Juros lusos agravam. Voltam a bater os 4%
A yield da dívida soberana nacional a dez anos é a que mais sobe entre os periféricos europeus, após o alívio da última sessão imposto pelo BCE que está disponível para comprar mais dívida.
Os juros da dívida soberana nacional regressaram às subidas após o alívio registado na última sessão. A taxa de juro a dez anos voltou a superar a fasquia dos 4%, com o efeito das minutas do Banco Central Europeu (BCE) que mostram que a entidade liderada por Mario Draghi está disposta a comprar mais dívida a diluir-se.
As yields nacionais são mesmo as que mais agravam entre os países periféricos. A taxa a dez anos sobe mais de dois pontos base, para os 4,006%, depois de já terem chegado aos 4,04%. Este valor compara com uma subida de menos de um ponto base, para os 1,606%, da yield espanhola para o mesmo prazo, e com taxa a dez anos de Itália que cresce na mesma ordem, para os 2,164%. Já as bunds alemãs apresentam uma tendência oposta. A taxa a dez anos da dívida soberana germânica aliviam quase quatro pontos base, até aos 0,312%.
Juros nacionais a dez anos voltam a subir
O agravamento dos juros lusos nacionais acontece depois de a taxa a dez anos ter terminado abaixo da fasquia psicológica dos 4% na última sessão, num dia em que os responsáveis do BCE indicaram estar disponíveis para aliviar a aplicação de algumas regras do programa de compra de dívida dos governos da zona euro para assegurar uma política expansionista “substancial”, abrindo a porta ao alargamento das compras na periferia, incluindo Portugal, onde a autoridade monetária tem enfrentado limitações no alcance da sua bazuca.
Outro fator que poderá estar a ajudar a impulsionar as yields nacionais é a possibilidade de Portugal anunciar esta sexta-feira o regresso ao mercado para emitir dívida na próxima semana. De acordo com o Commerzbank, o Tesouro português pode avançar com a abertura de duas linhas de obrigações. Uma delas seria uma emissão de, entre mil milhões e 1.250 milhões de euros, em obrigações do Tesouro a dez anos. A outra tratar-se-ia de uma emissão a 13 anos, com maturidade em fevereiro de 2030. A possibilidade de o mercado ver-se inundado com ainda mais dívida portuguesa, poderá estar assim a ajudar a exercer pressão sobre os juros nacionais.
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