O luxo são as pessoas (o know-how humano na construção da exclusividade)

  • Francisco Noriega Carvalheira
  • 22 Março 2025

Francisco Noriega Carvalheira, secretário-geral da Associação Portuguesa de Marcas de Excelência (LAUREL), destaca a importância que têm as pessoas - e o seu legado - na construção do luxo.

Nos dias de hoje, o luxo vai muito além de materiais raros, design inovador ou preços elevados. Mais que nunca no cerne da exclusividade, encontramos o know-how humano, a arte de transformar tradição em inovação e de criar experiências inigualáveis. O verdadeiro luxo nasce das mãos e mentes de artífices, designers e especialistas que dedicam anos ao aperfeiçoamento de suas técnicas, transmitindo saberes de geração em geração.

É através dos artífices que a excelência, a perícia e sensibilidade destes profissionais – que dominam ofícios muitas vezes ancestrais – que o luxo tem a sua génese. A marcenaria refinada, a joalharia meticulosa, a alta-costura impecável e a perfumaria sofisticada são apenas alguns exemplos de áreas onde o toque humano faz toda a diferença. Não se trata apenas de produzir objetos ou serviços, mas de criar emoções e estabelecer conexões profundas entre o produto e quem o consome.

As grandes maisons du luxe entendem que a exclusividade não está apenas nos materiais nobres, mas na capacidade de entregar uma experiência singular. Essa diferenciação vem da autenticidade do trabalho manual, da personalização e do respeito pelo detalhe. Marcas que investem no desenvolvimento de talentos, na formação contínua e na valorização dos seus mestres artesãos garantem não apenas a qualidade, mas também a continuidade de um legado. Hoje podemos afirmar que este é o maior desafio que as maisons enfrentam: o manter e preservar destas artes, através do cativar das novas gerações para que abracem estas carreiras.

Num mundo cada vez mais digital e massificado, o luxo humano torna-se ainda mais relevante. A capacidade de criar algo único, feito à medida e com um valor sentimental incalculável, é o que distingue o verdadeiro luxo da mera ostentação. Valorizar o know-how humano significa preservar a exclusividade e dar continuidade a um património cultural e artístico inestimável.

Um mestre para atingir a perfeição necessita de, no mínimo, 10 anos de experiência, razão pela qual a produção do luxo tem o seu tempo. Rapidez, no fazer o luxo, é quase a palavra proibida.

Assim, podemos afirmar sem hesitação: o luxo são as pessoas. Elas são a alma por trás de cada peça, de cada experiência e de cada marca que se destaca pela sua autenticidade e excelência. O futuro do luxo depende, acima de tudo, da valorização do talento humano e do compromisso com a arte de fazer bem e com paixão.

As marcas que entenderam este fator e apostaram tiveram imenso sucesso, primeiro criando embaixadores, vindos do cinema, arte e desporto.

Todos nós, seres humanos temos, um enorme fascínio por algo que nos faz sonhar.

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ECO Quiz. Sonae, pagamentos automáticos e juros da casa

  • Tiago Lopes
  • 22 Março 2025

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

Na semana que agora termina, a Sonae apresentou os resultados de 2024, tendo encerrado o ano com um volume de negócios de quase 10 mil milhões de euros, refletindo um crescimento de 18% face ao ano anterior. Este desempenho foi impulsionado por aquisições estratégicas que reforçaram a presença internacional do grupo. Apesar do aumento das receitas, os lucros caíram 37% em relação ao ano anterior, totalizando 223 milhões de euros.

A celebração da Semana da Formação Financeira decorreu na passada quarta-feira, onde o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, deixou um conselho para quem usa pagamentos automáticos.

Em fevereiro de 2025, a taxa de juro implícita no crédito à habitação desceu para 3,83%, uma redução de 15,4 pontos base face a janeiro. Esta descida acentuada reflete um alívio significativo nas prestações mensais dos empréstimos à habitação, beneficiando as famílias portuguesas.

O ECO publica todas as semanas um quiz, que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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Couto com receitas de 1,3 milhões e celebra 107 anos com novos produtos

  • Lusa
  • 22 Março 2025

Depois de registar no ano passado o melhor ano de sempre, em 2025 a marca centenária lança novos produtos e aposta na exportação.

A centenária marca Couto, conhecida pela pasta dentífrica e pelo restaurador Olex, registou em 2024 o melhor ano de sempre, com um volume de negócios “superior a 1,3 milhões de euros”. Em 2025, lança novos produtos e aposta na exportação.

“O ano de 2024 foi o melhor ano de sempre da Couto com um volume de negócios superior a 1,3 milhões de euros”, conta Alexandra Gomes da Silva, numa entrevista à Lusa no âmbito da celebração do 107.º aniversário da marca portuguesa, que se comemora este ano.

Alexandra Gomes da Silva, administradora da Couto há nove anos e que acompanhou durante 20 anos o trabalho do seu marido, Alberto Gomes da Silva, antigo administrador da Couto, explica que as vendas aumentaram graças ao lançamento de novos produtos, como o ambientador, o champô em barra corporal, a nova pasta de dentes com flúor, e da tradicional pasta de dentes, que tem 93 anos de existência.

O aumento das vendas também se explica com a “dedicação dos funcionários da empresa” e com o “aumento do turismo”, que compra os produtos Couto na loja da baixa do Porto, acrescenta.

“Hoje estamos num patamar totalmente diferente quando comparado com a altura em quando conheci o meu marido — em 2004 —, e em que a fábrica só se dedicava à higiene oral, com a pasta dentífrica, e o restaurador Olex”, assume.

