Governo descongela progressões da Função Pública. Mantém cortes nas horas extra

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

O direito às progressões fica definido logo em janeiro, mas os aumentos salariais chegarão por fases, não estando ainda definido quanto tempo será preciso para se sentir o reflexo nos salários.

O Governo vai descongelar as progressões na carreira, as alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório e as promoções para a Função Pública a partir de 1 de janeiro de 2018, mas com algumas condições. Segundo a proposta enviada aos sindicatos na quinta-feira, na véspera da reunião de hoje, a que o Público (acesso condicionado) e o DN/Dinheiro Vivo tiveram acesso, este desbloqueio vai ser feito por fases e não é ainda claro quanto tempo será preciso para que fique concluído. Além disso, os cortes na remuneração das horas extras são reduzidos, mas mantêm-se, e os funcionários que já tiveram promoções ou progressões nos últimos seis anos não voltam a ser promovidos já.

Salários aumentam por fases

Segundo a proposta, serão permitidas valorizações e acréscimos remuneratórios resultantes de duas situações: ou de alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório, progressões e mudanças de nível ou de escalão; ou de promoções, nomeações ou graduações em categoria ou posto superiores aos detidos.

Contudo, não está ainda definido quando é que este pagamento dos acréscimos remuneratórios terá efeito. Isto é: o direito às progressões fica definido logo em janeiro, mas os aumentos salariais chegarão por fases. Esse faseamento será decidido na reunião que decorre, esta sexta-feira, entre a secretária de Estado da Administração Pública, Maria de Fátima Fonseca, e os sindicatos da função pública.

Progressões não são iguais para todos

De fora desta atualização imediata ficam os trabalhadores que já foram promovidos ou progrediram na carreira entre 2011 e 2017, como é o caso de médicos, militares ou polícias. Nestes casos, inicia-se uma nova contagem de pontos. As regras determinam que os funcionários públicos progridem quando acumulam dez créditos através das avaliações de desempenho. No caso destes funcionários que já progrediram ou foram promovidos, a contagem dos pontos faz-se a partir do momento em que passaram para o novo posicionamento remuneratório ou de carreira.

Já no caso dos restantes funcionários públicos, que tiveram as progressões congeladas, serão considerados os pontos acumulados desde 2011. Assim, por exemplo, um funcionário que tenha acumulado 18 pontos a 1 de janeiro de 2018 terá uma progressão, guardando os restantes oito pontos para a progressão seguinte.

Corte das horas extra será menos pesado

Também haverá mudanças na remuneração de trabalho extraordinário: continuará a haver cortes, mas serão menos pesados. Até agora, o valor das horas extra e dos feriados pago aos funcionários públicos está sujeito a uma redução de 50%. Este corte vai passar a ser de 30%.

Ou seja: atualmente, e desde 2013, Função Pública recebe 12% pela primeira hora extraordinária e 18,75% nas seguintes; já o trabalho em dia de descanso semanal e feriado é pago com mais 25%. A proposta do Governo prevê que as horas extra passem a ser pagas com um acréscimo de 17,5% na primeira hora e de 25% nas seguintes, e que os feriados contem com um acréscimo de 35%. Estes valores ficam aquém do que pediam os sindicatos, que queriam a reversão integral dos cortes.

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Redução do IRS também abrange o terceiro escalão

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

O Governo aceitou ir mais longe na política fiscal e ceder aos partidos de esquerda. Os contribuintes do terceiro escalão de IRS também deverão sentir um alívio, mas ainda não está fechado quando.

O Orçamento do Estado para 2018 deverá contemplar uma descida de impostos também para os contribuintes no terceiro escalão. O Executivo parece assim aceder às exigências do Bloco de Esquerda e do PCP para que a política de devolução de rendimentos fosse mais agressiva.

Segundo o Jornal de Negócios (acesso pago), o alívio fiscal que deverá estar inscrito no OE 2018 vai abranger não só o segundo escalão mas também o terceiro. Contudo, não é certo qual o desenho que a medida virá a ter. Se no OE se optará por uma descida faseada do imposto nos dois escalões ou se a decida no segundo escalão será integral em 2018 e a no terceiro chutada para 2019.

