Trump na frente, Wall Street para trás

As bolsas norte-americanas não gostaram da mais recente sondagem para as presidenciais. Os índices terminaram a sessão em queda.

Hillary na frente… até ao FBI. A mais recente sondagem veio trocar as voltas na corrida à presidência dos EUA. Trump superou Hillary. Os investidores não gostaram. A indefinição criada por esta sondagem a uma semana da ida às urnas, juntamente com a ansiedade em torno do que fará a Fed, levou as bolsas dos EUA para o vermelho. Recuaram para mínimos de Julho.

O S&P 500 perdeu cerca de 0,5%, já o Dow Jones cedeu 0,7%. E até o Nasdaq cedeu, recuando mais de 1%. O S&P 500, o índice de referência dos mercados norte-americanos registou a descida mais acentuada em meio mês, chegando a tocar no valor mais baixo desde julho. Isto ao mesmo tempo que o VIX, conhecido como o “índice do medo”, disparou mais de 14%.

Os investidores reagiram à mais recente sondagem para as eleições nos EUA. A uma semana das eleições presidenciais de 8 de novembro, Trump tem 46% de intenções de voto e Clinton 45% numa sondagem elaborada de 27 a 30 de outubro, com uma amostra de 1.128 votantes. Ou seja, não só Trump vai à frente como a liderança é pequena, o que aumenta a incerteza. E os mercados não gostam da falta de visibilidade.

Este contexto pressionou os índices, mas não foi o único fator a ditar a queda das bolsas nos EUA. A Fed iniciou hoje uma reunião de política monetária que será concluída esta quarta-feira. Os analistas não antecipam qualquer subida de juros, mas Janet Yellen deverá sinalizar o aumento do preço do dinheiro na reunião de dezembro.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Donald Trump supera Hillary nas sondagens

  • Lusa
  • 1 Novembro 2016

Trump surge à frente de Hillary na corrida à presidência dos EUA. Esta é a primeira sondagem depois de o FBI ter anunciado que vai aprofundar os e-mails enviados pela candidata democrata.

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, tem uma vantagem de um ponto percentual sobre a candidata democrata, Hillary Clinton, numa sondagem divulgada hoje pelo jornal The Washington Post e pela televisão ABC.

A uma semana das eleições presidenciais de 8 de novembro, Trump tem 46% de intenções de voto e Clinton 45% numa sondagem elaborada de 27 a 30 de outubro, com uma amostra de 1.128 votantes.

Esta é a primeira vez, desde maio, que o milionário e candidato republicano supera a sua adversária nesta sondagem publicada regularmente pelo The Washington Post e pela televisão ABC.

Esta sondagem publicada hoje surge depois de o FBI ter anunciado que vai aprofundar a investigação à utilização de um endereço de e-mail privado por parte de Hillary quando era secretária de Estado, cargo que ocupou entre 2009 e 2013.

Na semana passada, Clinton liderava, com 46%, mais um do que Trump, esta sondagem, que chegou a dar 12 pontos de vantagem à ex-secretária de Estado relativamente a Trump (50% contra 38%).

Hoje, Hillary Clinton regressa à Flórida com três atos de campanha, no dia seguinte terá o apoio do vice-presidente, Joe Biden, e na quinta-feira será o próprio Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a viajar para o Estado para apoiar Hillary Clinton.

Trump, por seu lado, vai na quarta-feira participar numa ação de campanha dirigida aos latinos de Miami, essenciais para garantir a vitória no estado.

Trump precisa de ganhar na Flórida, que representa 29 votos eleitorais, para poder aspirar ao triunfo nas presidenciais, pois segundo o Real Clear Politics, Trump tem atualmente 164 votos dos 270 necessários para vencer, enquanto Clinton já conta com 263.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSI-20 recua. E a culpa não é do BCP

  • Rita Atalaia
  • 1 Novembro 2016

A bolsa nacional acabou por cair. No que poderia ter sido o primeiro dia de ganhos para o índice em novembro, a Galp Energia pressionou. Desta vez, a culpa não foi do BCP.

