A sócia da CCA, Marta Duarte, contou à Advocatus como está a ser fazer carreira na firma desde os tempos de estagiária, onde percebeu que ia pôr as "mãos na massa".
Marta Duarte é sócia do departamento de contencioso & arbitragem da CCA desde 2019, mas o seu percurso na sociedade começou em 2007, enquanto estagiária.
A sócia centra a sua prática nas áreas de contencioso civil e penal, de abuso de liberdade de imprensa. Ao longo da sua carreira tem trabalhado ainda com grandes grupos nacionais e internacionais de media.
Marta Duarte tem vindo a ser reconhecida pelos principais diretórios jurídicos internacionais, tais como o Chambers & Partners, o Legal 500, Leaders League e Media Law International.
Que idade tinha quando chegou ao escritório? Em que ano?
Corria o ano de 2007 e tinha 23 anos, acabada de sair da faculdade.
Como conseguiu o estágio no escritório?
Quando estava ainda a terminar o curso, no último ano, enviei o currículo, chamaram-me para a entrevista e acabei por ficar. O facto de dois dos sócios terem sido meus professores na faculdade e conhecerem o meu percurso académico poderá ter ajudado na escolha.
E qual a primeira impressão do escritório?
A minha primeira impressão não é com certeza a primeira impressão que têm hoje os estagiários quando entram na CCA. E ainda bem porque só demonstra que não parámos de crescer. Para ilustrar o crescimento da CCA ao longo dos anos costumo usar a imagem dos jantares de natal. Quando entrei cabíamos todos numa mesa. Atualmente, são precisas várias mesas e um espaço só para nós. Desde o primeiro dia percebi que ia poder pôr as “mãos na massa”, o que foi muito importante porque um dos receios de um estagiário é que o coloquem a fazer trabalho administrativo, a ler processos e a pesquisar jurisprudência. Por outro lado, o espírito de equipa que se vive no escritório foi igualmente percetível desde o início.
Passei por todas as fases do plano de carreira até que o convite surgiu. Penso que talvez tenha ajudado o facto de por cada fase que passei o foco ter sido sempre fazer bem o meu trabalho.
Sentiu receio, natural de uma jovem licenciada?
Claro que sim. Primeiro, porque nunca tinha estado no mercado de trabalho a sério; tive os meus trabalhos de verão quando era mais nova, na faculdade fiz as chamadas “clínicas legais”, que eram estágios em escritórios de advogados ao longo do curso, mas na CCA sabia que era a sério, que começava a definir o meu percurso profissional. Segundo, porque tinha a perceção de que a CCA estava a apostar mim e não queria de forma alguma desiludir.
Como acabou por ‘ir parar’ à área em que se especializou?
Em 2007, quando entrei na CCA, o sistema de estágios não era o mesmo sistema que temos hoje – a CCA evoluiu muito neste campo nos últimos 13 anos. Quando entrei fiquei alocada ao departamento de corporate embora fizesse também contencioso, principalmente a parte das cobranças porque era a maneira que tínhamos para nos prepararmos para os exames da ordem. Mas obviamente que também ajudava os outros departamentos sempre que era necessário. Com o passar do tempo começaram a dar-me trabalho de contencioso, sobretudo ao nível das peças escritas, e perceberam que eu até tinha jeito.
Confesso que no início tive alguma resistência ao contencioso (apesar de gostar de fazer as peças escritas e tudo o que isso envolvia). A parte de ir a tribunal assustava-me, mas as pessoas que trabalhavam comigo diretamente sempre insistiram que esse era o caminho e ainda bem que o fizeram. Portanto, não saí da faculdade com a ideia de que a minha área seria o contencioso, aliás, quando sai da faculdade ainda não tinha uma ideia clara de qual seria a minha área porque ainda tinha de perceber o que era isto de ser advogado. O contencioso foi uma coisa que aconteceu naturalmente à medida que ia fazendo o estágio.
Nunca foi sondada para mudar de escritório? Se sim, o que a fez ficar na CCA?
Sim fui, mas a minha ligação à CCA sempre foi tão forte que nunca me vi num outro escritório.
O que acha que a CCA tem de melhor ou quais as suas mais valias face a outros escritórios?
A CCA tem uma grande mais valia que nunca mudou com o seu crescimento ao longo dos últimos anos: o espírito de equipa e de entreajuda entre todos, desde os sócios até aos estagiários, passando pelos associados – e é um espírito que procuramos cultivar e incutir nos mais novos.
Outra grande vantagem da CCA é a capacidade de inovação que é transversal a todo o escritório. Ao longo destes anos a CCA nunca parou de inovar, quer internamente, quer na assessoria aos clientes e na aposta em novas áreas, o que contribuiu, e muito, para o nosso crescimento.
E a nomeação para sócia, aconteceu naturalmente? Desde quando é sócia?
Sou sócia desde 2019 e foi um percurso que aconteceu naturalmente. Passei por todas as fases do plano de carreira até que o convite surgiu. Penso que talvez tenha ajudado o facto de por cada fase que passei o foco ter sido sempre fazer bem o meu trabalho, sem olhar diretamente para a fase seguinte ou questionar quando é que a progressão iria acontecer.
No fundo, concentrei-me sempre nos desafios profissionais que me eram colocados diariamente, o que levou a que o convite surgisse naturalmente.
Para ilustrar o crescimento da CCA ao longo dos anos costumo usar a imagem dos jantares de natal. Quando entrei cabíamos todos numa mesa.
Momento mais difícil que passou na CCA?
O ano de 2020 quando, devido à pandemia, tivemos de ficar em casa. Deixar de ter contacto pessoal diário, gerir uma equipa à distância, gerir expectativas e receios e continuar a fazer o trabalho de todos os dias, não foi uma tarefa fácil, sobretudo quando a adaptação teve de ser tão rápida.
Momento mais gratificante?
Estar na CCA por si só é gratificante, até porque tenho uma equipa fantástica que torna isso possível. Mas se pudesse escolher um, escolheria o dia em que me fizeram o convite para ser sócia do escritório por ser o culminar do reconhecimento do trabalho que fiz ao longo destes anos.
Se voltasse atrás no tempo, mudaria alguma coisa no seu percurso profissional?
Não, nada.
Tem algum mentor ou mentora/role model no escritório? Ou fora do escritório?
Dentro do escritório tenho vários e não consigo escolher um porque, ao longo destes 13 anos, várias pessoas me ensinaram o que é ser advogada e cada uma delas acrescentou valor ao meu percurso, sobretudo os sócios que contribuíram muito para o lugar que ocupo hoje. Fora do escritório, os meus pais, sem dúvida.
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Como é fazer carreira na CCA? “Percebi que ia poder pôr as ‘mãos na massa'”, diz Marta Duarte
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