TAP vai alargar programa Stopover aos Açores
A TAP lançou em julho um programa que permite aos passageiros de longo curso fazerem escala de até três dias em Lisboa e no Porto. Agora, quer que isto seja possível também nos Açores.
À volta de 70% dos clientes da TAP não param em Portugal e os novos acionistas da companhia aérea nacional querem mudar isso rapidamente.
Depois de, em julho, a TAP ter lançado o programa Stopover para Lisboa e Porto, através do qual os passageiros vindos do Brasil e dos Estados Unidos podem fazer escala em Portugal por um a três dias, sem pagar mais por isso, David Neeleman quer agora alargar este programa a Ponta Delgada.
A avançar — o que ainda não é certo — o programa seria feito em parceria com a JetBlue, companhia aérea que o acionista norte-americano da TAP também detém. A ideia seria a JetBlue ligar Boston a Ponta Delgada e a TAP ligar Ponta Delgada a Lisboa e outras cidades europeias.
“Se a JetBlue tem voos de Boston para Ponta Delgada, então podemos ter um acordo com eles para que as pessoas possam ter um stopover aqui e, depois, levamo-las para Lisboa. Já temos o codeshare [um tipo de acordo de cooperação através do qual uma companhia aérea pode transportar passageiros cujos bilhetes tenham sido emitidos por outra companhia aérea], que pode funcionar em qualquer lugar”, disse David Neeleman, à margem do 28º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorre esta semana nos Açores.
Ao mesmo tempo que quer alargar o programa de Stopover para Ponta Delgada, David Neeleman quer triplicar os voos da TAP para os Estados Unidos, duas estratégias que estarão interligadas.
“No inverno do ano passado, tínhamos oito voos por semana para os EUA. Agora, temos 23 por semana. Eu quero levantar esse número para 70 por semana nos próximos três anos. E isso tem de incluir os Açores”, disse David Neeleman aos jornalistas. Isto numa altura em que o mercado norte-americano tem registado forte crescimento. Em outubro, as rotas norte-americanas da TAP registaram um crescimento homólogo de 119%.
De que forma será feito o alargamento do Stopover aos Açores, ainda não é certo. “A nossa base de operação, onde a JetBlue tem a maioria dos aviões, é o aeroporto JFK e também o de Boston. E Boston está a apenas 2100 milhas daqui [de Ponta Delgada], é um voo de quatro horas. Vou falar com o CEO da Jet Blue sobre isso“, adiantou.
Certo é que apenas haverá ligação a Boston, pelo menos para já. “Não há procura suficiente para ter voo direto de Ponta Delgada para São Francisco”, disse Neeleman, em resposta à pergunta de um dos congressistas.
Também não é certo quando é que esta estratégia avançaria, mas Neeleman deu a entender a preferência pela época baixa. “Claro que durante o verão há grandes possibilidades, mas estou a pensar mais no inverno, porque toda a gente pode voar no verão, tudo está cheio. Mas o que a TAP e Portugal precisam é que os americanos venham em dezembro, janeiro, fevereiro, março, abril”.
30 mil já pararam em Portugal graças ao Stopover
Desde que foi lançado, em julho, o programa Stopover já trouxe 30 mil turistas a Portugal. Se é certo que o programa permite a estes turistas ficarem alojados em Portugal com descontos exclusivos nos hotéis aderentes e sem pagarem mais pelo voo que os vai levar ao destino final, é certo também que gastam dinheiro por cá.
Os cálculos da TAP apontam para que cada um destes 30 mil turistas gaste 150 euros por dia, entre restauração, cultura e lazer. Assumindo que cada um ficou apenas um dia — sendo que podem ficar até três — o programa Stopover terá tido, em quatro meses, um impacto económico de 4,5 milhões de euros.
O objetivo de David Neeleman é conseguir que 100 mil passageiros por ano adiram a este programa, atingindo os 300 mil em 2018.
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