REN afunda 5% com aumento de capital

Gestora da rede elétrica nacional registou a pior sessão em dez meses, depois de ter anunciado na passada sexta-feira um aumento de capital de 250 milhões de euros para financiar compra à EDP.

As ações da REN negociaram esta segunda-feira sob forte pressão vendedora, levando o índice português para as quedas no arranque da semana. Os títulos da gestora da rede elétrica nacional afundaram quase 5%, após ter anunciado na sexta-feira um aumento de capital de 250 milhões de euros como parte de uma estrutura de financiamento para comprar a EDP Gás à EDP.

A REN caiu 4,93% para 2,78 euros, a maior queda em dez meses, tratando-se do pior desempenho em Lisboa. O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,34% para 4.963,8 pontos, com mais oito cotadas no vermelho.

A pressionar a cotada liderada por Rodrigo Costa esteve o aumento de capital no montante de 250 milhões de euros que vai realizar para financiar a compra dos ativos de gás à EDP. A operação foi anunciada na passada sexta-feira, atribuindo um enterprise value à EDP Gás de 432 milhões de euros. O reforço de capital acontecerá por via da emissão de novas ações, o que vai implicar um efeito de diluição acionista.

“A REN irá comprar a rede de distribuição de gás natural da EDP, recorrendo a um aumento de capital e financiamento. O anúncio desta operação está pressionar a cotação das ações da REN, através do efeito psicológico do aumento do número de ações”, referiu Henrique Romão Dias, gestor de ativos da XTB. “No entanto, dado que a empresa irá adquirir um ativo com a capacidade de criar valor, é esperado que a cotação possa recuperar no médio prazo”, acrescentou.

"A REN irá comprar a rede de distribuição de gás natural da EDP, recorrendo a um aumento de capital e financiamento. O anúncio desta operação está pressionar a cotação das ações da REN, através do efeito psicológico do aumento do número de ações.”

Henrique Romão Dias

Gestor da XTB

REN afunda

Ainda por Lisboa, a Mota-Engil registou a segunda pior performance. Caiu mais de 3% para 2,12 euros, corrigindo da forte valorização da última sessão.

Na Europa, a sessão acabou por fechar em terreno tendencialmente misto. Em Madrid, as perdas foram superiores a 0,7%. E em Paris e Milão, tanto o CAC-40 como o FTSE-Mib cederam em torno de 0,5%. Já o Stoxx 600 registou uma alta tímida de 0,04%.

No mercado petrolífero, o Brent (Londres) e o WTI (Nova Iorque) aceleravam mais de 1% para 55,85 dólares e 52,93 dólares, respetivamente, com o aumento do risco geopolítico após o ataque norte-americano às bases do regime de Assad na Síria.

“O intensificar de ataques nos últimos dias e a resposta por parte dos EUA veio trazer alguma incerteza ao mercado, deixando os investidores algo receosos. Mesmo com o petróleo em alta, os índices não estão a conseguir responder na positiva embora haja boas perspetivas para que os índices comecem a valorizar outra vez e a testar os máximos atingidos, nas últimas duas semanas”, justificou Romão Dias.

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