CGD: Catroga diz que banco público merecia “melhor tratamento” de Governo e oposição
O economista Eduardo Catroga criticou o modo como os partidos, no poder e na oposição, têm gerido o dossiê da reestruturação da CGD, apelando para o fim das polémicas sobre o banco público.
“Esta polémica em torno da CGD dura já há demasiado tempo e tem que ser resolvida rapidamente”, salientou Eduardo Catroga à Lusa, à margem de um evento em Lisboa, apontando para o papel vital que o banco estatal desempenha no mercado.
O antigo ministro das Finanças considerou que “a CGD merecia melhor tratamento dos vários agentes políticos, isto é, do Governo e da oposição”. Na sua opinião, a CGD “precisa de ter a capacidade para concorrer com os seus rivais privados quer a nível nacional, quer internacional”.
E as várias polémicas sobre a instituição que têm marcado a atualidade nos últimos meses “demonstram que o Estado tem dificuldade em ser acionista de uma empresa que está em concorrência no mercado“, vincou Catroga, acrescentando que “mais tarde ou mais cedo fica demonstrado que essas empresas não são eficazes”. E rematou: “A CGD precisa de ter capacidade competitiva. A CGD não devia ter estatuto de empresa pública, mas outro estatuto qualquer”.
Questionado sobre se é um apoiante da privatização da CGD, Catroga escusou-se a dar uma resposta direta, insistindo antes na necessidade de o banco público ter condições iguais às dos seus concorrentes privados.
Na quinta-feira, o Governo veio negar que António Domingues, presidente do banco estatal que antes trabalhou no Banco BPI, estivesse na posse de informação privilegiada sobre a CGD quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco.
Ao impasse em torno da entrega das declarações de rendimentos pela nova administração da CGD, que tem tido muita notícia na imprensa, junta-se agora esta nova polémica que já levou também o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, a dizer que se impõe ao Governo, e nomeadamente ao primeiro-ministro, um “esclarecimento urgente” sobre tais encontros em Bruxelas.
Em resposta, também a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, reiterou que não houve “acesso a qualquer informação confidencial” nas reuniões que António Domingues manteve com a Comissão Europeia antes de assumir a presidência do banco estatal.
E algumas horas depois o executivo socialista, através de um comunicado do Ministério das Finanças, reiterou a sua confiança na reestruturação em curso na CGD e também na administração, assegurando estar empenhado no sucesso do processo de capitalização.
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