Smartex tem mais de 30 vagas abertas até ao final deste ano. Regime de trabalho é flexível mas empresa incentiva vinda dos funcionários ao novo escritório na zona empresarial do Porto.
Parece um armazém como qualquer outro nas laterais da Avenida AEP. É na zona empresarial do Porto, ao lado da discoteca Via Rápida, que encontramos o novo escritório da Smartex, tecnológica portuguesa que ganhou visibilidade depois de, em 2021, ter ganho o prémio de melhor startup da Web Summit. São 1.400 metros quadrados que reúnem os cerca de 140 colaboradores, até aqui, espalhados em três espaços no UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto). E há planos para acolher mais 30, de forma permanente, até ao final do ano.
Os vidros que antes dominavam o espaço do novo escritório têm vindo a ser retirados. Querem quebrar barreiras. “No UPTEC, estávamos divididos em três salas. Estava a afetar, de certa forma, a cultura que gostamos de ter, de comunicação e de transparência entre todas as equipas. Existem muitas ideias que começam junto às máquinas de café e que depois se expandem para reuniões onde são tomadas algumas decisões importantes. Isto ajuda muito na geração de ideias e tomada de decisão”, sinaliza ao Paulo Ribeiro, um dos fundadores da Smartex, em conjunto com António Rocha e Gilberto Loureiro.
Conversamos com Paulo Ribeiro num sofá instalado no piso térreo do novo escritório. Por cima de nós há bandeiras com as nacionalidades dos trabalhadores e ainda mais acima há uma invasão de cadeiras de escritório e de mesas. As equipas estão divididas por conjuntos de mesas, conforme os diferentes departamentos. Mas muitas das cadeiras estão vazias porque boa parte da equipa da Smartex anda no exterior, a instalar equipamentos ou em feiras internacionais.
No UPTEC, estávamos divididos em três salas. Isso estava a afetar, de certa forma, a cultura que gostamos de ter, de comunicação e de transparência entre todas as equipas. Existem muitas ideias que começam junto às máquinas de café e que depois se expandem para reuniões onde são tomadas algumas decisões importantes. Isto ajuda muito na geração de ideias e tomada de decisão
Voltando ao piso zero, temos três salas à nossa volta. Numa delas cheira a cortiça: é o espaço dedicado à engenharia de produto, uma caixa incorporada em máquinas têxteis que ajuda a detetar defeitos nos tecidos com a ajuda de um sistema de inteligência artificial. A sala de refeições fica em frente, sendo que ‘passar fome’ no escritório é difícil pois não faltam nozes, pão, fruta e frutos secos, reabastecidos várias vezes ao dia.
Pelo espaço encontramos ainda fotografias emolduradas de momentos de equipa e, no meio, surge dá para ver António Rocha na última apresentação antes de conquistar o prémio de melhor startup da Web Summit, em 2021. Salas de reuniões, com alguns dos 14 países onde a Smartex está presente, e cabines individuais para chamadas telefónicas, podem ser encontradas nesta zona do escritório.
“O novo escritório tinha de manter a ligação à cidade do Porto. Fazia falta uma área social para estarmos juntos a almoçar ou nos sofás. Era preciso criar um espaço agradável e com qualidade”, assegura Rita Santos. A líder do departamento de pessoas tem conduzido o crescimento da equipa.
Nos últimos 12 meses entraram 100 pessoas na Smartex, ascendendo às 140. “Apontamos para termos 160 a 170 pessoas até ao final deste ano. Procuramos sobretudo engenheiros mecânicos, para projetos de instalação de produto nas máquinas de clientes”, acrescenta.
Buddy no onboarding
Com novos elementos a entrarem praticamente todas as semanas, a empresa teve de estruturar o processo de onboarding, que é remoto “exceto para as funções de hardware e de armazém”. Foi ainda necessário a figura do buddy, que ajuda a apresentar os cantos à casa e a integrar os novos trabalhadores. “Quando as pessoas entram têm um plano em que conhecem todas as áreas da empresa e todos os líderes de equipa.”
Quem procura uma vaga “preocupa-se cada vez mais com a missão da empresa e a possibilidade de desenvolvimento”. O regime de trabalho é flexível e apenas as funções de hardware têm mesmo de ser executadas presencialmente.
No piso de cima ainda há duas zonas com vidros, que serão “quebrados” nos próximos meses, para acomodarem o crescimento da equipa, muito alimentada pela ronda de investimento de 25 milhões, liderada pela sociedade de capital de risco norte-americana Lightspeed Venture Partners, e pelo Build Collective, de Tony Fadell, considerado o “pai do iPod”, contando ainda com os grupos de moda H&M e Kering (dono da Gucci e da Balenciaga) e as portuguesas Faber e EX Capital.
E tudo indica que os planos de crescimento são para manter. Depois da ronda anunciada em novembro do ano passado, em plena Web Summit, já para 2024 está prevista uma nova ronda de investimento, que permitirá contratar mais gente.
Espaço não falta para acomodar mais algumas dezenas de novos trabalhadores, garante a tecnológica. Até porque ainda há algumas salas por usar e que têm servido como espaço de testes.
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Tecnológica do Porto “quebra” vidros para melhorar comunicação das equipas
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