Sucesso do Governo deve-se ao fim da “austeridade mais ortodoxa”
Santos Silva descartou à agência Bloomberg qualquer possibilidade de eleições antecipadas. Elogiou habilidade do Governo em virar a página da "austeridade mais ortodoxa".
Palavra de Augusto Santos Silva. O Governo não vai criar um cenário político com vista à convocação de eleições antecipadas, ainda que as sondagens apontem para uma grande vantagem do PS na preferência dos eleitores portugueses. À agência Bloomberg, o ministro dos Negócios Estrangeiros foi claro: “Quem provocar uma crise política em Portugal vai pagar caro”. E sublinhou que o sucesso do Executivo de António Costa se deve ao virar a página da “austeridade mais ortodoxa”.
“O atual governo está profundamente e completamente comprometido com o seu mandato. A estabilidade política é um dos fatores chave para o sucesso de Portugal”, assegurou Augusto Santos Silva.
"Quem provocar uma crise política em Portugal vai pagar caro.”
Como contexto desta afirmação, a Bloomberg adianta as últimas sondagens publicadas no Expresso, a 4 de agosto, e que dão conta de que o PS tem 41% das intenções de voto, contra os 32% de votos que obteve nas eleições de outubro de 2015. Os socialistas surgem com uma vantagem de 13 pontos percentuais face ao PSD. A agência compara este cenário de eventual vantagem nas urnas com o cenário que levou a britânica Theresa May a convocar eleições antecipadas em junho. Mas “o líder português António Costa está mais inclinado a jogar pelo seguro”, escreve a Bloomberg.
Questionado sobre as negociações para o Orçamento do Estado para 2018, Santos Silva disse que o Governo espera alcançar um acordo com os seus parceiros no Parlamento, o Bloco de Esquerda e o PCP, no sentido de aprovar o documento que será apresentado em outubro. Destacou a habilidade do Executivo em virar a página da “austeridade mais ortodoxa”.
“O sucesso político do Governo português tem a ver com a habilidade de deixar para trás a austeridade mais ortodoxa, em termos de política orçamental, sem desrespeitar os nossos compromissos europeus”, frisou o responsável.
Elogiou ainda a “resiliência social muito impressionante da população portuguesa” nos últimos anos da crise económica, depois dos cortes nos salários e pensões e do aumento de impostos que não criaram “turbulência social significativa”.
"O sucesso político do Governo português tem a ver com a habilidade de deixar para trás a austeridade mais ortodoxa, em termos de política orçamental, sem desrespeitar os nossos compromissos europeus.”
“A forma tradicional de os portugueses de lidar com as dificuldades, baseada nas redes familiares, redes comunitárias, funcionou perfeitamente durante a crise e a crise em Portugal foi muito, muito severa”, referiu Santos Silva.
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