Montepio: Supervisor e Governo em silêncio mas deputados querem esclarecimentos
Os deputados vão aproveitar as idas do governador ao Parlamento por causa do BES para confrontá-lo com as dúvidas sobre o que se passa no Montepio. Supervisor e Governo em silêncio.
Perante as dúvidas levantadas sobre a robustez do Montepio, o Ministério do Trabalho e o Banco de Portugal preferiram, até ao momento, manter-se em silêncio. Contudo, o PS e o PSD garantem que estão a acompanhar a situação e que vão pedir esclarecimentos ao governador Carlos Costa, na sua próxima ida ao Parlamento. Os social-democratas adiantam que também vão questionar o ministro das Finanças sobre o assunto.
“O governador virá brevemente ao Parlamento. Estes são sempre temas a incluir nas audições”, assegurou ao ECO João Galamba, deputado socialista, referindo-se às duas audições que estão previstas a Carlos Costa sobre o caso BES. “O Banco de Portugal acompanha o Montepio, por isso esperamos pelos seus esclarecimentos”, somou, sem querer adiantar mais detalhes sobre as preocupações concretas do PS.
"O governador virá brevemente ao Parlamento. Estes são sempre temas a incluir nas audições.”
“As notícias têm sempre que nos preocupar”, reconheceu Duarte Pacheco, deputado do PSD. “Não vamos ficar indiferentes, aproveitaremos as idas do governador do Banco de Portugal e do Ministro das Finanças ao Parlamento para colocar questões sobre o assunto”, garantiu, sublinhando que os social-democratas esperam receber informação, “dentro do que for possível revelar”.
"As notícias têm sempre que nos preocupar. Não vamos ficar indiferentes, aproveitaremos as idas do governador do Banco de Portugal e do Ministro das Finanças ao parlamento para colocar questões sobre o assunto.”
Pelo CDS-PP, Cecília Meireles garantiu que também está a acompanhar o caso, mas não quis adiantar para já a posição dos centristas. Até ao momento ainda não foi possível obter reações do BE e do PCP.
Em causa está uma notícia do Expresso, publicada no sábado, que dá conta de uma carta do Banco de Portugal onde são feitos alertas sobre o nível de “risco elevado” do banco. Entre outras falhas, nomeadamente de prestação de informação, o supervisor identificou irregularidades na concessão de crédito — por exemplo, operações aprovadas contra o parecer da análise de risco, sem que tenham sido suficientemente fundamentadas.
Fonte oficial do Montepio já garantiu que aquela situação não reflete o banco em 2016, mas antes em 2015. E o mesmo foi dito pelo próprio José Félix Morgado, presidente do conselho de administração do banco, num comunicado interno, enviado aos colaboradores.
O ECO também já confirmou que a avaliação do supervisor teve por base dados de 2015. Ainda assim, nem o banco, nem o regulador clarificaram, até ao momento, que irregularidades, em concreto, foram já corrigidas e que falhas se encontram por resolver.
Confrontados pelo ECO, o Ministério do Trabalho — que supervisiona o acionista do Montepio e alguns do produtos vendidos aos balcões do banco — e o Banco de Portugal optaram por não comentar o assunto.
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