Segundo a administradora da Couto, a marca consegue estar hoje na casa das pessoas não só com o sorriso da pasta Couto, mas também através das novas embalagens miniatura para transportar em viagem, através dos cremes para o corpo, cremes para as mãos e rosto, cremes de barbear, colónias, champôs em barra, ambientadores, velas, sabonetes e até saboneteiras.

Após a estagnação das vendas registada durante o período da pandemia da Covid-19 e do início da guerra da Ucrânia, que levou à falta de matéria-prima, a Couto registou um crescimento de 20% em 2023 e o ano de 2024 foi o melhor ano de sempre dos 107 anos de existência, disse, por seu turno, Cláudia França, diretora técnica da Couto.

Para celebrar este ano o 107.º aniversário da Couto, a marca acaba de lançar dois novos produtos: um bálsamo de lábios com sabor a caramelo e um outro bálsamo com sabor a morango.

Segundo explica Cláudia França, o mote da Couto são os sorrisos. “Já que protegemos os sorrisos através da higiene oral, agora nada melhor que proteger e cuidar dos lábios dos sorrisos dos portugueses”.

“O bálsamo labial de morango é mais para público mais jovem, uma vez que dá uma ligeira cor aos lábios, e o bálsamo de caramelo é um bálsamo unissexo, tem um sabor mais suave, não tem corante”, explica Cláudia França.

O principal mercado da marca é o nacional, mas os produtos também voam para Alemanha, Itália, Espanha, Polónia e Canadá, especificamente para “lojas de venda ao público, barbearias e lojas gourmet“, revela.

Na loja que abriu em Cedofeita em 2019, no centro do Porto, os principais clientes continuam a ser turistas vindos do Oriente, designadamente sul-coreanas, que apreciam o design dos produtos inspirado nos desenhos e cores dos azulejos portugueses, bem como os ingredientes eco-friendly (amigos do ambiente).

Cláudia França, diretora técnica e gestora das redes sociais da Couto, recorda que a paixão das clientes sul-coreanas se justifica com a “qualidade” dos produtos, “diferença” e “imagem “retro”” das embalagens.

Ao longo de quase 100 anos, mais precisamente 93 anos, a fábrica de Gaia produziu milhões de bisnagas da icónica pasta de dentes Couto e deu saúde e frescura à boca de milhares de portugueses.

Agora, a marca quer conquistar o mundo com o seu produto estrela, porque o lema é e será “Couto, a pasta que anda na boca de toda a gente”.

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Fujifilm Portugal cresceu 12% em 2024 e está a investir na expansão

  • Lusa
  • 22 Março 2025

O plano da Fujifilm passa por "crescer no mercado interno, nas áreas industriais", adianta Pedro Mesquita, do diretor-geral da filial portuguesa da empresa.

A Fujifilm Portugal cresceu, no ano fiscal de 2024, que termina no fim deste mês, cerca de 12%, atingindo um volume de negócios de cerca de 55 milhões de euros, adiantou à Lusa o diretor-geral da empresa.

Em entrevista, Pedro Mesquita indicou que a empresa está a apostar em várias áreas no mercado nacional, tendo investido um milhão de euros em novas instalações, no Porto.

Pedro Mesquita (diretor-geral da Fujifilm Portugal e Espanha) e Yoshiki Kimura (presidente e diretor-geral da Fujifilm Europa) inauguram a nova sede da empresa no Icon Tower, no Porto.

“Queremos ser uma subsidiária diferente porque operamos num mercado que não tem escala, que tem 10 milhões de pessoas e, portanto, dentro do grupo Fujifilm temos vindo a crescer por diversificação, mas queremos ir um bocadinho mais à frente”, destacou.

Segundo Pedro Mesquita, o plano da Fujifilm passa por “crescer no mercado interno, nas áreas industriais”.

“Portanto, aproximarmos o mercado, sermos identificados pelos nossos clientes como alguém que não fornece só soluções tecnológicas, mas que fornece soluções como um projeto, soluções, serviços, pessoas”, disse.

Além disso, detalhou, o grupo avançou com “uma série de projetos”, incluindo com um centro de desenvolvimento que fornece soluções e plataformas de tecnologia na área médica, “para todo o grupo, para todo o mundo, desde a América Latina até ao Médio Oriente”.

Pedro Mesquita explicou que a Fujifilm tem diversificado as suas áreas de atividade, apontando a saúde, a área gráfica (impressão digital) e o Global Service Centre, em Vila Nova de Gaia, onde a empresa faz serviços de reparação de câmaras digitais e outros equipamentos.

De acordo com o diretor-geral, a atividade da Fujifilm Portugal hoje já conta com 53% da área médica. A empresa atua nas áreas de diagnóstico por imagem, como por exemplo raio-X.

No futuro, a empresa pode mesmo entrar mais na área da saúde, ainda que para já não esteja previsto em Portugal, com serviços de apoio ao desenvolvimento de produtos para a indústria farmacêutica, tendo em conta a sua competência química.

A Fujifilm Portugal tem a responsabilidade do mercado angolano, com um parceiro local, ainda que a instabilidade no país não contribua para grandes rácios de crescimento, destacou. Para já não há planos para outros mercados a partir da filial nacional.

Neste momento, a empresa conta 165 colaboradores, adiantou. “Nos últimos seis anos nós temos vindo a crescer mais de 10% cada ano em número de colaboradores, eu acho que é um bom rácio e penso que não vamos abrandar”, indicou.

A Fujifilm estabeleceu-se em Portugal ainda nos anos 60, tendo em 2008 sido integrada como subsidiária do grupo. É detida a 100% pela Fujifilm Europe que, por sua vez, pertence à ‘holding’ japonesa.

