O CV já era?

  • António Macedo
  • 24 Setembro 2019

A verdade é que uma rápida passagem por portais de emprego ou LinkedIn revela que a grande maioria das vagas seguem um processo de candidatura tradicional com envio de CV.

“O CV, tal como o conhecemos, está obsoleto”. Ou, pelo menos, já ouvimos esta frase por diversas vezes. Com o evoluir de ferramentas digitais e o consequente acesso à generalidade da população, os processos de recrutamento têm vindo a agilizar a forma como as pessoas se candidatam, aumentando a interatividade e a simplicidade desde a candidatura ao próprio acompanhamento dos processos. Novas plataformas no mercado permitem que o candidato saiba em que etapa do processo se encontra, recebendo atualizações instantâneas do estado da candidatura.

Mas será que o CV se encontra mesmo obsoleto? A verdade é que uma rápida passagem por portais de emprego ou LinkedIn revela que a grande maioria das vagas seguem um processo de candidatura tradicional com envio de CV e, eventualmente, carta de motivação.

Neste momento temos empresas portuguesas a simplificar o processo de receção e triagem de CV ao máximo. Se, por um lado, temos uma gigante das telecomunicações a investir numa solução de Inteligência Artificial (IA) para realizar um primeiro filtro do CV, por outro, temos uma das principais consultoras tecnológicas a responder ao envio de CVs com a solicitação de um vídeo, em que o candidato deve responder a questões estruturadas (não podemos considerar isto um vídeo CV?). Complementando esta ideia, na perspetiva das equipas de recrutamento, torna-se cada vez mais relevante (e não somente um chavão) o alinhamento daquele candidato com a cultura da empresa, algo que o tradicional CV não proporciona.

Que futuro esperar para o CV? Parece natural que soluções ligadas à IA e com maior interatividade comecem a deixar de ser casos isolados e ocupem cada vez mais a realidade do recrutamento. A evolução natural será que o processo de candidatura seja mais visual, com recurso a vídeo, mas não somente com visibilidade para quem recruta. Os candidatos possuem acesso a informação sobre os potenciais empregadores, por diversos meios – redes sociais, sites de reviews, ou outros canais. Estes fatores levam algumas empresas a abandonar também o tradicional anúncio e a criar vídeos de recrutamento, onde não só descrevem as vagas como promovem a empresa, a cultura e as pessoas com quem os potenciais candidatos vão trabalhar.

Podemos concluir que o CV tradicional ainda é relevante, mas com tendência a ser substituído por ferramentas digitais – imediatas e interativas. Numa era em que consumimos mais vídeo que texto, depreendemos que o vídeo CV deverá assumir uma posição importante no recrutamento.

*António Macedo é especialista em Talent Acquisition para a indústria de Tecnologias de Informação na Vision-Box.

  • António Macedo

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

O CV já era?

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião