Montenegro quer “menos controlo prévio” para “eliminar empecilhos” nas decisões do Estado

O primeiro-ministro revelou que o Executivo vai acabar com "fases e pareceres no processo decisório". No entanto, "isso vai pressupor maio rigor, transparência e responsabilização", indicou.

A reforma do Estado, “um desígnio” deste Governo, vai pressupor “menos controlo prévio” para “eliminar empecilhos do processo decisório da Administração Pública”, revelou esta quinta-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no encerramento da conferência “Economia Sem Fronteiras” do canal Now e Jornal Negócios.

“Vamos começar a simplificar procedimentos, a eliminar, por ventura, fases que hoje constituem empecilhos do processo decisório da Administração Pública”, indicou. Para o chefe do Executivo “isto tem de ser dito literalmente e o país tem de acreditar nisto”. “O excesso de pareceres prévios, o excesso de entidades a colaborar que não falam entre si, que falam entre papéis é um bloqueio ao crescimento da economia, é um constrangimento para se pagar melhores salários e para se reterem recursos humanos”, justificou.

No entanto, salvaguardou, “menos controlo prévio” nas decisões do Estado e nos licenciamentos “vai pressupor maio rigor transparência e responsabilização”. O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, já tinha defendido a mesma tese, numa entrevista que deu esta quarta-feira à noite à SIC Notícias.

Montenegro assume o “risco” de avançar com a reforma do Estado “em toda a sua amplitude”, justificando, por isso, a criação de um ministério próprio sobre a sua dependência direta. “O objetivo é termos maior capacidade de resposta, diminuirmos a burocracia e otimizar os recursos para termos maior disponibilidade financeira, que provém da eficiência, e para podermos replicar noutras políticas públicas”, afirmou.

Com esta reestruturação da Administração Pública é possível gerar poupanças que podem ser canalizadas para “garantir menos pagamento de impostos, maior capacidade de resposta na saúde, educação e habitação agora com outros eixos prioritários como a defesa”, sinalizou.

Luís Montenegro defende, por isso, “um Estado mais ágil, que liberte recursos para conciliar e equilibrar todos os objetivos” que enumerou. Reconhecendo que “é uma tarefa dura”, o primeiro-ministro não vai, contudo, baixar os braços: “Vamos dar uma prioridade absoluta a esta reforma, capacitando a Administração Pública com novos processos de decisão e desafiando o país a acompanha este ímpeto, a não deixar de se demover neste espírito pelas reações contra-reforma”.

E lançou um alerta para as mentes mais fechadas: “Quero prevenir o país para a necessidade de abrir o nosso espírito para podemos conviver com a mudança, senão o país não muda, senão esta reforma ficará pelo caminho”.

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Autorizações de residência caducadas prolongadas até 15 de outubro

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

A estrutura de missão da AIMA irá garantir "a renovação das autorizações de residência caducadas até 30 de junho de 2025" e a AIMA irá assegurar os documentos que "caduquem em data posterior".

As autorizações de residência caducadas de estrangeiros foram prolongadas administrativamente até 15 de outubro, com a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e a sua estrutura de missão comprometidas a resolverem as renovações, foi esta quinta-feira anunciado.

Segundo a AIMA, a agência e a sua estrutura de missão, criada há um ano para resolver os processos pendentes de imigrantes, “disponibilizam dois serviços online para resolver todos os processos de renovação pendentes” para concluir até 15 de outubro o processo das renovações de documentos, cujo prazo de validade tem sido sistematicamente ampliado por decreto-lei desde a pandemia.

A estrutura de missão irá garantir “a renovação das autorizações de residência caducadas até 30 de junho de 2025” e a AIMA irá assegurar os documentos que “caduquem em data posterior”.

“Os titulares são notificados, via e-mail, pela estrutura de missão, por ordem cronológica da data de expiração dos títulos, isto é, desde fevereiro de 2020 até junho de 2025” e “após a receção da notificação, os titulares acedem à plataforma services.aima.gov.pt através do link nela indicado para revalidar as suas credenciais de acesso”.

Depois, “devem pedir, na mesma plataforma, a geração de um Documento Único de Cobrança (DUC), para pagamento das taxas, que deve ser efetuado nos 10 dias úteis seguintes” e após a “a validação da conta e a confirmação do pagamento, os requerentes receberão, igualmente por e-mail, uma proposta de agendamento para atendimento presencial e recolha de dados biométricos”, se for necessário.

Segundo a AIMA, “os requerentes deverão ter a sua situação contributiva e fiscal devidamente regularizada bem como toda a documentação legalmente exigida“.

