro trimestre do ano foram transportados por comboio 57,1 milhões de passageiros, o equivalente a um aumento de 10,2% face ao mesmo período de 2024, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Este foi o primeiro trimestre completo desde que foi introduzido o novo “passe verde” em outubro de 2024.

O tráfego suburbano foi responsável pelo transporte de 48,1 milhões de passageiros, o que representa uma subida de 1,3% face ao período homólogo de 2024. Já o tráfego interurbano movimentou nove milhões de passageiros, registando “uma assinalável subida de 108,3%, refletindo a introdução do Passe Ferroviário Verde“, que entrou em vigor a 21 de outubro. Este valor aponta para um aumento de 52,7% comparativamente aos primeiros três meses de 2024.

O “passe verde” tem um custo de 20 euros mensais e permite viajar em todos os comboios da CP, exceto no Alfa Pendular e nos comboios urbanos já abrangidos pelos passes intermodais. Só no primeiro mês foram vendidos 30.000 títulos.

Por sua vez, o tráfego internacional transportou 16,8 mil passageiros, o que significa uma derrapagem de 19,6% face ao período homologo.

O transporte de passageiros por metropolitano também continua a aumentar. No primeiro trimestre de 2025, viajaram por metropolitano 71, milhões de passageiros, o que representa uma subida de 4,1% face ao trimestre homólogo. O Metro de Lisboa transportou 43,3 milhões de passageiros, (+1,7%), o Metro do Porto 22,8 milhões de passageiros (+9,4%), enquanto o Metro Sul do Tejo movimentou 5 milhões de passageiros (+2,0%).

Passageiros nos aeroportos aumentam 2,4% para 14 milhões

Já os aeroportos portugueses receberam 14 milhões de passageiros no primeiro trimestre deste ano, mais 2,4% face ao mesmo período de 2024, mostram os dados divulgados esta sexta-feira pelo gabinete de estatística.

No período em análise, o aeroporto de Lisboa movimentou mais de metade do total de passageiros (54,6%), cerca de 7,6 milhões. Já o aeroporto do Porto concentrou 23% do total de passageiros, com uma subida homóloga de 2,6%, para 3,2 milhões. Faro foi o terceiro aeroporto com maior movimento de passageiros no primeiro trimestre deste ano, com um crescimento de 4% para 1,2 milhões de passageiros.

No primeiro trimestre de 2025, o tráfego aéreo internacional movimentou 11,5 milhões de passageiros (+3%), tendo concentrado 82,1% do tráfego total.

Os mesmos dados mostram que o número de passageiros aumentou em todos os modos de transporte nos três primeiros meses do ano, inclusivamente no metropolitano (4,1%) e no transporte fluvial (1,4%).

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BCE junta 24 bancos aos 45 que contribuem para cálculo diário da EuroSTR

  • Lusa
  • 6 Junho 2025

O banco central considera que alargamento da lista de bancos que ajudam a calcular diariamente a EuroSTR irá "contribuir para a solidez da taxa de referência e para a sua representatividade".

O Banco Central Europeu (BCE) vai acrescentar, a partir de 2 de julho, 24 bancos à atual lista de 45 instituições de crédito que comunicam as taxas de juro para o cálculo diário da taxa de referência EuroSTR.

De acordo com o BCE, esta medida “contribuirá para a solidez da taxa de referência e para a sua representatividade”, uma vez que esta será representada por um maior volume de transações de um maior número de bancos.

Estes novos bancos já estavam a reportar desde 01 de julho de 2024 para a compilação das estatísticas do mercado monetário, mas ainda não estavam incluídos no cálculo da EuroSTR.

O BCE, na qualidade de administrador da taxa de juro de referência EuroSTR, preferiu esperar até ter a certeza de que os dados fornecidos eram de qualidade suficiente.

O BCE considera que o impacto na taxa será limitado, dado que a diferença média observada durante o período de teste desde julho de 2024 foi de apenas -0,2 pontos de base.