A bolsa nacional fechou a cair. Poderia ter sido a primeira sessão de ganhos para o índice no mês de novembro. Mas não foi o caso. E a culpa não foi do BCP. Depois de seis sessões em queda, o banco conseguiu finalmente subir. Isto depois de ter registado quedas acentuadas após ter avançado com a fusão das ações.

O PSI-20 recuou 0,6% para 4.624,88 pontos, num dia negativo para as principais praças europeias. Mas também marcado pelo fraco volume de negociação, já que foi feriado em vários países.

A bolsa acabou por ser pressionada pelo setor energético, o que mostra uma alteração da tendência inicial. A Galp Energia arrancou em alta mas acabou por ceder 1,3% para 12,19 euros. A oscilação dos preços do petróleo poderá explicar esta movimentação da petrolífera.

No grupo EDP, a casa-mãe também não teve um desempenho muito melhor. A EDP caiu 1,3% para 2,97 euros e a subsidiária EDP Renováveis recuou 0,6% para 6,84 euros. Destaque negativo ainda para os CTT – Correios de Portugal, que caíram quase 2%.

A Jerónimo Martins, que contribuiu para os ganhos iniciais da bolsa nacional, acabou por impedir uma queda mais expressiva do índice ao somar 0,38% para 15,73 euros. E o BCP também. O banco liderado por Nuno Amado pôr termo a uma série de sessões em queda que levaram o valor do banco para menos de mil milhões de euros. Fechou a subir 1,07% para 1,226 euros.

Na próxima sessão, o foco vai estar virado para os dados sobre o índice de gestores de compras para o setor industrial da Zona Euro. Os investidores esperam obter mais pistas sobre a saúde da economia da moeda única.

Para além disso, o mercado petrolífero poderá ser agitado pelas reservas de energia dos EUA, num momento de muita incerteza em torno do acordo da OPEP para cortar a produção. Este relatório deverá influenciar as petrolíferas. Também do outro lado do Atlântico, o banco central dos EUA vai tomar uma decisão sobre a política monetária. Embora o mercado não espere alterações até dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UTAO alerta para “suborçamentação” na educação

A UTAO reitera que as medidas previstas no OE 2017 "podem vir a ser consideradas insuficientes" para o ajustamento do défice estrutural exigido pela Comissão Europeia

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) continua a ver discrepâncias entre a redução do défice estrutural apontada pelo Governo e a que é exigida pela Comissão Europeia. E salienta que a redução homóloga do défice orçamental das administrações públicas tem implícita uma redução das despesas numa dimensão que pode não acontecer. Porquê? Pode haver uma “suborçamentação”, nomeadamente nas despesas com a Educação.

Os peritos do Parlamento referem, na versão final de análise ao Orçamento do Estado para o próximo ano, a que o ECO teve acesso, que a redução do défice prevista “tem implícita uma redução homóloga do défice orçamental das administrações públicas relativamente à estimativa de execução para 2016, em resultado de um aumento previsto para a receita efetiva superior ao da despesa efetiva”.

A UTAO destaca “o crescimento da receita fiscal, das contribuições para o subsetor da segurança social, bem como a variação positiva de todas as componentes da despesa primária corrente”, mas recomenda cautela na estimativa para as despesas. “No que se refere às despesas com o pessoal orçamentadas para 2017, estas apresentam um crescimento face a 2016″, lê-se no documento distribuído aos deputados da comissão parlamentar de orçamento e finanças. Mas em alguns casos há “suborçamentação”, avisa.

“No entanto, em alguns programas orçamentais encontra-se prevista uma redução das despesas com pessoal, nomeadamente em Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar e Segurança Interna, podendo estar implícita uma suborçamentação e vir a constituir um risco de execução”, diz a UTAO.

Medidas insuficientes

Tendo presente o “ajustamento do saldo estrutural necessário e os cenários em políticas invariantes, as medidas discricionárias de política orçamental necessárias para cumprir as restrições orçamentais vigentes assumem uma dimensão significativa: cerca de 1% do PIB“, diz a UTAO. Mas o OE 2017 pode ficar aquém.

