Altice prepara-se para guerra com a Nos. Ganha o setor dos media
BPI Research prevê intensificação da guerra da Altice (Meo) com a Nos no mercado português. Quem vai ganhar com isso são as empresas de media com o esforço de marketing e publicidade do grupo francês.
A guerra no setor das telecomunicações em Portugal está aí à porta. Com a mudança das marcas PT e Meo, a Altice está preparar-se para uma intensa batalha com a rival Nos no mercado português. Para os analistas do BPI Research, já há um vencedor à partida: as empresas de media.
Dois anos após ter comprado a PT Portugal, o grupo de comunicações francês decidiu acabar com as insígnias Meo e PT, reunindo os seus ativos em todo o mundo numa só marca, Altice. Com a assinatura “Together Has No Limits”, em português “juntos não há limites”, Michel Combes anunciou esta semana a nova estratégia global e explicou que o nome, a marca e o novo logótipo vão substituir gradualmente as atuais marcas em cada operação da Altice no mundo.
O BPI Research acredita que as mudanças em Portugal deverão ocorrer até final do primeiro semestre do próximo ano. Mas para já vai antevendo uma forte luta da Altice para conquistar quota de mercado à Nos NOS 0,00% . Como?
“A mudança de marca da Altice deverá aumentar significativamente os esforços de marketing e deverá colocar maior pressão sobre a Nos. Antecipamos promoções mais agressivas e um impulso significativo nas despesas com publicidade”, refere o analista Pedro Oliveira, que assina a nota do BPI Research.
"A mudança de marca da Altice deverá aumentar significativamente os esforços de marketing e deverá colocar maior pressão sobre a Nos. Antecipamos promoções mais agressivas e um impulso significativo nas despesas com publicidade.”
A Nos terminou o ano passado com uma quota de mercado de perto de 30%, depois de ter alcançado receitas de 1,515 mil milhões de euros. Isto num mercado de telecomunicações português conta ainda com outro grande operador: a Vodafone. E ainda com o grupo Apax, que detém a Cabovisão/Nowo.
Boas notícias para os media
Para o BPI Research, quem sai a ganhar com a renovação da marca da Altice são as empresas de media perante um reforço da aposta do grupo francês em campanhas publicitárias nas televisões, rádios, jornais, sites e outros meios.
São boas notícias para o setor num contexto em que as receitas publicitárias dos principais grupos de media em Portugal estão sob pressão. Em 2016, ainda assim, houve uma ligeira melhoria do desempenho de Media Capital (TVI, Rádio Comercial, entre outros), Impresa (Sic, Expresso e Visão, entre outros) e Cofina (Correio da Manhã, CMTV, Record e Jornal de Negócios, entre outros) neste segmento, acompanhando a recuperação económica do país.
Estes três grupos registaram proveitos com publicidade globais ligeiramente acima dos 270 milhões de euros no ano passado, um aumento de 0,4% face a 2015.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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