Da reserva ao ‘review’, o papel central da tecnologia nos hotéis. Oiça o podcast ‘À Prova de Futuro’

Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, e Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, são convidados neste episódio do podcast do ECO sobre tecnologia.

Da reserva à avaliação final, passando pelo entretenimento no quarto, a tecnologia tem um papel cada vez mais central na experiência dos hóspedes de hotel. Além disso, a cloud e a inteligência artificial são agora peças-chave nos sistemas de gestão e atendimento dos hotéis, sejam eles boutique ou parte de grupos grandes.

Neste episódio, a primeira entrevista é com Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal e administrador do Grupo PortoBay Hotels & Resorts.

Logo a seguir teremos a rubrica ‘Está a dar que falar’ e depois vamos conversar com Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, o segundo maior da hotelaria em Portugal.

O podcast ‘À Prova de Futuro’ é patrocinado pela Meo Empresas.

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Filho de Patrick Drahi deixa administração da Meo

David Drahi era membro do Conselho de Administração da operadora desde 2021, tendo renunciado à função no final de maio. Mas mantém-se nos 'boards' da Altice Labs e da Altice USA.

Quase quatro anos depois, David Drahi deixou de ser vogal do Conselho de Administração da Meo. De acordo com os registos societários da holding Meo SGPS (antiga PT Portugal), o gestor renunciou ao cargo a 30 de maio de 2025.

David Drahi é um dos filhos gémeos de Patrick Drahi, o multimilionário que fundou o grupo Altice e que controla a Altice International, dona da Altice Portugal, que recentemente voltou a adotar a designação Meo. Tinha assumido esta função em meados de 2021.

Contactada, a Meo não esclareceu o motivo da renúncia. Mas esta deu-se em simultâneo com a nomeação de toda a atual comissão executiva da operadora para o Conselho de Administração, presidido por Ana Figueiredo, com um mandato até 2026.

Apesar de deixar a administração da Meo, David Drahi continua a exercer funções no grupo Altice, mantendo-se na administração da Altice Labs, antiga PT Inovação, onde tem um mandato até 2026, segundo os atos societários consultados pelo ECO.

O gestor também exerce funções no grupo noutra geografia: integra desde 2019 o Board of Directors da Altice USA, onde também ainda se mantém, de acordo com o site da empresa.

Segundo noticiou o Público em 2021, David Drahi tinha entrado no board da Meo para substituir Alain Weill, que também abandonou a Altice France/SFR e outras empresas do universo Altice. Nesse mesmo ano, esteve em Aveiro com o pai a visitar a Altice Labs, para conhecer “os últimos desenvolvimentos de produtos e soluções” exportados pelo grupo.

De acordo com a nota biográfica disponível no site da Altice nos EUA, David Drahi licenciou-se em Física na École Polytechnique de Lausanne, na Suíça, obteve um mestrado em Ótica e Fotónica pelo Imperial College of London e tem um doutoramento em Física Atómica e Laser pela Universidade de Oxford.

Em Portugal, chegou a trabalhar também na antiga Cabovisão quando esta era detida pela Altice, a empresa que veio a dar origem à Nowo.

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Apagão foi ‘prova de fogo’ às baterias do megacentro de dados em Sines

Relação entre Start Campus e Schneider Electric teve um teste decisivo a 28 de abril. Com a construção do segundo edifício a aproximar-se, novo contrato entre as empresas é cada vez mais uma hipótese.

Se for bem-sucedido, o centro de dados que está a ser construído em Sines será o maior da Europa. Mais do que um “armazém” de servidores informáticos, é um campus composto por um edifício – futuramente, seis – que precisam de energia durante 24 horas nos sete dias da semana, sob pena de as grandes tecnológicas perderem informação das empresas e dos cidadãos. Então, como se garante que estas bases de dados continuam ativas, refrigeradas e, ao mesmo tempo, sustentáveis? Uma tríade composta por baterias, geradores e (em breve) água do mar.

No histórico dia 28 de abril de 2025, quando Portugal e Espanha ficaram às escuras, a resiliência da tecnologia e das fontes de alimentação elétrica do megacentro de dados foram testadas ao limite e, como nenhum sistema ficou comprometido, o apagão pode mesmo ter sido a garantia da extensão do contrato entre a Start Campus e a francesa Schneider Electric, que fornece os painéis elétricos de baixa e média tensão e as baterias ao data center. Sem confirmar se irá voltar a pagar por mais equipamentos elétricos da marca, nos próximos cinco edifícios, o CEO da Start Campus admite ao ECO que o incidente ibérico “foi uma boa prova”.

A Schneider Electric vai voltar a jogo? “Potencialmente”, diz Robert Dunn, em entrevista a partir de Sines. A pouco tempo de lançar a primeira pedra do segundo edifício, a Start Campus está a finalizar o concurso para empreiteiros e fornecedores de equipamentos e espera tomar uma decisão até ao início do terceiro trimestre.

“Nesta primeira fase, forneceram-nos a maioria do equipamento elétrico. Também já estamos a trabalhar com eles em contratos de energia renovável para as futuras fases e a encontrar parceiros de energia renovável para, pelo menos, 100MW de solar e eólica de forma a corresponder ao que antecipamos que os clientes utilizem”, começa por contar.

“Continuaremos a trabalhar com eles nisso, porque são produtos bastante exclusivos que estão no mercado e têm expertise no mercado energético. Em relação ao que farão nos projetos SIN02, 3, 4, 5 e 6… Estão a licitar uma vasta gama de equipamentos de energia e refrigeração, mas ainda não fizemos qualquer adjudicação”, esclarece Robert Dunn.