“As medidas discricionárias de política orçamental identificadas no relatório da Proposta do OE 2017 e no Projeto de Plano Orçamental remetido à Comissão Europeia representam cerca de 0,4% do PIB, ou seja, podem vir a ser consideradas insuficientes para fazer face ao ajustamento estrutural recomendado pelo Conselho no âmbito do Semestre Europeu“, alerta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Retalhistas preferem dinheiro. Mas não moedas de 1 e 2 cêntimos.

O dinheiro continua a ser o meio de pagamento preferido pelos retalhistas. Notas e moedas? Sim, mas preferiam não ter de aceitar moedas de 1 e de 2 cêntimos.

Multibanco ou dinheiro? São muitas as vezes que os comerciantes colocam essa questão, mas a resposta que a maioria prefere ouvir é: dinheiro. Foi o que constatou um inquérito sobre o uso do numerário realizado pelo Banco Central Europeu junto de 6.672 retalhistas da área do euro. Notas e moedas são reis e rainhas na preferência dos pagamentos, mas nem todas as moedas são bem-vindas.

Uma das questões que foi colocada aos retalhistas, neste estudo do BCE, foi quais os meios de pagamento que preferem que os seus clientes utilizem. O numerário foi sempre a alternativa mais popular, tanto na área do euro como em Portugal. Do total de inquiridos a nível europeu, 51% assim o afirmaram, enquanto em Portugal a proporção foi ainda mais elevada: 62% dos comerciantes nacionais revelaram essa preferência.

dinheiro

A seguir ao numerário, o meio de pagamento predileto dos retalhistas são os cartões de débito, com uma proporção de 43% dos inquiridos a nível europeu, e de 39% a nível nacional. Em sentido contrário, o contactless destacou-se como o menos desejado: 10% dos inquiridos a nível europeu e 5% a nível nacional elegeram este meio de pagamento como o seu preferido.

Dinheiro sai mais caro

Estes resultados divulgados esta segunda-feira no boletim de notas e moedas do Banco de Portugal relativo ao mês de outubro, surgem poucos dias depois de um estudo da entidade liderada por Carlos Costa ter referido os elevados custos sociais associados à utilização do numerário.

De acordo com o estudo “Custos sociais dos instrumentos de pagamento de retalho em Portugal”, a utilização do numerário acarretou um custo social de 1.679 milhões de euros, em 2013. Este valor representa mais de 60% dos custos sociais totais.

De salientar, contudo, que a aceitação de numerário como meio de pagamento acarreta um custo financeiro muito mais baixo do que aquele que está associado ao uso do “dinheiro de plástico”.

Moedas pequenas? Não

Apesar de preferirem a utilização de dinheiro como meio de pagamento, os retalhistas dizem “Não” às moedas de 1 e 2 cêntimos, tanto a nível europeu como em Portugal. Na Bélgica, Finlândia, Irlanda e Países Baixos já foram adotadas regras de arredondamento com o objetivo de diminuir o uso das moedas de 1 e de 2 cêntimos. Os retalhistas dos restantes países da Zona Euro, quando questionados sobre a eventual adoção de uma medida desta natureza no seu país, a maioria (61%) referiu ser a favor. Em Portugal, o resultado foi semelhante.

A utilização do dinheiro físico como meio de pagamento leva os comerciantes a deslocarem-se a uma instituição de crédito pelo menos uma vez por semana, para depositar o dinheiro arrecadado. Em Portugal, ainda é mais elevada a proporção de retalhistas a fazê-lo: 68%.

Um dos riscos associados à aceitação de dinheiro, em espécie, prende-se com a contrafação. Foram 75% os inquiridos no estudo do BCE que disseram verificar a genuidade de notas, sendo o método “Tocar-Observar-Inclinar”, o mais popular. Os elementos de segurança mais verificados são o papel da nota, a impressão em relevo, a marca de água e o filete de segurança.