A decida de impostos no segundo escalão já era conhecida, tinha inclusivamente sido anunciada antes das eleições autárquicas, com o desdobramento deste escalão. Segundo um exercício da consultora Deloitte, se o Governo dividir o segundo escalão do IRS a meio e aplicar a taxa da era pré-Gaspar (24,5%), cada contribuinte sente um alívio de imposto de 236 euros. E parta manter a medida dentro dos custos anunciados pelo Executivo — 200 milhões de euros — o limite máximo das deduções à coleta tem de encolher 250 euros. Estas contas, que afetam cerca de 1,16 milhões de contribuintes com rendimentos coletáveis entre 7.000 e 20 mil euros (cerca de 800 e 1.700 euros brutos por mês), podem, no entanto, ter de ser revistas, se houver também um descida já do imposto cobrado ao terceiro escalão

Recorde-se que o primeiro-ministro tinha alertado que ir além desta meta no alívio do IRS implicaria subir outros impostos, para compensar a perda de receita, além de deixar uma margem menor para o descongelamento das carreiras da Função Pública. “Se formos mais longe na diminuição da receita de IRS, ou aumentamos outros impostos ou subimos menos despesa”, garantiu António Costa, referindo que “a prioridade é melhorar a justiça fiscal pelo desdobramento dos escalões de menor rendimento”. “Um orçamento é um puzzle e as peças têm de encaixar”, resumiu.

A descida do IRS é uma das medidas emblemáticas que está em negociação entre o Governo e os partidos que lhe dão apoio na Assembleia da República. Mário Centeno, ministro das Finanças, já prometeu que todos os contribuintes vão ter uma descida de imposto — quanto mais não seja pela eliminação completa da sobretaxa.

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EDP afunda mais de 2% e condiciona PSI-20

A energética viu a sua recomendação e preço alvo serem cortados pelo Credit Suisse e voltou às quedas. A praça de Lisboa segue sem tendência definida.

A praça de Lisboa segue esta manhã sem uma tendência definida, numa altura em que a EDP está a perder mais de 2%, depois de ter visto o seu preço alvo ser cortado. Entre as restantes cotadas, a tendência é de subida. Em Espanha, a recuperação registada na última sessão foi de pouca dura e os mercados voltam a ser penalizados pelos receios em torno da instabilidade na Catalunha.

O PSI-20 segue, por esta altura, a negociar abaixo da linha de água, a recuar 0,03%, para os 5.425,96 pontos, com quatro cotadas em queda, uma inalterada e 13 em alta. A penalizar a bolsa está a EDP, que recua 2,52%, para os 3,02 euros. Isto depois de o Credit Suisse ter cortado a recomendação e o preço alvo da energética, de 3,10 para 2,70 euros por ação. O analista do banco suíço espera que Portugal seja um dos países do sul da Europa que irá introduzir alterações regulamentais “significativas” no setor energético entre 2018 e 2020.

No resto do setor energético, assim como entre a generalidade das cotadas, as ações negoceiam no verde. O BCP está a avançar mais de 1%, para os 24,74 cêntimos por ação, e a Mota-Engil prolonga os ganhos das últimas sessões e sobe 0,18%, para os 3,28 euros por ação.

No resto da Europa, a tendência é de quedas ligeiras. O IBEX 35, que na quinta-feira registou uma subida superior a 2,5%, volta às perdas e cai 0,15%.

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Operários da Autoeuropa querem sábado pago como dia extra

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

Nova comissão garante que operários nunca se recusaram a trabalhar, mas exige que esse esforço seja recompensado devidamente, sugerindo que sábados valham como dias extraordinários.

Sem trabalhadores, a empresa nada pode fazer. É essa a opinião de Fernando Gonçalves, líder da nova comissão de trabalhadores da Autoeuropa. O representante insiste, por isso, que os sábados devem ser pagos como dias extraordinários, mesmo que a semana de trabalho só tenha cinco dias.

“Não posso conceber que um sábado não seja pago o dobro de um dia normal”, realça. A comissão eleita, esta terça-feira, sem maioria diz que os operários nunca se negaram a trabalhar, mas adianta que não o podem fazer de forma contínua “sem serem pagos devidamente”, reporta o Dinheiro Vivo. Gonçalves apela, assim, à sensibilidade e perspicácia da empresa.

“Há vida para lá da fábrica. A Autoeuropa não pode pensar que somos robôs”, enfatiza o líder da nova comissão. O representante dos trabalhadores acusa a empresa do grupo Volkswagen de não se ter planeado corretamente para o lançamento do novo modelo da marca, o T-Roc, e assinala que os trabalhadores não têm “culpa” dessa falha. “Isto é grave e não podem ser os trabalhadores a pagar os erros”, acrescenta.

