Dia de alívio em Wall Street? Efeito Trump diz não

O vermelho tomou conta das bolsas norte-americanas. Donald Trump continua a inquietar os investidores de Wall Street onde se receia uma surpresa como a do Brexit.

As eleições presidenciais nos EUA continuam a marcar negativamente as bolsas norte-americanas. Wall Street fechou no vermelho, quebrando com o que tende a acontecer antes das eleições: as bolsas tendem, quase sempre, a subir. Neste ciclo pré-eleições, registam a maior série de quedas desde 2008.

Exemplo disso mesmo é o S&P 500 que, historicamente, tem sempre subido nos últimos cinco dias antes das eleições norte-americanas. A principal explicação está nas polémicas que Trump e Clinton alimentaram ao longo da campanha. Isso tem resultado em incerteza dos investidores, principalmente por causa da reabertura da investigação aos emails da candidata democrata e o consequente declínio das suas intenções de voto. À semelhança do Brexit, os investidores temem ser surpreendidos com uma vitória de Trump.

Desempenho histórico do S&P 500 antes das eleições

Fonte: Bloomberg

Esta quinta-feira, o S&P 500 sofreu uma queda de 0,53% para os 2.086,94 pontos. Entre as empresas que viram as suas ações cair está o Facebook com uma descida de 5,86%, mesmo com os resultados surpreendentes do terceiro trimestre. Depois da escalada das ações, a incerteza nos mercados levou alguns investidores a realizarem mais-valias.

Já Dow Jones caiu 0,16% para os 17.931,22 pontos, mesmo com a subida da Walt Disney de 1,47%. O índice foi castigado pelas queda da farmacêutica Pfizer, a tecnológica Intel e a Apple, que caiu 1,66%. O Nasdaq foi o que teve um registo pior em Wall Street: deslizou 0,92% para os 5.058,41 pontos.

O mercado não tinha considerado que a vitória de Donald Trump poderia ser real.

Ernie Cecilia

Chefe de investimento da Byrn Mawr Trust

“Tem tudo a ver com certezas e incertezas. É isso que move os mercados: as manchetes e a política”, considera o chefe de investimento da Bryn Mawr Trust, à Bloomberg. “A descida recente tem mais a ver com as projeções a darem empate aos candidatos. O mercado não tinha considerado que a vitória de Donald Trump poderia ser real”, explica Ernie Cecilia.

Editado por Paulo Moutinho

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Lucros da Altri recuam 32,7% para 57 milhões

A Altri imputa a descida dos lucros à contínua descida do preço da pasta de papel. As receitas também caíram 8,3% para os 453 milhões de euros.

A Altri fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 57 milhões de euros, uma quebra de 32,7% quando comparado com igual período do ano anterior, segundo comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa adianta em comunicado que os resultados foram afetados pela contínua descida do preço da pasta, se bem que no terceiro trimestre essa descida tenha acontecido “a um ritmo menor que em trimestres anteriores”.

Em termos de receitas, a Altri registava no final de setembro 453 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 8,3% face a igual período de 2015.

As vendas totais da pasta ascenderam a 123,8 milhões no terceiro trimestre do ano, o que representa um decréscimo de cerca de 21% face ao período homólogo do ano anterior e um crescimento de 4% se tivermos em conta o segundo trimestre do ano.

Em termos de exportações o grupo, durante o terceiro trimestre, exportou 242,7 mil toneladas de pasta, um decréscimo de 4% face ao período homólogo de 2015, e um crescimento de 9% face ao segundo trimestre do ano.

O EBITDA gerado ao longo dos primeiros nove meses do ano atingiu os 129 milhões de euros, menos 21,2% do que no período homólogo.

A Altri investiu 33 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

Já o endividamento líquido da Altri reduziu-se em setembro para os 457 milhões de euros, valor que compara com os 459 milhões de euros registados no final do segundo trimestre.

Quanto ao futuro, a empresa diz que tem a perspetiva de que “os preços da pasta papeleira poderão ser impactados pelas notícias recentes de que alguns produtores relevantes poderão estar a considerar cortes temporários de capacidade, bem como de eventuais atrasos na entrada em funcionamento de alguns projetos”.

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Conheça o regime de reavaliação de ativos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 3 Novembro 2016

Decreto-lei foi publicado esta quinta-feira e entra em vigor amanhã.

