ACR Ratings mantém rating de Portugal com perspetiva estável
A agência reconfirmou a notação financeira da República em grau de investimento. A perspetiva continuou estável, depois de ter melhorado em março.
A agência de rating portuguesa confirmou a notação financeira de Portugal em ‘BBB-‘, mantendo a perspetiva estável, a qual tinha melhorado em março. A ACR Ratings considera que a economia portuguesa valoriza entre 1,5% e 2% a médio prazo, um crescimento sustentado por exportações e investimento. A expectativa que dá base à decisão publicada esta segunda-feira é também a de que o Governo continuará a dar prioridade à consolidação orçamental e às reformas estruturais, “mesmo que a um passo lento”.
A agência liderada pelo economista português José Poças Esteves traça um cenário positivo para Portugal dado que projeta uma subida do PIB perto de 2% em 2017 e 2018. Subjacente a este desempenho da economia estará uma queda da taxa de desemprego, estima a ACR Ratings, referindo que a dívida pública continuará a ser o constrangimento que mais pesará no rating português. No entanto, a ACR assinala que o Programa de Estabilidade 2017-2021 do Executivo “reafirma” a consolidação orçamental como uma prioridade do país.
Tal como tinha feito na decisão de março, a ACR Ratings elencou os motivos pelos quais classifica Portugal com um grau de investimento, ao contrário das outras agências de rating:
- Forças institucionais que ajudaram Portugal a gerir a crise na estabilização da sua economia;
- Compromisso continuado em torno da consolidação orçamental;
- Vontade comprovada e capacidade para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro afetado pela crise e por anos de políticas de crédito imprudente;
- Gestão proativa da dívida que contem os riscos associados à elevada dívida pública acima de 130% do PIB;
- Melhoria das estatísticas do emprego, embora abaixo dos níveis pré-crise;
- Acesso à liquidez do BCE e aos mercados de financiamento;
- Ambiente político na Zona Euro consciente dos riscos de deflação;
- Zona Euro que providencia um enquadramento institucional para a gestão económica e é uma fonte comprovada de liquidez de emergência.
A ARC Ratings — formada em 2013 em resultado da fusão de várias agências mundiais, entre elas a Companhia Portuguesa de Ratings — considera dois cenários futuros de “pontos de viragem” em que a notação financeira pode melhorar ou piorar. Para ficar com um rating mais vantajoso, Portugal terá de crescer a um ritmo mais elevado (mais de 2%, estima a ACR), reduzir rapidamente o peso da dívida (para menos de 100% do PIB) e modificar a estrutura da economia, focando-se nas empresas exportadoras.
Por outro lado, o rating português pode ser penalizado por um cenário de deflação, um défice superior a 3%, uma subida do peso da dívida pública ou um crescimento da economia inferior a 1%. Além disso, um ambiente político instável também irá prejudicar o país, nomeadamente a conjuntura externa: temas como o apoio do Banco Central Europeu e da União Europeia, o impacto do Brexit ou a política dos Estados Unidos são fatores determinantes.
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