Ainda assim, mais de metade dos retalhistas da área do euro (54%) referiu não utilizar quaisquer máquinas ou dispositivos para verificar a genuidade das notas. Portugal, é um dos países em que os comerciantes menos usam esses mecanismos para detetar notas contrafeitas. Do total de retalhistas portugueses inquiridos, 72% assim o afirmaram. Um cenário semelhante face à realidade da Letónia e um pouco aquém face aos 74% que o reconheceram em França e os 87% verificados na Finlândia. A menor utilização de mecanismos de deteção nesses países poderá relacionar-se com o baixo número de contrafações identificadas.

Ninguém as quer, mas há quem as falsifique

Os retalhistas não gostam de moedas de 1 e 2 cêntimos e o mesmo acontece com os consumidores que não querem ter os bolsos cheios de moedas pequenas, mas o certo é que até há quem as falsifique. Nos primeiros seis meses do ano foram identificadas no eurosistema uma moeda de 1 cêntimo e uma de 2 cêntimos contrafeitas. Ainda assim a moeda de dois euros é a mais falsificada. Na Zona Euro foram detetadas mais de 47 mil moedas com esse valor que eram falsas. Desse total, mais de 1.300 foram encontradas em Portugal.

Já no que respeita às notas, as de 20 e 50 euros continuam a ser as preferidas pelos falsificadores. A nível europeu foram identificadas mais de 153 mil notas de 50 euros, a nível europeu, e cerca de 1.400, em Portugal. Com o valor facial de 20 euros, foram encontradas pouco mais de 103 mil notas falsas a nível europeu, e cerca de duas mil, em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bank of America vê libra perto da paridade com o euro

O Bank of America diz que os investidores não estão a reflectir na totalidade os riscos do Brexit. Vê, por isso, maior pressão na libra. Pode ficar perto da paridade com o euro.

A libra tem perdido valor, mas ainda não caiu tudo. Quem o diz é o Bank of America-Merrill Lynch (BofA), que cortou as suas estimativas para a divisa britânica para refletir o impacto que o Brexit terá na economia do Reino Unido. Antecipa uma queda da moeda para perto da paridade com o euro.

Os analistas do banco de investimento reviram em baixa as suas estimativas para a libra face ao dólar e também contra o euro, segundo o Guardian. Se face ao dólar, a libra pode recuar de cerca de 1,20 dólares para 1,15 dólares, no caso do euro a paridade pode ficar à vista. Prevê que um euro passe a comprar 0,94 pences de libra face à anterior estimativa de 0,88 pences.

O BofA decidiu fazer este corte por considerar que a libra ainda não se ajustou na totalidade à realidade do Brexit. Ou seja, que os investidores ainda não aceitaram o impacto que essa decisão vai ter na economia.

 

O banco diz que os investidores ainda esperam que os processos judiciais apresentados pelos apoiantes do “Remain” irão impedir que Theresa May utilize o Artigo 50 para evitar uma votação ao Brexit no parlamento.

É, diz o banco, essa expectativa tem travado a libra. Mas o BofA diz que com ou sem votação, esse artigo será acionado, o que vai fazer com que a divisa britânica renove mínimos de 31 anos no arranque do próximo ano antes de iniciar um processo de recuperação nos meses seguintes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

China puxa por Wall Street

Os bons indicadores revelados na China permitiram um arranque positivo às bolsas dos EUA. Estão a sobrepor-se aos receios em torno do resultado da reunião da Fed.

As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão em terreno positivo. Estão a valorizar, animadas pela divulgação de indicadores macroeconómicos positivos por parte da segunda maior economia do mundo, a da China.

O S&P 500 abriu a sessão a ganhar 0,15%, já o Dow Jones somava 0,18%. O Nasdaq, o índice tecnológico norte-americano, estava a ganhar 0,21%. Arrancaram, assim, os três no verde na primeira sessão de novembro.

A China revelou que a produção industrial do país registou um forte crescimento em outubro. O indicador cresceu ao ritmo mais elevado em dois anos, aliviando os receios dos investidores quanto ao ritmo de crescimento da economia mundial.

Ao mesmo tempo, com o petróleo a valorizar, as bolsas norte-americanas estão a beneficiar da valorização dos títulos do setor petrolífero. Isto acontece no dia em que houve uma explosão num dos oleodutos mais importantes nos EUA, interrompendo o fornecimento de combustíveis.

