Madrid recebe o primeiro ginásio Bhout até março de 2025 e este mês abrem dois em Portugal. Mauro Frota, CEO, já está a trabalhar na próxima ronda, agora de 20 milhões.
Depois de levantar dez milhões numa ronda seed, a Bhout colocou na mira o mercado externo com um objetivo: abrir estúdios de boxe com o seu saco inteligente. Cerca de um ano depois prepara-se para abrir os primeiros dois em Portugal já este mês e o primeiro lá fora abre em Madrid, no primeiro trimestre do próximo ano, perto do estádio Bernabéu, e mais de “cinco centenas de clubes” estão em “negociações avançadas” para Israel, EUA, Brasil e, dentro da Europa, França, Reino Unido e Luxemburgo. E está já em busca de mais financiamento através de uma nova ronda de 20 milhões.
“O nosso objetivo mínimo é levantar 20 milhões de euros para acelerar a produção e uma série de clubes corporativos, clubes que são nossos e depois permitem multiplicar através de franchising naquela região. Há muitos mercados onde vamos sempre entrar com clubes corporativos e depois avançar com franchising“, revela Mauro Frota, cofundador e CEO da Bhout, ao ECO.
LinkedIn, FC Gym, Fitness First e Marriot são alguns dos clientes já fechados e que vão receber em breve sacos de boxe da Bhout cuja produção está a ser feita em Leiria.
Depois da ronda, havia planos de expansão para mercados como Espanha, Reino Unido e EUA. Passados estes meses, como está este plano de internacionalização?
A ronda faz agora um ano em outubro. E foi uma ronda muito especial: foi a maior ronda seed não só para uma fit tech portuguesa, mas para uma fit tech a nível mundial. Desde essa ronda focamos em duas ou três áreas muito particulares. A primeira foi terminar o nosso produto estrela, o saco com inteligência artificial (IA), neste momento 100% pronto. Acabámos de vir de um tour nos Estados Unidos e Londres — Dallas, Nova Iorque, Toronto e Londres — o primeiro road show que fizemos com o produto, o hardware, 100% completo. Para nós, é uma grande milestone porque a partir de agora o nosso foco passa muito mais para o software, para o machine learning, para aprimorar os algoritmos, e passarmos para produção industrial. Ou seja, todos os moldes de todas as peças que compõem o nosso saco já estão adjudicados, alguns já estão feitos, o que significa que, até ao final deste ano, vamos ter uma capacidade instalada de produzir 1.000 unidades por mês do saco. O saco, o centro da nossa tecnologia, é todo feito em Portugal. Temos seis fábricas que produzem os diversos componentes e depois é tudo montado numa das nossas unidades em Leiria. A nossa sede é em Leiria e é lá que temos grande parte da nossa engenharia e desenvolvimento.
Espanha é um mercado muito importante para nós. Sabemos que Portugal vale, mais ou menos 40 estúdios da Bhout e que Espanha valerá à volta de 200. Portanto, um mercado extremamente importante e vamos plantar a primeira bandeira no primeiro trimestre do próximo ano.
Temos vários verticais. O primeiro, mais testado, é o dos clubes, dos estúdios, mas também temos outros, como o do B2B (business-to-business) onde vendemos o nosso equipamento a escritórios, a grandes cadeias de ginásios, e a ginásios de hotéis e estamos a entrar por uma série de outros verticais.
Nos clubes este foi o ano um da nossa expansão. Neste momento, temos oito clubes corporativos, isto é, clubes nossos já a serem construídos, dois com abertura marcada já para este mês de outubro, Odivelas e Almada, e outros seis em diferentes fases — ou em fase de projeto ou em fase de arranque de obra, etc. Aqui já se inclui o primeiro clube internacional em Espanha, em Madrid, muito próximo, a 900 metros, do Estádio do Bernabéu, uma localização muito interessante em Madrid. Espanha é um mercado muito importante para nós. Sabemos que Portugal vale, mais ou menos, 40 estúdios da Bhout e que Espanha valerá à volta de 200. Portanto, um mercado extremamente importante e vamos plantar a primeira bandeira no primeiro trimestre do próximo ano. Além disso, temos 12 franchisados assinados.
Também para o mercado português?
Todos para o mercado português, para já. Portugal vale 40 clubes, temos praticamente 19. Portanto, praticamente metade do mercado está vendido em tempo recorde. Com um ponto curioso: quem comprou até agora acreditou em nós, porque ainda não viu os novos sacos, a nova tecnologia e tudo o resto que está a ter montado neste momento para as próximas aberturas. Este mês abrimos Odivelas e Almada, depois temos para abrir a seguir em Miraflores, o Bhout Oriente, Madrid (em Espanha), Laranjeiras, Porto, Guimarães, temos para abrir uma série deles. Estamos obviamente muito satisfeitos, o nosso objetivo era de chegar até ao final do ano com 20 clubes, entre corporativos e franchise, vendidos ou em pipeline e atingimos o objetivo três meses antes do final do ano. Não paramos por aqui. Vai parecer demasiado ambicioso o que vou dizer, mas temos neste momento, sob negociação, mais de cinco centenas de clubes. Estamos com negociações muito avançadas para todos os países do Golfo, negociações muito avançadas para Israel, para os Estados Unidos, para o Brasil, dentro da Europa, para França, Reino Unido e Luxemburgo.