Já os “titulares de autorizações de residência que caduquem depois de 30 de junho de 2025″ devem requerer a renovação diretamente no portal das renovações, que está disponível no site da AIMA.

Estas medidas correspondem à promessa do Governo, anunciada no final de junho, de acelerar o processo de renovação dos documentos caducados. O Governo ordenou à estrutura de missão da AIMA, responsável pela regularização dos processos pendentes, que se dedique a esta questão.

O objetivo é que a documentação caducada fique regularizada até 15 de outubro, anunciou então o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

O executivo estima em mais de 370.000 o número de imigrantes com documentação atrasada. Esses documentos têm sido validados por decisões administrativas, que amplia o prazo limite, mas muitos imigrantes têm tido problemas junto das autoridades de outros países.

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Condomínio na Comporta vai contestar providência cautelar da Vanguard e Amorim Luxury

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

Garantindo não ter sido ouvido no âmbito da providência cautelar, condomínio Casas da Encosta diz que vai "provar que não existe qualquer servidão de passagem ou arruamento" para uso público.

O condomínio privado Casas da Encosta, na freguesia do Carvalhal, concelho de Grândola, vai contestar a decisão do Tribunal Judicial de Setúbal que determinou a remoção das cancelas no interior da propriedade.

Num comunicado enviado à Lusa, a Casas da Encosta (CdE) avançou que “vai opor-se à providência cautelar” interposta no Tribunal Judicial de Setúbal, em janeiro deste ano, pelos grupos imobiliários Vanguard Properties e Amorim Luxury, promotores de outros projetos turísticos naquela zona do concelho de Grândola, distrito de Setúbal.

Ao decidir contestar a decisão do tribunal, a CdE pretende “provar que não existe qualquer servidão de passagem ou arruamento destinado a uso público no interior dos limites privados do condomínio”, como “atestam os documentos da propriedade”, lê-se no comunicado.

A decisão do Tribunal de Setúbal, datada de 13 de junho, ordenou “a imediata remoção de cancelas e todos os demais obstáculos colocados sobre a via de circulação que atravessa o Loteamento L7 e assegura a ligação entre a estrada pública e o Núcleo de Desenvolvimento Turístico do Carvalhal (NDTC)”.

Em comunicado conjunto divulgado a 16 de junho, a Vanguard Properties e a Amorim Luxury divulgaram esta decisão judicial, fruto da providência cautelar que interpuseram para repor a servidão da estrada que, alegam, dá acesso à praia do Pego e que está bloqueada com cancelas, desde outubro de 2022, pela CdE, condomínio constituído por mais de 50 moradias.

Fonte da Casas da Encosta disse esta quinta-feira à Lusa que as cancelas de segurança, instaladas “no interior da sua propriedade privada” no Carvalhal, “já se encontram abertas”, dando cumprimento a uma “decisão provisória e não definitiva do tribunal”.

A mesma fonte alegou à Lusa que as cancelas do condomínio “estavam lá colocadas já desde 2014, não foram colocadas em 2022. A Vanguard e a Amorim é que só chegam em 2019″.

“Aquela não é uma via de acesso à praia, ao contrário do que tem sido afirmado publicamente, mas apenas de acesso ao terreno adjacente denominado de Núcleo de Desenvolvimento Turístico do Carvalhal, onde várias empresas ligadas à Vanguard Properties e à Amorim Luxury pretendem desenvolver projetos imobiliários”, argumentou o condomínio.

No comunicado, a CdE referiu ainda que “a instalação destas cancelas” é “anterior à aquisição do terreno” pelas empresas Vanguard Properties e Amorim Luxury e acrescentou que “a praia do Pego sempre foi e se manteve acessível por vias públicas e locais que não atravessam” este empreendimento turístico.

Além de considerar “surpreendente” que tenha sido decretada uma providência cautelar “sem audição prévia”, este projeto realçou que a decisão do tribunal põe “em risco a privacidade e a segurança deste condomínio privado e dos seus condóminos”.

“Sem cancelas de segurança, o condomínio fica exposto à passagem diária de veículos e pessoas estranhas, o que não só ameaça a segurança dos seus residentes, como aumenta a poluição sonora e ambiental e perturba a vida dos moradores”, alegou.

A Casas da Encosta afirmou também estar empenhada na defesa dos seus direitos e disse confiar plenamente no sistema judicial português.

A Vanguard Properties é promotora na zona do empreendimento Dunas — Terras da Comporta, enquanto o grupo Amorim Luxury é responsável pelo restaurante Jncquoi, na praia do Pego. A decisão judicial reconheceu “a existência legal da servidão pública de passagem, prevista no Alvará de Loteamento e no Plano de Pormenor do NDTC”.