A EuroSTR, acrónimo de Euro Short Term Rate (taxa de curto prazo do euro), é publicada desde outubro de 2019 e reflete o custo dos empréstimos por grosso ‘overnight’ sem garantia contraídos pelos bancos da Zona Euro.

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Centeno avisa que “sem imigração a economia portuguesa não cresce”

Governador do Banco de Portugal considera que parar o ciclo de imigração significa estagnar o crescimento económico e que o mercado de trabalho tem conseguido absorver estes trabalhadores.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, defendeu esta sexta-feira a importância dos trabalhadores imigrantes para a economia portuguesa, alertando que estancar a imigração porá em causa o crescimento.

“Parar o ciclo de imigração significa parar o ciclo de crescimento económico em Portugal, que ninguém tenha dúvidas sobre isto”, afirmou Mário Centeno durante a apresentação do Boletim Económico de junho, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

O responsável do supervisor bancário português, que apresentou aquele que poderá ser o seu último Boletim Económico, uma vez que o mandato está a chegar ao fim, sublinhou que “sem imigração a economia portuguesa não cresce”.

“O crescimento não aconteceria se não fosse o inestimável contributo da imigração para a nossa sociedade. É muito importante compreender isto, porque é muito importante compreender as razões pelas quais a nossa economia cresce”, disse, acrescentando que o país tem “mantido a capacidade de atrair e criar condições para que o mercado de trabalho absorva estes imigrantes”.

O governador sublinhou ainda que estes trabalhadores “têm uma distribuição de qualificações muito vastas”, que se adequa às necessidades dos setores.

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“Applus pode libertar o potencial da Riportico”

  • ECO
  • 6 Junho 2025

Ricardo Campos transformou uma start-up criada há 20 anos para o seu próprio posto de trabalho numa empresa com mais de 200 engenheiros e explica porque decidiu vendê-la agora.

Ricardo Campos: ” Um dos dramas da economia portuguesa é termos demasiadas micro e pequenas empresas, sem escala e com dificuldade em subir na cadeia de valor”.

A Riportico Engenharia, uma das maiores empresas de engenharia de infraestruturas em Portugal, seguirá agora o seu caminho sem o seu fundador e CEO, Ricardo Campos. A empresa foi adquirida em janeiro de 2023 por um dos maiores grupos mundiais de consultoria técnica — o grupo espanhol Applus+ presente em mais de 70 países e com mais de 25 mil colaboradores, e que foi, em outubro de 2024, adquirida pela Amber EquityCo.

Após mais de duas décadas à frente da empresa, Ricardo Campos transformou uma start-up criada para o seu próprio posto de trabalho numa organização de referência, com mais de 200 engenheiros. Com a saída formal no final deste mês de Maio, o ECO entrevistou o engenheiro civil e gestor que, a par de uma cidadania ativa na ação climática, construiu um projeto empresarial reconhecido pelo mercado.

Em 2023, a Riportico vivia os seus melhores anos quando foi vendida. O que o levou a avançar com a venda nesse momento?

Por dois motivos. O primeiro era racional, a Riportico tinha como objetivo tornar-se uma grande consultora de engenharia de infraestruturas com impacto internacional, e só o conseguiria se entrassem novos acionistas com know-how, network e investimento. A segunda razão era pessoal, ou se quiser, mais emocional: eu e a minha mulher éramos os únicos acionistas da empresa, e ambos queríamos mais tempo na nossa vida profissional para abraçar outros projetos. Para isso acontecer, a empresa teria de tornar-se menos dependente de nós, e a melhor forma de o garantir era deixar entrar novos acionistas ou integrar uma grande multinacional que viabilizasse esse caminho de crescimento.

Vender um projeto ao qual dedicou praticamente vinte anos da sua vida não terá sido uma decisão difícil do ponto de vista emocional?