Fernando Gonçalves diz esperar que a Autoeuropa tenha a “perspicácia para entender o sinal dado pelos trabalhadores depois do chumbo do pré-acordo do novo horário, da greve de 30 de agosto e do resultado das eleições desta semana”.

Eleita há menos de uma semana, a nova comissão garante que, antes da primeira reunião com a empresa, já estará pronta uma proposta conjunta resultado de todas as sugestões e ideias das outras listas de trabalhadores eleitas. “Temos o objetivo comum de defesa intransigente dos trabalhadores”, termina Fernando Gonçalves.

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easyJet vai trazer de volta passageiros portugueses da Monarch

  • Lusa
  • 6 Outubro 2017

O protocolo assinado entre a ANAC e a easyJet prevê a possibilidade de regresso a Portugal nesta companhia aérea, com base em 'tarifas de resgate'. A marcação das viagens é feita através da ANAC.

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) fez um acordo de colaboração com a easyJet para permitir que passageiros portugueses da falida Monarch Airlines que estejam no Reino Unido possam regressar a Portugal.

Todos os passageiros portugueses da Monarch que se encontram no Reino Unido a 2 de outubro e com viagem marcada de regresso a Portugal até 15 de outubro podem marcar a viagem de regresso na easyJet, através da ANAC. Simon Dawson/Bloomberg

Em comunicado, a ANAC refere que, “com o objetivo de garantir a proteção dos passageiros, celebrou um protocolo de colaboração com a companhia aérea easyJet, no sentido de facilitar o regresso de todos os passageiros afetados” pela crise da operadora aérea Monarch Airlines, “que se encontrassem no Reino Unido a 2 de outubro de 2017 e com viagem marcada de regresso a Portugal até 15 de outubro” deste ano.

O regulador salienta que “todos os outros passageiros com viagens marcadas e confirmadas, com partidas e chegadas posteriores a essas datas, deverão proceder ao pedido de reembolso e indemnização”.

"Todos os outros passageiros com viagens marcadas e confirmadas, com partidas e chegadas posteriores a essas datas, deverão proceder ao pedido de reembolso e indemnização”

Comunicado da ANAC

A ANAC acrescenta que, “para o efeito, o protocolo prevê a possibilidade de regresso a Portugal na companhia aérea easyJet, com base em ‘tarifas de resgate’, sendo a marcação das viagens efetuada através” do regulador da aviação.

“A atuação da ANAC, ao abrigo deste protocolo, reveste um caráter de excecionalidade face ao potencial de emergência que a situação da companhia aérea Monarch Airlines acarreta para os passageiros retidos no Reino Unido que não tenham possibilidade de regressar a Portugal”, prossegue, referindo que os passageiros abrangidos pelo protocolo devem contactar através do endereço eletrónico: [email protected].

“A ANAC continuará a acompanhar a situação em articulação com a Autoridade do Reino Unido e a Comissão Europeia, no sentido de trazer os passageiros que pretendam regressar a Portugal, pelo que informará sobre futuros desenvolvimentos na sua página ‘online’, se se justificar”, conclui.

Na segunda-feira, foi conhecido que a companhia britânica Monarch deixou de operar, deixando em terra cerca de 110.000 passageiros e anulando 300 mil reservas já feitas.

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Novo Banco consegue 1.600 milhões em depósitos depois da recompra de dívida

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

O banco de transição desembolsou mais de 1.900 milhões para recomprar parte da sua dívida. Mas 80% deste montante fica no banco, em depósitos a prazo.

Depois da operação de recompra de dívida, que ficou concluída esta semana, o Novo Banco deverá aumentar a sua base de depósitos em mais de 1.600 milhões de euros. A notícia é avançada, esta sexta-feira, pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que cita o presidente executivo do banco, António Ramalho.

“Assegurámos uma liquidez estável de, pelo menos, 1.600 milhões de euros, tendo em conta as intenções” de adesão à proposta de depósitos, diz António Ramalho ao Jornal de Negócios. Este valor, acrescenta o mesmo jornal, representa 80% do montante que o Novo Banco pagou para recomprar a sua dívida. Ou seja: a instituição pagou 1.988 milhões pela recompra de obrigações, mas, deste montante, 1.600 milhões vão permanecer no banco, em depósitos com prazos que variam entre os três e os cinco anos, o que permitirá “preservar” a liquidez do banco, salienta António Ramalho.