E decidiu que a estrada “ilegalmente cortada” constituía uma “ameaça real à viabilidade e valorização do maior projeto hoteleiro, turístico e residencial da região”.

De acordo com a decisão do procedimento cautelar, consultado pela Lusa, a via em causa é a agora designada Alameda dos Pinheiros — antiga Estrada das Lagoas -, que liga a vila do Carvalhal às praias do Pego e do Carvalhal ao NDTC.

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Prazo para aderir ao pagamento do IVA às prestações encolhe em cinco dias

A AT está a alertar as empresas que, a partir deste mês, a data limite para aderir ao pedido de flexibilização de pagamentos do IVA passa a ser a data da entrega da declaração e não a de pagamento.

A data limite de adesão aos planos de flexibilização de pagamentos do IVA vai encolher em cinco dias a partir deste mês de julho ao passar a ter como referência a data de entrega de declaração e não a de pagamento, como acontecia até agora. Uma alteração feita no âmbito do pacote de simplificação fiscal do Governo e que a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) considera não prejudicar os direitos dos contribuintes.

São várias as empresas que estão a receber emails da Autoridade Tributária (AT) a alertar para uma mudança na data de adesão aos planos de flexibilização de pagamentos do IVA. “No quadro de implementação das Medidas de Simplificação Fiscal – Decreto-Lei n.º 49/2025, de 27 de março, foram introduzidas” alterações “no que respeita à flexibilização de pagamentos do IVA”, com “efeito a partir de 1 de julho de 2025“, pode ler-se num email a que o EContas teve acesso.

Uma dessas alterações está relacionada com o prazo para adesão aos planos de flexibilização de pagamentos, com a AT a explicar que o “limite para a adesão aos planos de flexibilização de pagamentos passa a ser a data limite para a entrega da declaração de IVA”, referindo ainda que a “data limite de pagamento das prestações permanece inalterada, a primeira prestação, tem de ser paga até cumprimento da obrigação de pagamento em causa”. Esta mudança abrange o período de IVA de maio e seguintes.

“A partir deste mês, a adesão ao pedido de flexibilização de pagamento em prestações do IVA deixa de ser até à data do pagamento e passa a ser até à data da entrega da declaração” do imposto, explica Paula Franco, bastonária da OCC, na habitual reunião online semanal onde presta esclarecimentos sobre várias matérias, alertando para esta mudança da legislação de maneira a “não haver lapsos”.

“Quem aderiu em junho relativamente ao mês de abril, pôde fazê-lo até à data de pagamento, ou seja, até ao dia 25. A partir de 1 de julho, só pode fazê-lo até ao dia 20, que é a data da entrega declarativa. A data de adesão encolhe cinco dias”, refere a bastonária.

Para o mês de maio, esta obrigação termina num dia que não é útil (20 de julho), e, passa, por isso, para dia 21 de julho, indica a AT no email que está a ser enviado às empresas.

Ao EContas, a OCC explica que se “trata de um ajustamento de datas que terá como objetivo melhorar, por parte da AT, as condições técnicas de criação dos planos de flexibilização, incluindo criação e gestão de referências de pagamento e articulação com o débito direto”. Uma alteração que “terá mais a ver com procedimentos internos da AT do que os direitos dos contribuintes, que permanecem inalterados, visando melhorar esses mesmos procedimentos e garantir que os planos de flexibilização são adequada e tempestivamente executados”.

Nessa mesma comunicação, o Fisco refere também que a adesão ao débito direto, para os planos de flexibilização de pagamentos, passa a incluir, de forma automática, a primeira prestação, deixando igualmente vários alertas.

“Para evitar duplicação de pagamentos, caso seja aderente ao débito direto com a finalidade “IVA- Declarações periódicas” ou “IVA” deve assegurar-se que, em momento de submissão da declaração periódica do período, a opção pela flexibilização de pagamentos/utilização de créditos foi devidamente assinalada“, indica, referindo também que a “autorização de débito direto para a flexibilização de pagamentos é efetuada plano a plano, no momento de adesão ao plano”.

Por outro lado, explica que “para efetuar qualquer alteração ao plano de flexibilização, deve anular o plano e submeter novo plano, no Portal das Finanças, até à data limite para a entrega da declaração de IVA“.

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Concorrência insiste em acusação contra privados por fixação de preços nas negociações com ADSE

APHP e cinco grupos privados, incluindo Mello e Luz Saúde, foram novamente acusados pela AdC de concertação nas negociações comerciais para pressionar subsistema de saúde

A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu reabrir a investigação a suspeitas de fixação de preços e outras condições comerciais nas negociações com a ADSE, envolvendo uma associação setorial e cinco grupos do setor da hospitalização privada. O regulador anunciou esta quinta-feira que emitiu uma nova acusação.

