Santana Lopes defende Novo Banco de “matriz portuguesa”
O Provedor da Santa Casa da Misericórdia diz que o banco "não pode ser nem o Banif nem o BPN". E duvida que a compra por um banco estrangeiro lhe dê outra dimensão.
Santana Lopes quer o Novo Banco com “matriz portuguesa”. O Provedor da Santa Casa da Misericórdia diz, num artigo de opinião, que a instituição que resultou da resolução do BES é demasiado importante para a economia nacional, não podendo ser um Banif ou um BPN, defendendo um comprador nacional.
“Há quem pense que fica bem, por exemplo, o BPI, banco que vai passar a ser controlado por capitais espanhóis, ‘ficar’ com o dito Novo Banco”, mas Santana Lopes duvida. “Dizem que um banco estrangeiro, se comprar o novo Banco, dar-lhe-á uma outra dimensão. Mas que tipo de dimensão será?”, refere num artigo de opinião publicado no Jornal de Negócios.
O Novo Banco “não pode ser nem o Banif nem o BPN. Como se sabe, o Novo Banco é muito mais importante do que qualquer um desses dois e é essencial para a economia portuguesa”, remata. Por isso, defende que a “economia portuguesa, as empresas portuguesas, o setor social português, precisam de um Novo Banco de matriz portuguesa”.
E há dinheiro?
Santana Lopes lembra que há uma “corrente de opinião” que diz que “é inaceitável que o Novo Banco seja vendido por um preço que não seja próximo dos 4,9 mil milhões de euros, que tiveram de ser suportados pelo Estado através do Fundo de Resolução”. Mas, na sua opinião, não é.
“Qualquer pessoa compreende que as circunstâncias mudaram, que o estado do sistema financeiro em Portugal piorou, que já houve uma primeira ronda do Novo Banco e não esteve nem próxima desse valor, e que as propostas da segunda ronda pouco acima do zero estão”.
E há dinheiro em Portugal? “Se for para comprar o banco pelo dinheiro que outros querem pagar por ele, garanto que há muito quem o possa comprar em Portugal”, nota. “O que não vale é novamente aparecer um acordo em que uma grande empresa portuguesa seja paga com o ‘pelo do cão'”, conclui.
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