É sempre doloroso, porque a empresa faz também parte da tua identidade, torna-se também naquilo que és. Não é emocionalmente neutro, mas também não é caso para luto. Será mais ou menos como um filho que, quando chega ao chegar aos dezoito anos, sai de casa e vai para a Universidade. A vida pertence-lhe. A venda foi esse momento, o momento em que o filho saiu de casa para continuar o seu percurso embora com desafios e dificuldades de todo inesperadas. Não foi uma decisão tática para aproveitar o momento, tinha chegado a hora de dar esse passo. Começámos a conversar com a Euronext sobre uma possível entrada em bolsa, depois com a Deloitte e os advogados da PRA, procurámos investidores com o suporte técnico e legal adequados. Durante esse processo surgiu a Applus, com uma proposta que decidimos aceitar.

Durante o processo equacionou abrir o capital em bolsa. Em Portugal esse é ainda um caminho raro. O que o fez optar por um comprador estratégico e não pela dispersão de capital?

A Euronext é extremamente disponível e organiza várias sessões de informação com regularidade, e há cada vez mais capital disponível, poderia ter sido uma opção, mas na altura optámos por outro caminho. A Applus, sendo uma das maiores empresas de consultoria do mundo, pareceu-nos que seria uma excelente opção para libertar o grande potencial da Riportico, e automaticamente, nos permitiria aproveitar as oportunidades do mercado aqui ao lado em Espanha.

A integração num grupo como a Applus visava abrir novos mercados à Riportico. O que esperava dessa entrada num grupo multinacional?

Aceder a projetos de maior escala, mais desafiantes para os técnicos, e continuar o crescimento. Muitas empresas deviam também pensar nesse passo. Um dos dramas da economia portuguesa é termos demasiadas micro e pequenas empresas, sem escala e com dificuldade em subir na cadeia de valor ou produzir em quantidade para competir nos mercados internacionais.

um dos dramas da economia portuguesa é termos demasiadas micro e pequenas empresas, sem escala e com dificuldade em subir na escala de valor ou produzir em quantidade para competir nos mercados internacionais

A falta de escala continua a ser um dos principais bloqueios ao crescimento de muitas empresas portuguesas?

Sem dúvida. Devia haver um estímulo, até ao nível dos CAE, para encorajar fusões ou a abertura do capital a parceiros estratégicos que tragam ferramentas de gestão e investimento para uma maior capacidade de escalar. Temos de nos libertar das razões históricas que incentivaram os negócios familiares e libertar o potencial que existe. Os países da frente da Europa têm todos grandes marcas mundiais, nós temos felizmente o turismo mas em potencial temos muito mais. O setor têxtil é um bom exemplo: temos empresas que produzem para marcas globais, mas ainda não temos uma Zara ou uma Nike portuguesas.

Na sua opinião o que é que pode contribuir mais para o sucesso de um projeto empresarial?

São vários fatores ao mesmo tempo, mas o mais importante é a cultura. A cultura é como um bulldozer, tem muita força e leva tudo à frente. Sempre vi uma empresa como um organismo vivo, tal como nós tem os seus órgãos vitais, como liderança, pessoas, produto, contas, estratégia. Se um falha, o todo sofre. A liderança é o cérebro – define a cultura e o ambiente. Para mim foi um laboratório onde aprendi muito sobre a natureza humana. Empresas construídas apenas sobre o interesse individual acabam por ser capturadas por lógicas de conveniência. As organizações com futuro são as que mobilizam as pessoas pela importância do que fazem, e não pelo medo de perderem o emprego.

Na sua trajetória, qual foi a fase mais marcante – a do crescimento inicial, ou esta última, já em integração?

Todas foram marcantes. Eu costumo brincar que tenho o currículo mais pobre de Portugal: uma linha só – CEO da Riportico, de 2004 a 2025. Mas a verdade é que essa linha cobre muitas fases que vivi na Riportico, a de nano-empresa onde estava sozinho depois de ter criado o meu próprio posto de trabalho onde eu era o comercial, o engenheiro, o financeiro e o diretor de recursos humanos; depois de micro empresa, pequena e média empresa, foi sempre difícil mas mais no inicio, lembro-me de em 2006 no segundo ano da vida da empresa, que já tinha esgotado todas as fontes de financiamento e tinha atraso de pagamento de clientes e estava numa bomba de gasolina em Salvaterra de Magos a ver o saldo na conta para ver se conseguia cinquenta euros para regressar a casa. Felizmente no dia seguinte entrou dinheiro de clientes. São momentos que nos marcam mas sobretudo que nos fazem ter empatia e respeito por quem arrisca, pelos empresários, que são a tropa de elite da nossa economia.