Estes fatores estão a permitir ganhos nas bolsas, retirando, para já, o foco dos investidores da reunião da Fed. A decisão sobre a taxa de juro será revelada esta quarta-feira, não sendo expectável uma subida mas antes um sinal claro de que a taxa de referência vai ser revista em alta na reunião de dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Como Super Mario salvou o euro (e Portugal) em cinco anos

Já passaram cinco anos desde que Draghi assumiu a função de presidente do BCE. Tem sido com muitas palavras (e algumas ações) que o italiano tem salvado o euro. E Portugal.

“O BCE está preparado para fazer o que for preciso para preservar o euro. E acreditem em mim, será suficiente”. Nenhuma frase de Mario Draghi, que completa esta terça-feira cinco anos à frente do Banco Central Europeu (BCE), teve tanto impacto nos mercados como esta que proferiu no pico da crise da dívida na Zona Euro, a 26 de julho de 2012. Foi o momento de revelação de Super Mario na sua missão de salvação da moeda única. Se antes disso tinha apenas utilizado a arma da taxa de juro, depois fez fez mira com a bazuca.

Foi logo ao terceiro dia do seu mandato, a 3 de novembro de 2011, que Mario Draghi liderou a sua primeira reunião do Conselho de Governadores. Nesse primeiro encontro, a primeira ação: corte na taxa de juro, depois de o seu antecessor, Jean-Claude Trichet, ter subido as taxas por duas vezes nos meses que antecederam a entrada do italiano. Era o início da era Draghi em Frankfurt.

Nessa altura, já a Zona Euro estava em estado de sítio. Grécia, Irlanda e Portugal já tinham pedido assistência financeira perante o corte no acesso aos mercados de financiamento. “Com uma resposta possível e inteligente”, segundo Miguel Beleza, antigo governador do Banco de Portugal, Draghi vestiu a pele de Super Mario e, como o personagem do videojogo salvou a princesa, não tem olhado a meios para resgatar a Zona Euro. “Draghi passou por um período histórico da moeda única. Fez aquilo que tinha de fazer mas creio que não tem muito mais margem”, sublinha João Duque, presidente do ISEG.

Juros de referência em mínimos históricos

alberto2-01
Fonte: BCE (Valores em percentagem)

Além de ter cortado os juros para mínimos históricos, colocando-os nos 0%, o BCE acompanhou os outros bancos centrais em todo o mundo na via menos tradicional de se fazer política monetária no sentido de puxar pela economia da Zona Euro — lançou-se diretamente para a compra de dívida dos governos da Zona Euro e também está a comprar títulos do setor privado.

"Draghi passou por um período histórico da moeda única. Fez aquilo que tinha de fazer mas creio que não tem muito mais margem.”

João Duque

Economista e presidente do ISEG

Embora Duque considere que a reação de Draghi à crise tem vindo tarde (comparativamente à Reserva Federal norte-americana), o BCE reagiu com estrondo. A agressividade com que implementou os seus planos de compras de ativos evidencia-se no ritmo alucinante com que o balanço de ativos do BCE engordou nos últimos anos.

São mais de de três biliões de euros em títulos de governos e empresas detidos atualmente pelo banco central. Um valor que deverá aumentar nos próximos meses, na medida em que programa de compra de ativos no setor público (PSPP, na sigla inglesa) terminar em março do próximo ano.

Balanço de ativos do BCE não para de engordar

alberto3-01bce
Fonte: BCE (Valores em milhares de milhões)

“Draghi está a atingir o limite da sua política de estímulos monetários. Acredito que vai dar agora um esticão no primeiro trimestre de 2017, antes de o programa terminar”, explica Duque.

Apesar de todos os esforços, os últimos dados económicos publicados sugerem que o trabalho ainda vai a meio. A economia da Zona Euro cresceu 0,3% no último trimestre, em linha com o esperado pelos analistas. A taxa de inflação fixou-se nos 0,5% em outubro, bem longe do objetivo de perto mas abaixo de 2%.