No memorando da oferta de recompra de dívida, o Novo Banco deu a hipótese, aos obrigacionistas que aceitassem vender a dívida que detinham, de constituírem depósitos a prazo, com condições mais apelativas do que as que são oferecidas no mercado. A taxa de juro oferecida nestes depósitos varia consoante a maturidade das aplicações que foram vendidas, chegando até aos 6,5%.

No caso dos clientes que detêm obrigações com maturidade em 2019, por exemplo, o Novo Banco propunha recomprar estas obrigações por 82% do valor nominal, ou seja, havia uma perda de 18% para os obrigacionistas. Esta perda poderá ser compensada com um depósito a três anos, que paga uma taxa de juro anual de 6,5%. Nas maturidades mais longas, o juro oferecido é menor.

A remuneração destes depósitos, calcula ainda o Negócios, deverá custar ao Novo Banco mais de 200 milhões de euros. Contudo, a operação de recompra de dívida permitiu à instituição constituir uma folga de cerca de 700 milhões de euros, resultante, sobretudo, da poupança com o pagamento de juros.

A operação de recompra de obrigações ficou concluída no início desta semana. Os credores aceitaram trocar 4,74 mil milhões de euros em obrigações, valor que ficou abaixo do objetivo que tinha sido traçado pelo Novo Banco mas que, ainda assim, vai permitir ao banco constituir uma almofada de capital de cerca de 500 milhões de euros, condição essencial para a concretização da venda ao fundo norte-americano Lone Star.

Também esta sexta-feira, o Jornal Económico (acesso pago) avança que a injeção de capital no Novo Banco será feita na totalidade ainda este ano. Estava previsto que o Lone Star injetasse 750 milhões de euros de imediato e os restantes 250 milhões até 2020, mas, segundo o jornal, decidiu injetar a totalidade dos mil milhões ainda este ano. Assim, o Fundo de Resolução consegue aumentar a almofada de capital e evitar o acionamento do mecanismo de capitalização contingente, caso os rácios de capital do banco baixem devido a perdas com ativos.

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FMI vai dar previsões de crescimento global “mais otimistas”

Na próxima terça-feira, o Fundo Monetário Internacional vai divulgar as suas previsões económicas. Christine Lagarde antecipa previsões mais optimistas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai apresentar, na próxima semana, previsões de crescimento global “mais otimistas” do que as de julho, anunciou na quinta-feira a diretora-geral da organização.

Em julho, o FMI antecipou uma expansão mundial de 3,5% em 2017 e de 3,6% em 2018.

“Na próxima semana vamos dar a conhecer a atualização das nossas previsões antes da assembleia anual, e provavelmente serão mais otimistas (que as de julho)”, disse Christine Lagarde, na quinta-feira, num discurso na Universidade de Harvard (Boston), antes do início da reunião do FMI, entre 10 e 15 de outubro, em Washington.

Mas a responsável também deixou um alerta. A economia mundial está a desfrutar o maior pico de crescimento da década, mas é preciso “não desperdiçar a boa recuperação”. Os países devem utilizar as condições económicas benignas para melhorar as perspetivas de longo prazo para que a retoma económica mantenha o apoio popular e não desapareça.

A recuperação há muito esperada está a ganhar raízes”, disse e avançou que as previsões do Fundo para o crescimento e o emprego “provavelmente serão mais otimistas”. Um otimismo que se justifica pelo facto de todos os países do G20 anteciparem um crescimento este ano, algo inédito desde 2010. A zona euro está a protagonizar uma retoma surpreendente, este ano, alimentada pelo consumo das famílias e o investimento das empresas, mesmo em países fortemente afetados pela crise como Portugal e Itália.

Mas em vez de se reclinarem e desfrutarem dos bons resultados “é tempo de reparar o telhado quando o sol brilha”, a avisa. “Sim estamos a assistir a uma boa aberta”, continua Lagarde com as metáforas, “mas o céu não está limpo”. Na opinião da diretora-geral do Fundo é importante que os países aproveitem este período para implementar reformas, nomeadamente ao nível das finanças públicas. De fora ficam a Alemanha e a Coreia do Sul que têm níveis de dívida muito baixos.

