CDS quer esclarecimentos das Finanças sobre aumento de comissões na CGD
"Nós dissemos desde o início que a recapitalização da CGD estava mal explicada", criticou o deputado centrista João Almeida.
O CDS-PP vai questionar o Ministério das Finanças sobre a subida das comissões cobradas pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) aos seus clientes, muitos deles reformados que tinham isenções, revelou hoje à Lusa o deputado João Almeida.
“O CDS vai questionar o Ministério das Finanças acerca das notícias que saíram hoje, designadamente, no jornal Público, sobre o aumento de comissões na Caixa Geral de Depósitos (CGD) ou até a existência de comissões para quem até hoje estava isento como é o caso de muitos reformados”, avançou o deputado centrista.
“Nós dissemos desde o início que a recapitalização da CGD estava mal explicada, e nós vamos aos poucos percebendo que as condições que o Governo português negociou no âmbito dessa recapitalização são muito lesivas para os contribuintes portugueses e para muitos dos clientes da CGD”, acrescentou João Almeida.
E realçou: “Já o constatámos quando houve encerramento de agências em zonas onde não há alternativas e portanto as pessoas ficaram muito diminuídas no seu acesso a serviços bancários e vemos agora que uma população que, obviamente, tem limitações financeiras, que são os reformados, com pensões mais baixas, que até hoje beneficiavam de isenções nas suas contas bancárias na CGD e que, pelos vistos, vão passar a ter de pagar essas comissões”.
Na opinião do deputado, “esta recapitalização que este Governo negociou acaba por ser o pior de dois mundos, porque os contribuintes pagaram a recapitalização e como contrapartida ainda têm a redução de serviços ou o aumento de custos desses serviços”.
“Portanto, pagam duas vezes para ficar pior servidos. E foi sobre isto que o Governo andou meses a dizer que tinha tido uma grande vitória”, reforçou, garantindo que o CDS vai entre hoje e terça-feira “exigir esclarecimentos” a Mário Centeno, que tutela a pasta das Finanças.
Confrontado com as declarações de Paulo Macedo, presidente da CGD, que disse que a subida das comissões era inevitável para fazer com que o banco público volte a ter resultados positivos, depois de sete anos de prejuízos, João Almeida voltou a apontar o foco ao executivo liderado por António Costa.
“Esse argumento tem a ver com a gestão da CGD. Nós não estamos aqui a questionar a gestão da CGD. Nós estamos a questionar os pressupostos que o Governo português negociou com Bruxelas para esta recapitalização“, lançou.
“Perante esses pressupostos, a CGD agora tem que se adaptar e cumpri-los, mas do ponto de vista político nós temos é que fiscalizar é a ação do Governo e foi o Governo que criou condições que fazem com que agora a CGD encerre agências ou crie novos custos, designadamente, para os reformados que não têm condições para suportar esses novos custos”, rematou João Almeida.
Os clientes da CGD, que até agora estavam isentos de comissões, vão passar a pagar 4,95 euros por mês ou a escolher a Conta Caixa com custos mais baixas, de acordo com a nova tabela de Comissões e Despesas da Caixa, citada hoje pelo jornal Público.
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