Depois de Jamie Oliver, vem aí um chef australiano
O chef australiano Justin Jennings abre esta quinta-feira o restaurante DownUnder, que promete apresentar aos portugueses a gastronomia australiana. Uma fusão dos sabores da terra com os do mar.
A Austrália fica no hemisfério sul, daí ser conhecida por “DownUnder” (qualquer coisa como “lá bem em baixo”). É também esse o nome do restaurante do chef Justin Jennings, que vai abrir esta quinta-feira em São Bento, Lisboa. Promete apresentar aos portugueses a gastronomia típica australiana e a cozinha de fusão, que vai misturar com ingredientes portugueses e de outras partes do mundo. Isto para, no fim, “realçar as influências multiculturais que são a base da cozinha australiana, através dos produtos locais mais frescos e de alguns exclusivos da Austrália, como o canguru”, conta o chef ao ECO.
“Temos três pratos diferentes de canguru. É um animal que não se encontra em mais lado nenhum além da Austrália. Por isso, temos mesmo de mandar vir a carne de lá. Não pode ser reproduzida noutro sítio. E uma dessas três receitas, a par com o prato de crocodilo e o carpaccio de salmão, são bem capazes de ser os meus preferidos. Ah, e a pavlova, que sou muito bom a fazer”, diz Jennings.
Aos 34 anos, 15 anos de experiência como chef, só agora chegou oficialmente a Portugal. Oficialmente, porque já cá esteve em agosto do ano passado, para a 8ª edição do festival Wine in Azores, ao lado de outros chefs mais conhecidos do público português, como Henrique Sá Pessoa, António Loureiro ou Hélio Loureiro. Recorda a experiência como “maravilhosa, em especial poder experimentar cozinhar nas furnas”, e desfaz-se em elogios às paisagens.
"Temos três pratos diferentes de canguru. É um animal que não se encontra em mais lado nenhum além da Austrália.”
Mas não foram só as açorianas a conquistá-lo: “Cresci numa pequena vila piscatória nos arredores de Sidney, e o ambiente e a paisagem lá são surpreendentemente parecidos com os de Lisboa. Estar aqui lembra-me a minha casa. É um sítio muito agradável”, explica. Por isso, decidiu tornar-se o primeiro chef australiano a apostar no mercado português, que não conhece ainda o suficiente da cozinha típica do país. Quer apresentar aos portugueses os sabores exóticos e a gastronomia de fusão australiana, que tem vindo a tentar reinventar ao longo da carreira, e que espera que ganhe fama em Portugal, além daquela que já tem através do MasterChef.
“Quando digo às pessoas que sou chef, e que sou australiano, perguntam-me sempre pelo MasterChef. Acho que se tornou uma ótima forma de fazer chegar a cozinha australiana a outros pontos do mundo, pelo que não é completamente desconhecida cá. Mas espero que os portugueses passem a conhecê-la um pouco melhor”, sublinha.
[A cozinha australiana] não é completamente desconhecida cá. Mas espero que os portugueses passem a conhecê-la um pouco melhor.
A aberta do povo português às culturas e influências do exterior afigura-se-lhe promissora: “Lisboa é uma cidade multicultural, os portugueses são muito abertos a pessoas de outros lugares e todos falam inglês connosco“, garante. Além disso, a proximidade ao mar e aos produtos frescos que ele tem para oferecer, também o seduziram. “Aqui tenho a possibilidade de ter acesso a produtos frescos, a imensos sabores diferentes e a sítios lindíssimos. São várias peças do puzzle que me fez aceitar vir para cá”, conta.
Vai abrir o seu primeiro restaurante em solo português, o DownUnder, esta quinta-feira. Da equipa com que trabalha lá, fazem parte oito pessoas, a maioria australianas. Mas a sub-chefe, Natalie, é suíça — mais um sinal da multiculturalidade que está tão enraizada na ideia do negócio. Para já, não pensa abrir noutros espaços, mas não exclui isso por completo no futuro, caso o lucro dê para isso. “O Porto e os Açores seriam opções a pensar, sem dúvida“, revela ao ECO.
"Cada vez mais se está a prestar atenção, lá fora, aos sabores e à cultura portuguesa. Tem muito por onde explorar.”
O certo é que Jennings é apenas o mais recente de uma leva de chefs estrangeiros que apostam no mercado português. Jamie Oliver, o famoso chef britânico, também está a preparar a abertura de um espaço em Lisboa. E a lista continuaria se fôssemos recolher os nomes de todos os chefs que viram no mercado português uma oportunidade.
O que fará de Lisboa uma cidade tão atrativa para quem vem de fora? “É uma cidade muito mais barata em comparação com outras cidades europeias. É acessível, tanto a nível de preços, como de pessoas. E a proximidade ao mar e aos produtos frescos também é um pró, sem dúvida“, defende Jennings. Também não tem dúvidas de que, com o tempo, Portugal conquiste ainda mais atenções: “Cada vez mais se está a prestar atenção, lá fora, aos sabores e à cultura portuguesa. Tem muito por onde explorar, por isso vai continuar a chamar as atenções”.
Justin Jennings já foi chef executivo na cadeia de hotelaria Rydges Hotel e no restaurante The Famous Whalebone Wharf, este último galardoado já por oito vezes como o melhor restaurante de peixes e mariscos. Atualmente, a par com o DownUnder, vai continuar a liderar o projeto de catering ao domícilio “Private Chef by Justin Jennings”, disponível para particulares e empresas, onde tem tido a possibilidade de contactar de perto com os portugueses e com as suas preferências.
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