Para Miguel Beleza, que foi colega de Mario Draghi durante o doutoramento em Economia no MIT, ainda nos anos 70, o maior receio é de que a “excessiva liquidez provoque uma elevada inflação”. “O principal desafio que tem pela frente é incentivar a economia sem levantar demasiado a cabeça da inflação com uma eventual explosão da procura agregada“, resume o antigo ministro das Finanças.

"O principal desafio que tem pela frente é incentivar a economia sem levantar demasiado a cabeça da inflação com uma eventual explosão da procura agregada.”

Miguel Beleza

Antigo governador do Banco de Portugal

S. Draghi e os mercados

Em Portugal, Draghi pode representar um papel secundário para a maioria dos portugueses. Ainda assim, o impacto das suas decisões é indelével. Sabe por que razão está a pagar menos pelo seu crédito à habitação? E sabe por que os bancos estão a oferecer taxas de juro nos depósitos tão baixas que mais vale guardar o dinheiro no colchão? Foi na reunião de 5 de junho de 2014 que o BCE decidiu cortar a taxa de depósitos em valores negativos pela primeira vez na história. Ao tornar mais oneroso o depósito dos bancos junto do banco central, o BCE pretendia que o dinheiro dos bancos fosse direcionado à economia.

A transmissão da política monetária à economia também se verifica ao nível do Estado. Um estudo do Banco de Portugal do final do ano passado sugeria que as taxas da dívida portuguesa estariam 2,7 pontos mais altas se o BCE não estivesse a comprar dívida pública portuguesa. Em última instância, se os custos de financiamento de Portugal estão mais baixos — o último leilão de Portugal é exemplo disso — também se deve ao papel decisivo do banco central.

A evolução da taxa de juro da dívida portuguesa a 10 anos reflete a forma como as palavras e os atos de Draghi são encaradas pelo mercado. No pico da desconfiança em relação a Portugal, entre o final de 2011 e meados de 2012, já muitos investidores apostavam num destes cenários: perdão da dívida, novo resgate ou saída de Portugal do Euro. Quando Draghi disse que o BCE estava preparado para fazer o que fosse preciso para salvar a Zona Euro — o famoso “whatever it takes” –, o mercado descomprimiu com a perceção de uma rede de segurança fornecida pelo banco central em relação a Portugal (e a qualquer outro estado membro).

“Draghi transborda confiança para os investidores. A sua palavra é escutada com respeito”, afirma Miguel Beleza. Foi, à data, e continua a sê-lo.

Juros da dívida portuguesa em queda desde o “whatever it takes”

alberto1-01
Fonte: Bloomberg (Taxa das obrigações do Tesouro a 10 anos, em percentagem).

“É impossível discriminar o peso dos diferentes fatores na queda dos juros. Mas o compromisso do Governo da altura em cumprir as metas acordadas com a troika e o compromisso de Draghi… quando estas duas coisas convergiram, o resultado foi claro”, explica Duque. “Mas é São Mario Draghi que nos está a ajudar“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Energias do Brasil em recorde após resultados

As ações da participada da EDP subiram quase 3% na bolsa de São Paulo. Atingiram o valor mais elevado de sempre.

A Energias do Brasil apresentou resultados acima do esperado. E a reação não se fez esperar: no mercado, os títulos da empresa controlada pela EDP dispararam para o valor mais elevado de sempre na bolsa de São Paulo.

A empresa registou um lucro de 230,8 milhões de reais no terceiro trimestre. Este valor compara com os 55,3 milhões obtidos em igual período do ano passado, superando as estimativas dos analistas.

Um resultado positivo que levou as ações da empresa a registarem uma valorização de 2,9%, alcançando assim o valor mais elevado de sempre: os títulos chegaram a ser negociados a 15,80 reais no mercado brasileiro.

“A Energias do Brasil apresentou fortes resultados no segmento da distribuição”, diz o Itau, citado pela Bloomberg. A empresa tem “um balanço confortável, potencial para um forte crescimento dos lucros e é a mais barato do setor”, acrescentou o banco de investimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fusões e aquisições fazem disparar emissões de dívida

A vaga de fusões e aquisições está a fazer disparar as emissões de dívida por parte das empresas. Este ano poderá ser atingido um recorde.

