Rentabilidade da banca regista “quebra substancial”
O Banco de Portugal revela uma redução significativa na rentabilidade da banca. Isto numa altura em que o malparado até encolheu e os rácios de capital do setor melhoraram.
A banca portuguesa tem um problema de rentabilidade. E a situação continua a agravar-se, com o Banco de Portugal a apontar para uma “quebra substancial” da rendibilidade nos primeiros três trimestres deste ano. Nos três meses terminados em setembro, o setor até sentiu um alívio nos créditos em incumprimento. E os rácios de capital melhoraram.
“No conjunto dos primeiros três trimestres do ano, a rendibilidade dos capitais próprios e do ativo sofreu uma quebra substancial em relação ao período homólogo, mantendo, ainda assim, positiva“, refere o regulador do setor financeiro. Esta diminuição traduz essencialmente uma “redução significativa dos resultados relacionados com operações financeiras, que tinham sido expressivos em 2015”.
Enquanto os resultados relacionados com operações financeiras caíram, “a margem financeira aumentou em 5,8% nos três primeiros trimestres de 2016”. Esta evolução é explicada pela redução dos custos com juros [corte nas taxas pagas nos depósitos] superior à diminuição dos proveitos com juros [menor queda nas taxas cobrada nos empréstimos concedidos]”.
No terceiro trimestre, refere o Banco de Portugal, “as taxas de juro em novas operações registaram ligeiras reduções”, isto ao mesmo tempo que o custo dos novos depósitos diminuiu em sete pontos base no caso dos particulares e em um ponto nas sociedades não financeiras.
Malparado encolhe, rácios sobem
A ajudar o setor está a diminuição do crédito em risco que “reflete, sobretudo, os desenvolvimentos no segmento das sociedades não financeiras, no qual se conjugou uma diminuição do crédito em risco e um aumento do crédito” concedido pelas instituições financeiras, nota a entidade liderada por Carlos Costa. “No terceiro trimestre, o stock de imparidades de crédito situou-se nos 8,2% do crédito bruto”, remata.
Perante estas evoluções, e apesar da rendibilidade continuar a ser um fator a pesar no setor, os rácios de capital dos bancos portugueses melhoraram no terceiro trimestre. “O rácio entre o capital Tier 1 e o ativo aumentou em dois pontos percentuais no terceiro trimestre”, já o “common equity Tier 1” e o rácio de solvabilidade total aumentaram ligeiramente em relação ao segundo trimestre, devido à redução dos ativos ponderados pelo risco”.
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