Profissionalização da atividade de coaching
A essência do coaching consiste em libertar o potencial de uma pessoa para aumentar ao máximo o seu desempenho, ajudando-a a aprender em vez de a ensinar.
O coaching é hoje reconhecido como uma metodologia de desenvolvimento pessoal e profissional muito utilizada e valorizada nos contextos corporate e também nos contextos pessoais.
É utilizado no dia-a-dia como ferramenta de trabalho com vista a melhorar o autoconhecimento, definir objetivos e construir planos de ação, orientação vocacional, planeamento de carreiras, empregabilidade, desenvolvimento de equipas, entre outros âmbitos de aplicação.
A essência do coaching consiste em libertar o potencial de uma pessoa para aumentar ao máximo o seu desempenho, ajudando-a a aprender em vez de a ensinar.
Em termos científicos, o coaching é definido como um processo que contribuiu para a transformação dos indivíduos, bem como sua reflexão sobre a visão do mundo, além do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e capacidades (Krausz, 2007).
Mas as opiniões dividem-se. Para uns é algo mágico que revolucionou as suas vidas. Para outros é “charlatanice” pura. E as diferenças de opinião não ficam por aqui: no que concerne aos profissionais que podem exercer esta atividade também não há consenso.
O crescimento desta atividade é indiscutível. A International Coaching Federation realizou uma investigação mundial no ano de 2016- ICF Global Coaching Study, com o objetivo de identificar oportunidades relacionadas com a temática e entender as dificuldades dos profissionais que atuam como coaches. Foram auscultados 15.380 coaches, de 137 países e a estimativa é que existam 13.790 profissionais que atuam como coaches no mundo.
Apesar de existirem tantos profissionais a atuarem na área, o coaching não é considerado uma profissão regulamentada. Ora as atividades profissionais surgem como resposta às necessidades sociais e por isso é essencial criar regras para proteger os interesses de quem utiliza estes serviços. É necessário assegurar que esta função é exercida por pessoas qualificadas e habilitadas para prestar esses serviços com a máxima qualidade. É imprescindível que o mesmo assente em princípios íntegros e éticos.
A profissionalização é antes de mais uma intenção social de desenvolvimento de competências. Profissionalização deriva da palavra profissão que pressupõe uma organização autónoma no seio de um grupo profissional e a criação de associações profissionais, a formalização da atividade e a obtenção de autorização para exercer, um reconhecimento de estatuto, uma tendência para universalização do conhecimento e o acompanhamento de uma longa formação (Richard Wittorski)
Entende o GPC que o compromisso com um mecanismo de profissionalização do coaching significa uma clara melhoria da condição socioprofissional de todos aqueles exercem esta atividade e querem ser reconhecidos como profissionais de excelência.
Para debater a questão do Reconhecimento da Profissão durante a Conferência, convidámos várias personalidades de reconhecido mérito na área do Coaching. Será o Painel 2 e os convidados são Presidente da APG- Mário Ceitil, um representante da OPP, a Presidente da ICF Portugal- Aida Chamiça e Manuel Peixoto, ex-coordenador do GPC da APG. Será com certeza um momento muito interessante pois vamos ver partilhadas diferentes opiniões que nos ajudarão a dar nitidez a esta matéria.
Paula Rocha é membro da direção nacional da APG e do GPC da APG.
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