As empresas vão poder reavaliar os seus ativos mas, para isso, terão de pagar 14% sobre o valor da diferença. O diploma que enquadra este regime facultativo entra em vigor esta sexta-feira e as empresas têm até 15 de dezembro para pagar a primeira parcela. Conheça o regime.

Que ativos podem ser abrangidos?

De forma genérica, os ativos fixos tangíveis e as propriedades de investimento. O primeiro caso corresponde a “uma classe contabilística que agrupa os ativos com natureza corpórea e que são usados como auxílio à produção ou à atividade da empresa”, explica Miguel Puim, da EY, dando o exemplo: “maquinaria, edifícios fabris, computadores”.

Propriedades de investimento são “bens imóveis, portanto, terrenos ou edifícios que são detidos pela empresa para atividade de rentabilização através de arrendamento ou venda”, indica ainda o fiscalista.

O decreto-lei também abrange os ativos de natureza corpórea afetos a contratos de concessão.

Porém, há pormenores a ter em conta. Desde logo, só são abrangidos ativos que têm pela frente uma vida útil superior a cinco anos, de acordo com a “tabela fiscal que indica a vida útil dos bens”, sublinha Miguel Puim. Caso contrário, têm de contar com uma “vida técnica de, ainda, pelo menos cinco anos”, remata.

Fora deste regime de reavaliação ficam, por exemplo, os elementos com custo de aquisição ou produção abaixo de 15 mil euros e bens que não sejam depreciáveis ou amortizáveis. É o caso de “obras de arte”, indica Renato Carreira, da Deloitte, ou de “viaturas que excedam um determinado valor”, exemplifica Miguel Puim.

Sendo feita a reavaliação, esta tem de incidir sobre todos os elementos da mesma classe de ativos do estabelecimento. O decreto-lei elenca aquilo que considera ser algumas classes de ativos: “edifícios e outras construções”, “instalações”, “máquinas, aparelhos e ferramentas”, “mobiliário e suportes fixos”, entre outros.

A reavaliação reporta a 31 de dezembro de 2015, se o período de tributação coincidir com o ano civil.

Como é feita a reavaliação?

Aplicando-se os coeficientes de atualização correspondentes aos anos a que reportam os valores base da reavaliação. “Estão publicados os coeficientes de desvalorização da moeda e é sobre o valor líquido que os bens têm que vou aplicar estas taxas”, indica Renato Carreira.

Há no entanto um limite máximo: o valor líquido do bem reavaliado não pode exceder o do valor de mercado.

No caso de elementos ainda não reavaliados — que serão a maioria já que o regime anterior é antigo, explica o partner da Deloitte — os valores a reavaliar são os custos de aquisição ou de produção. Se o ativo já tiver sido reavaliado, o montante a avaliar agora é aquele que se obteve da última apreciação.

Qual a contrapartida?

Para aderir ao programa, as empresas ou empresários em nome individual com contabilidade organizada têm de pagar, em três anos, uma tributação autónoma especial equivalente a 14% do valor da reserva de avaliação, ou seja, da diferença entre o valor inicial do ativo e aquele que resulta da avaliação.

Um terço destes 14% deve ser pago já até 15 de dezembro. O valor restante é pago, em partes iguais, até 15 de dezembro de 2017 e 2018.

Para Renato Carreira, o período de adesão é “limitativo”, porque as empresas têm de fazer “as contas todas, obter autorizações e pagar um terço” num período curto. “É pouco tempo para a decisão”, diz.

A crítica estende-se a Miguel Puim, que recorda que neste prazo as empresas têm de “entregar uma declaração que ainda não está publicada e pagar a primeira tranche de tributação autónoma”.

E se o valor de reserva for superior a um milhão de euros?

Neste caso em concreto, os valores máximos de reavaliação e o período de vida útil remanescente dos ativos “devem ser determinados com base em avaliação efetuada por entidade externa idónea e confirmados mediante relatório de um revisor oficial de contas independente“, lê-se no decreto-lei.

Qual a vantagem de aderir ao regime?

Antes de mais, a empresa paga, em três anos, 14% sobre o valor da reserva de avaliação. Mas esse valor é depois convertido em poupança a partir de 2019 (por referência ao exercício de 2018).