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Aeroporto de Heathrow totalmente operacional após um dia de caos

  • Lusa
  • 22 Março 2025

Mais de 1.300 voos foram cancelados e cerca de 200.000 pessoas ficaram retidas na sexta-feira, depois de um incêndio noturno numa subestação a 3,2 quilómetros do aeroporto.

O aeroporto de Heathrow, em Londres, está “totalmente operacional”, após um encerramento de quase um dia provocado por um incêndio numa subestação elétrica, foi hoje anunciado.

“Podemos confirmar que Heathrow está aberto e totalmente operacional”, disse um porta-voz do aeroporto, citado pela agência francesa AFP.

O porta-voz pediu aos passageiros que verificassem com as companhias aéreas as informações sobre os voos.

O encerramento de Heathrow, um dos aeroportos mais movimentados do mundo, provocou um dia de congestionamento nos transportes aéreos com repercussões a nível mundial.

As companhias aéreas alertaram que as perturbações graves se prolongarão por vários dias, à medida que se esforçam por deslocar aviões e tripulações para levar os passageiros para os destinos, segundo a agência norte-americana AP.

“Temos centenas de colegas adicionais à disposição nos nossos terminais e acrescentámos voos ao horário de hoje para facilitar a passagem de mais 10.000 passageiros pelo aeroporto”, afirmou a gestora de Heathrow num comunicado.

A British Airways, a maior companhia aérea de Heathrow, disse que espera operar hoje cerca de 85% dos voos programados no aeroporto.

Mais de 1.300 voos foram cancelados e cerca de 200.000 pessoas ficaram retidas na sexta-feira, depois de um incêndio noturno numa subestação a 3,2 quilómetros do aeroporto ter cortado a eletricidade em Heathrow e em mais de 60.000 casas.

Residentes da zona oeste de Londres disseram ter ouvido uma grande explosão e visto uma bola de fogo e nuvens de fumo quando o incêndio atingiu a subestação. O incêndio foi controlado ao fim de sete horas, mas o aeroporto esteve encerrado durante quase 18 horas.

Alguns voos ainda descolaram e aterraram na sexta-feira. A polícia disse que não considera o incêndio suspeito. O Corpo de Bombeiros de Londres anunciou que a sua investigação se centraria no equipamento de distribuição elétrica da subestação.

O enorme impacto do incêndio fez com que as autoridades enfrentassem críticas de que as fracas infraestruturas britânicas estão mal preparadas para lidar com catástrofes ou ataques.

Heathrow é um dos aeroportos mais movimentados do mundo para viagens internacionais, tendo registado 83,9 milhões de passageiros em 2024.

Os passageiros de cerca de 120 voos que se encontravam no ar quando o encerramento foi anunciado deram por si a aterrar em cidades diferentes, e mesmo em países diferentes.

A perturbação de sexta-feira foi uma das mais graves desde a erupção do vulcão islandês Eyjafjallajokull, em 2010, que lançou nuvens de cinzas para a atmosfera e fechou o espaço aéreo europeu durante dias.

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EDP vende duas centrais hidroelétricas no Brasil por 190 milhões de euros

  • Lusa
  • 22 Março 2025

Esta transação "reduz o peso da geração convencional e da exposição hídrica no Brasil, informa a EDP.

A EDP anunciou a venda de duas centrais hidroelétricas, através da sua subsidiária EDP Brasil, à empresa Engie Brasil Energia S.A, a segunda maior produtora de energia no Brasil, por um valor total de 190 milhões de euros.

Num comunicado, divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP – Energias do Brasil S.A., subsidiária no Brasil da EDP, anunciou a venda da sua participação (50%) na UHE Cachoeira Caldeirão e na UHE Santo Antônio do Jari.

O comunicado acrescenta ainda que o negócio corresponde a um valor de mercado (enterprise value) estimado de 500 milhões de euros.

As centrais UHE Cachoeira Caldeirão e UHE Santo Antônio do Jari situam-se nos estados do Amapá e do Pará, respetivamente.

O comunicado da CMVM acrescenta ainda que esta transação “reduz o peso da geração convencional e da exposição hídrica no Brasil, conduzindo a um aumento do peso das atividades reguladas neste mercado, em linha com a revisão estratégica apresentada ao mercado em março de 2023″.

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Albuquerque tenta recuperar maiorias do “jardinismo” e Cafôfo cobiça indecisos em nova batalha eleitoral na Madeira

Neste domingo tem lugar uma das mais importantes eleições na Madeira. Em ano e meio, terceira ida às urnas para as regionais. Albuquerque sem pontes visíveis, Cafôfo e Sousa discutem quem mandará.

 

Em dezembro, poucos dias antes da moção de censura que derrubou o Governo, o orçamento e o Plano para 2025 na Região Autónoma da Madeira foi rejeitado com votos contra do PS, JPP, CH, IL e PAN e votos a favor de PSD e CDS HOMEM DE GOUVEIA/LUSAHOMEM DE GOUVEIA/LUSA

Dez anos depois da primeira eleição para presidente do Governo Regional, Albuquerque tenta a terceira reeleição num espaço de três anos, nenhuma delas em maioria. Paulo Cafôfo, cujo percurso coincide com a do rival na obtenção da presidência da câmara do Funchal — onde provou conseguir acordos, salienta –, não desiste do projeto de liderança da região, à qual se candidatou pela primeira vez em 2019, ano em que o PSD se estreou nas vitórias sem maioria e Cafôfo saiu da câmara do Funchal para provocar o primeiro grande abanão no PSD.

