A EY quer entrar na consultoria estratégica e, para isso, vai promover conferências no Porto e em Lisboa para apresentar esta área de negócio. O partner Jorge Nunes explica as razões.
A EY vai promover nos próximos dias 1 e 2 de fevereiro, no Porto e em Lisboa, respetivamente, conferências que funcionarão como porta de entrada na área da consultoria estratégica em Portugal. Num mercado concorrencial, o partner da EY com esta área, Jorge Nunes, explica, em entrevista por escrito ao ECO, as razões deste movimento. Alinhado com o que a EY já faz noutros mercados, Jorge Nunes garante que “a estratégia não se define por rótulos“. As conferências vão ter como keynote speaker Reto Isenegger, Global Adviser Strategy & Customer Leader da EY e o ECO é o parceiro de media.
Quais são os objetivos da EY na área da consultoria estratégica?
A estratégia de crescimento da EY tem vindo a acompanhar as necessidades identificadas no mercado e, estando em Portugal alinhada com a estratégia de crescimento global. Assim, nos últimos anos, temos vindo a investir na aquisição e integração de diferentes equipas com competências em áreas críticas da chamada revolução digital: robotics, business intelligence, data analytics e, mais recentemente, cybersecurity. Com estas soluções, a EY fica com capacidade de resposta em quase todas as vertentes da consultoria empresarial de gestão, que normalmente se ocupa da eficiência e eficácia de pessoas, processos e sistemas.
Mas sentimos que o próximo grande desafio para as empresas portuguesas – assegurar crescimento rápido e sustentável – tem também uma forte vertente estratégica: onde e como competir? Esta é uma área em que a rede global EY tem fortes credenciais e sentimos que este era o momento certo para criar uma equipa interna que aproveite esse know how e o aplique à realidade local.
A EY, com o lançamento dos Serviços de Estratégia, visa alargar e aprofundar o relacionamento com o seus clientes, complementando a oferta que já tem em todas as Service Lines com um serviço especialmente dirigido às preocupações da gestão de topo e aos desafios mais atuais das empresas.
Que mais-valias pode a EY trazer a um mercado onde há uma concorrência forte?
Um aspeto essencial é a nossa integração internacional. A EY não funciona num modelo de franchise, tendo optado já há cerca de dez anos por uma efetiva integração jurídica, que nos permite operar a nível global como uma única entidade. Esta integração dá-nos uma enorme agilidade na identificação de boas práticas e na mobilização de recursos internacionais, permitindo-nos construir a equipa mais adequada para as necessidades de cada cliente e de cada projeto.
Por outro lado, e ao contrário das empresas que se focam apenas na consultoria estratégica, os nossos clientes sabem que vamos ter uma capacidade efetiva para apoiar na implementação dos projetos. Por exemplo, se a estratégia passar por aquisições, vamos poder apoiar na seleção de alvos, na realização de due diligences e na avaliação dos impactos fiscais do processo.
Por outro lado, vamos poder apoiar no processo de integração, tanto na perspetiva de processos e sistemas como dos impactos a nível dos recursos humanos. E, naturalmente, teremos também a capacidade de prestar serviços de fiabilidade, incluindo auditorias.
As empresas portuguesas estão sensibilizadas para a consultoria estratégica?
Acima de tudo, as empresas estão pressionadas para crescer e para atingirem uma massa crítica que lhes permita construir o seu futuro de forma sustentada e sustentável. Atendendo à dimensão do mercado interno, este crescimento passa inevitavelmente pela internacionalização, o que implica a capacidade de mobilizar recursos significativos para estudar e conquistar mercados com enquadramentos de negócio e regulamentares muito diferentes do nosso.
Este imperativo de crescimento, que não é de hoje, já resultou muitas vezes em situações de insucesso, em que uma análise à posteriori veio a revelar falta de estratégia, ou estratégias insustentáveis face à realidade da empresa e do mercado. Mesmo quando não estamos perante objetivos de crescimento acelerado, o ritmo de mudança de praticamente todos os setores está a levar a que as empresas tenham de revisitar periodicamente a sua estratégia, para se assegurar que continuam a ter vantagens competitivas que permitam defender o seu posicionamento no mercado, ou mesmo para se reinventarem.
Todos estes fatores levam a que a procura por consultoria estratégica esteja a aumentar, especialmente quando esta esteja associada a uma capacidade efetiva de implementação.
Muitas das empresas portuguesas são PME e, também, de cariz familiar. Que desafios se colocam a uma empresa de consultoria estratégica num mercado como o português?
A estratégia não se define em função de rótulos: Em Portugal há muitas empresas de grande dimensão que têm uma matriz familiar, assim como a grande dimensão de muitas empresas portuguesas é pequena quando comparada com os seus concorrentes nos mercados que para elas são relevantes.
O que realmente conta é a forma como a equipa de gestão aborda o futuro e se preocupa em gerir com uma perspetiva de crescimento sustentável a longo prazo, e não apenas a pensar nas vendas do mês seguinte.
Para uma empresa de consultoria estratégica, Portugal é um mercado com oportunidades especialmente interessantes. Temos produtos, serviços, empresas e equipas de gestão com provas dadas a nível internacional. E temos muitas outras realmente motivadas para darem os passos certos para concretizar os seus objetivos de crescimento.
Estamos confiantes que uma estratégia vencedora e uma equipa de gestão sólida conseguirão sempre mobilizar o financiamento para concretizar os seus projetos. E, ao fim do dia, será a economia portuguesa a beneficiar. Ao apostarmos nesta área, acreditamos que estamos a dar mais um passo no sentido de realizar o nosso propósito como empresa, ajudando a construir um melhor mundo de negócios.
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Jorge Nunes: “A estratégia não se define em função de rótulos”
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