Como? Os fiscalistas explicam. Olhando para um bem “cujo valor fiscal passou de 100 para 110” depois da reavaliação, “terá uma reserva de reavaliação de 10, que a empresa vai poder utilizar como gasto fiscal enquanto depreciação, ou seja, a empresa dividirá os 10 pela vida útil remanescente do bem e utiliza-os como uma parcela a reduzir ao lucro tributável” naqueles anos, refere Miguel Puim. Por outras palavras, encolhe a base sobre a qual incide o IRC (ou IRS no caso de empresários em nome individual). A empresa paga então 14% sobre esta parcela, mas depois esta deixa de contar para efeitos de pagamento de IRC, poupando mais do que o montante gasto.

Além disto, também há majorações que tentam colocar em pé de igualdade a poupança, em termos percentuais, de empresas com lucros distintos. Atualmente, além da taxa de IRC (21%), as empresas podem estar sujeitas a derrama municipal (até 1,5%) e estadual (entre 3 e 7%), consoante os lucros. Podem então pagar entre 21% e 29,5%.

Portanto, a poupança das empresas seria “tanto maior quanto maior o lucro”, sublinha Renato Carreira. Para colmatar esta diferença, o decreto-lei introduz majorações.

Uma empresa que não tem derrama estadual beneficia da redução do lucro tributável resultante da reavaliação e ainda conta com uma redução adicional de 7%. Estão previstas majorações intermédias, de 5,5% e 3%, para empresas no primeiro e segundo escalão de derrama estadual. “Estamos a atenuar, mas não a neutralizar, o efeito da derrama estadual no valor da poupança”, acrescenta Miguel Puim. Já Renato Carreira entende que esta cláusula neutraliza mesmo as diferenças.

“Se não houvesse esse mecanismo, no futuro uma pequena empresa só poupava 21% enquanto uma grande empresa poupava 21% mais 7%”, explica o partner da Deloitte. Portanto, as pequenas empresas podem “deduzir o valor da amortização acrescido de 7%”, continua. Esta salvaguarda faz com que “todas as empresas, pequena ou grande, tenham o mesmo benefício no futuro”, acrescenta.

O decreto-lei também permite que as empresas possam antecipar a poupança no caso de ativos com vida útil remanescente mais longa. Quando esta é superior a oito anos, a empresa pode “recuperar amortizações adicionais” nesse período, indica ainda Renato Carreira. Assim evita-se que a recuperação se estenda por muitos anos.

Contas feitas, os benefícios deste regime são colhidos ao longo de um período que varia entre cinco anos — período mínimo de vida útil remanescente dos ativos — e oito anos — porque o regime dá a opção de introduzir este limite, indica Miguel Puim. Os cinco anos começam a contar, na prática, em 2019 ainda que por referência ao ano de 2018.

Os elementos reavaliados têm de ser mantidos pela empresa?

Sim, durante cinco anos pelo menos. Ou se forem alienados, o valor tem de ser reinvestido em ativos fixos tangíveis ou propriedades de investimento — no conjunto, a empresa tem de manter os ativos por cinco anos.

Caso contrário, as empresas têm de “devolver os benefícios que tiveram”, diz Renato Carreira. E há uma penalização adicional de 30%

Que empresas têm vantagens em aderir a esta medida?

Só têm vantagens em aderir as empresas que pagam IRC e que tenham perspetiva de ter lucro tributável no futuro, dizem os especialistas.

“Vale a pena para empresas que tenham perspetivas de ter lucro tributável suficiente para acomodar o acréscimo de depreciações, porque só assim há benefício fiscal”, salienta Miguel Puim. Caso contrário, a empresa paga 14%, mas depois não vê o retorno.

Além disso, têm de ser empresas “com capacidade financeira para adiantar os 14% em três anos e só recuperar no futuro”, continua. Por fim, a empresa tem de perceber se “o perfil de ativos, pela sua antiguidade e pela vida remanescente dos bens, dá um benefício relevante”, alerta o fiscalista.

“Para a micro e pequena empresa é um regime pouco atrativo porque tem um impacto financeiro à cabeça e uma recuperação no futuro. Mas para empresas de média dimensão pode ser um regime interessante, e daí para cima certamente”, acrescenta Miguel Puim. “Mas não concordo com a ideia de que é um regime só para as grandes empresas“, conclui.