O processo iniciado em 2019, que chegou à fase de recurso, teve de regressar à fase de inquérito, depois de a Justiça ter determinado que o regulador apreendeu emails ilegalmente durante as buscas. Em causa, o entendimento do Tribunal da Relação de Lisboa de que a “apreensão não era válida” por falta de autorização de um juiz de instrução criminal, apesar de a AdC ter obtido “autorização do Ministério Público”.

Agora, o regulador liderado por Nuno Cunha Rodrigues entende que, “com base nos demais elementos de prova”, existe matéria para emitir nova acusação “sobre um acordo restritivo da concorrência nas negociações” com o subsistema de saúde.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, a AdC não identifica as organizações acusadas. Mas, há três anos, quando tomou a decisão final de multar estas entidades, no valor de quase 191 milhões de euros, disse tratarem-se da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), o Grupo Trofa Saúde, o Hospital Particular do Algarve, o Grupo Mello (dono da CUF), o Grupo Lusíadas e a Luz Saúde.

A alegada prática em causa, que passou ainda pela “suspensão ou ameaça de denunciar convenções”, terá ocorrido pelo menos entre 2016 e 2019, com o objetivo de “pressionar a regularização de faturação relativa a 2015 e 2016”. O processo teve origem em “diversas denúncias” e notícias na comunicação social.

“A AdC considera haver indícios de que estas empresas concertaram estratégias e posições negociais no contexto das negociações com a ADSE”, afirma a autoridade num comunicado. “Esta atuação permitiu às empresas reforçar o seu poder negocial face à ADSE, podendo resultar em condições mais favoráveis do que as que resultariam de negociações individuais em concorrência”, acrescenta.

Mais entende a AdC que “a ameaça ou suspensão conjunta das convenções só seria eficaz se levada a cabo por várias empresas em simultâneo, pois limitaria o acesso dos beneficiários da ADSE à rede convencionada, empurrando-os para o regime livre”. Este é “mais oneroso para os utentes e mais rentável para os prestadores privados”, salienta o regulador.

A autoridade lembra que “a Lei da Concorrência proíbe expressamente os acordos entre empresas que visem restringir de forma significativa a concorrência, dada a sua natureza altamente prejudicial para os consumidores, a competitividade e a economia em geral”. A acusação “não determina o desfecho do processo”, na medida em que as empresas visadas poderão agora exercer o seu direito de audição e defesa.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h07)

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Transações estrangeiras com mais peso nas festas de Santo António

As compras e levantamentos realizados por estrangeiros na noite de Santo António tiveram um peso de 30% no total de transações registadas, o que representa um subida de 11% face ao ano passado.

Nas noites dos Santos Populares, as operações realizadas por estrangeiros representaram 21% do total de compras e levantamentos efetuados, o que representa um crescimento de 12% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Sibs Analytics. A análise mostra que foi no Santo António que as transações por estrangeiros tiveram um peso maior este ano.

Na noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, as compras e levantamentos cresceram 23% em relação à média de junho, com um valor médio por compra de 26 euros. O número de transações com Mb Way aumentou 33% face à média diária de junho, com um gasto médio de 17 euros. As compras e levantamentos realizados por estrangeiros tiveram um peso de 30% no total de transações registadas, com um crescimento de 11% em comparação com o período homólogo.

Ao analisar as diferentes noites dos Santos Populares, é possível verificar que foi na noite de 28 para 29 de junho, em que se celebra o São Pedro, que se assistiu ao maior crescimento no número de transações, ou seja uma subida de 46% face à média de junho, atingindo um valor médio por compra de 30 euros.

Nos festejos do São Pedro, o número de compras e levantamentos com Mb Way aumentou na mesma proporção, com um gasto médio de 24 euros. Os estrangeiros tiveram um peso de 13% neste total de transações, mais 39% face ao ano passado.

 

A norte, na noite de São João, de 23 para 24 de junho, o número de transações cresceu 13%, alcançando um valor médio por compra de 24 euros. O número de compras e levantamentos com Mb Way aumentou 16%, face à média de junho, com um ticket médio de 19 euros. O peso das transações realizadas por cartões estrangeiros alcançou os 20% no total de transações, mais 8% face a 2024.

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Despesa corrente em saúde aumentou 8,7% em 2024

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

O valor da despesa corrente em saúde, de 29.205 milhões de euros, representou 10,2% do Produto Interno Bruto.

