Novo Banco dá hoje passo decisivo para conhecer novo acionista
Será desta que o Novo Banco vai conhecer um novo acionista? António Ramalho está confiante, mas cabe a Sérgio Monteiro analisar as propostas e ao Governo a palavra final,
O Novo Banco conhece hoje um dia decisivo tendo em conta a escolha de um novo acionista para o banco. A data final para apresentação das propostas firmes para a compra do Novo Banco termina hoje, sexta-feira, pelas 17 horas. Há cinco interessados. A decisão final cabe ao Fundo de Resolução
Na corrida à compra do Novo Banco estão cinco interessados: BCP, BPI, os fundos norte-americanos Apollo Mangement em parceria com a Center Bridge, a Lone Star e ainda a China Minsheng Financial Holding, braço financeiro do grupo chinês Minsheng. Os quatro primeiros estão interessados na venda direta, enquanto os chineses estão interessados na venda em mercado. A Lone Star terá feito uma oferta firme, diz a Bloomberg.
Os interessados terão nos últimos dias, a convite do Banco de Portugal, procedido à melhoria das suas ofertas à compra do antigo BES.
António Ramalho, presidente do Novo Banco, mostrou-se ontem muito confiante com o desenrolar do processo. “A expectativa que temos é que corra tudo muito bem e que seja um passo decisivo na vida do banco, em que se dá o inicio da escolha de um novo acionista”, referiu o presidente do banco citado pela Lusa. Para o presidente do Novo Banco a questão do “banco não ser vendido nem se coloca”.
Expectativas à parte, a verdade é que o modelo de venda apenas será decidido após serem recebidas e avaliadas as propostas vinculativas. A decisão final caberá ao atual e único acionista, o Fundo de Resolução.
"A expectativa que temos é que corra tudo muito bem e que seja um passo decisivo na vida do banco, em que se dá o inicio da escolha de um novo acionista.”
Sérgio Monteiro, responsável pela venda do Novo Banco, cujo contrato foi prolongado até ao final de janeiro pelo Banco de Portugal, data em que se prevê que a operação esteja fechada, deverá querer assegurar que o comprador tem um plano e condições para reforçar os rácios de capital do Novo Banco, respondendo às exigências em matéria de regulação impostas pelo Banco Central Europeu.
Para além de Sérgio Monteiro estão ainda a trabalhar no dossiê Deutsche Bank como assessor financeiro e os assessores jurídicos Vieira de Almeida & Associados e pela Allen&Overy.
Depois da análise pelo Fundo de Resolução esta será reencaminhada para o Governo para que este tome uma decisão final e se possa encerrar definitivamente o dossiê. Quer o Banco de Portugal, quer António Costa quererão resolver o assunto o mais rápido possível, para poderem ter o dossiê fechado no final do ano, ou o mais tardar em janeiro de 2017, até porque a operação fica ainda sujeita ao escrutínio do Banco Central Europeu e da Direção-Geral da Concorrência da União Europeia.
Os timings têm sido constantemente alterados mas a data limite é Agosto de 2017, altura em que o Fundo de Resolução terá que sair do Novo Banco.
Apesar de ao que tudo indica, a venda poder finalmente avançar, e face às poucas informações dadas pelo regulador em todo o processo não é possível aferir o preço a que a operação se irá concretizar. O vendedor já injetou 4.900 milhões de euros no Novo Banco, dos quais 3.900 milhões de euros financiados pelo Estado.
Este é, digamos, o segundo round para a venda do Novo Banco. Na primeira tentativa, o concurso iniciou-se em dezembro de 2014 tendo sido cancelado em setembro de 2015 e estavam em cima da mesa propostas da Fosun, Apollo e Anbang. Na altura, o Banco de Portugal considerou que as três propostas vinculativas não eram satisfatórias e que o processo foi condicionado por importantes fatores de incerteza.
O Novo Banco surgiu depois do Banco de Portugal ter tomado o controlo do BES em Agosto de 2014 e de ter procedido à separação da instituição em duas entidades distintas. No bad bank ficaram concentrados os ativos tóxicos do banco. Já no banco de transição, ficaram os ativos considerados não problemáticos.
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