Renato Carreira avisa desde já que há decisores que “têm muitas dúvidas sobre o mérito de uma alteração destas” e sobre a própria estabilidade fiscal: “O que garante que daqui a uns anos não vem novo Governo — ou mesmo este — que diz que afinal as amortizações já não são totalmente aceites ou há tributação adicional especial?” O fiscalista adianta que “empresas com capacidade financeira para adiantar o dinheiro e com uma perspetiva estável de lucros no futuro estão a ponderar” aderir ao regime “mas algumas já decidiram não avançar pela incerteza que existe”.

Decididas a avançar ainda não ouvi nenhuma, que estão a ponderar, naturalmente que sim“, refere Renato Carreira. “Acho que vai ter um alcance limitado, não vai ser uma adesão generalizada”, remata.

O ministro das Finanças já disse a Bruxelas que está a contar com um encaixe de 125 milhões de euros por ano nas receitas fiscais por causa deste regime de reavaliação de ativos.

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Gasóleo vai registar forte queda. Agradeça à OPEP

Os preços dos combustíveis vão baixar na próxima semana. A gasolina fica mais barata, mas a maior descida será no gasóleo. Vai ter uma das maiores reduções deste ano à custa da queda do petróleo.

Tem carro? E o depósito está quase a chegar ao fim? Tente fazer render o combustível até ao arranque da próxima semana. É que os preços vão recuar, tanto da gasolina como do gasóleo. A maior descida será sentida no diesel: pode registar a maior queda desde o início do ano à boleia da descida dos preços do petróleo nos mercados internacionais. Há margem para uma queda de mais de três cêntimos, de acordo com cálculos do ECO.

Tanto a gasolina como o gasóleo afundaram nos mercados, acompanhando a tendência de queda registada pelo petróleo. Depois de subir com o acordo para o corte na produção, as difíceis negociação entre os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) associada à expectativa de que o cartel esteja a produzir a níveis recorde levou o barril a afundar para menos de 45 dólares.

Esta forte desvalorização da matéria-prima fez-se sentir especialmente nas cotações do diesel. A cotação média semanal do gasóleo nos mercados caiu 8,3%, a maior queda desde as primeiras semanas deste ano. Com base nos cálculos do ECO, há assim margem para que o valor por litro do gasóleo possa encolher em mais de três cêntimos, corrigindo parte das subidas registadas nas últimas semanas.

Tendo em conta o preço médio atual do gasóleo simples, de 1,189 euros, segundo a Direção Geral de Energia e Geologia (DGGE), há margem para que o litro baixe para valores em torno dos 1,16/1,17 euros, voltando aos preços registados no arranque de outubro. Já a gasolina poderá baixar da fasquia dos 1,40 euros, a confirmar-se a redução em torno de um cêntimo.

A gasolina ainda disparou no arranque da semana, fruto da explosão no oleoduto que transporta os combustíveis nos EUA, mas acabou por recuar nas últimas sessões com a queda do petróleo. O preço médio semanal, em euros, baixou 3,2%, abrindo a porta a um alívio, ainda que ligeiro, na hora de pagar a conta no posto de abastecimento.

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Elisa Ferreira: Malparado é um dos “grandes problemas” da banca

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

A administradora do Banco de Portugal defende a necessidade de restabelecer o "interface" entre os bancos que querem conceder empréstimos e as empresas que querem financiamento.

Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, considera que o crédito problemático um dos “grandes problemas” dos bancos portugueses, afirmando que é necessário restabelecer o “interface” entre os bancos que querem conceder empréstimos e as empresas que querem financiamento.

“Sabemos que neste momento um dos grandes problemas da rentabilidade da banca é o excesso de NPL [nonperforming loans], que são empréstimos que não são recuperáveis ou são dificilmente recuperáveis. E, do outro lado, são conhecidos os casos de empresas que não conseguem reequilibrar as suas estruturas financeiras“, disse hoje Elisa Ferreira, na conferência A formação financeira na gestão empresarial, em Lisboa, considerando que abordar esta questão complexa “interessa a todos”.

Para Elisa Ferreira, é necessário “encarar com grande firmeza o interface entre as instituições que fornecem crédito e as empresas que precisam de crédito para o transformar em riqueza, em emprego, em lucro, em produção, em exportações” e melhorá-lo, para que não seja posto em causa o crescimento da economia.