A despesa corrente em saúde teve um aumento de 8,7% em 2024, ultrapassando os 29,2 mil milhões de euros, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgadas esta quinta-feira.

O INE aponta a atividade dos hospitais públicos e privados e consultórios e clínicas privadas como fator “determinante para esta evolução”.

Segundo a Conta Satélite 2024, o valor da despesa corrente em saúde, de 29.205,1 milhões de euros (2.733,9 euros per capita) representou 10,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

“O crescimento nominal da despesa corrente em saúde superou o do PIB em 2,3 pontos percentuais, contrariamente ao que se observou em 2022 (-6,8 pontos percentuais) e 2023 (-5,4 pontos percentuais) “, lê-se no documento publicado no site do INE.

Os dados indicam que a despesa pública (que cresceu 9,9%) e privada (que cresceu 6,5%) aumentou devido ao “reforço da atividade” dos hospitais públicos e privados e dos prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório, como consultórios médicos, de medicina dentária e clínicas médicas com várias especialidades.

Em 2023, a despesa corrente em saúde havia crescido 4,4%, atingindo 26.866,3 milhões de euros, correspondendo a 10,0% do PIB e a 2.539,8 euros ‘per capita’.

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Açores perde batalha no Constitucional após ação de António Costa no seu último dia como PM

  • Lusa e ECO
  • 3 Julho 2025

Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade de várias normas do regime do domínio público hídrico dos Açores, aprovadas pelo PS-A. Caso chegou ao Palácio Ratton por ação de António Costa.

O Tribunal Constitucional (TC) declarou a inconstitucionalidade de várias normas do regime do domínio público hídrico dos Açores e de decretos que desafetam terrenos em Santa Maria, segundo um acórdão publicado em Diário da República nesta quinta-feira. A medida tinha sido tomada pelo PS-Açores, antecessor do atual Executivo regional liderado por José Manuel Bolieiro.

O pedido de fiscalização da constitucionalidade dos diplomas tinha sido solicitado pelo então primeiro-ministro do PS António Costa, em 2024, no seu último dia em funções no Governo.

Em maio de 2024, o assunto esteve na Assembleia Regional, onde o antigo primeiro-ministro socialista foi bastante criticado, designadamente pelo envio, no seu último dia em São Bento, dos diplomas para apreciação do TC. O próprio presidente do PS açoriano, Vasco Cordeiro, destacando que os decretos foram aprovados pelo Governo regional socialista a que presidiu, manifestou “discordância profunda, clara, inequívoca, entre aquilo que o Governo regional dos Açores do Partido Socialista pensa e acha sobre essa matéria, e aquilo que, aparentemente, o antigo primeiro-ministro entende sobre este assunto”. Vasco Cordeiro foi contundente contra a atitude de António Costa: “lamentável. Aliás, talvez doutra forma, poucochinha”.

Por sua vez, José Manuel Bolieiro defendeu que “o ativo mar é dos Açores. Tem influência e cria dimensão ao país e à União Europeia e nós não prescindimos dos nossos direitos e prerrogativas”.

No Regime Jurídico do Processo de Delimitação e Desafetação do Domínio Público Hídrico na Região Autónoma dos Açores, o TC declara inconstitucionais as normas que atribuem ao Conselho de Governo dos Açores “a competência para a homologação de propostas de delimitação do domínio público marítimo do Estado no território da Região Autónoma dos Açores” e que tornam essa homologação “vinculativa para todas as autoridades públicas”.

No mesmo diploma, são consideradas inconstitucionais normas que “possibilitam a desafetação, mediante decreto legislativo regional, de qualquer parcela do leito ou da margem do domínio público marítimo”.

O Tribunal Constitucional considerou, por isso, também inconstitucionais normas de dois decretos que definiam a desafetação do domínio público marítimo, por motivos de interesse público, de parcelas de terreno na ilha de Santa Maria, precisamente por desafetarem parcelas “pertencentes ao domínio público marítimo”.

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Chanceler alemão pede à UE um acordo rápido e simples com EUA

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

Se não for alcançado um acordo até 09 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-la para 50%, como anunciou em maio.

O chanceler alemão pediu esta quinta-feira à União Europeias (UE) um acordo comercial rápido e simples com os Estados Unidos, que promova a prioridade a determinadas indústrias chave, seis dias antes do prazo estabelecido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

“Precisamos chegar agora a um acordo rápido com os Estados Unidos. Uma solução rápida e simples é melhor do que uma solução longa e complicada, com negociações que durariam meses“, afirmou Friedrich Merz, em Berlim.

O Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, está em Washington a tentar concluir o acordo comercial com as autoridades norte-americanas em nome do bloco europeu.

