Passos pede que não se doure “a pílula” para evitar repetir “histórias complicadas”
O líder do PSD lançou mais um aviso: é preciso cuidado a falar-se na situação económica de Portugal para que situações do passado não se repitam.
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu esta terça-feira que os políticos devem ser responsáveis e “não dourar a pílula” sobre a situação económica portuguesa, sob pena de se repetirem “histórias complicadas” que Portugal viveu num passado recente.
“Julgo que os portugueses não perdoariam se os políticos não tivessem maturidade suficiente para lhes pouparem histórias tão complicadas por aquelas que passámos no passado recente”, defendeu o líder do PSD, num colóquio organizado pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ).
"Desconfiem quando aparecer alguém a dizer que tem uma ótima solução, que não custa a ninguém porque isso é uma espécie de milagre.”
Questionado sobre o problema da elevada dívida portuguesa, Passos sublinhou que a capacidade de o país ir buscar dinheiro ao mercado, no passado “muito barato”, revelou-se “uma armadilha muito grande”, de que hoje é difícil sair “de forma indolor”. “Desconfiem quando aparecer alguém a dizer que tem uma ótima solução, que não custa a ninguém porque isso é uma espécie de milagre”, afirmou.
Admitindo que os portugueses podem estar cansados de ouvir falar destes problemas, depois de vários anos de crise, Pedro Passos Coelho considerou, contudo, que seria “um erro trágico” pensar que esse problema não existe.
"Não andem a dourar tanto a pílula que as pessoas pensem que o céu continua a ser o limite.”
“Isso exige que os políticos tenham responsabilidade, não andem a maçar as pessoas desnecessariamente, mas não andem a dourar tanto a pílula que as pessoas pensem que o céu continua a ser o limite”, alertou, considerando inviável em Portugal um modelo económico em que os depósitos e a poupança baixem e o consumo continue a aumentar.
“Esse é um modelo falido – se insistirmos nele daremos razões às pessoas para se maçarem outra vez com coisas que não gostaríamos que acontecessem”, disse. Ainda assim, considerou, o problema da dívida portuguesa, sendo pesado, “não é insustentável”. “Eu diria que é tão mais insustentável quanto mais crescerem as vozes a achar que é muito mais fácil não pagar do que pagá-la”, alertou.
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