O socialista chega às urnas com uma ratificação da sua liderança a 31 de janeiro, quando as eleições internas do partido na região lhe deram 98,3% dos votos. O opositor que se adivinhava desistiu por considerar que não havia tempo para campanha interna. Recorde-se que a 17 de dezembro existira a primeira moção de censura validada no Parlamento contra um Governo PSD. Na ocasião, vozes de dentro do PSD chegaram a exigir um ato eleitoral para escolha do líder social-democrata, mas o incumbente, Miguel Albuquerque, nunca o permitiu.

Albuquerque traçou um percurso eleitoral de constante queda desde a primeira vitória, em 2015, a única saldada por uma maioria, mas agora, uma sondagem da Intercampus para o Jornal da Madeira perspetiva a segunda maioria para o sucessor de Alberto João Jardim. PSD em 38,4% e o 24.º mandato, que lhe escapa desde 2015, num parlamento com 47 lugares, são hipóteses assumidas nesta sondagem. Em segundo, o PS, com 16,7% e perda de um deputado (para 10), enquanto o Juntos Pelo Povo vem em terceiro com 10,7% e perda de dois lugares, para seis, o dobro daqueles que a sondagem “dá” ao Chega, partido que já assegurou não apoiar o PSD na formação de um Governo (ao contrário do que fez há um ano) se o líder continuar a ser Albuquerque. Partidos de assento único deverão ser o CDS, a Iniciativa Liberal e o PAN, com o PCP a raiar essa fasquia, depois de ter saído do Parlamento em 2024.

Se o PSD vencer, nada indica que a política se altere de forma substancial. O que o seu líder tem destacado é o excelente percurso da economia da região. Já a governação preconizada pelo socialista apostará na tecnologia, nas eólicas offshore, reforço da aquacultura e em usar o dinheiro devido pelas empresas da Zona Franca (na sequência de decisão judicial de Bruxelas) para construir habitação pública.

O PS tenta recuperar a dinâmica vivida em 2019. Depois da humilhante derrota de 2015, em coligação com PTP, PAN e MPT, com apenas 11,4% e seis mandatos, menos um que os centristas e apenas mais um que o debutante Juntos Pelo Povo, floresceu a candidatura de um independente, Paulo Cafôfo, que levaria o PS a mais que triplicar os deputados regionais.

O resultado quase “secou” a esquerda e dividiu votos com a direita, para um resultado final de 21 mandatos para PSD e 19 para PS, com o CDS a ser chamado a socorrer os social-democratas como garante de Governo de maioria a Albuquerque.

Entretanto, Cafôfo deixou a liderança do PS regional após as autárquicas de 2021 e entrou no Executivo de António Costa em 2022. Um ano depois, o PS foi a votos na Madeira com Sérgio Gonçalves e caiu de 19 para 11 deputados. É então que Cafôfo regressa à região onde nasceu e em 2024 vai de novo a eleições regionais, mas perdeu a onda de 2019, mantendo o PS os 11 deputados com que saíra da anterior legislatura, enquanto o JPP se reforçava de cinco para nove mandatos.

A proximidade de mandatos patrocinou um desentendimento, expresso nos meses antes destas eleições, entre Paulo Cafôfo e Élvio Sousa, líder do JPP, sobre quem deveria liderar uma solução governativa. Se se entenderem, poderão contar com a disponibilidade de vários partidos para conversar, incluindo o CDS. Já o Chega só admite equacionar dar a mão ao PSD, mas desde que Albuquerque se exclua do Governo saído das eleições de domingo.

Neste dia, a única solução clara para Albuquerque será procurar restituir ao PSD a maioria, apesar das acusações da oposição relativas aos casos judiciais em que o líder social-democrata e membros dos seus governos viram os seus nomes envolvidos. Em janeiro de 2024, o líder do Governo decidiu mesmo abandonar o lugar, mas acabaria por se recandidatar e ganhar eleições meses depois.

Cafôfo, por seu turno, acredita no poder de mobilização dos indecisos — 18%, segundo a sondagem da Intercampus — e dos que têm andado arredados das eleições para impedir o regresso às maiorias que o Jardinismo “instituiu” e que o sucessor de Alberto João Jardim conseguiu apenas nas primeiras eleições em que o PSD não teve à frente o carismático líder.

Paulo Cafofo conseguiu o feito de afastar o PSD da câmara do Funchal e, em 2019 abanou a máquina social-democrata nas legislativas regionais. Em 2024, não conseguiu repetir o feito. Agora, quer chamar os indecisos ao projeto do PSWikipedia

O líder regional socialista diz ao ECO/Local Online que “o grande desafio é diversificar” a economia, para lá do turismo e construção, ainda que se os pôr em causa. A solução é adicionar setores com maiores qualificações e salários mais elevados.

Por seu turno, o ex-presidente do Governo defende que o PIB da região está em alta desde 2015, tendo passado de 4 mil milhões de euros para os 7,1 mil milhões de 2024, A Madeira tornou-se a segunda região mais rica do país, afirmou à Rádio Renascença.

O adversário socialista admite a rota ascendente do produto da região, mas diz ao ECO/Local Online que tal não tem reflexo na qualidade de vida dos madeirenses. Quase 30% da população está em risco de pobreza ou exclusão social, denuncia, e a inflação aprofunda as dificuldades, elevando-se a um patamar de 3,6%, mais alta do que no continente e os Açores. Já os salários médios são “os mais baixos do país”, salienta, 94 euros abaixo do continente e 59 euros abaixo dos Açores.

“O modelo está errado. Queremos outro modelo económico”, diz, e aponta à baixa do IVA e do IRC, contando com a autonomia a lei das finanças regionais, que permite reduzir impostos em 30% relativamente ao continente.