Há empresas que em lugar de estarem a concentrar os seus esforços na melhoria dos seus produtos, para aumentar a competitividade, vivem numa angústia permanente em tentar renegociar as suas linhas de crédito junto da banca“, considerou.

Para ajudar à reestruturação financeira das empresas, Elisa Ferreira considerou importante a formação financeira dos empresários, a necessidade de as empresas recorrerem a outras fontes de financiamento (que não só os bancos) para acederem a capitais e o enquadramento jurídico-legal da resolução do endividamento, como o papel dos credores na reorganização das empresas em dificuldades.

Há empresas que em lugar de estarem a concentrar os seus esforços na melhoria dos seus produtos, para aumentar a competitividade, vivem numa angústia permanente em tentar renegociar as suas linhas de crédito junto da banca.

Elisa Ferreira

Administradora do Banco de Portugal

Além disso, afirmou, também aqui a supervisão bancária pode ter um papel, nomeadamente no “tratamento do crédito difícil de cobrar“, referindo que isso terá de ser definido pelo Banco de Portugal em conjunto com o Banco Central Europeu.

O elevado crédito problemático nos balanços dos bancos portugueses tem sido indicado como um motivo que dificulta o acesso das empresas ao crédito bancário, causando constrangimentos ao crescimento económico.

Por esse motivo tem sido muito falada a necessidade de criação de um ‘veículo’ para retirar crédito malparado e em risco do balanço dos bancos, com o Governo a considerar uma medida prioritária apesar de vários presidentes de bancos reiterarem que não é necessário.

Já da parte dos bancos, estes referem habitualmente que as empresas que procuram crédito apresentam situações frágeis e que as operações seriam muito arriscadas.

Mais recentemente, em setembro, o administrador do BCP Miguel Maya disse numa conferência que muitas empresas que fizeram reestruturações têm muitas dificuldades em aceder a crédito bancário, apesar de estarem em boa situação, devido à aplicação pouco adaptada à realidade portuguesa da regulação bancária europeia.

Os bancos europeus têm hoje regras quanto ao que são designadas de exposições “não produtivas” (NPE – ‘non-performing exposures’, em inglês), uma vez que se considera que esses ativos pesam nos ativos dos bancos e impedem que desenvolvam a sua atividade da melhor forma. Em Portugal, os bancos devem diminuir ou pelo menos não aumentar esses NPE.

No entanto, disse o administrador do BCP, o que se passa em Portugal é que há muitas empresas consideradas NPE porque tiveram de fazer reestruturações, mas que financeiramente estão a cumprir com o pagamento do crédito ao banco.

Miguel Maya defende que a aplicação da regra “deve atender às especificidades de cada país”, uma vez que a crise e o resgate financeiro, com as consequentes implicações na economia, levaram as empresas a terem de tomar essas medidas.

Enquanto isso não acontecer, considerou, essas empresas estão como que “num período de quarentena” e os “bancos que queiram conceder crédito estão impedidos de o fazer”.

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Opção de pagamento a prestações do ‘perdão fiscal’ levanta “algumas dúvidas”

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

A sociedade de advogados alertou que o pagamento em prestações do programa de redução de dívidas fiscais e contributivas levanta "dúvidas" quanto ao impacto financeiro na esfera dos contribuintes.

Numa nota informativa, a sociedade de advogados indica que, relativamente à opção pelo pagamento prestacional prevista no Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), “levantam-se algumas dúvidas quanto ao real efeito económico e financeiro na esfera dos contribuintes”.

Para a equipa fiscal da PLMJ, “é possível e expectável que a quantia remanescente permaneça sujeita a novos juros de mora durante a execução do plano prestacional”. Por isso, recomenda que os termos da adesão ao PERES sejam “devidamente ponderados, de forma a que fique efetivamente identificado o seu impacto financeiro, em especial aquele que possa resultar da adesão simultânea ao pagamento integral de algumas dívidas e o pagamento prestacional das demais dívidas”.

No documento, a PLMJ considera, no entanto, que o PERES é “uma oportunidade de regularização extraordinária de dívidas acumuladas pelos contribuintes” e que é “especialmente vantajoso para as adesões que impliquem o pagamento integral das dívidas”.