Outros dos apelos foi para a necessidade de “reduzir a burocracia, aumentar a despesa em investigação e desenvolvimento e investir em infraestrutura”.

Na próxima terça-feira, o FMI vai publicar o relatório sobre “Perspetivas Económicas Globais”, com as novas projeções macroeconómicas mundiais, mas também o relatório sobre a estabilidade financeira e perspetivas para as finanças públicas.

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5 coisas que vão marcar o dia

Marcelo ouve os parceiros sociais, já do outro lado do Altântico, os investidores aguardam pelos dados do desemprego. Também há decisões das agências de rating para muitas grandes economias.

Depois dos partidos, é a vez dos parceiros sociais. Marcelo Rebelo de Sousa começa a ouvir o que pretendem ver no Orçamento do Estado para o próximo ano, isto num dia que será marcado tanto pelos dados do desemprego nos EUA como pelas decisões das agência de rating sobre a notação financeira de grandes economias, muitas delas pertencentes ao euro.

Marcelo ouve os parceiros sociais sobre o OE

Depois de ter recebido os líderes dos principais partidos no Palácio de São Bento, Marcelo Rebelo de Sousa reúne-se com os parceiros sociais para ficar a conhecer o que estes pretendem ver na proposta de Orçamento do Estado para 2018. As audiências começam às 12h00 com a CIP, seguindo-se a CGTP, a CCP, a CAP e a CTP.

Grandes economias na mira das agências de rating

Espanha, França, Itália e EUA: todas estas economias vão ao escrutínio das agências de ratings. A DBRS pronuncia-se sobre o rating de Espanha numa altura em que o país está a braços com a ameaça de independência da Catalunha, já a Standard & Poor’s poderá rever a notação financeira do país liderado por Macron, a França. A Moody’s, por seu lado, vai avaliar Itália, um dos países mais endividados do euro, isto no mesmo dia em que pode rever a notação atribuída aos EUA, liderados por Donald Trump.

Desemprego. O barómetro para o que fará Yellen

É sexta-feira. E, nos EUA, é dia de se ficarem a conhecer os números do desemprego. O número de norte-americanos no desemprego deverá registar um aumento, mas o economistas consultados pela Bloomberg acreditam que será bem menor do que aquele a que se tem assistido nos últimos meses. A confirmar-se a expectativa, este indicador dará aos investidores maior clareza sobre a próxima subida da taxa de juro por parte de Janet Yellen, sendo que esta poderá ser uma das últimas decisões da presidente da Fed. Donald Trump já tem nomes para a substituir, devendo anunciar o próximo presidente da Fed nas próximas semanas.

Putin admite corte mais longo. Mas há petróleo a mais

Vladimir Putin revelou que a Rússia está disponível para prolongar os cortes na produção no âmbito do acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo. O objetivo é tentar reequilibrar o mercado, tentando puxar pelas cotações. Contudo, apesar dos cortes em vigor, a oferta continua abundante, pelo que o petróleo mantém-se perto dos 50 dólares. A “culpa” é dos EUA. A produção continua a aumentar, sendo que esta sexta-feira a Baker Hughes vai revelar a contagem semanal de poços em exploração. Qualquer aumento pode acentuar a tendência de queda.

E o Nobel da Paz vai para…

Nesta sexta-feira conhece-se o nome do laureado com o Nobel da Paz. Em 2016, o vencedor foi Juan Manuel Santos, por propor o acordo de paz entre as Farc e a Colômbia. Este ano, entre os nomes que estão apontados para receberem a distinção, há um que se destaca: Luiz Gabriel Tiago, um brasileiro também conhecido por “Senhor Gentileza”. Luiz tiago tem um projeto através do qual pretende trabalhar o sentimento de empatia.

 

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Portugal quadruplica pedidos de dados pessoais ao Facebook

As autoridades portuguesas fizeram ao Facebook e à Google quase três mil pedidos de acessos a dados pessoais em 2016. Polícia Judiciária explica ao ECO para que servem estes dados dos utilizadores.

De 2013 para 2016, as autoridades policiais portuguesas mais do que quadruplicaram os pedidos de acesso às informações pessoais dos utilizadores do Facebook. No caso da Google, os pedidos também são quase o triplo. Desde burlas informáticas até roubos e homicídios, “há casos em que foi determinante a utilização destes dados“, garante a Polícia Judiciária ao ECO. E cada vez mais os gigantes tecnológicos têm cedido a estas solicitações.

