PSD: défice estaria em 3,4% sem medidas extraordinárias
Dados do défice aquecem o debate quinzenal. Oposição questionou o impacto de medidas extraordinárias.
O PSD afirmou hoje que o défice estaria em 3,4% do PIB sem medidas extraordinárias referindo-se, por exemplo, ao programa extraordinário de regularização de dívidas.
“Este seria o défice de 2016 — 3,4% do PIB — se excluíssemos as medidas extraordinárias que eu enunciei e o corte de investimento planeado que o senhor concretizou”, afirmou Passos Coelho no debate quinzenal.
Além do investimento (o líder do PSD apontou para um corte de 956 milhões de euros face ao planeado), Passos Coelho referiu ainda os “500 milhões de euros de encargos extraordinários” que advêm do programa de regularização de dívidas PERES, os “125 milhões” do programa de reavaliação de ativos e “as cativações definitivas que valiam 445 milhões”.
“Qual foi o défice corrigido de medidas extraordinárias?”, perguntou Passos Coelho a António Costa.
Em resposta, o primeiro-ministro argumentou: “Não falo das medidas extraordinárias, porque aquilo que nós fizemos em termos de cobrança de dívidas é muito diferente daquilo que os senhores fizeram”. “Não demos um perdão, criámos uma oportunidade para as famílias e para as pessoas poderem pagar em prestações plurianuais dívidas que tinham acumulado“, mas o que “impactou no défice do ano passado é muito inferior ao impacto que tiveram despesas extraordinárias como a devolução de 900 milhões de euros da almofada que os senhores criaram em 2015 com o embuste da sobretaxa”, acrescentou.
E perante a insistência de Passos Coelho, Costa frisou: “O défice que nós tivemos é inferior a 2,3%, é confortavelmente inferior aos 2,5, é sobretudo inferior aos seus 4,4 e é sobretudo muito inferior à impossibilidade aritmética que o senhor deputado e a sua inspiradora Maria Luís Albuquerque passaram o ano a dizer que não iríamos conseguir”.
Passos não desistiu e voltou a insistir na questão. “Terá a resposta quando o Diabo cá chegar”, rematou António Costa.
Mas não foi só o PSD a questionar o défice. Assunção Cristas, do CDS, também apontou para os efeitos da receita do PERES, de 512 milhões de euros. António Costa disse então que é preciso comparar receita extraordinária com despesa extraordinária, apontando novamente para o reembolso de 900 milhões de euros.
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