António Domingues: “Não acho que o Governo tenha feito de mim tolo”
António Domingues desvaloriza a polémica em torno dos SMS trocados com Mário Centeno, através dos quais terá sido assumido o compromisso de isenção da entrega de declarações de rendimentos.
António Domingues está de volta ao Parlamento, esta terça-feira, para ser ouvido, pela segunda vez, na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que procura esclarecer a atuação do Governo na nomeação e demissão do antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Agora administrador no banco angolano BFA, Domingues volta a responder às perguntas que já lhe foram feitas na primeira audição: houve ou não compromisso com o Governo para que o antigo administrador do banco público e a restante equipa fossem dispensados de apresentar a declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC)? Domingues repete as respostas e, apesar das acusações do PSD, insiste na defesa do Governo: “Não acho que tenha feito de mim tolo”, diz.
“O Governo deixou-o sozinho e fê-lo passar por tolo, quando não é tolo nenhum, é um dos quadros bancários mais qualificados que o país tem”, acusou Fernando Virgílio Macedo, deputado do PSD, referindo-se ao facto de Mário Centeno negar que havia um compromisso para que a nova administração da CGD não tivesse de entregar as declarações de rendimentos ao TC.
“Tenho uma leitura diferente. Não acho que o Governo tenha feito de mim tolo, não era fácil, não teve essa intenção. O dossiê da Caixa era difícil, tinha múltiplas implicações e deixou de ter condições políticas”, respondeu Domingues.
Sobre as mensagens trocadas com Mário Centeno, António Domingues volta a desvalorizar a polémica em torno dos SMS (onde terá sido o compromisso de isenção da entrega de declarações de rendimentos). “Mantive-me em contacto com os vários interlocutores pelas mais variadas formas. Se há SMS trocados entre mim e o Ministério das Finanças? Há, é uma forma normal e rápida de comunicar. Eu não fiz segredo sobre essas comunicações. Os SMS estão no meu telemóvel e nunca ninguém os viu, a não ser eu e os meus interlocutores. Não tenho mais nada a acrescentar”, salientou Domingues.
"Se há SMS trocados entre mim e o Ministério das Finanças? Há, é uma forma normal e rápida de comunicar.”
Esta é a segunda comissão parlamentar em torno do banco público. A primeira, que arrancou em julho do ano passado e que foi criada para apurar as razões que levaram às necessidades de capitalização da CGD, deverá ficar concluída esta terça-feira, com a votação do relatório final.
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