Aqui na região, temos uma posição mais pragmática, reconhecendo a importância das receitas e da criação de emprego. Neste momento, são mais de 3.000 pessoas bem remuneradas e emprego qualificado. O pragmatismo será a cola que permitirá proteger o CINM. Este é o centro de negócios do país. Não estamos a fala de benefícios ilegais, estamos a falar de benefícios fiscais a empresas que criam valor e emprego.

Paulo Cafôfo

Presidente do PS-Madeiira

Defesa da Zona Franca

Ponto comum a Albuquerque e Cafôfo, potenciais vencedores das legislativas regionais — considerando o histórico eleitoral dos seus partidos — é a defesa do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM). O ex-presidente do Governo tem-se manifestado contra a posição da justiça europeia, que, no âmbito do regime de auxílios da Zona Franca, considerou terem sido violadas regras concorrenciais dentro do espaço comum. O Executivo interpôs um recurso, que o Tribunal de Justiça da União Europeia negou em janeiro.

Paulo Cafôfo, que preconiza um acordo entre o PS e os partidos à esquerda, não teme que a Zona Franca, criticada pela esquerda em São Bento, provoque desentendimentos numa possível coligação regional. “Aqui na região, temos uma posição mais pragmática, reconhecendo a importância das receitas e da criação de emprego. Neste momento, são mais de 3.000 pessoas bem remuneradas e emprego qualificado. O pragmatismo será a cola que permitirá proteger o CINM. Este é o centro de negócios do país. Não estamos a falar de benefícios ilegais, estamos a falar de benefícios fiscais a empresas que criam valor e emprego”. Cafôfo salienta que se forem hostilizadas, “as empresas que aqui estão sediadas fogem para outros países”.

Quem liderará uma eventual coligação entre PS e JPP? A resposta nunca foi dada, e isso é aproveitado por Miguel Albuquerque. HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

A posição é comum ao PSD, tanto da estrutura local, quanto nacional. São de julho de 2023, era primeiro-ministro António Costa, estas palavras de Luís Montenegro: “se nós não formos competitivos e previsíveis, não damos segurança aos investidores e vamos perder investimentos para outras geografias. Será que achamos que a estratégia para Portugal é assistir impávidos e serenos à deslocalização de empresas para a Holanda ou para o Luxemburgo, para Malta ou Chipre?”

A importância da Zona Franca passa por vários quadrantes, defende Paulo Cafôfo ao ECO/Local Online, designadamente no negócio de shipping, ponto em que a Madeira ganhou dimensão europeia e onde o PS pretende reforçar a digitalização, mais-valia tecnológica a expandir à exploração do mar. Isso passará, desde logo, pela minimização de impactos estéticos da aquacultura, com jaulas submersas, defende o candidato às eleições de domingo, que pretende contrariar o ruído visual que colide com a atividade turística. Outro negócio a explorar, as eólicas offshores, as quais “podiam ser vantagem para a região”, considera o ex-secretário de Estado das Comunidades. Situação em que a geografia não é determinante, a economia digital, que já tem na ilha uma centralidade de startups, será aprofundada com o PS.

Ainda que a posição de defesa manifestada para com o CINM seja de inequívoco apoio — “somos absolutamente intransigentes” no apoio, diz o socialista –, o PS já tem destino para o produto da coima europeia aplicada sobre as empresas que receberam incentivos a que não tinham direito: a habitação pública. Para ela, o programa eleitoral do PS prevê arrendamento com direito de preferência. O partido vê duas fontes de financiamento para a construção, o orçamento regional e as centenas de milhões de euros a que a justiça europeia condenou as empresas a devolver ajudas indevidas. Dos 839 milhões, as finanças arrecadaram apenas 66 milhões, explica o candidato. Sobram mais de 750 milhões para ajudar a resolver este problema de dimensão nacional.

“Temos muita habitação a ser construída na região, mas é de luxo”, diz Cafôfo, afastando uma decisão de “limitar ou restringir” a construção de luxo. “A única forma é a construção e reabilitação massiva por parte do Governo regional, fazendo com que a valorização de preços possa baixar, e a habitação seja acessível à classe média e mais baixa”. Para já, são 4.000 as pessoas que procuram ajuda do Governo regional para ter um teto, diz. Com o Funchal sob pressão urbanística, a localização desta nova habitação poderia ser os concelhos a norte, territórios de baixa densidade e mais despovoados, explica.

“Madeirenses e porto-santenses, cuidado com as promessas”, diz por seu turno o líder social-democrata num dos vídeos de campanha, apresentando “quatro maravilhosas casas” junto ao farol de São Jorge, “investimento do Governo de 520 mil euros”. Noutro vídeo: “antes de o Governo ter sido deitado abaixo sem qualquer razão, estava previsto lançarmos um concurso para ceder terrenos perto do Tecnopolo, ao pé da Universidade da Madeira, para desenvolvimento de 220 fogos no regime de habitação cooperativa […] colocados no mercado 30% abaixo do valor”. Também no Facebook, aparece de binóculos em punho, “a tentar ver as casas que foram construídas pela JPP em 12 anos de mandato… nem com estes binóculos se consegue ver nenhuma”, diz, jocoso.

Élvio Sousa tem feito um percurso crescente em votos e mandatos desde a primeira candidatura do JPP em 2015. Nas eleições de 2024 ficou a apenas dois mandatos do PS de Cafôfo.Lusa

PSD em queda constante desde final do Jardinismo

Cafôfo adverte para uma potencial “bomba relógio” da vitória laranja, considerando os casos na justiça. Albuquerque responde com a incapacidade dos socialistas em se entenderem com o JPP, exposta, diz o social-democrata, no momento em que empurraram o seu Executivo, mas não conseguiram chegar a um consenso sobre qual dos dois partidos ficaria a liderar um Governo de coligação.

