O valor estratégico de compras diversas e inclusivas
Compras diversas e inclusivas ajudam a estimular a atração de talentos, o que pode levar a aumentos de eficiência, melhor serviço ao cliente e aumentos de produtividade.
Em abril de 2022, as Nações Unidas lançaram um novo relatório, o “Procurement’s Strategic Value”, sobre a importância da diversidade de fornecedores, em especial a importância de se apostar em negócios detidos por mulheres.
Investir em negócios detidos por mulheres é mesmo visto como uma das melhores abordagens para reduzir o fosso económico entre homens e mulheres, num contexto em que as mulheres detêm um terço das PME, a nível mundial, mas representam apenas 1% da aquisição global das grandes empresas. Adicionalmente, dados de 2021, do Banco Mundial, mostram que, em 108 economias, as mulheres não podem liderar empresas da mesma forma que os homens. Por fim, é facto que a Covid-19 impactou desproporcionalmente os negócios detidos por mulheres.
Mas a verdade é que esta aposta não é apenas benéfica para as mulheres e para os seus negócios. Neste relatório, são identificadas seis razões pelas quais as empresas devem efetuar compras diversas e inclusivas, nomeadamente:
- As organizações que as praticam beneficiam de um aumento de receitas e de uma redução dos custos das suas compras;
- No atual contexto global, em que interrupções nas cadeias de valor são comuns, esta aposta pode aumentar a disponibilidade e resiliência das empresas;
- Compras diversas e inclusivas fortalecem a reputação junto de clientes, pares, investidores e colaboradores, o que impulsiona o negócio e a fidelidade à marca;
- Esta prática leva a mais inovação e adaptabilidade, permitindo às empresas melhor responder às necessidades dos seus clientes;
- Princípios subjacentes a compras diversas e inclusivas ajudam a estimular a atração de talentos, o que pode levar a aumentos de eficiência, melhor serviço ao cliente e aumentos de produtividade;
- Organizações que têm em conta estes parâmetros contribuem para mercados mais fortes por meio de desenvolvimento económico e crescimento inclusivo, levando a novos negócios e à expansão de oportunidades.
Com isto, torna-se evidente que as empresas portuguesas têm de investir na diversidade e inclusão das suas compras.
É verdade que em Portugal este é ainda um tema novo, mas já é trabalhado pelas Nações Unidas desde 2010 e já há muito trabalho feito por grandes empresas internacionais, como as referidas neste relatório: Microsoft, Procter & Gamble, Bristol Myers Squibb, entre outras.
Em todo o caso, o caminho é claro. Apostar na diversidade e inclusão das compras não é rocket science. Exige liderança, sensibilização de toda a organização, uma clara definição do ponto de partida e uma procura intencional por negócios detidos por mulheres.
Como António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, referiu no âmbito do Dia Internacional da Mulher, a 6 de março de 2020, “a desigualdade de género é a maior injustiça dos nossos dias e o maior desafio de direitos humanos que enfrentamos.”
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