Certo é que a multinacional gaulesa está um passo à frente, porque tem garantias dadas. Apesar de a Start Campus e a Schneider Electric terem simulado um apagão em 2024, antes de abrir portas em Sines, o derradeiro teste ocorreu quando as luzes se apagaram (mesmo). “Em outubro já tínhamos feito uma série de testes para garantir que tudo funcionava, mas eles controlam os testes, portanto com este apagão foi interessante ver como o sistema realmente reagiu e também a equipa e a cadeia de abastecimento. Funcionou como esperávamos”, afirma o CEO, acrescentando que o staff é experiente nesta indústria e “já viu coisas assim antes”. Nessa cadeia de valor entram, por exemplo, a Galp e a Repsol enquanto fornecedores de combustível, que enviaram à empresa todo o diesel verde (HVO – Hydrotreated Vegetable Oil) que alimenta os geradores.

Para se perceber melhor a dinâmica de como os geradores mantiveram os sistemas operacionais no fatídico dia, o que aconteceu foi o seguinte: assim que ocorre o apagão, os geradores movidos a HVO entraram em ação, mas durante o tempo até arrancarem – e quem tem um em casa sabe que não é um processo verdadeiramente automático – são as baterias que ‘aguentam’ os servidores. As máquinas UPS (Uninterruptible Power Supply) da Schneider Electric suportam a rede naqueles segundos de que o gerador precisa para começar a fazer o seu trabalho.

Temos feito muitos investimentos no mercado dos data centers. E quando cheguei [à liderança da filial portuguesa] e descobri este projeto, apaixonei-me por completo, porque o que a Start Campus está a desenvolver em Portugal, com toda a parte sustentável, é muito importante. Quanto às outras fases, não posso comentar, porque são projetos em curso

Aroa Ruzo

Country manager da Schneider Electric em Portugal

Mesmo sem saber se terá prorrogação, este contrato com a Start Campus torna-a num dos maiores clientes da empresa francesa em Portugal. “Os clientes mais importantes também são os que acompanham as nossas estratégias, como a de sustentabilidade, que faz parte dos nossos valores”, ressalvou a gestora galega, lembrando que a companhia com sede em Rueil-Malmaison foi eleita a mais sustentável do mundo pela revista Time.

Aroa Ruzo destacou também a qualidade dos profissionais de engenharia. “Temos mais de 200 colaboradores em Portugal. É um país realmente incrível em termos de profissionais”, realçou, em declarações ao ECO.

Além do talento, na opinião do responsável de Conectividade da Start Campus, Portugal tem capacidade de competir com os países nórdicos nos preços da energia e até pode juntar um “L” (Lisboa) – ou um “S” de Sines – ao ‘Tier 1’ dos data centers: a FLAPD-X (Frankfurt, Londres, Amesterdão, Paris, Estocolmo e Dublin).

“Portugal está muito bem posicionado no mercado dos data centers, seja do ponto de vista de conectividade ao nível das telecomunicações seja da disponibilidade que têm de energia verde. Antes, não fazia parte do Tier 1”, referiu Fernando Azevedo, constatando que em quase todos esses países, da Alemanha à Irlanda, há uma falta de energia que está a travar a aprovação dos novos projetos, o que não se verifica em terras lusas.

Porém, é necessário investir em mais infraestruturas (e amigas do ambiente) e acelerar os licenciamentos, que são dois dos principais desafios do mercado, alertou o vice-presidente sénior de Secure Power & Data Center na Europa da Schneider Electric, Pablo Ruiz-Escribano, defendendo a colaboração público-privada para obtenção de licenças de exploração.

“A Start Campus foi uma ideia revolucionária no mercado e a Europa apresenta um mercado dinâmico de data centers, que se tornará um player-chave na economia digital, mas precisamos de enfrentar coletivamente os desafios para atrair mais. A menor taxa de espaços livres de sempre exige construção e só 45% das PME adotaram cloud”, advertiu o especialista numa sessão com a imprensa.

Água do mar para ‘refrescar’ servidores

Tipicamente barulhentos e quentes, os servidores requerem arrefecimento, que em Sines far-se-á com água fria salgada. Embora ainda não esteja 100% pronto, o sistema de refrigeração a partir do Oceano Atlântico é a característica mais disruptiva do data center da Start Campus no litoral alentejano, até porque não existem muitos assim no mundo.

Na Europa, há o da Interxion em Estocolmo e havia um completamente submerso, no fundo do Mar do Norte, ao largo de um arquipélago da Escócia, instalado pela Microsoft em 2018. No âmbito de um projeto chamado Natick, esse data center tinha o tamanho de um contentor de carga, foi retirado das águas em 2020 e os seus resultados estão sob análise. No porto norte-americano de Stockton, na Califórnia, encontra-se o da Nautilus Data Technologies a flutuar.

O projeto Sines DC localiza-se junto à central termoelétrica da EDP que foi desativada em 2021, será movido a energia renovável, mas só ficará concluído em 2030.

 

Em Sines, o sistema irá funcionar através de canos de água (os azuis ao fundo da imagem) e três etapas de filtragem para remover detritos. Naturalmente, a água nunca entra em contacto com a parte elétrica e funciona como os radiadores dos carros, cuja missão é dissipar o calor gerado pelo motor. Para tal, entram em cena umas placas de titânio que separam a água filtrada.

Elétrica paga 850 milhões para resfriar centros de dados

A Schneider Electric assinou recentemente um negócio transatlântico chorudo a pensar nos centros de dados: adquiriu 75% da norte-americana Motivair, especializada em refrigeração líquida e gestão térmica para sistemas de computação, pela qual pagou 850 milhões de dólares (cerca de 743 milhões de euros) em fevereiro. Em 2028, vai comprar a restante participação de 25%.

“A Motivair estava nesta indústria há bastante tempo, até porque a refrigeração líquida, enquanto conceito, não é nova, mas nos últimos anos, como o ChatGPT apareceu, o mundo mudou e a tecnologia evoluiu”, explicou Andrew Bradner, gestor de Cooling Business. Foi no âmbito desta aquisição que a empresa francesa começou a trabalhar com o segundo supercomputador mais rápido do mundo, cujo sistema de refrigeração é desta nova subsidiária da Schneider Electric.

Em causa está o Hewlett Packard Enterprise Frontier (ou OLCF-5), um supercomputador norte-americano capaz de chegar aos 1,35 quintilhão de cálculos por segundo, o que o tornou no primeiro exascala de sempre, e que está instalado num dos laboratórios do Departamento de Energia no Tennessee desde 2022 – precisamente o ano em que o chatbot da OpenAI apareceu nos nossos ecrãs de forma gratuita e que a energética se começou a preparar para crescer inorganicamente.

 

Inauguração do data center Start Campus em Sines - 04ABR25
Na cerimónia de inauguração do primeiro de seis edifícios do centro de dados, em abril, o CEO da Start Campus anunciou que o projeto vai trazer um investimento de mais 30 mil milhões de euros para Portugal nos próximos cinco anos, além dos 8,5 mil milhões que a Davidson Kempner e a Pioneer Point Partners estão a investir. © HUGO AMARALHugo Amaral/ECO

 

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Que medidas querem fundos e empreendedores do novo Governo?

Fundos de investimento e empreendedores apontam que medidas prioritárias deveriam ser implementadas pelo Executivo para dinamizar o ecossistema e posicionar o país como hub de inovação.

Com um novo Governo acabado de assumir funções e uma nova estratégia europeia para atrair e fixar startups e scaleups, que prioridades deveriam estar na lista do Executivo para dinamizar o ecossistema de empreendedorismo?

Incentivos fiscais para investidores, plano nacional para escalar startups, novos fundos de capital de risco com vocação regional ou setorial ou uma “Autoridade Única para a Inovação” são algumas das medidas propostas por investidores e empreendedores ouvidos pelo ECO.

André Martins, head of research na Unbabel

“É fundamental investir em políticas de atração de talento que não sejam apenas simbólicas, criar condições para aumentar o número de spin-offs e reduzir drasticamente a burocracia no sistema científico.”

André Martins, head of research Unbabel.

Diogo Mónica, cofundador da Anchorage Digital

Simplificação administrativa. Muito já se fez, e muito mais ainda se discutiu sobre isto. Mas o facto é que continua a haver coisas tão anacrónicas como o imposto de selo, 365 anos depois da sua criação; que se continua a permitir que entidades públicas e privadas requeiram assinaturas em papel, recusando a validade de assinaturas eletrónicas em certos processos; e por aí adiante.

Para além disso, tem de haver prazo máximos estabelecidos e respeitados nas interações com o Governo, sejam elas pedidos de visto ou quaisquer outras. Só com confiança e eficiência na máquina governamental se consegue fomentar e criar capacidade e eficiência na maquinaria privada.”

Conferência "New Money" - 19MAR22
Diogo Mónica, cofundador da Anchorage Digital.Hugo Amaral/ECO

Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa

Que assuma a inovação como prioridade nacional. A inovação tem que ter um papel mais relevante dentro do governo, à semelhança de outros países. É também essencial desenhar um plano que seja estruturante e não uma soma de medidas táticas. Temos de avançar muito rapidamente na criação de condições para que Portugal seja um verdadeiro país de inovação: com menos burocracia, mais talento, mais investimento, maior escala internacional. A Unicorn Factory Lisboa está empenhada em contribuir ativamente e decisivamente para este objetivo.”

Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa.Hugo Amaral/ECO

Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal

“Enquanto associação agregadora do setor de investimento em early-stage no país, acreditamos que o fator mais relevante para o desenvolvimento e sucesso deste ecossistema é a criação de um ambiente de estabilidade e previsibilidade. Neste contexto, esperamos que o Governo tenha a capacidade de conceber e implementar políticas públicas consistentes e duradouras, com especial enfoque no estabelecimento de incentivos fiscais eficazes no longo prazo para investidores, alinhados com as melhores práticas europeias.

Para tal, é crucial que o novo Executivo desenvolva uma estratégia clara e estruturada para o setor, que seja consensual entre os principais partidos representados na Assembleia da República. Só assim será viável assegurar que as medidas adotadas têm continuidade no tempo e resistem à alternância política, promovendo a consistência e a confiança necessárias para atrair e manter investimento e contribuir para a evolução do setor.”

Lurdes Gramaxo, presidente da Investors Portugal.

Luís Rodrigues, Diretor da Startup Braga

“Gostaria de ver na agenda do novo Governo um programa nacional ambicioso de valorização e transferência de conhecimento, com foco na transição de ciência para o mercado. Isso passaria por criar um instrumento dedicado à aceleração de spin-offs universitárias e tecnológicas, com financiamento direto, apoio legal e de propriedade intelectual, mentoria especializada e uma forte ligação ao tecido empresarial.

Este tipo de programa permitiria transformar capital intelectual em valor económico real, criar empregos qualificados e posicionar Portugal como um país que não apenas gera conhecimento, mas que também o transforma em inovação com impacto global.

Paralelamente, é urgente reforçar os instrumentos de financiamento do ecossistema de inovação. O novo Governo deverá trabalhar em estreita articulação com o Banco Português de Fomento, promovendo a criação de novos fundos de capital de risco com vocação regional ou setorial, que permitam uma maior proximidade aos empreendedores e aos contextos locais.

Importa também garantir a continuidade e reforço de iniciativas bem-sucedidas como a Call INNOV-ID, promovida pela Portugal Ventures, cuja regularidade e dotação orçamental devem ser ampliadas. Esta call tem-se revelado absolutamente instrumental para o arranque de muitas startups de base tecnológica e científica, sendo um verdadeiro ponto de inflexão para projetos com elevado potencial, mas ainda em fases muito iniciais.”