A história da liderança de Albuquerque tem sido feito em rota descendente. No domingo se saberá se inverte, com a maioria que a sondagem da Intercampus admite.

Em 2019, depois da última maioria absoluta do PSD, alcançada pelo atual líder apenas nesse primeiro ato eleitoral sem Alberto João Jardim, o PSD caiu 200 votos e o CDS perdeu mais de metade da base eleitoral, mas ainda assim somaram 24 mandatos e governaram.

Veio setembro de 2023 e com esse mês uma instabilidade governativa que em pouco se distingue das quedas de Executivos na República. A AD, em coligação pré-eleitoral, ficou a um mandato da maioria, com 58.399 votos, valendo-lhe a deputada do PAN, que poucos meses bateria com a porta. O PS, já com Cafôfo ministro no Governo de António Costa, perdeu mais de 40% dos seus eleitores, ficando-se pelos 21,3%, e o JPP quase triplicou votos, para 11,03%. Uma possível “geringonça” de esquerda com PS, JPP, PCP, BE e PTP era ainda curta: teria 19 deputados.

Foi exatamente esse o número alcançado pelo PSD em 26 de maio de 2024, oito meses após aquela que tinha sido a terceira eleição de Albuquerque desde 2015. Há um ano, o PSD tinha pouco mais de 49 mil eleitores, quase dez mil menos que em 2015 e 2019, e bem longe dos 71.500 da última eleição de Alberto João Jardim. A juntar à perda interna, o PSD ficava abaixo dos 20 deputados da soma de PS e JPP.

À direita contavam-se 26, mas bastaram seis meses e umas semanas para que o resultado final fosse a queda do Governo no parlamento regional em dezembro, no seguimento de uma moção de censura.

Se a sondagem da Intercampus estiver correta e o PSD alcançar a maioria, será uma reedição da vitória de 2015, a primeira sem Jardinismo.

Ainda assim, uma nota aritmética: em 2011, última candidatura de Alberto João Jardim, dos 147.344 madeirenses e porto-santenses que foram às urnas, 71.556 votaram no histórico líder. Em 2024, entre 135.909 votantes, a direita na sua totalidade, incluindo PSD, CDS, Chega e IL, somou 70.510.

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Consórcio que quer comprar Azores Airlines está “totalmente empenhado no sucesso da operação”

  • ECO
  • 21 Março 2025

A Newtour/MS Aviation sublinha que a entrada de dois "reputados e experientes gestores" surge num "momento determinante, em que a capacidade de sobrevivência da Azores Airlines tem sido questionada". 

A Newtour/MS Aviation, consórcio que quer comprar a Azores Airlines, está “totalmente empenhado no sucesso da operação” na nova etapa, a que se juntam dois gestores: Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis e ex-Airbus, e Paulo Pereira da Silva, empresário ligado ao turismo e ao agroalimentar.

Em nota, enviada às redações esta sexta-feira, o agrupamento saúda a decisão do SATA de dar início às negociações com vista à privatização da companhia. E sublinha que a entrada dos dois “reputados e experientes gestores” surge num “momento determinante, em que a capacidade de sobrevivência da Azores Airlines tem sido questionada”.

O objetivo do consórcio passa por “garantir um futuro sustentável” que valorize a companhia e que preserve a “identidade e os interesses de Portugal”.

A entrada de Carlos Tavares em cena desbloqueou um processo que tem sido bastante atribulado. Depois de duas tentativas falhadas em 2018 e 2020, o Governo Regional liderado por José Bolieiro avançou com novo processo em 2023, cumprindo uma das exigências do plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia em junho de 2022, no âmbito da ajuda estatal de 453,25 milhões de euros concedida durante a pandemia.

Ao concurso público internacional concorreram dois agrupamentos. Um deles, o Atlantic Consortium, foi desqualificado. Foi selecionado o outro, que junta a Newtour, um grupo 100% português dono das agências de viagens Bestravel ou do operador Soltrópico, e a MS Aviation, detida pela Bestfly, uma companhia aérea angolana. O presidente do júri, Augusto Mateus, manifestou, no entanto, reservas sobre a capacidade financeira do consórcio e os sindicatos foram também muito críticos.

Perante o resvalar do processo, a CEO da SATA, Teresa Gonçalves (que sucedeu ao atual CEO da TAP), apresenta a demissão, tal como o administrador financeiro.

A 2 de maio de 2024, o Governo Regional delibera o cancelamento do concurso, com o argumento de que uma nova avaliação da Azores Airlines (cujos resultados financeiros estavam a melhorar), feita pela Caixa BI, avaliava a companhia em 20 milhões de euros, em vez dos seis milhões iniciais. Em reação, o agrupamento opta pela contestação judicial.

Perante a necessidade de avançar com a privatização, o diálogo com o agrupamento Newtour/MS Aviation é reatado ainda em 2024 e o processo ganha nova vida com a chegada de Carlos Tavares, que poderá meter um pé na aviação, talvez de olho num ‘prémio’ maior, a privatização da TAP, em que já disse estar interessado.

Decisivo foi também o aumento do preço que o agrupamento oferece por 76% da Azores Airlines, que inicialmente era de cinco milhões de euros, depois passou para seis milhões e agora está em 15,2 milhões.

