Merkel e Schulz não querem Turquia na UE
"É claro que a Turquia não deve tornar-se membro da União Europeia", disse Angela Merkel, no passado domingo, em debate televisivo com Martin Schulz, que partilha da mesma opinião.
“É claro que a Turquia não deve tornar-se membro da União Europeia”, disse Angela Merkel, no passado domingo, em debate televisivo com Martin Schulz, tendo ambos expressado o desejo de discutir o fim das negociações com o país para a respetiva adesão.
A chanceler alemã afirmou que vai procurar um consenso junto dos restantes líderes europeus nesta matéria e revelou não acreditar que a Turquia algum dia faça parte da União Europeia: “Não vejo a adesão acontecer e nunca acreditei que ela pudesse ocorrer”.
Merkel quer colocar assim termo às negociações que já vêm de 2005 e que diz agora encontrarem-se em “ponto morto”. Sobre este assunto, Martin Schulz revelou partilhar da mesma opinião e disse que se fosse eleito travaria as intenções turcas de integrar o bloco europeu.
Do lado turco, já se fez sentir o descontentamento face às palavras de ambos os candidatos à liderança do país germânico. Citado pela Reuters, Ömer Çelik defende que estas declarações se tratam de um ataque aos fundamentos da instituição europeia e que o país continuará a sentir-se europeu e uma democracia europeia.
Também o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, expressou o seu descontentamento face ao conteúdo do debate na sua conta no Twitter: “A política maioritária alemã, que resvala para o populismo e a intenção de ver o ‘outro’ apenas como inimigo, apenas estimula a discriminação e o racismo”, disse, acrescentando que “pouco importa qual o partido que vai vencer na Alemanha, porque já ficou claro que mentalidade vai ganhar”.
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No que diz respeito ao vencedor do debate, a sondagem da emissora pública ARD ditou a derrota do líder do Partido Social-Democrata da Alemanha, que conquistou a confiança de apenas 35% dos inquiridos, face a 55% de Merkel. Outra sondagem, do canal público ZDF, apontou também para a vitória de Merkel, embora com uma margem mais reduzida: 32% contra 29% de Martin Schulz.
O debate surgiu a três semanas das eleições legislativas alemãs, que terão lugar no dia 24 de Setembro.
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