Luís Rodrigues, diretor da Startup Braga.

Márcia Pereira, fundadora e CEO da Bandora

“A proposta eleitoral do novo Governo apresentava medidas promissoras para dinamizar o ecossistema empreendedor. Destaco a redução gradual do IRC — a proposta de baixar a taxa de IRC para 17% (e para 15% nas PME) pode tornar Portugal mais atrativo para investimentos e fixação de empresas tecnológicas; o compromisso com pagamentos públicos em 30 dias — esta medida pode melhorar significativamente a liquidez das startups que colaboram com o Estado; a simplificação fiscal e aceleração da justiça tributária — estas ações podem reduzir a burocracia e facilitar o crescimento das empresas inovadoras.

No entanto, gostaria de ver uma aposta mais concreta na criação de um programa nacional de ‘primeiros clientes públicos’, permitindo que startups testem e validem soluções em ambientes reais. Além disso, a implementação de incentivos fiscais para stock options seria crucial para atrair e reter talento qualificado.

Em suma, é essencial que o Governo vá além das intenções e implemente medidas concretas que posicionem Portugal como um verdadeiro hub de inovação na Europa.”

Márcia Pereira, CEO da Bandora.

Pedro Ribeiro Santos, managing partner da Armilar

“Desde logo, será muito importante que Portugal adira a esta iniciativa [da estratégia europeia para atrair e fixar startups e scaleups] e se comprometa com a sua rápida e efetiva implementação, sob pena de ficarmos atrás no ecossistema europeu, e de, como até aqui, termos uma Europa a 2 (ou n) velocidades neste importante campo de desenvolvimento económico.”

Pedro Ribeiro Santos, partner da Armilar Venture Partners, em entrevista ao ECO - 18FEV19
Pedro Ribeiro Santos, managing partner da Armilar Venture Partners.Hugo Amaral/ECO

Stephan Morais, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI)

“Gostaria que o novo Governo tomasse como prioridade a promoção de incentivos para que os Institucionais privados invistam em fundos de capital de risco nacionais.”

Stephan Morais, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI).Hugo Amaral/ECO

 

Vasco Pereira Coutinho, CEO da Lince Capital

“Acreditamos que, com a ajuda dos atuais intervenientes de mercado, seria possível a criação de um plano nacional para escalar startups, com medidas concretas em áreas como fiscalidade, acesso a financiamento, simplificação administrativa e contratação de talento internacional.

Seria também estratégico implementar uma política de Estado para a ciência e inovação, que assegure continuidade e estabilidade, independentemente dos ciclos políticos. O novo Governo tem aqui a oportunidade de posicionar Portugal como uma plataforma europeia de inovação.”

Vasco Pereira Coutinho, CEO da Lince Capital.

Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria

Uma ‘Autoridade Única para a Inovação’ — com poderes transversais para harmonizar fiscalidade de stock-options, simplificar vistos, certificar sandboxes regulatórias e gerir o braço português do Scaleup Fund. Seria o nosso DARPA (sem armas) ou, no mínimo, um ‘Simplex’ turbo para a economia intangível.”

Vítor Ferreira, diretor-geral da Startup Leiria.

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Cinco mestrados portugueses em Finanças entre os melhores do mundo

Nova SBE destaca-se na 6ª posição do ranking do ‘Financial Times’ de 2025. Católica Porto Business School é a entrada na tabela deste ano.

Portugal está representado por cinco faculdades na lista das 70 melhores do mundo para se tirar um mestrado em Finanças. A Nova School of Business and Economics (Nova SBE), a Católica Lisbon School of Business and Economics, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) e a Católica Porto Business School estão no ranking do Financial Times de 2025.

Entre as cinco, destaca-se a entrada de mais uma escola da Universidade Católica Portuguesa – a Católica Porto Business School – e a posição da Nova SBE, que conquistou o lugar mais alto da tabela e subiu em relação ao ano passado, de 7º para 6º. Aliás, a Nova SBE subiu cinco posições desde 2023 e arrecadou o melhor resultado de sempre de uma escola portuguesa.

O dean da Nova SBE diz que indicadores como a mobilidade profissional internacional dos graduados “comprovam a experiência verdadeiramente internacional” que os alunos têm ao estudar no campus em Carcavelos, “com um corpo docente diverso e um foco claro na empregabilidade global e de qualidade”.

“Além disso, a qualidade dos métodos pedagógicos torna o nosso ensino mais eficiente, preparando os nossos graduados para a realidade corporativa contemporânea e para responder de forma prática aos desafios das empresas que os contratam”, assinala Pedro Oliveira.

A Católica Lisbon School of Business and Economics ficou em 23º lugar, mas caiu a pique em relação ao 16º que teve em 2024.

Pouco abaixo surge o ISEG (27º), que aumentou três lugares de um ano para o outro. O ISEG integra o ranking global dos melhores mestrados em Finanças pela sexta vez consecutiva, sendo que há três anos que se classifica no top 30. Para o ISEG – Lisbon School of Economics & Management, que faz parte do ensino superior público, a presença contínua no ranking do jornal britânico é a confirmação da projeção internacional que tem e do “compromisso com a qualidade” do ensino, do “apoio à carreira dos estudantes e da criação de impacto positivo na sociedade”.

“Este reconhecimento internacional mostra que o ISEG está na linha da frente da formação em Finanças, não só em Portugal, mas a nível global. Estamos orgulhosos de subir neste ranking tão competitivo, o que reforça a nossa missão de formar profissionais de excelência, preparados para os desafios de um mundo em constante mudança”, afirmou o presidente do ISEG, João Duque.