Os contribuintes com dívidas ao Fisco ou à Segurança Social podem aderir a partir de sexta-feira ao PERES, um regime que foi aprovado a 6 de outubro em Conselho de Ministros e que permite um perdão total ou parcial dos juros e custas, dependendo se o pagamento da dívida é feito na totalidade ou em prestações.

No diploma que regula o PERES, publicado esta quinta-feira em Diário da República, o Governo lembra que, nos últimos anos, “as famílias e as empresas nacionais foram confrontadas com os reflexos da crise económica e financeira internacional, agravada pelos efeitos económicos do período de assistência financeira, que conduziram a situações excecionais de incumprimento das obrigações fiscais e contributivas”.

[Deve ser] identificado o seu impacto financeiro, em especial aquele que possa resultar da adesão simultânea ao pagamento integral de algumas dívidas e o pagamento prestacional das demais dívidas.

PLMJ

Nesse sentido, o executivo entendeu que se justificava a implementação de “uma medida legislativa extraordinária que permita recuperar parte dos créditos dos entes públicos e, simultaneamente, contribuir para a viabilização da atividade dos agentes económicos em geral e o relançamento da economia”.

Esta medida do Governo liderado por António Costa não é, no entanto, inédita: houve regimes similares em 1996 (durante o governo socialista de António Guterres), em 2003 (no governo social-democrata de Durão Barroso) e em 2013 (no executivo PSD/CDS-PP de Pedro Passos Coelho).

Há três anos, o então designado “regime excecional e temporário de regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social”, permitiu um encaixe de 1.277 milhões de euros em receitas fiscais.

Agora, e tendo por base o programa de regularização de dívidas ao Estado do anterior executivo PSD/CDS-PP, o Governo prevê uma receita de 100 milhões de euros em cada um dos anos de vigência do programa (que será de 11 anos).

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Web Summit: Sete empresas portuguesas no ‘top 50’ das preferidas dos investidores

  • Lusa e Ana Luísa Alves
  • 3 Novembro 2016

Sete empresas portuguesas estão entre as 50 ‘start ups’ em que os investidores do Web Summit estão mais interessados, informou esta quinta-feira a organização do evento num comunicado.

Faltam apenas três para o maior evento de tecnologia e empreendedorismo do mundo, que vai ter lugar no Meo Arena e na FIL, em Lisboa. Mas para onde estão realmente virados os olhos dos investidores que vêm à Web Summit?

Segundo a organização, já foram recebidos mais de 5.000 pedidos de reuniões através da plataforma do Web Summit, destacando-se cinco portuguesas nas 50 ‘start ups’ que mais suscitam o interesse dos 1.300 investidores que vão estar na Web Summit.

Dessas 50, há sete projetos portugueses: a Codacy (um projeto ligado aos códigos de programação), a Unbabel (um software de tradução), a Aptoide (que desenvolveu um mercado virtual para aplicações de Android), a Kinematix (com equipamentos na área da biomecânica para melhorar o trabalho dos atletas), a Performetric (com um software de gestão da fadiga mental).

Na agricultura existem duas startups, a FARMControl (que desenvolveu sensores que em tempo real fornecem informação sobre a eficiência das explorações pecuárias) e ainda a AgroINSIDER, com o mesmo negócio mas para as explorações agrícolas. Há também uma oitava empresa fundada por portugueses nos EUA, a Defined Crowd, por Daniela Braga.

 

Nos últimos onze meses, foram investidos mais de mil milhões de euros em ‘start ups’ que participaram na Web Summit em 2015.

Web Summit

“Nos últimos onze meses, foram investidos mais de mil milhões de euros em ‘start ups’ que participaram na Web Summit em 2015″, indica o comunicado da organização.

A Web Summit, que se realiza entre 07 e 10 de novembro, é uma conferência global de tecnologia, que se transferiu de Dublin para Lisboa e na qual são esperados 50.000 participantes de mais de 150 países, incluindo mais de 20 mil empresas, sete mil presidente executivos e dois mil jornalistas internacionais.

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Rajoy revela lista de novos ministros do Governo espanhol

  • ECO
  • 3 Novembro 2016

Luis de Guindos é reconduzido na pasta da Economia e Alfonso Dastis estreia-se na pasta dos Negócios Estrangeiros.