Outubro foi um dos meses mais ativos de sempre no que respeita a operações de fusões e aquisições. Foram anunciadas operações de consolidação multimilionárias, muitas delas pagas com recurso ao financiamento através do mercado de capitais, nomeadamente da emissão de obrigações. Uma tendência que vai fazer com que este ano seja atingido um recorde na emissão de dívida por parte das empresas.

A General Eletric liderou um grupo de empresas envolvidas em grandes negócios. Além da compra da Baker Hughes, a CenturyLink disse que planeia comprar a Level 3 Communications. Antes disso, a British American Tobacco lançou uma oferta sobre a Reynolds American, mas as atenções dos investidores viraram-se para a proposta de compra da AT&T sobre a Time Warner. Ao todo, os negócios anunciados estão avaliados em mais de 500 mil milhões de dólares.

Parte destes negócios são feitos com dinheiro, mas também com dívida, o que pode colocar 2016 como o melhor ano de sempre nas emissões de dívida por parte das empresas, de acordo com o Financial Times (conteúdo em inglês/acesso pago).

O total de emissões de dívida em preparação ascendia a 900 mil milhões de dólares no final de 2015, mas tinha caído para 246 mil milhões em setembro. Contudo, com os negócios anunciados recentemente, o valor disparou para 460 mil milhões.

O FT nota que as empresas e os bancos já fizeram emissões de dívida no valor de 1,4 biliões de dólares este ano, só nos EUA. “As emissões de dívida a nível global estão 9% acima do registado no ano passado, em 5,8 biliões de dólares, e os banqueiros dizem que pode ser atingido um recorde antes do final deste ano“, refere a publicação britânica.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revista de imprensa internacional

  • Rita Atalaia
  • 1 Novembro 2016

Desde resultados de petrolíferas, a decisões de política monetária no Japão, há várias notícias a marcar esta terça-feira.

Desde os resultados da Shell e da BP, que surpreenderam os mercados, à decisão do banco central do Japão de adiar o alvo da inflação e passando por Espanha, onde o El Corte Inglés diz ir contratar quase nove mil pessoas para a época de Natal. Estas são algumas das notícias que estão a marcar esta terça-feira nível mundial.

Reuters

Shell e BP conseguem escapar à maré de má sorte das petrolíferas

A Royal Dutch Shell e a BP apresentaram resultados acima do esperado para o terceiro trimestre, nota a Reuters (conteúdo em inglês/acesso gratuito). As petrolíferas conseguiram escapar à queda dos preços da matéria-prima que tem penalizado o setor. Para lidar com esta descida, a Shell e a BP apostaram em cortes na despesa e isso deu frutos. As ações da Shell subiram mais de 3% depois de ter anunciado que os resultados trimestrais superaram os da rival Exxon Mobil, a terceira maior empresa mundial cotada em bolsa em termos de produção. Mas os títulos da BP caíram ligeiramente, já que alguns analistas dizem que os resultados foram impulsionados por um ganho extraordinário.

The Wall Street Journal

Banco do Japão reduz previsões para a inflação

O banco central do Japão cortou (conteúdo em inglês/acesso pago) as projeções para a inflação, mas deixou a política monetária inalterada. O governador, Haruhiko Kuroda, colocou a fasquia muito elevada para fazer agora qualquer alteração à política. Quanto aos preços, o objetivo de chegar a 2% foi agora adiado para depois de 2018. No seu relatório de perspetivas económicas, a entidade baixou em uma décima a sua previsão para a subida de preços durante o exercício fiscal de 2018 — que termina em abril de 2019 — e considerou que aumentarão até um máximo de 1,9%, em vez dos 2% que estimou em julho passado.

Bloomberg

Banco de investimento vende todos os ativos no Reino Unido

O Carnegie Investment Bank AB vendeu (conteúdo em inglês/acesso gratuito) todos os ativos que tinha no Reino Unido. O banco, que gere 17,2 mil milhões de dólares de clientes, vendeu todos os ativos antes do referendo sobre o Brexit. “Tínhamos ações e obrigações empresariais no Reino Unido antes do referendo [sobre a saída do país da UE]”, diz o estratega chefe Henrik Drusebjerg. “Começámos a vender o que detínhamos no Reino Unido para absolutamente zero talvez um mês antes do referendo”, explica à Bloomberg.