Boas notícias também para a FEP, que passou para o 41º lugar do anterior 55º e obteve assim a sua melhor posição de sempre devido sobretudo aos indicadores que avaliam a relação entre o investimento académico e o retorno profissional, a progressão de carreira, a sustentabilidade e a promoção da diversidade.

O diretor da FEP disse que este resultado representa “um marco de elevada importância para toda a comunidade académica” e aproveitou para agradecer “a todos os que, diariamente, contribuem para o reforço da qualidade e reputação da faculdade – estudantes, alumni, corpo docente e não docente, parceiros institucionais e empregadores”.

Segundo Óscar Afonso, “a presença da FEP neste ranking tão exigente é, mais do que um reconhecimento, um estímulo para continuar a investir num ensino de excelência, internacionalmente relevante e socialmente responsável”.

Na 63ª posição ficou a Católica Porto Business School, uma estreante nesta tabela do Financial Times referente aos melhores mestrados em finanças mundiais.

O ranking “Masters in Finance 2025” avalia 19 indicadores, organizados em categorias como progresso na carreira dos diplomados, diversidade, experiência internacional, investigação e critérios ESG (Environmental, Social e Governance).

A análise baseia-se em dois inquéritos distintos, dirigidos às escolas de economia e gestão e aos antigos alunos que concluíram o mestrado em 2022. Para serem elegíveis, as instituições de ensino superior têm de cumprir vários critérios de qualidade, incluindo ter acreditações internacionais, entre as quais a AACSB – Association to Advance Collegiate Schools of Business.

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CEO da Renault deixa cargo para liderar dona da Gucci

  • ECO
  • 16 Junho 2025

Luca de Meo deixa o fabrincante de carros francês e deverá tornar-se o novo CEO do grupo Kering, detentor da Gucci. François-Henri Pinault vai passae a chairman do grupo de luxo.

O CEO da Renault, Luca de Meo, vai abandonar o comando da construtora automóvel francesa “para se dedicar a novos desafios fora do sector automóvel”, anunciou a empresa este domingo, citada pela Reuters. O gestor italiano será o próximo CEO do grupo de luxo Kering, dono da Gucci, segundo o jornal francês Le Figaro.

A saída de de Luca de Meo, prevista para meados de julho, acontece após cinco anos de trabalho no fabricante francês. O executivo redesenhou a aliança de duas décadas com a Nissan, implementou cortes de custos estruturais e reposicionou a empresa com foco nos veículos híbridos e elétricos. O gestor italiano assumiu o cargo em 2020, quando a Renault registava perdas recorde. Com a sua liderança, as ações da empresa valorizaram cerca de 90% e a Renault registou o melhor desempenho na Europa nos últimos cinco anos.

A contratação de De Meo ainda não foi oficializada pela Kering, mas, segundo o Le Figaro, Luca de Meo vai substituir François-Henri Pinault, que lidera a Kering há 20 anos e cuja família controla o grupo, e deverá manter-se apenas como chairman. A sucessão estava a ser preparada há algum tempo e, segundo a Reuters, intensificou-se nas últimas semanas.

Nos últimos dois anos, a Kering viu o seu valor de mercado cair mais de 60%, devido a uma sucessão de alterações (entre elas, as mudanças criativas na Gucci e o aumento do endividamento — que supera atualmente os 10 mil milhões de euros). A Gucci é a marca mais importante do portefólio deste conglomerado de luxo de que também fazem parte Bottega Veneta, Saint Laurent, Balenciaga, McQueen ou Brioni.

A confirmar-se, a nomeação de de Meo representa uma mudança de setor rara e ambiciosa: do mundo da indústria automóvel para o topo do luxo internacional. Fica por saber quem vai substituir De Meo na Renault, onde o Estado francês detém uma participação de 15%.

A Kering cancelou um evento com analistas que estava previsto para esta segunda-feira, sem avançar explicações, adiantou uma fonte próxima do grupo à Reuters.

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Trump pede acordo a Israel e Irão e admite futuro envolvimento dos EUA

  • Lusa
  • 15 Junho 2025

Washington, 15 jun 2025 (Lusa) -- O Presidente norte-americano pediu hoje a Israel e ao Irão para "chegarem a acordo", tendo ainda admitido um futuro envolvimento dos EUA no conflito.

O Presidente norte-americano pediu a Israel e ao Irão para “chegarem a acordo”, tendo ainda admitido um futuro envolvimento dos EUA no conflito. “O Irão e Israel devem chegar a um acordo, e vão chegar a um acordo“, escreveu Donald Trump na sua rede Truth Social, acrescentando que “muitas chamadas e reuniões estão a decorrer neste momento“.

“É possível que nos envolvamos” no conflito entre Israel e o Irão, mas os Estados Unidos “não estão envolvidos neste momento”, afirmou Trump numa entrevista à cadeia ABC News.

Trump disse também “estar aberto” a que o Presidente russo, Vladimir Putin, desempenhe um papel de mediador no conflito entre Israel e o Irão, no qual “é possível” que os Estados Unidos se envolvam. Vladimir Putin “está pronto, telefonou-me sobre o assunto, discutimo-lo longamente”, disse o Presidente dos EUA na mesma entrevista.

A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis. O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.

O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.

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Xpeng G9: O SUV chinês que quer fazer tremer os alemães

O futuro dos SUV elétricos já não fala só alemão, graças ao flagship da Xpeng. Agora, quem quer luxo e autonomia sem esvaziar a carteira tem uma escolha que faz pensar duas vezes.

Se acha que o domínio alemão no mundo dos SUV elétricos é inabalável, prepare-se para uma surpresa vinda do Oriente: o Xpeng G9 chegou para desafiar o status quo e abanar as certezas de quem sempre pensou que inovação, luxo e tecnologia só se escreviam com sotaque bávaro ou estugardense.