Se não for alcançado um acordo até 09 de julho, o Presidente norte-americano poderá duplicar as taxas das importações da UE para 20%, ou mesmo aumentá-la para 50%, como anunciou em maio.

Como líder da maior economia da Europa, Friedrich Merz tem defendido repetidamente uma solução “simples”, mesmo que isso signifique aceitar um acordo assimétrico em que os europeus concordariam com certas sobretaxas, sem compensação.

A Alemanha está na linha da frente das repercussões após a ofensiva tarifária norte-americana, isso porque a sua economia é altamente dependente das exportações para os Estados Unidos, particularmente nas indústrias química, farmacêutica, automóvel, siderúrgica e de máquinas e ferramentas.

São precisamente estes sectores-chave que as negociações com Washington devem privilegiar, segundo Merz, que acredita que será demasiado longo e complicado chegar a um acordo abrangente que reúna todas as categorias de produtos.

Precisamos agora de alcançar rapidamente um acordo com os Estados Unidos para que as nossas empresas sejam isentas das taxas alfandegárias excessivamente elevadas que atualmente têm de pagar quando exportam para os Estados Unidos.

Friedrich Merz

Chanceler alemão

“Precisamos agora de alcançar rapidamente um acordo com os Estados Unidos para que as nossas empresas sejam isentas das taxas alfandegárias excessivamente elevadas que atualmente têm de pagar quando exportam para os Estados Unidos”, disse Merz num discurso a uma federação de bancos alemães.

Desde o seu regresso à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump fez das taxas alfandegárias um pilar fundamental da sua política, promovendo uma guerra comercial internacional.

Em Washington, Sefcovic tem reuniões agendadas com o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, e o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, informou a Comissão Europeia esta semana.

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Consumidores confiam menos em marketing de influência do que em publicidade tradicional

Há mais consumidores a confiar na publicidade tradicional do que em marketing de influência, mas mais de metade admitem já ter feito uma compra em resultado de uma recomendação de um influenciador.

O marketing de influência tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, com mais de metade dos marketeers a prever inclusive aumentar investimento neste segmento este ano. No entanto, os consumidores continuam a confiar mais em publicidade tradicional.

“Práticas questionáveis” e o facto de os anúncios com influenciadores “frequentemente não seguirem a lei estabelecida” podem estar a ditar uma maior desconfiança do público em relação às recomendações de influenciadores, aponta o “Influencer Trust Index” da National Advertising Division, dos EUA. Na análise foram inquiridos 3.720 consumidores norte-americanos.

Destrinçando os dados da análise, 87% dos consumidores norte-americanos dizem confiar na publicidade que vêem, com 5,5% a confiar completamente, 83,2% a confiar de alguma forma e 11,3% a dizerem que não confiam em publicidade. Os consumidores entre os 25 e os 34 anos são os que menos confiam (40%) em publicidade.

Já quando se trata, em específico, de marketing de influência, 74% dizem confiar neste tipo de publicidade, com apenas 5% a dizer que confia plenamente em influenciadores, 69% a dizer que confia de alguma forma e 26% a indicar que não confia de todo.

A contribuir para estes números está o facto de os influenciadores se poderem envolver em “práticas questionáveis, em parte devido à regulamentação limitada neste setor em rápido crescimento” e de os anúncios com influenciadores “frequentemente não seguirem a lei estabelecida”, lê-se no estudo.

A National Advertising Division “tem observado um aumento acentuado nos casos envolvendo marketing de influenciadores, sinalizando uma necessidade urgente de que os influenciadores entendam e sigam as diretrizes que promovem práticas publicitárias honestas e transparentes”, aponta esta entidade.

“A confiança é a base da autenticidade. Quando os influenciadores são transparentes sobre os seus relacionamentos com as marcas que promovem, eles não apenas constroem a confiança do consumidor, mas também aumentam a fidelidade à marca e o engajamento geral. À medida que influenciadores e marcas adotam práticas verdadeiras e transparentes, eles fortalecem a integridade de todo o ecossistema de marketing de influenciadores, promovendo o sucesso a longo prazo para todos”, acrescenta.

No entanto, isto não significa que os influenciadores não consigam alavancar as vendas das marcas. Na verdade, 58% dos inquiridos disseram já ter feito uma compra em resultado da recomendação de um produto ou serviço de um influenciador e 35% já fizeram entre quatro a seis compras ter por base este tipo de recomendações.

Um pouco mais de metade (52%) dos inquiridos também dizem ver conteúdos de influenciadores que apareçam nos seus feeds e um terço (33%) dizem procurar conteúdos de influenciadores para aprender mais sobre um produto ou tópico.