As investigações policiais têm recorrido cada vez mais ao Facebook e à Google. No caso do Facebook, registaram-se cerca de 4,7 vezes mais pedidos — um aumento de 367% entre 2013 e 2016. No mesmo período, a Google recebeu 2,5 vezes mais solicitações, um aumento de 147%. No total, o número de pedidos às duas plataformas tecnológicas ascendeu a 2,86 mil no ano passado, um valor bastante acima dos 869 registados em 2013.

A tendência dos últimos anos tem sido de subida e os números já disponíveis para 2017 apontam para, pelo menos, uma manutenção dos pedidos de acesso. Para este ano, só a Google já apresentou os números do primeiro semestre: no caso de Portugal, sobem de 610 (no primeiro semestre de 2016) para 611 pedidos na primeira metade do ano. A uma escala global, é um recorde: o gigante conta um total de 83.345 pedidos.

Número de pedidos de acesso a dados pessoais

Dados que, pela sua natureza, são essenciais à investigação de um sem número de casos“: esta é a forma como Carlos Cabreiro, o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime da Polícia Judiciária, descreve as informações cedidas pelo Facebook e pela Google. Podem ser úteis em casos de injúrias ou difamações feitas nas plataformas, de acessos ilegítimos a contas pessoais ou de burlas informáticas — “essencialmente crimes tecnológicos”, mas não só.

Roubos e homicídios nos quais se tenha verificado que os suspeitos trocaram dados através deste tipo de sites também entram na equação, garante o diretor de cibercrime da PJ. No que toca a situações de divulgação de pornografia de pedofilia “há casos em que foi determinante a utilização destes dados”, aponta, mas ressalva que são relevantes em todos os tipos de casos.

Há casos em que foi determinante a utilização destes dados.

Carlos Cabreiro

Diretor da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária

Carlos Cabreiro considera “natural” o aumento exponencial nas solicitações. “Cada vez mais essas plataformas são usadas, e quanto mais usadas são, mais potenciam o seu uso também para fins criminosos. Se está subjacente a necessidade de prova é natural que a polícia e o Ministério Público solicitem“, afirma.

Foram 1.562 as contas Google a que as autoridades portuguesas quiseram ter acesso no ano passado (correspondentes a 1.341 pedidos) e 1.663 no caso do Facebook (decorrentes de 1.519 pedidos). Em 2016, a Google concedeu os dados 64% das vezes e o Facebook cedeu a 51% dos pedidos, na integra ou em parte.

Percentagem de resposta das tecnológicas às autoridades

Analisamos todos os pedidos para nos certificarmos de que cumprem o espírito e a letra da lei e podemos recusar-nos a divulgar informações ou tentar restringir o pedido em alguns casos”, pode ler-se no relatório da Google. A gigante tecnológica dá mesmo o exemplo de um caso em que contestou em tribunal a intimação do Governo americano para a consulta de dois meses de pesquisa de utilizadores e o pedido foi recusado. Os governos precisam geralmente de “uma intimação, uma ordem judicial ou um mandado de busca, para forçar a Google a divulgar informações de utilizadores“, explica ainda.

Já o Facebook esclarece que “todos os pedidos que recebemos são verificados em termos de fundamento legal e rejeitamos ou solicitamos uma maior especificidade nos pedidos que sejam demasiado genéricos ou vagos“. Contudo, existem exceções: “o Facebook pode divulgar informações de forma voluntária às autoridades nos casos em que acreditamos de boa-fé que a situação envolve o risco iminente de lesões físicas graves ou morte”.

E o direito à privacidade?

O direito à proteção de dados, sendo um direito fundamental como outros, não é um direito absoluto“, esclarece fonte oficial da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) ao ECO. Pode ceder perante outros direitos “na medida do estritamente necessário”, como previsto no artigo 8.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Desta forma, é possível aceder a dados pessoais no âmbito de uma investigação policial. De facto, qualquer informação “que indicie a prática de um crime ou uma grande probabilidade de este poder vir a ser cometido” deve ser comunicada às autoridades pelas entidades que as detenham.

Há países em que as autoridades fazem pedidos massivos que nada têm a ver com a investigação de um caso concreto mas com métodos de vigilância em massa.