Num mercado onde os preços dos elétricos familiares premium parecem competir com o do metro quadrado em Lisboa, eis que surge um SUV chinês capaz de oferecer o que os rivais prometem, mas a um preço que não faz corar a conta bancária.

A Xpeng Motors nasceu há cerca de uma década, em 2014, numa China que já vislumbrava o futuro da mobilidade elétrica. Fundada por He Xiaopeng (daí o nome da marca), esta startup tecnológica cresceu a um ritmo vertiginoso, chegando aos 15 mil trabalhadores em apenas uma década Não se trata de mais uma marca que tentou copiar o que já existia, mas de uma empresa que nasceu puramente elétrica, com ADN tecnológico e sem os constrangimentos das marcas tradicionais.

Para famílias que valorizam a tecnologia, o espaço e a economia, sem prescindir totalmente do prestígio, o G9 marca pontos. Não tem o estatuto de uma marca alemã, mas tem a substância para questionar se esse estatuto vale realmente os 20 mil euros de diferença.

O G9, lançado em setembro de 2022 no mercado chinês e chegado à Europa em 2023, representa o quarto modelo da marca e o primeiro verdadeiramente pensado para conquistar o mercado global. É o atual flagship da Xpeng e uma espécie de cartão de visita para quem ainda não conhece a marca, com argumentos tão sólidos que até os mais céticos vão querer saber mais.

A estrada que liga Lisboa à Comporta é um teste severo para qualquer automóvel. Entre curvas sinuosas que mordem o Alentejo Litoral e retas infinitas que desembocam no oceano, o Xpeng G9 revelou-se mais do que um simples veículo de transporte de toda a família, mas um companheiro de viagem que se mostra capaz de desafiar o conceito de “value for money” no segmento premium.

Com 4,89 metros de comprimento e 1,94 metros de largura, o G9 posiciona-se diretamente contra os BMW iX e Mercedes-Benz EQE SUV. As dimensões são quase idênticas às dos rivais alemães, mas é no preço que as diferenças se tornam evidentes: enquanto um BMW iX arranca nos 87 mil euros e um Mercedes EQE SUV nos 84 mil euros, o Xpeng G9 começa nos 63 mil euros na versão Standard Range.

Esta diferença de preço não significa, porém, um produto inferior. O interior do G9 impressiona pela qualidade dos materiais, bancos aquecidos e ventilados, e um sistema de infoentretenimento com dois ecrãs de 14,96 polegadas, que facilmente enchem o olho e tornam uma viagem mais agradável. Mas não só.

Na estrada, o G9 também não desilude. À saída de Lisboa, o ACC (Adaptive Cruise Control) mostrou a sua inteligência na A2, mantendo sempre a distância segura dos camiões, antecipando curvas e até sugeriu reduções de velocidade baseadas em sinais de trânsito. E fora de estrada, este SUV chinês revela o seu party trick, graças a uma suspensão pneumática de câmara dupla. Elevado 50 milímetros, foi capaz de deslizar sobre pedras soltas como um barco a cortar ondas. Na volta, em modo baixo (-50 mm), a aerodinâmica do chassis ajudou a recuperar 18% de autonomia na A2 – detalhe crucial para quem viaja com pressa de chegar a casa.

Mas o grande trunfo do G9 reside na tecnologia de carregamento. Enquanto a maioria dos SUV elétricos se debate com velocidades de carregamento que rondam os 150-200 kW, o G9 oferece uma capacidade de até 300 kW em corrente contínua, graças à arquitetura de 800 volts. Na prática, isto significa carregar de 10% a 80% em apenas 20 minutos – um desempenho que rivaliza com os melhores do mercado.

A gama oferece três versões distintas. A Standard Range, com tração traseira e bateria LFP de 78,2 kWh, entrega 313 cavalos e 460 quilómetros de autonomia WLTP. A Long Range mantém a tração traseira, mas aumenta a bateria para 98 kWh, elevando a autonomia para 570 quilómetros. No topo da gama, a Performance (a testada pelo ECO) adiciona tração integral, mantém os 98 kWh de bateria, mas dispara a potência para 551 cavalos, permitindo acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,9 segundos.

O lado menos luminoso da lua

Mas nem tudo são rosas no universo Xpeng. A dinâmica de condução, apesar de competente, não oferece o mesmo refinamento de um BMW iX. A direção, embora precisa, carece de feedback, e o comportamento em curva revela o peso considerável do veículo de 2,34 toneladas na versão Performance.

Outro aspeto menos positivo prende-se com a tecnologia por vezes excessiva. O ecrã de 14,96 polegadas para o passageiro da frente, embora impressionante, pode ser considerado desnecessário.

Para uma família que procura um SUV elétrico premium sem os preços premium das marcas alemãs, o G9 apresenta argumentos sólidos. A versão Standard Range, por pouco mais de 63 mil euros oferece um pacote tecnológico e de conforto que seria impensável neste preço segmento há poucos anos.

Se o futuro pertence a quem conseguir oferecer mais por menos, o Xpeng G9 parece estar bem encaminhado para tirar frutos dessa máxima.

A bagageira de 660 litros (1.576 litros com os bancos traseiros rebatidos) garante espaço para as férias familiares, enquanto os 71 litros do frunk à frente adicionam versatilidade para cabos de carregamento ou compras de último minuto. Os bancos traseiros aquecidos e reclináveis, a função de massagem e o sistema de purificação de ar XfreeBreath elevam o nível de conforto a patamares dignos de um automóvel muito mais caro.

O Xpeng G9 não é perfeito, mas é indiscutivelmente competente. Numa altura em que um BMW iX ou Mercedes EQE SUV facilmente ultrapassam os 90 mil euros numa configuração decente, o G9 surge como uma alternativa credível que oferece 80% da experiência por 70% do preço.