A existência de “transparência e honestidade sobre a associação com uma marca” (referida por 71% dos consumidores) e de “críticas honestas, mesmo que não positivas sobre o produto ou serviço apresentado” (79%) são os fatores que mais contribuem para que os consumidores confiem nos influenciadores.

Em sentido contrário, um influenciador não ser genuíno, honesto ou transparente (80%), promover um estilo de vida ou imagem corporal irrealista (71%) ou não informar sobre a relação que tem com a marca que está a promover (64%) estão entre os principais fatores que levam à desconfiança dos consumidores.

Uma significativa maioria dos consumidores (70%) relata também que se sentiria negativamente se descobrisse que um influenciador é pago ou recebe um produto gratuitamente para promover uma marca e não o revela, com 37% a dizer que se sentiriam “enganados” e 33% que se sentiriam “negativos em relação ao influenciador”.

Outro ponto que a análise apelida de “curioso” prende-se com o facto de a mera presença de uma parceria com a marca ter pouco ou nenhum efeito na percepção de confiabilidade, enquanto as divulgações de #ad ou #sponsored não contribuiren para uma sensação de que o influenciador seja mais confiável.

Em concreto, enquanto 70% consideram que um influenciador ter uma parceria com uma marca não o torna menos confiável, 57% também dizem que um influenciador acrescentar “#ad ou #sponsored” nos seus conteúdos não os torna mais confiáveis.

Já 72% dos consumidores acreditam que a responsabilidade por uma publicidade verdadeira e transparente é tanto da marca como do influenciador.

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Maioria dos trabalhadores diz não estar a receber formação suficiente em inteligência artificial

Trabalhadores portugueses consideram que não estão a receber formação suficiente em inteligência artificial, o que é essencial para a utilização do potencial desta tecnologia, segundo barómetro da EY.

As empresas até têm investido mais em formação em inteligência artificial (IA), mas a qualidade desses programas “é uma preocupação significativa”. De acordo com um novo estudo da consultora EY, a maioria dos trabalhadores europeus (e portugueses, em concreto) diz mesmo não estar a receber formação suficiente para usar estas novas ferramentas tecnológicas.

“Ainda que as organizações estejam a aumentar a formação em inteligência artificial disponibilizada aos seus trabalhadores, a qualidade destes programas é uma preocupação significativa. Os empregados precisam de formação feita à medida das suas necessidades e funções“, sublinha a EY, no “European AI Barometer 2025”.

Entre os quase cinco mil trabalhadores ouvidos pela consultora em nove países (entre os quais, Portugal), só 24% indicam estar a receber formação suficiente para utilizar estas ferramentas tecnológicas. E 37% defendem que deveria haver um reforço desses programas.

Portugal está alinhado com estas médias europeias. Por cá, foram ouvidos cerca de 200 trabalhadores, e apenas 24% acreditam estar a receber formação suficiente em inteligência artificial, enquanto 31% afirmam que deveriam ter mais formação.

“A adoção de inteligência artificial não deve ser encarada apenas como uma questão de investimento em tecnologia. Exige know-how técnico, formação contínua e liderança ativa na transformação cultural e organizacional das organizações”, salienta, em reação a estes dados, Sérgio Ferreira, partner da EY e líder de IA da consultora.

Estes dados são particularmente relevantes, uma vez que a maioria dos trabalhadores acredita que a inteligência artificial terá algum impacto no seu emprego. “Portugal, onde a percentagem de utilizadores de IA é expressiva, está no grupo dos países mais apreensivos nesta matéria: três em cada quatro inquiridos acreditam que algumas dimensões dos seus empregos serão substituídas pela IA“, explica a EY.

Numa nota mais positiva, quase metade dos ouvidos em Portugal afirma que com recurso a esta tecnologia a sua produtividade já melhorou muito ou de alguma forma.

Portugueses são dos mais satisfeitos com IA

Entre os nove países analisados, Portugal é aquele onde os trabalhadores avaliam melhor a sua experiência com a inteligência artificial. Por cá, 90% fazem uma análise positiva, seguindo-se Espanha (89%) e a Suíça (86%), como mostra o gráfico abaixo.

Além disso, a EY destaca que os níveis de adoção desta tecnologia em Portugal são expressivos: 31% dos inquiridos dizem usar inteligência artificial tanto em contexto profissional como pessoal, enquanto 40% só o fazem na vida pessoal e 12% apenas no trabalho.

Neste ponto, é a Suíça a líder entre os países analisados, 85% dos inquiridos dizem usar inteligência artificial. “Em contraste, a adesão é inferior na Áustria e em França (ambos com 73%)”, é salientado.

