EDP: Custo para mudar imagem não está apurado e “decisão cabe ao regulador”
O presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição afirma que a empresa está a trabalhar no processo e adiantou que as propostas serão apresentadas à ERSE no prazo previsto.
O presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição disse que não estão ainda apurados os custos da mudança de imagem da empresa e adiantou que a decisão cabe ao regulador.
“Isso é o regulador [Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos] que vai decidir. Não estão apurados custos. É uma decisão da regulação, não é uma decisão da empresa“, afirmou João Torres, durante uma visita ao centro operacional de Castelo Branco. Questionado sobre se essa mudança vai implicar custos para a fatura dos clientes, tal como foi avançado pelo jornal Público, disse que a empresa está a trabalhar no processo e adiantou que as propostas serão apresentadas à ERSE no prazo previsto.
Isso é o regulador [Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos] que vai decidir. Não estão apurados custos. É uma decisão da regulação, não é uma decisão da empresa.
“Vamos naturalmente procurar uma solução, garantindo aquele que é o objetivo da entidade reguladora – que é uma distinção mais vincada da EDP Distribuição em relação às restantes empresas do mercado – e tomaremos as decisões ajustadas”, frisou. Contudo, sublinhou que o regulador é que tem a última palavra, sendo que a mudança de viaturas, edifícios, identificação das pessoas têm custos. “A EDP é uma empresa regulada, cumpre o que a regulação lhe pede. É nesse quadro que as decisões vão ser tomadas”, sustentou.
O jornal Público noticiou na segunda-feira que “Consumidores arriscam-se a pagar mudança de imagem da EDP”. O diário avançou que “a Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE) já aprovou o novo regulamento de relações comerciais do setor elétrico, que obrigará a EDP Serviço Universal e a EDP Distribuição a fazerem alterações radicais de imagem”.
EDP Distribuição terá “alguns” milhões de euros de prejuízos
A EDP Distribuição referiu ainda que teve “alguns” milhões de euros de prejuízos, que não estão totalmente contabilizados, durante os incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro e que afetaram as áreas operacionais de Castelo Branco, Leiria e Viseu.
“Estamos a fechar o número, mas são uns milhões de euros, em cerca de 15 municípios de Castelo Branco, Viseu e Leiria. Temos aqui três áreas operacionais em que o prejuízo é muito relevante“, explicou o presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição.
João Torres, que esteve hoje a visitar o centro operacional de Castelo Branco, adiantou que foi necessária uma grande mobilização de meios humanos e materiais para garantir a reconstrução de milhares de linhas: “Foi uma operação logística de grande dimensão”. “A verdade é que foi bem pior do que Pedrógão [Grande], os danos que tivemos. Tivemos que reconstruir centenas de quilómetros de linha, na baixa tensão mais de 120, na média tensão mais de 50, postos de transformação cerca de 20. Tivemos uma grande mobilização durante esses dias numa ligação muito próxima com as autarquias”, frisou.
Este responsável realçou ainda que a tragédia dos fogos que deflagraram no dia 15 implicou que a partir desse dia e nos seguintes, a equipa da EDP Distribuição e das empresas que trabalham com eles, fizeram um trabalho que considera excecional na recuperação dos danos “muito significativos” que a rede sofreu.
João Torres destacou ainda o “grande investimento” feito pela empresa na proteção dos cabos elétricos para que não sejam causadores de incêndios. “Nos dias de vento, incêndios e em outras situações, a perturbação que as faixas menos cuidadas podem ter na exploração e na qualidade de serviço é muito relevante e, por isso, investimos muito. Fazemos um investimento muito grande. Temos 26 mil quilómetros de linhas aéreas a atravessar florestas, não estamos a falar de troços muito pequenos“, disse.
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