O presidente do Governo espanhol revelou hoje em Madrid a composição do seu Governo, com a pasta dos Negócios Estrangeiros a ser ocupada pelo estreante Alfonso Dastis e a da Economia pelo reconduzido Luis de Guindos.

Foi ao seu estilo, com poucas surpresas que Mariano Rajoy comunicou a lista dos membros do seu Governo — primeiro ao Rei Felipe VI, no Palácio da Zarzuela, e só depois enviou a lista de ministros à comunicação social. A vice-presidente do Governo, Soraya Sáenz de Santamaría, acumula ainda mais poder ao assumir também a pasta da Administração Pública, considerada essencial num momento em que o diálogo com as comunidades autonómicas vai ser ainda mais necessário. Em contrapartida, abandona o cargo de porta-voz do Executivo. Essa função passa agora a ser exercida por Íñigo Méndez de Vigo, que se mantém também à frente do Ministério da Educação, Cultura e Desporto.

Segundo o jornal El Pais, Rajoy manteve Luis de Guindos à frente da Economia, mas sem lhe dar tanto poder como desejava. Aumentou as suas competências ao acrescentar-lhe a tutela da indústria, mas as Finanças ficam com Cristóbal Montoro. Também na área económica, Íñigo de la Serna, alcaide de Santander, e um dos homens mais jovens do PP nacional, fica à frente do Ministério do Fomento.

Por outro lado, Fátima Báñez, responsável pela inversão do desemprego em Espanha, manteve a sua pasta do Emprego e Segurança Social. O mesmo se passa com Isabel García Tejerina, que permanece ministra da Agricultura, Pesca, Alimentação e Meio Ambiente. Já o chefe de gabinete para os assuntos económicos de Rajoy, Álvaro Nadal, até agora responsável pelo discurso e linhas estratégicas de Rajoy é recompensado com a pasta da Energia, Turismo e Agenda Digital.

María Dolores de Cospedal, secretária-geral do PP, entra finalmente no Governo assumindo o Ministério da Defesa. O juiz Juan Ignacio Zoido é o novo ministro do Interior e Rafael Catalá mantém-se à frente da Justiça. Já Dolores Montserrat é a nova ministra da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade.

 

Há três pesos pesados que saem do elenco do Executivo: José Manuel García Margallo, Jorge Fernández Díaz e Pedro Morenés.

Os novos ministros fazem o juramento e tomam posse na sexta-feira, numa cerimónia presidida por Felipe VI.

Atualizado com o resto do elenco do Executivo

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Passo atrás no Brexit anima investidores

Ações europeias interromperam maior ciclo de perdas em dois anos, depois de o Supremo Tribunal de Justiça britânico obrigar o Brexit de ir a votos no parlamento de Londres. Lisboa não acompanhou.

A decisão do Supremo Tribunal de Justiça de levar o Brexit a votos no Parlamento de Londres, antes de uma decisão de saída da União Europeia, funcionou como um bálsamo para as ações europeias na sessão de hoje. O Stoxx Europe avançou apenas 0,1%, mas foi o suficiente para retirar o índice que agrega as 600 maiores capitalizações bolsistas do velho Continente do maior ciclo de perdas dos últimos dois anos, representado por oito sessões de quedas.

Em Lisboa, pelo contrário, o PSI-20 recuou pelo quarto dia consecutivo, pressionado pela EDP Renováveis, mas também pela Mota-Engil e pelo BCP.

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Cofina encolhe lucros. Receitas caem

A empresa de media revela uma quebra de 3,8% nas receitas dos primeiros nove meses do ano, mas o marketing alternativo evitou uma queda mais expressiva das receitas totais.

A Cofina obteve lucros de 3,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. É um valor aquém do registado no mesmo período do ano passado, refletindo a quebra nas receitas de publicidade. Encolheram em 3,8%.

“O resultado líquido atingiu os 3,6 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 6,7%” face aos 3,81 milhões obtidos no mesmo período do ano passado, nota a empresa co-liderada por Paulo Fernandes.

“O EBITDA atingiu cerca de dez milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de cerca de 7,3% face ao EBITDA registado nos primeiros nove meses de 2015“, acrescenta.

Estes “primeiros nove meses de 2016 foram caracterizados por um decréscimo da publicidade de cerca de 3,8% face ao período homólogo de 2015 e por uma descida das receitas de circulação de cerca de 3,2%“, sublinha a empresa de media. Esta quebra foi mais expressiva nas revistas que no segmento dos jornais.

