Já há propostas para o lítio: um novo cluster?
São já 30 os pedidos para a exploração das reservas de lítio em Portugal. Os recursos têm de ser avaliados mas a hipótese da criação de um cluster está na mesa.
A extração de lítio em Portugal não é a mais barata, mas ainda assim, Portugal coloca-se entre os dez maiores produtores mundiais. Há nove regiões entre o Norte e Centro do país que estão a despertar o interesse. Um grupo de trabalho definido pelo Governo encontra-se a estudar as hipóteses, mas já adianta algumas propostas — entre as quais a criação de um cluster.
Chile, Austrália, Argentina… até China. São estes os líderes na produção de lítio dos quais Portugal se aproxima. Para já, o lítio extraído em Portugal é utilizado apenas como fundente na indústria da cerâmica mas como o grupo de trabalho adianta à Lusa, a curto prazo espera-se “um exponencial aumento de automóveis elétricos, o que faz prever uma elevada procura de lítio a nível mundial”. Nos últimos dois anos, os preços de lítio no mercado têm vindo a subir.
Neste sentido, a proposta do grupo de trabalho vai além da simples extração do mineral. Quer-se trabalhar ao nível de toda a cadeia de valor: a sugestão é a de implementar uma unidade experimental minero-metalúrgica, onde sejam testadas tecnologias e se evolua em termos de conhecimento. Entidades como o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), universidades e empresas serão essenciais para catalisar o projeto. Desta forma poder-se-á evoluir para “uma fase de investimento industrial” em sintonia com os desenvolvimentos na área da mobilidade elétrica. A criação de um cluster, portanto.
O Governo já recebeu 30 requerimentos de exploração do lítio como substância mineral principal, mas se contarmos com pedidos para prospeção e pesquisa, o número de pedidos ascende 46 pedidos. As regiões ricas em lítio vão desde Caminha, Alto Minho, Idanha-a-Nova à Beira-Baixa.
De acordo com o Público (acesso condicionado), o desafio agora é encontrar um processo rentável de transformação do lítio que permita a pureza de 99,5% necessária para a construção de baterias de veículos elétricos. A produção de uma tonelada de carbonato de lítio a partir de pegmatitos, o tipo de exploração que se faz em Portugal, custa 4,45 mil euros, consideravelmente mais cara do que a alternativa. Uma tonelada de carbonato de lítio obtida a partir de salmoura custa apenas 1,78 mil euros a ser produzida. Co-financiamento é a solução apresentada para viabilizar o projeto, dada a falta de programas.
O grupo de trabalho que foi constituído em dezembro é coordenado pela subdiretora geral da Direção-Geral de Energia e Geologia, Cristina Lourenço, e vai contar com representantes do LNEG, da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, da Associação Nacional da Indústria Extrativa e Transformadora (ANIET) e da Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores e Granitos (Assimagra).
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