CMVM decide preço da OPA ao BPI antes da AG
Decisão sobre o preço da oferta do CaixaBank para comprar o BPI será tomada a tempo da assembleia-geral de acionistas marcada para a próxima terça-feira, sabe o ECO.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vai decidir sobre o preço proposto pelo CaixaBank para comprar o BPI ainda antes da realização da assembleia-geral do banco português, agendada para a próxima terça-feira, 13 de dezembro, e que vai determinar o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do grupo catalão sobre a instituição portuguesa, sabe o ECO.
Neste momento, o regulador do mercado, liderado por Gabriela Figueiredo Dias, está a analisar se a contrapartida de 1,134 euros por ação que os catalães oferecem é ou não justa. Tanto a administração do BPI como os acionistas minoritários já sublinharam que o preço da OPA espanhola é baixo, com os últimos a reclamarem a nomeação de um auditor independente.
Ainda assim, uma decisão favorável à indicação de um auditor externo para definir um preço mínimo é pouco provável. E isto porque o CaixaBank cumpriu o que determina número 1) do artigo 188 do Código dos Valores Mobiliários sobre a contrapartida da OPA obrigatória, cujo valor não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes:
- O maior preço pago pelo oferente ou por qualquer das pessoas que, em relação a ele, estejam em alguma das situações previstas no nº 1 do artigo 20º pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação do anúncio preliminar da oferta;
- O preço médio ponderado desses valores mobiliários apurado em mercado regulamentado durante o mesmo período.
De qualquer forma, quando os acionistas do BPI forem chamados a decidir sobre a venda 2% da sua posição no Banco Fomento Angolano (BFA) à empresária Isabel dos Santos (através da Unitel), já a CMVM terá apresentado o seu veredicto sobre uma das questões ainda em aberto na OPA do CaixaBank sobre o banco português: o preço.
A assembleia-geral do BPI está marcada para a terça-feira da próxima semana, depois de o CaixaBank ter pedido a suspensão do último encontro dos acionistas por não ter a garantia de que a venda dos 2% do capital do BFA, e consequente redução da posição do BPI para os 49%, seja considerada suficiente para que o Banco Central Europeu (BCE) classifique a operação passível de reduzir a exposição do banco aos grandes riscos de Angola.
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