Mas as receitas de marketing alternativo e outros registaram um crescimento de 8,6%. Esta rubrica inclui as receitas associadas à comissão de
presença do canal CMTV nas plataformas MEO e NOS.
“Assim, as receitas totais registaram uma quebra de 1,8%, atingindo cerca de 74 milhões de euros”.

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Petróleo abaixo dos 45 dólares com novo recorde de produção da OPEP

Sondagem da Bloomberg antecipa que, contrariamente ao previsto, a produção de petróleo por parte da OPEP terá aumentado, em outubro. Preços do petróleo recuam para mínimos de cinco semanas.

O petróleo está sob pressão. O barril da matéria-prima está a negociar abaixo da fasquia dos 45 dólares, em Nova Iorque, numa altura em que a OPEP não dá sinais de conseguir travar o excedente de produção de petróleo.

O barril de crude desliza 1,9%, para os 44,48 dólares, em Nova Iorque, enquanto o barril de Brent perde 1,43%, para os 46,19 dólares, ambos para mínimos de cinco semanas. Um recuo que acontece depois de uma sondagem da Bloomberg ter antecipado que a produção da OPEP, contrariamente ao desejado, atingiu um novo recorde em outubro.

De acordo com a sondagem da agência de notícias realizada junto de analistas e petrolíferas, o cartel terá produzido 34,02 milhões de barris de petróleo diários, em média, durante o mês de outubro. Trata-se de um máximo histórico. Esta subida terá ido suportada pelo aumento de produção da Líbia, da Nigéria e do Irão, segundo justifica a Bloomberg.

Preços do petróleo em queda

Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg

Um aumento que poderá parecer surpreendente, tendo em conta que a OPEP está a negociar um acordo que visa precisamente estabelecer um teto de produção que permita travar o excedente da matéria-prima disponível no mercado.

A contribuir para o avanço das cotações do “ouro negro” está ainda um relatório da Administração de Informação de Energia, dos EUA, que indica que os inventários cresceram em 14,4 milhões de barris na semana passada.

"A discórdia está a crescer dentro da OPEP e existe uma crescente suspeita de que nada irá sair dos próximos encontros.”

Kyle Cooper

IAF Advisors.

“A discórdia está a crescer dentro da OPEP e existe uma crescente suspeita de que nada irá sair dos próximos encontros”, salienta Kyle Cooper, diretor de research da norte-americana IAF Advisors.

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Negociações entre EUA e Deutsche Bank com “bons progressos”

Caso haja um acordo para baixar o valor da multa, as perspetivas ficarão mais positivas depois de se ter chegado a falar num resgate do Estado alemão.

As negociações estão a ter “bons progressos”. A classificação é de um membro da administração do banco alemão citado pela Bloomberg. Apesar de reconhecer que a situação é difícil, o resultado final das conversações pode dar uma folga às contas e rácios do banco.

Depois de o Deutsche Bank ter surpreendido tudo e todos com lucros no terceiro trimestre, há mais uma notícia boa. As negociações com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos estão a ter “bons progressos entre as últimas quatro a cinco semanas”. Em causa está a multa de 14 mil milhões de dólares relacionada com a venda ilegal de instrumentos financeiros na altura da crise do subprime.

“Esta é uma situação realmente difícil para nós”, admitiu Christian Sewing, um dos gestores do maior banco alemão numa conferência em Hamburgo. O anúncio da coima castigou o Deutsche Bank, mas o banco recuperou. Caso haja um acordo para baixar o valor da multa, as perspetivas ficarão mais positivas depois de se ter chegado a falar num resgate do Estado alemão.

Esta é a altura de restaurar a confiança dos investidores e abater a incerteza à volta de todo o processo. “Fizemos erros (…) mas agora estamos a tentar chegar a um acordo justo e estou muito confiante que isso vai acontecer”, afirmou Sewing.

Desde o início de 2008 que o Deutsche Bank já pagou 10,5 mil milhões de dólares em multas, de acordo com os cálculos da Bloomberg. No final de setembro, o banco alemão tinha 5,9 mil milhões de euros reservados para assuntos judiciais.

Editado por Mónica Silvares

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