Expansión

El Corte Inglés vai contratar 8.500 pessoas

O El Corte Inglés vai contratar 8.500 funcionários para a época de Natal. É o número de contratações mais elevado desde o início da crise, em 2008. Os novos funcionários vão ocupar várias funções, desde vendas, embrulho das prendas à restauração. “Com estas contratações pretende-se preencher as necessidades dos clientes e oferecer o melhor serviço e qualidade que caracterizam a empresa desde o início”, refere a companhia espanhola, citada pelo Expansión (conteúdo em espanhol/acesso gratuito). Com esta iniciativa, o El Corte Inglés, que conta com cerca de 91 mil empregados, regressa a níveis históricos de contratação.

Financial Times

Fusões e aquisições fazem disparar emissões de dívida

Outubro foi um dos meses mais ativos de sempre no que respeita a operações de fusões e aquisições. Foram anunciadas operações de consolidação multimilionárias, muitas delas pagas com recurso ao financiamento através do mercado de capitais, nomeadamente da emissão de obrigações. Uma tendência que vai fazer com que este ano seja atingido um recorde na emissão de dívida por parte das empresas, diz o FT (conteúdo em inglês/acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços do petróleo podem cair para os 40 dólares, diz o Goldman Sachs

  • Rita Atalaia
  • 1 Novembro 2016

O petróleo pode afundar para os 40 dólares. Isto no caso de a OPEP não conseguir chegar a um acordo. A conclusão é do Goldman Sachs, que também não acredita que um acordo vai reduzir a oferta.

O Goldman Sachs alerta que os preços do petróleo podem cair para os 40 dólares por barril. Isto no caso de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não ser capaz de chegar a um acordo sobre o corte da produção. O banco diz que esta hipótese é cada vez mais remota.

“A ausência de um acordo levou até agora os preços do petróleo a caírem acentuadamente. Os preços podem cair para os 40 dólares por barril, no caso de a OPEP não ser capaz de chegar a um acordo convincente“, explica o Goldman Sachs.

Os analistas do banco dizem ainda que a falta de progresso a nível da implementação de quotas de produção e o aumento da discórdia entre os produtores do cartel “sugerem que estão a diminuir as probabilidades de [a OPEP] chegar a um acordo a 30 de novembro“. Os membros da OPEP deveriam definir os detalhes para a redução da produção até essa data. O mercado está muito cético de que isto ainda seja possível.

Estes detalhes deveriam ter sido definidos durante uma reunião de produtores que decorreu este fim de semana. Mas, mais uma vez, não foi possível. Esta falha levou os preços do petróleo para mínimos de um mês. E a tendência deverá manter-se.

Petróleo em mínimos de um mês

Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg

Reservas não devem cair com acordo

Mesmo que os receios de uma queda acentuada dos preços motivem o cartel a definirem as bases de um acordo, a probabilidade de o acordo conseguir reduzir as reservas de energia é baixa, nota o banco.

O aumento da produção da OPEP em outubro e do número de novos projetos dos países fora do cartel diminuem as hipóteses de um acordo se traduzir numa redução significativa das reservas durante a primeira metade de 2017, explica o Goldman Sachs. O banco projeta que a produção média da OPEP fique perto dos 34,2 mil milhões de barris por dia no mês passado.

A OPEP vai enfrentar grandes desafios na imposição de um potencial acordo para limitar a oferta e a ter a certeza que os países o cumprem, diz Greg Sharenow, um gestor de portefólios da Pimco. Enquanto isso, os preços do petróleo vão continuar a sentir a pressão desta incerteza.

O mercado continua muito cético de que o cartel seja capaz de chegar a um acordo até ao final de novembro. Os produtores vão reunir-se novamente a 25 e a 26 de novembro. E o resultado deste encontro depende do Irão e do Iraque, realça o ministro da Energia do Azerbaijão, Natiq Aliyev.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.