O Governo regional também não espera uma nova subida do preço: “Nesta fase não é razoável. O Governo já conseguiu quase triplicar o valor e que a credibilidade fosse afirmada”.

O processo é também facilitado pelo facto de a Azores Airlines ser vendida sem dívida, de cerca de 400 milhões de euros, que fica na SATA Holding. “Para salvar a companhia é preciso vender a Azores Airlines e assumir o buraco. É uma herança de todos os açorianos que os governos socialistas nos deixaram”, disse o secretário regional das Finanças ao ECO.

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Comandante nacional da Proteção Civil pede para sair “por motivos pessoais”

  • ECO
  • 21 Março 2025

No cargo desde dezembro de 2020, André Fernandes pediu a exoneração "por motivos pessoais". O pedido acontece depois das centenas de ocorrências causadas pela Depressão Martinho.

O comandante nacional de emergência e proteção civil está de saída do cargo, alegando “motivos pessoais”, avança esta sexta-feira o Diário de Notícias.

André Fernandes, designado pelo ex-ministro socialista Eduardo Cabrita em 2020, vai voltar a assumir as funções de técnico superior da proteção civil na câmara de Odivelas. O despacho de exoneração tem que ser agora assinado pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

O pedido surge num momento de pressão sobre o serviço de emergência com as centenas de ocorrências causadas pela Depressão Martinho esta quinta-feira.

O atual Governo nomeou José Manuel Moura como novo presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil em janeiro.

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Presidente da Aicep promove missão de investimento à China

Ricardo Arroja integra a comitiva do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que se desloca à China entre os dias 23 e 29. O objetivo é fomentar parcerias comerciais entre os dois países.

O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), Ricardo Arroja, promove uma missão para atrair investimento da China, no âmbito da deslocação da comitiva do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, àquele país asiático, entre 23 e 29 de março.

“A missão estratégica à China tem como objetivo impulsionar investimentos e fomentar parcerias comerciais entre os dois países”, segundo o comunicado da agência. Neste sentido, o presidente da Aicep vai reunir-se com “altos executivos, representantes governamentais e potenciais investidores, promovendo também encontros com órgãos locais de comunicação social, a fim de explorar oportunidades em setores inovadores e estratégicos, como o setor automóvel, a mobilidade elétrica e a energia”.

“O presidente da AICEP participará também no Boao Forum for Asia 2025, uma conferência anual realizada na província chinesa de Hainan, que visa promover e aprofundar o intercâmbio, a coordenação e a cooperação económica entre a Ásia e outras partes do mundo”, de acordo com a mesma nota.

Ricardo Arroja salienta que “esta missão à China é um passo decisivo para fortalecer a presença portuguesa num dos maiores mercados globais” e realça que “Portugal continua a ser um parceiro de confiança e de referência no panorama do investimento chinês no mundo”.

A última década tem sido marcada pelo crescimento dos investimentos chineses em Portugal, tendo o stock de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) da China em Portugal atingido um valor acumulado superior a 12 mil milhões de euros no final de 2024.

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ACT – Escola de Actores celebra 25 anos com campanha assinada pela FCB

  • + M
  • 21 Março 2025

A instituição apostou no lançamento de uma série de cartazes para celebrar os seus 25 anos de história. A campanha dá também o mote para a abertura de inscrições para o seu Curso Profissional.

A ACT — Escola de Actores celebra as suas bodas de prata com uma campanha assinada pela agência FCB. A instituição pretende assinalar os seus 25 anos reforçando a “importância da escola como motor cultural e enquanto referência no ensino das artes performativas”.

No âmbito da campanha, a escola apostou no lançamento de uma série de cartazes que dão também o mote para a abertura de inscrições para o seu Curso Profissional, no dia 8 abril.

“Chegar aos 25 anos é um motivo de enorme orgulho e também de responsabilidade. Queremos celebrar o caminho percorrido, mas sobretudo inspirar as próximas gerações. Ter a FCB Lisboa connosco neste momento tão especial foi fundamental – a sensibilidade e criatividade da equipa conseguiram traduzir na perfeição o espírito da ACT e a força da nossa comunidade”, diz Patrícia Vasconcelos, fundadora e diretora da ACT, citada em comunicado.

Já Pedro Magalhães, diretor criativo da FCB Lisboa, diz que a ACT é “uma referência na formação artística em Portugal” e que “poder ajudar a contar esta história é um privilégio”. “Mais do que publicidade, trata-se de apoiar aquilo que nos faz crescer enquanto sociedade: a arte, a educação e a cultura“, acrescenta.

Ao longo de um quarto de século, a ACT construiu “um percurso sólido e reconhecido, formando gerações de atores que hoje brilham em palcos, cinema e televisão, não só em Portugal como além-fronteiras”, lê-se em nota de imprensa. Entre os seus fundadores destacam-se ainda nomes como Elsa Valentim, António-Pedro Vasconcelos, João Canijo, Nicolau Breyner, Antonino Solmer e Jean Paul Bucchieri.

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Mário Ferreira acusa as operadoras de “intransigência e até uma certa prepotência” em relação às televisões

Mário Ferreira assegura que há um desequilíbrio entre quem produz a informação e quem a distribui. Acusa ainda a RTP de concorrência desleal na transmissão dos jogos de futebol.

António Costa diretor do ECO), Mário Ferreira (presidente do conselho de administração do Grupo Media Capital) e Marcelo Nico (diretor-geral da Tabaqueira)Ricardo Castelo / ECO

Mário Ferreira defende que as televisões “pagam uma taxa muito elevada” e “injusta” pela distribuição do seu sinal — que já nem sequer tem utilidade, porque é a distribuição por antena e o consumo é feito na quase totalidade via box — e diz também que os media “contribuem para grande parte dos lucros gordos” das empresas de telecomunicação. “As televisões estão amarradas porque têm muita pouca capacidade negocial com os operadores”, afirma, acrescentando que “quem está a ganhar são eles”.