Espanha é o primeiro a abrir lá fora.
Espanha já estou a dar como garantido. Já temos empresa em Espanha, o espaço, o arquiteto espanhol, contabilista. E o mesmo nos Estados Unidos, já temos empresa, contabilidade… Agora, com a abertura de Odivelas, vamos ter uma verdadeira tour internacional a vir a Portugal. Temos já confirmados sauditas, israelitas, franceses, ingleses, americanos a vir para Lisboa para ver o clube e para fecharmos estas cinco centenas mais ou menos de clubes que temos em negociação. Porque, mais uma vez, o que fechamos até agora foi com vista naquilo que nós estamos a mostrar que vamos fazer, agora, finalmente vamos mostrar o que já fizemos.
Odivelas será então uma espécie de show room.
Fui a Odivelas no dia em que assinamos o contrato de arrendamento há uns meses e fui agora no final da obra e fiquei de boca aberta. O clube está extraordinário, acho que vai ser um dos clubes mais sexy do mundo. E com a nossa tecnologia, única no mundo, vai ser algo que nos vai orgulhar a todos. Estamos em found raising, vamos levantar uma ronda A…
Quais são os valores meta dessa nova ronda?
Queremos que seja uma ronda muito estratégica. Estamos a falar com investidores muito estratégicos, americanos, do Médio Oriente, de alguns países europeus. Aqueles mercados que são muito estratégicos para nós estarmos a tentar angariar investidores que, mais do que dinheiro, aportam realmente smart money. O nosso objetivo mínimo é levantar 20 milhões de euros para acelerar a produção e uma série de clubes corporativos, clubes que são nossos e depois permitem multiplicar através de franchising aquela região. Há muitos mercados onde vamos sempre entrar com clubes corporativos e depois avançar com franchising.
Mas já arrancaram com a ronda? Para quando a sua conclusão?
Comecei em setembro e estimamos concluir (a ronda) no final do primeiro trimestre do próximo ano. Já temos as primeiras manifestações de interesse extremamente estratégicas. Estamos a tentar unir-nos, mais do que parceiros, a mega operadores por cada região estratégica. E parece que vamos conseguir isso. Não quero agoirar a coisa, mas pelo menos, para já, está tudo OK.
Queremos que seja uma ronda muito estratégica. Estamos a falar com investidores muito estratégicos, americanos, do Médio Oriente, de alguns países europeus. Aqueles mercados que são muito estratégicos para nós estamos a tentar angariar investidores que, mais do que dinheiro, aportam realmente smart money.
Estamos muito confiantes que o nosso produto, que já testámos em Portugal, vai ter product market fit noutros mercados. Por outro lado, temos conseguido captar marcas muito interessantes para fazer os primeiros pilotos B2B. O primeiro grande piloto B2B corporate, ou seja, clientes corporativos, escritórios, é o LinkedIn, serão os primeiros a ter os nossos sacos nos escritórios.
Estamos a falar da sede, de toda a rede de escritórios?
Todos os headquarters vão ter sacos da Bhout, pois são extremamente competitivos. Visitamos alguns e eles têm leader boards para tudo, são extremamente competitivos. Estamos só a acelerar a produção para conseguir entregar. Em termos de hotelaria e hospitality os primeiros pilotos vão ser feitos com a maior cadeia de hotelaria do mundo, a Marriot — foram os designers da Marriot que nos contactaram diretamente. Aliás, tudo o que aconteceu até agora em B2B tem sido orgânico, investimos zero euros em marketing. As pessoas vão chegando até nós devido aos prémios internacionais que recebemos, etc. Em tempos de grandes cadeias de ginásios, acabámos de fechar o UFC Gym, uma cadeia de ginásios com mais de 200 unidades ligada ao UFC, a principal entidade de mix martial arts (MMA) do mundo — estivemos agora com eles em Nova Iorque e em Londres, correu muito bem e portanto está fechado. E o Fitness First, outra grande cadeia.
Outro dos verticais é eventos. Vamos começar a estar presentes em vários eventos internacionais de elevadíssimo calibre, com milhões de pessoas a assistir.
Chegaram a anunciar que iriam vender o saco Bhout diretamente aos consumidores.
Vendemos um pequeno pacote e esgotámos. Mas, entretanto, o custo a adquirir um cliente (CAC), num grande mercado relevante com o norte-americano, está muito caro, acima de 1.000 dólares. Decidimos que precisávamos de alguma coisa ‘Uau’ que nos metesse nos olhos do mundo para podermos baixar o CAC e avançar para B2C a sério. E é isto que vai acontecer até ao final do ano, mas sobre isso ainda não posso falar.
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“Temos em negociações avançadas mais de cinco centenas de clubes Bhout”
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