Costa defende mecanismos financeiros para capitalizar empresas de mão-de-obra intensiva
Esta foi a resposta deixada à empresa de confeções Dielmar, que se queixou de não poder recorrer a incentivos por ser de mão-de-obra intensiva e ter mais de 250 trabalhadores,
O primeiro-ministro revelou esta sexta-feira que o Governo vai criar uma medida para as empresas de mão-de-obra intensiva de forma a diferenciá-las das PME e permitir-lhes acesso a mecanismos financeiros para agilizar a sua reestruturação e capitalização.
“Há um conjunto de medidas legislativas cuja primeira parte está em vigor com o Orçamento do Estado (OE). A segunda parte tem a ver com duas dimensões: Agilização dos processos de reestruturação e recuperação e mecanismos alternativos ao sistema bancário para que as empresas se possam capitalizar”, afirmou António Costa.
O governante falava no final de uma visita que fez à empresa de confeções Dielmar, com sede em Alcains, no concelho de Castelo Branco.
António Costa respondeu desta forma à diretora-geral da empresa, Ana Paula Rafael, que momentos antes se queixava de não poder recorrer a incentivos devido à empresa ser de mão-de-obra intensiva e de ter mais de 250 trabalhadores, facto pelo qual não teve qualquer apoio e teve constrangimentos para ultrapassar a crise.
O primeiro-ministro sublinhou a necessidade de permitir que, por via de sociedades financeiras, as empresas de base familiar tenham acesso a mecanismo financeiro em alternativa à banca.
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“A prioridade é criar mais emprego. E não faz sentido penalizar empresas de mão-de-obra intensiva. Quanto mais crescerem, mais emprego geram (…) e mais emprego cria crescimento. Este é um esforço que temos que continuar a fazer”, sustentou.
A diretora-geral da Dielmar sublinhou que estar no interior não é fácil e adiantou que as dificuldades são maiores para quem aqui trabalha.
“O setor financeiro também não facilita. Temos alguns constrangimentos para ultrapassar a crise mais rapidamente. No interior temos custos acrescidos e o ambiente financeiro ainda não é o desejável”, disse.
Apelou ainda ao primeiro-ministro para que possa colocar ao serviço da indústria mecanismos para que as empresas que não sejam PME (Pequenas e Médias Empresas) e ultrapassam os 250 trabalhadores possam ser ajudadas.
“Deixamos aqui um apelo. Precisamos que haja alguma atenção e o empurrão quando temos problemas. Até agora temos sido só nós”, frisou.
A Dielmar, fundada em 1965, está atualmente presente em mais de 20 mercados mundiais, sendo que 65% das vendas totais são oriundas das exportações.
Com mais de 400 trabalhadores, a empresa espera até 2018 atingir os 70% nas exportações.
Só em custos de deslocações pelo facto de estar no interior do país, anualmente a empresa gasta 100 mil euros.
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