Brexit: voltam a discutir-se milhões no ringue de Bruxelas
Mayweather e McGregor disputaram milhões no ringue este fim de semana. Segunda-feira os milhões discutem-se em Bruxelas com o recomeçar das negociações do Brexit.
União Europeia e Reino Unido marcaram novo frente a frente para esta segunda-feira mas ambos continuam a jogar na defensiva. Em debate estão a “conta do divórcio”, os futuros direitos dos cidadãos britânicos e a fronteira Irlandesa. O Reino Unido quer colocar as trocas comerciais na agenda da discussão e as empresas apelam ao foco nas questões económicas.
Nenhuma das partes prevê grandes desenvolvimentos na sequência do terceiro round de conversações. A União Europeia não quer avançar nas negociações sem resolver os pontos que considera chave: a “conta do divórcio”, os futuros direitos dos cidadãos britânicos e a definição da fronteira irlandesa. O secretário de Estado britânico David Davis, representante do Reino Unido nas negociações, quer incluir a questão das trocas comerciais e apela a “flexibilidade e imaginação” da parte da UE.
As negociações arrancam num clima de acusações mútuas, com a UE a apelidar de “lógica fantasiosa (magical thinking)” a aplicada pelos britânicos na questão da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. Por sua vez, os ingleses criticam a UE pela insistência excessiva ao nível das exigências monetárias do pós-Brexit. Recentemente, o executivo de Teresa May mostrou-se disposto a pagar 40.000 milhões de euros, abaixo dos 60.000 a 100.000 milhões de euros estimados pela UE em março.
É esperado que David Davis defenda um acordo mutuamente benéfico para os negócios que cruzam as fronteiras do Reino Unido. As empresas britânicas e alemãs, representadas pelas respetivas Câmaras de Comércio, entregaram um documento que apela aos negociadores que se concentrem nos interesses económicos comuns durante as conversações. Na sequência do Brexit, muitas empresas têm vindo a realocar-se em cidades como Amesterdão e a banca em Frankfurt, prejudicando a economia britânica.
A dificultar a posição de May está a renovada posição do partido trabalhista, que se coloca como defensor de um soft Brexit. O partido de Jeremy Corbyn quer que o Reino Unido se continue a reger pelas regras de comércio livre da UE e que fique sob a jurisdição do Tribunal Europeu da Justiça. O partido trabalhista considera ainda a hipótese de se manter como membro do mercado único após o período de transição.
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