Paris quer 20 mil banqueiros londrinos no pré-Brexit
O lóbi parisiense Europlace vai tentar seduzir os banqueiros da City já em fevereiro, à medida que se aproxima o princípio das negociações da saída do Reino Unido da União Europeia.
Theresa May prometeu iniciar as negociações do Brexit, através da ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, em março de 2017. Assim, várias cidades europeias estão em contagem decrescente no seu objetivo de atrair o máximo número de instituições e banqueiros da City londrina, que possam querer manter um pé dentro da comunidade europeia quando o Reino Unido sair.
É o caso de Paris, que através do seu lóbi Europlace vai começar a tentar seduzir os banqueiros londrinos, e esperam chamar até 20 mil para a capital francesa. “Acreditamos que as decisões vão ser tomadas no primeiro semestre do ano novo”, disse Arnaud de Bresson, o diretor da Uniplace, numa entrevista citada pela Bloomberg. “Vemos que algumas instituições estão a acelerar o seu processo de consideração”.
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As vantagens de Paris? Segundo a Uniplace, o facto de já empregar 180 mil trabalhadores da área financeira e ter o maior mercado acionista da região. Paris está bem posicionada para captar alguns dos postos de trabalho de Londres, mas a concorrência é forte: cidades como Frankfurt e Madrid também estão na corrida para tentar atrair os possíveis autoexilados do distrito financeiro da capital britânica.
Paris tem também desvantagens para os trabalhadores do setor financeiro, porém, entre elas as rígidas leis laborais francesas que não deixam espaço para contratações e despedimentos tão fluidos como noutras capitais. O lóbi Europlace está a trabalhar para tentar que os legisladores afrouxem estas regulamentações, de forma a tornar a cidade mais atrativa.
Segundo o lóbi britânico TheCityUK, há mais de 70 mil empregos em jogo que poderão ser levados para países da Europa continental quando o Brexit começar a ser negociado.
A primeira-ministra Theresa May não terá interesse em fazer favores ao setor financeiro nesse acordo, mesmo que várias instituições já tenham ameaçado mudar-se, seja para a Irlanda seja para Frankfurt, e que outros países estejam a fazer esforços para seduzir trabalhadores e instituições para os seus países, como Madrid, que está a preparar incentivos fiscais.
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