Demasiado cedo para avaliar impacto nas contas

De acordo com o barómetro da EY, o uso da inteligência artificial já trouxe ganhos adicionais ou poupanças avaliadas em 6,24 milhões de euros às empresas europeias. Mas há diferenças consideráveis entre os países analisados.

“Espanha destaca-se como o país onde mais organizações percecionam maiores benefícios financeiros — a nível de poupança de custos ou aumento das receitas — da IA (70%), seguida da Bélgica (60%) e da Alemanha (59%)”, assinala a consultora.

Já em Portugal, 42% das empresas consideram que estas ferramentas tecnológicas já estão a gerar poupanças ou um aumento das receitas. Em paralelo, 43% das empresas portuguesas ouvidas assumem uma atitude de prudência, salientando que ainda é demasiado cedo para avaliar os impactos.

“Entre os inquiridos em Portugal que reportaram benefícios financeiros, a maioria (62%) quantifica esses efeitos em até um milhão de euros (43% na média europeia) e 27% entre um e cinco milhões de euros (34% na média europeia). Já 11% indicam benefícios que oscilam entre 15 e 50 milhões de euros (16% na média europeia)”, acrescenta a EY.

É de notar ainda que 41% das empresas portuguesas prevê gastar menos de 500 mil euros nestas tecnologias nos próximos cinco ano. “Na média dos países em análise, os setores onde o impacto económico da IA é mais evidente são a indústria avançada (78%), desporto (74%) e agroalimentar (73%)”, é ainda observado.

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Unicórnio Tekever compra Cocoon Experience

A empresa de design e 'user experience' portuguesa já vinha colaborando há vários anos em projetos civis e de defesa com a fabricante de drones nacional.

A fabricante de drones Tekever acaba de concluir a compra da Cocoon Experience, empresa que atua nas áreas user experience e service design. O valor da operação não foi divulgado.

“A entrada da Cocoon Experience no universo Tekever confirma o nosso compromisso não só em criar os produtos e tecnologias mais inovadores, mas também em garantir que os nossos utilizadores permanecem no centro do processo de desenvolvimento. Depois de anos de uma relação muito próspera com a Cocoon Experience, damos um passo em frente nesta parceria em nome de um objetivo comum: ajudar os nossos clientes a transformarem-se para tirar realmente partido da taxa exponencial da evolução tecnológica”, diz Ricardo Mendes, CEO da Tekever, citado em comunicado.

As duas empresas nacionais já vinham colaborando há vários anos em projetos civis e de defesa. Agora a equipa da Cocoon, “composta por cientistas comportamentais, estrategas de design e especialistas em UX”, vai trabalhar exclusivamente com a Tekever. Irá a “ajudar a dimensionar e acelerar o desenvolvimento do produto e a base de clientes em rápido crescimento” da unicórnio nacional.

“Durante anos, colaboramos de perto com a Tekever, partilhando a mesma visão de como o design pode alavancar a sofisticação tecnológica. Esta união representa uma excelente oportunidade para aplicarmos a nossa abordagem human-centric em contextos verdadeiramente impactantes e críticos, contribuindo para soluções que melhorem a segurança e a eficácia operacional a uma escala global”, diz Anabela Fernandes, sócia-gerente da Cocoon Experience, citada em comunicado.

Esta abordagem centrada no utilizador “provou ser fundamental em algumas das suas operações mais exigentes — incluindo missões na linha da frente na Ucrânia”, destaca a Tekever em comunicado. “Nestes cenários de alto risco, colocar o utilizador no centro do processo de conceção melhorou diretamente a eficácia operacional, permitindo uma tomada de decisões mais rápida e uma maior adaptabilidade em ambientes complexos e em tempo real”, refere.

A fabricante de drones nacional, recorde-se, atingiu recentemente o estatuto unicórnio, tendo anunciado planos de investimento no Reino Unido (470 milhões de euros) e França (100 milhões).

Dos cerca de mil colaboradores atuais na empresa, com 20 nacionalidades, 70% está localizado em Portugal, tendo a empresa uma fábrica em Ponte de Sor e o centro de engenharia nas Caldas da Rainha. “Temos muitas centenas de pessoas em Portugal, é a nossa maior base. Trabalhamos muito com a indústria toda em Portugal. Só o ano passado — em 2025 será mais —, comprámos em Portugal, penso que cerca de 12 milhões de euros. E nos próximos três anos — não cinco, como é o plano que estamos a apresentar para a Inglaterra —, incluindo 2025, vamos comprar em Portugal, à indústria portuguesa, cerca de 100 milhões de euros, se não for mais”, adiantou em maio Ricardo Mendes, em entrevista ao ECO.

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