Para famílias que valorizam a tecnologia, o espaço e a economia, sem prescindir totalmente do prestígio, o G9 marca pontos. Não tem o estatuto de uma marca alemã, mas tem a substância para questionar se esse estatuto vale realmente os 20 mil euros de diferença.

Se o futuro pertence a quem conseguir oferecer mais por menos, o Xpeng G9 parece estar bem encaminhado para tirar frutos dessa máxima e, talvez, fazer com que o futuro dos SUV elétricos familiares possa muito bem falar mandarim.

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Seguro quer um “pacto para a prosperidade” e promete “seriedade, independência e ação”

  • Lusa e ECO
  • 15 Junho 2025

O candidato a Presidente da República António José Seguro quer um país "justo e de excelência" e prometeu "seriedade, independência e ação", no discurso de apresentação da sua candidatura.

António José Seguro afirma que o país “precisa de um projeto nacional mobilizador, de um rumo e de uma estratégia” e, neste contexto, defende um “pacto para a prosperidade (…) envolvendo todos os partidos políticos, os parceiros sociais, universidades e todos os interessados. Na apresentação oficial da sua candidatura à Presidência da República, nas Caldas da Rainha, sublinhou a necessidade de causas e uma agenda própria: A primeira causa, deixou claro, é a criação de riqueza. “Promover os entendimentos necessários para uma economia mais produtiva e sustentável, ligada ao trabalho digno”, afirmou.

Candidato à Presidência da República de forma independente do seu partido histórico, e ainda sem saber o que será a posição do PS para as presidenciais, António José Seguro afirma que “gerir a conjuntura, já não basta, nem é maneira de governar. É necessário um projeto nacional, consensualizado, participado por todos, independentemente de quem está no governo“. Neste contexto, assumiu a diferença face a Marcelo Rebelo de Sousa. “Também quero deixar claro que o chumbo do Orçamento de Estado não implica automaticamente dissolução do parlamento. O país não pode andar de eleições em eleições de ano e meio em ano meio. Nem ter governos a prazo. Governos a prazo conduzem Portugal a prazo“.

Na apresentação oficial da sua candidatura, nas Caldas da Rainha, sublinhou que o próximo inquilino de Belém tem de ser “referência moral e não ruído mediático”. “O Presidente deve ser árbitro respeitado, não jogador. Facilitador de consensos, não gerador de clivagens. Sereno, e não distante ou autoritário. O Presidente deve centrar-se na magistratura de influência com causas, agenda própria e vigilância democrática“.

Se chegar a Belém, Seguro prometeu “seriedade, independência e ação”. “É por Portugal que sou candidato à Presidência da República“, afirmou o antigo secretário-geral do PS na apresentação da sua candidatura a Belém, que decorreu no Centro Cultural de Congressos das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.

O candidato indicou que se rege pelos valores da “liberdade, igualdade, solidariedade, respeito pelo outro e seriedade” e que são esses “os pontos cardeais de um percurso que tem uma meta: fazer de Portugal, um país justo e de excelência”. “Venho com vontade de servir Portugal com seriedade, independência e ação. Sou livre, vivo sem amarras”, afirmou também.

Antes do discurso, António José Seguro foi introduzido por um ator que encarnou o artista local Rafael Bordallo Pinheiro.

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State Farm sob investigação pela forma que geriu indemnizações de incêndios em LA

  • Lusa
  • 15 Junho 2025

Investigação surge após clientes terem dito que a seguradora estava a atrasar e a tratar mal os pedidos de indemnização relativos aos danos causados às suas casas e à possível contaminação pelo fumo.

A principal autoridade reguladora dos seguros da Califórnia iniciou uma investigação à State Farm sobre a forma como a empresa tratou os pedidos de indemnização relativos aos incêndios florestais de janeiro em Los Angeles.

A investigação surge depois de os sobreviventes dos incêndios de Palisades e Eaton terem afirmado que a maior seguradora de habitação do Estado (State Farm) estava a atrasar e a tratar mal os pedidos de indemnização relativos aos danos causados às suas casas e à possível contaminação pelo fumo.

Os incêndios destruíram milhares de edifícios em Los Angeles, mataram 30 pessoas e desalojaram milhares de outras. Estima-se que estejam entre as catástrofes naturais mais dispendiosas da história dos Estados Unidos.

O Comissário para os Seguros da Califórnia, Ricardo Lara, afirmou que a investigação irá analisar se a empresa cumpriu as leis estatais de proteção dos consumidores e de gestão de sinistros.

“Os californianos merecem um tratamento justo e abrangente por parte das suas companhias de seguros”, afirmou o democrata num comunicado, acrescentando que “ninguém deve ser deixado na incerteza, forçado a lutar pelo que lhe é devido, ou enfrentar atrasos intermináveis que muitas vezes levam os consumidores a desistir”.

Os sobreviventes do incêndio de Eaton, em Altadena, manifestaram a sua preocupação com a possível contaminação das suas casas por chumbo, amianto e metais pesados devido ao fumo.

A State Farm tem cerca de um milhão de clientes de seguros de habitação na Califórnia.

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Sabseg e SC Braga prolongam parceria até 2028

  • ECO Seguros
  • 15 Junho 2025

O acordo pressupõe o patrocínio da frente do balcão das equipas A, B e Sub-23, bem como de outros ativos presentes no Estádio Municipal do Braga.

A Sabseg assina novo contrato de patrocínio com o SC Braga prolongando a parceria até 2028, avançou a corretora em comunicado.

Miguel Machado, presidente do conselho de administração da Sabseg e António Salvador, presidente do SC Braga, renovam parceria entre a corretora e o clube desportivo.

O acordo pressupõe o patrocínio da frente do balcão das equipas A, B e Sub-23, bem como de outros ativos que estão no Estádio Municipal do Braga.