Apesar do resultado líquido de 9,26 milhões de euros, um aumento de cerca de nove milhões face aos 319 mil euros de lucro registados em 2023, o dono da TVI realça que “em relação à televisão, em particular, estamos a falar de uma margem miserável de 2,5%. Com margens destas, nenhum grupo de media vai conseguir sobreviver”, atira o presidente do conselho de administração da Media Capital, dona da TVI e também da Plural, na conferência “O Futuro da Comunicação Social”, organizada pelo ECO, que decorreu esta sexta-feira na Câmara Municipal do Porto.

“Do outro lado temos intransigência e até uma certa prepotência por parte desses grandes operadores [Meo, Nos e Vodafone], que acham que controlam a distribuição e que podem obrigar-nos a dar umas míseras migalhas por uma quantidade de produtos que custam imenso dinheiro a produzir”, aponta, ressalvando que a RTP é uma exceção, porque “esse produto já está pago por todos nós”.

Estamos amarrados porque temos muita pouca capacidade negocial com os operadores.

Mário Ferreira

Presidente do conselho de administração do Grupo Media Capital

Mário Ferreira garante que os “lucros não estão a ser distribuídos na proporção correta perante os produtores desses conteúdos, mas como as leis, neste momento, ajudam a proteger esses distribuidores, eles têm a faca e o queijo na mão e continuam-nos a pagar miseravelmente”, reforça.

Em relação ao desequilíbrio entre quem produz a informação e quem a distribui, Pedro Duarte, ministro com a tutela da comunicação social, assumiu “que pode fazer sentido uma reavaliação da situação atual, mas tem que partir em primeiro lugar dos players que estão no mercado”.

No entanto, Pedro Duarte salvaguarda que “a distribuição da televisão em Portugal, é baseada numa relação contratual, portanto, não é propriamente uma lei –– há um contrato entre operadores e os diferentes produtores de conteúdos”, disse o governante à margem da conferência “O Futuro da Comunicação Social”.

Em julho do ano passado, recorde-se, a Media Capital, dona da TVI e da CNN Portugal, tentou comprar a Nowo, que acabou por ser comprada um mês depois pela Digi por 150 milhões de euros. Mário Ferreira explicou que esta tentativa foi para o grupo teralguma independência de distribuição”, perante esta “pseudo guerra com as operadoras”.

Presidente da TVI acusa RTP de concorrência desleal na transmissão de jogos

Em relação ao futebol, com os jogos da seleção portuguesa a serem transmitidos na RTP, Mário Ferreira considera “injusto” que uma televisão subsidiada pelo Estado “esteja a concorrer contra duas outras televisões chamadas free-to-air, que na realidade já não são um free-to-air“, uma vez que o consumo é via box.

“Com o dinheiro de todos os contribuintes, a RTP pode pagar fortunas pelos jogos e deixar-nos de fora“, lamenta o dono da TVI, que o ano passado comprou os direitos televisivos dos jogos do Moreirense.

“É uma concorrência desleal para com os outros canais que também precisam de futebol”, afirma o presidente do conselho de administração do Grupo Media Capital, exemplifica que “nos jogos da taça a RTP está disposta a oferecer muito mais que o grupo (que detém a TVI e a CNN), porque o dinheiro não lhes custa a ganhar”.

Em relação à transmissão dos jogos do campeonato nacional assegura “que ao preço a que estão os jogos”, no caso da Media Capital “não conseguem cobrir sequer 50% do custo de cada jogo”. “A receita que obtemos em termos publicitários é sempre inferior a 50% daquilo que precisávamos”, diz Mário Ferreira, numa altura em que o Benfica está a negociar diretivos de transmissão televisivos para os jogos dos próximos dois anos no valor de cerca de 50 milhões de euros por ano.

Recorde-se que os canais em sinal aberto deixaram de transmitir os jogos da Liga dos Campeões (UEFA Champions League) em 2023. Os direitos de transmissão foram divididos entre dois canais por cabo – Sport TV e DAZN (Eleven).

“É fundamental o cidadão ter acesso à informação verídica”, reforça Marcelo Nico

Num painel onde se discutiu os desafios da comunicação social na visão das empresas, diretor geral da Tabaqueira defendeu a importância dos media perante uma era de desinformação. “É fundamental o cidadão ter acesso à informação verídica“, nota Marcelo Nico.

“Nós também apoiamos o jornalismo que tem esse escrutínio, que é profissional”, realça o gestor, acrescentando que quando se trata de “um produto que tem impacto na saúde, o consumidor tem a confiança nos meios de comunicação que façam um jornalismo profissional, que fazem investigação, que vai às fontes, que tem ética e códigos“. “Os grupos de media, os grupos de media formais, têm a capacidade de escrutínio, de investigar, de criar conteúdo no qual se pode confiar e contrapor, muitas vezes, à desinformação que está a viajar em muitas plataformas”, aponta Marcelo Nico.

O diretor-geral da Tabaqueira, empresa que pertence à Philip Morris International, defende ainda que “é fundamental o aceso à informação com base cientifica porque há muita desinformação”. Perante esta realidade, Marcelo Nico assegura que o grupo “investe nos meios de comunicação tradicionais porque têm a capacidade de escrutínio e podem contrapor-se à desinformação“.

“Esta é a forte vantagem dos media tradicionais, do jornalismo, da credibilidade”, resume.

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