Os empresários são pouco reconhecidos?

Sim, os empreendedores e os empresários deviam ser mais reconhecidos. É muito difícil viver com uma folha de salários para pagar no fim do mês, e com a responsabilidade de assegurar não só o seu sustento, mas também o de muitas famílias. Quando a empresa cresce, a responsabilidade é maior, mas também se navega melhor. Um barco maior é menos ágil, mas aguenta melhor as tempestades.

Sempre conduzi a empresa como uma companhia de teatro – quem devia brilhar eram os atores. Eu fui apenas o encenador ou o treinador, se quisermos usar outra metáfora

De todas as experiências e dimensões de empresa, qual foi aquela que gostou mais?

Gostei de todas. Como escreveu Gabriel García Márquez, a felicidade não está em chegar ao cume da montanha, mas em subi-la. Esta é, aliás, a primeira entrevista que dou em vinte anos. Sempre conduzi a empresa como uma companhia de teatro – quem devia brilhar eram os atores. Eu fui apenas o encenador, ou o treinador, se quisermos usar outra metáfora. O segredo do que foi bem feito esteve sempre nas pessoas: a Alcina, o Davide, o Nuno, o Zé, o Abel, o Mário, a Maria, a Helena, a Rita – e tantos outros que eram mais capazes do que eu e sabiam muito mais de engenharia. Se tivesse de escolher, talvez a fase inicial de conquista seja a que recordo com mais saudade. Ou então esta última, já depois da venda à Applus – porque foi quando mais aprendi, por ser uma realidade completamente nova para mim.

Como foi a fase de integração da Riportico na Applus? Considera que foi um processo bem-sucedido?

Foram dois anos importantes. Já não tive responsabilidades executivas, mas tentei contribuir com a minha experiência e conhecimento do mercado para que a integração fosse a melhor possível. Costumava dizer na empresa que esta era a experiência que me faltava: fui, pela primeira vez, trabalhador por conta de outrem e conheci por dentro a realidade de uma grande multinacional. Nem tudo foi como o imaginado, há lições que marcaram profundamente, mas também tenho orgulho de que, neste período após a venda, a Riportico tenha continuado a crescer, batido recordes de faturação, de resultados operacionais e número de trabalhadores. As integrações têm sempre os seus desafios – são duas culturas que se fundem, como dois rios que se juntam num só leito. A empresa fica diferente, mas o que desejo é que consiga manter o essencial: colocar o cliente no centro, ser um local de realização para cada pessoa e continuar a apresentar excelentes resultados financeiros.

O que vai fazer agora com a saída da Riportico?

Agora com mais tempo vou terminar de escrever um livro que irei publicar. Desde 2021 que tenho registado num caderno os momentos mais importantes do processo da venda e integração da empresa. Uma coisa é a teoria e o que se aprende nas escolas de gestão, outra é viveres na primeira pessoa essa experiência. Todos os processos bem-sucedidos têm momentos muito críticos e ao reler as reflexões que fui fazendo ao longo do tempo vi que estava lá uma história com lições importantes que precisam de ser partilhadas não só com todos que estão a passar ou virão a passar pela mesma experiência pessoal, mas que podem contribuir para melhorar a arte de comprar e vender empresas.

A vida profissional vai acabar aqui?

Não. Vai continuar. Irei continuar a trabalhar. Tenho vários projetos abertos no computador e algumas propostas e conversas que adiei para o pós-Riportico. O que aí vem será diferente, talvez maior, talvez mais simples.

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