Costa: Aumento de alunos no superior mostra confiança no país
António Costa considerou o aumento de alunos no ensino superior como "uma das notícias mais importantes do resultado desta governação", é "a primeira grande vitória" da "mudança política".
O primeiro-ministro considerou que o aumento do número de alunos colocados no ensino superior mostra que os portugueses “voltaram a acreditar” que o país vai continuar a crescer e a criar empregos com qualidade.
“Tivemos uma das notícias mais importantes do resultado desta governação” com o anúncio de que, este ano, “como já não acontecia há muitos anos, aumentou o número de alunos a frequentarem o ensino superior”, disse António Costa no Centro de Congressos de Matosinhos, onde participou num almoço no âmbito da campanha da candidata do Partido Socialista à Câmara Municipal local, Luísa Salgueiro, nas autárquicas de 1 de outubro.
Esta notícia significa que os portugueses “deixaram de dar ouvidos àqueles que diziam que tínhamos licenciados a mais e que não era importante continuar a estudar”, sublinhou.
Para António Costa, “o país não tem licenciados a mais, o que o país tem ainda é empregos a menos para os licenciados de que necessita, mas as pessoas estarem a voltar a querer prosseguir os estudos significa que voltaram a acreditar que, no futuro, este país vai continuar a criar empregos de mais qualidade e a valorizar aqueles que puderam estudar e, assim, obter novas competências, novos saberes, novas aptidões que vão ajudar a desenvolver o país”.
"o país não tem licenciados a mais, o que o país tem ainda é empregos a menos para os licenciados de que necessita, mas as pessoas estarem a voltar a querer prosseguir os estudos significa que voltaram a acreditar que, no futuro, este país vai continuar a criar empregos de mais qualidade e a valorizar aqueles que puderam estudar”
“É esse aumento de alunos do ensino superior, ao contrário do que a direita nos quis fazer acreditar e ao contrário do que ainda hoje a direita acredita, que vai fazer a nossa economia ser competitiva. Não é o empobrecimento dos salários, a destruição dos direitos ou a precariedade das relações laborais, não, é termos portugueses com cada vez maior conhecimento, mais formação e maior aptidão para aumentarem e melhorarem aquilo que produzimos, os serviços que prestamos, de forma a continuar a ganhar valor e assim continuar a ser competitivos a nível global”, disse.
O primeiro-ministro acrescentou que “esta é a primeira grande vitória desta mudança política que está a ter uma tradução concreta nas vidas das famílias e na construção do futuro coletivo”.
Quase 45 mil alunos ficaram colocados no ensino superior público na primeira fase do concurso nacional de acesso, mais de 5% face ao 2016 e o número mais elevado desde 2010, segundo dados divulgados hoje da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).
Passos: Costa pode transformar-se em “agente poluidor”
O líder do PSD, Passos Coelho, desafiou hoje António Costa a dizer quem é que em Portugal defende que o país tem licenciados a mais, acusando o primeiro-ministro de poder transformar-se num “agente poluidor” do debate político.
Passos Coelho, que falava no concelho de Pombal, distrito de Leiria, recordava o discurso do primeiro-ministro hoje, em Matosinhos, em que, referindo-se ao aumento do número de alunos colocados no ensino superior, sublinhou que essa notícia significava que os portugueses “deixaram de dar ouvidos àqueles que diziam que tínhamos licenciados a mais e que não era importante continuar a estudar“.
O líder social-democrata realçou que “nunca, em qualquer tempo”, se recorda, “seja à direita, ao centro ou à esquerda, de ouvir ninguém dizer” que Portugal tem licenciados a mais, “que as pessoas não deveriam continuar a estudar, que o que era bom era ter uma economia com salários baixos e que o melhor mesmo era as pessoas ganharem pouco”.
“Não tenho ideia”, sublinhou Passos Coelho, desafiando António Costa a dizer a quem é que se estava a referir e se conhece “alguém que tenha feito declarações nesse sentido”.
Para o presidente do PSD, o primeiro-ministro “não pode dizer impunemente estas coisas sem ser chamado à atenção”.
“Se, reiteradamente, ele [António Costa] aparece com este tipo de afirmação, então eu julgo que ele se transforma ele próprio numa espécie – já não é de um agente provocador – é de um agente poluidor do nosso debate político”, considerou.
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