A parceria entre as suas entidades começou em 2007. “Esta é uma renovação que satisfaz as duas partes, mas que, mais do que isso, permite que SC Braga e Sabseg mantenham uma ligação histórica, dada a duração da mesma”, afirmou Miguel Machado, presidente do conselho de administração da Sabseg. “São duas das grandes marcas da cidade e faz todo o sentido que esta união permaneça firme, sobretudo nos valores partilhados e na ambição de crescimento”, acrescenta.

“Esta é uma parceria histórica, que comprova que quando duas instituições alinhadas em valores e ambições caminham de forma conjunta aceleram o seu crescimento e potenciam os seus resultados. Assim tem sido e continuará a ser: avançando lado a lado, o SC Braga e a Sabseg vão alcançar novas metas e dar continuidade à sua afirmação nacional e internacional”, afirma António Salvador, presidente do SC Braga.

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Programa do Governo: Fundo sísmico esquecido, promessas na poupança

O programa do novo Governo esquece o fundo sísmico mas, para os seguros e pensões, abre portas nos produtos de poupança e a alternativas à segurança social. Veja os destaques.

O Programa do XXV Governo Constitucional, saído das legislativas de 18 de maio ganhas pela coligação AD (PSD/CDS), foi entregue no passado sábado na Assembleia da República. Aprovado em Conselho de Ministros na quinta-feira, será discutido na Assembleia da República nas próximas terça e quarta-feira.

Na tutela da área seguradora e dos fundos de pensões continuará Joaquim Miranda Sarmento como Ministro de Estado e das Finanças e João Silva Lopes como Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, tendo como missão imediata nomear uma nova presidência para a ASF, entidade supervisora do setor, que vai suceder a Margarida Corrêa de Aguiar cujo mandato de seis anos não renovável termina este mês de junho.

O tema mais esquecido do programa do Governo foi a criação do Fundo Sísmico e para Desastres Naturais, cujo projeto legislativo já foi entregue pela ASF ao anterior Governo e cujas principais características são opções políticas sensíveis.

Em causa está uma estimativa clara de financiamento para tornarem fundo robusto e sustentável, decidir se o financiamento virá do Orçamento de Estado, de fundos europeus, de prémios de seguros obrigatórios ou não. Finalmente, definir a entidade que vai gerir um montante capaz de suportar – estimativas já existentes – indemnizações que podem chegar aos 10 mil milhões de euros em caso de catástrofe severa.

O programa é vago nas propostas, para o setor segurador e dos fundos de pensões, algumas informações se destacam:

  • Reforço de crédito internacionais e novos seguros de apoio ao investimento externo. Depois de, em junho de 2022, ter transferido para o Banco Português de Fomento (BPF) os seguros públicos de crédito estatal da COSEC, onde estavam desde 1969, o Governo propõe-se agora integrar a COSEC no Grupo Banco Português de Fomento. O propósito é de “re­forçar a oferta de seguros de crédito à exportação e criar novos seguros de apoio ao investimento direto português no estrangeiro, fortalecendo a capacidade das empresas nacionais para competir nos mercados inter­nacionais”.
  • BPF vai comprar Allianz Trade? A COSEC é hoje a Allianz Trade, depois da seguradora, em setembro de 2023, ter adquirido ao BPI os 50% do capital que lhe faltavam. Daí se poder concluir que o BPF vai comprar a Allianz Trade.
  • Seguros agrícolas na mesma. Em relação ao seguro de colheitas, com os prémios dos agricultores parcialmente pagos pela União Europeia e com o excesso de sinistralidade das seguradoras assegurado pelo Orçamento do Estado, o Governo vai “prosseguir com o trabalho conjunto com instituições da UE em prol de um sistema de resseguros que permitam que os nossos agricultores estejam protegidos das consequências negativas das alterações climáticas”.
  • Investir reservas de capital em capital de risco. O programa também refere “incentivar a participação de investidores institucionais, como fundos de pensões ou seguradoras, em fundos de capital de risco, nomeadamente, através da criação de mecanismos de mitigação de risco e de benefícios para particulares que invistam em entidades que canalizem fundos para esta classe de ativos”.
  • O PEPP? Quer o Governo “estimular a poupança, evoluindo para um sistema de tributação limitada da poupança e dos rendimentos reinvestidos”, acrescentado “no âmbito do processo europeu de reforço dos mecanismos de poupança, envolver neste sistema produtos financeiros específicos para trabalhadores, associados a planos de poupança de longo prazo”.
  • Fundos de Pensões Empresa? O Executivo também quer “criar contas-poupança isentas de impostos, adotando um regime em que certo nível de contribuições dos trabalhadores e das suas enti­dades empregadoras sejam livres de IRS, salvo se e quando forem distribuídas, pagas ou, de qualquer forma, apropriadas pelos respe­tivos titulares”
  • Fundos de Pensões Individuais? Tal passa, diz o programa do Governo, pela “introdução de contas poupança com possibilidade de acesso a grande diversidade de instrumentos, com eventuais limites à entrada, inspirada no modelo de “ISA accounts” no Reino Unido ou nas contas “401K” nos Estados Unidos”
  • PPR aperfeiçoado? Continuar a reforçar a sustentabilidade do sistema previdencial da segu­rança social, através das seguintes medidas: o promover junto dos cidadãos incentivos à poupança a médio e longo prazo, através de regimes complementares de reforma.
  • Ameaça às seguradoras caução. O Governo pretende “reduzir o custo das garantias bancárias de forma transversal, com um modelo de pricing mais simples e ágil”.
  • Uma lembrança aos agentes e corretores de seguros. O Executivo decide “apostar na promoção da Concorrência no Setor bancário”, que também passa por “restrições ao bundling de produtos”, ou seja limites à quase imposição aos clientes bancários de apólices de seguros preferidas pelos seus bancos.

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