Comissão Nacional de Proteção de Dados

“Sabemos, no entanto, em particular desde as revelações Snowden, que há países em que as autoridades fazem pedidos massivos que nada têm a ver com a investigação de um caso concreto, em particular a empresas da Internet (e isto independentemente de esse Estado ter legislação que o preveja), mas com métodos de vigilância em massa”, acrescenta a CNPD. Até o Tribunal de Justiça da União Europeia já se pronunciou em relação a este assunto, defendendo que o acesso massivo a dados pessoais (de cidadãos europeus) viola os direitos fundamentais da UE, não respeitando os princípios da necessidade e da proporcionalidade, diz ainda a mesma fonte.

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Montenegro não se candidata à liderança do PSD

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

O tabu de Luís Montenegro foi curto. Depois de um período de reflexão, o ex-líder parlamentar do PSD decidiu afastar-se de uma corrida à liderança.

Está desfeito o mistério. “Após a reflexão que fiz entendo que, por razões pessoais e políticas, não estão reunidas as condições para, neste momento, exercer esse direito”, diz Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD, num comunicado enviado esta noite aos órgãos de comunicação social.

Nas últimas 48 horas, Montenegro tinha revelado que estava em período de reflexão, o que condicionou o aparecimento de outros candidatos. Com o anúncio mais ou menos público de Rui Rio, perfilaram-se outros candidatos, como Paulo Rangel, que estavam à espera desta decisão.

Montenegro não apoiará qualquer candidato, protegendo-se para outro momento. “Manterei total equidistância face às candidaturas que vão surgir“, afirma, mas garante que irá dar contributos e “partilhar reflexões que os candidatos aproveitarão, se assim o entenderem”.

O ex-líder parlamentar afasta assim a sua entrada na corrida, mas deixa um aviso: “Num momento em que o país é dirigido por uma maioria de esquerda que não tem uma visão estratégica para o nosso futuro coletivo e que não tem limites à sua ânsia de poder, é determinante que o PSD não fulanize o debate interno e que seja capaz de discutir as ideias e os projetos que deveremos apresentar aos portugueses”.

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Governo espanhol facilita mudanças de sede da Catalunha

  • ECO
  • 5 Outubro 2017

Primeiro foi o Sabadell, o Caixabank também está a avaliar a mudança da sede de Barcelona para Palma de Maiorca. E pediu ao governo para mudar a lei e permitir uma transferência de sede mais rápida.

Quando o maior banco da Catalunha, o CaixaBank, admite publicamente que está a avaliar uma mudança da sua sede, que é hoje em Barcelona, percebe-se a gravidade do que está em causa, e a aceleração do calendário. E por isso, o governo espanhol está a ultimar um decreto-lei com caráter de urgência, que permita às administrações das empresas com sede em Barcelona uma decisão de mudança de sede sem a obrigação de consulta dos acionistas.

Como adianta o El Confidencial, já tinha existido uma alteração à lei que permitia uma decisão mais expedita das administrações das empresas na mudança de sede. À data, em 2015, as mudança legais foram entendidas como à medida do caso catalão. Ainda assim, a lei continuou a determinar que essa mudança poderia ser feita apenas pelo conselho de administração da empresa, “salvo se os estatutos da empresa dispusessem o contrário”. É o que sucede hoje com o CaixaBank, e por isso, revelou o El Confidencial, o conselho de administração do grupo financeiro terá pedido ao governo para mudar a lei como medida de urgência. É que o governo catalão – o Generalitat – deixou saber que vai declarar unilateralmente a independência da Catalunha na próxima segunda-feira.

Esta quinta-feira, fontes do CaixaBank citadas pela agência de notícias Efe revelaram que o banco catalão adotará as “decisões necessárias no momento oportuno, sempre com o objetivo de fazer prevalecer os interesses dos clientes, acionistas e empregados”.

Esta foi a posição tomada pelo CaixaBank, que em Portugal controla o BPI, após ter sido tornado público que o Banco Sabadell vai realizar uma reunião extraordinária do seu conselho de administração para decidir se muda a sua sede social para Madrid ou Alicante, perante a possibilidade de o governo catalão declarar unilateralmente a independência da Catalunha.

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Moscovici rejeita Catalunha independente na UE

  • Lusa
  • 5 Outubro 2017

Comissário europeu Moscovici refere-se à independência da Catalunha como uma uma ficção política. Mas, a existir, a Catalunha não será um Estado membro da União Europeia.

O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, afirmou esta quinta-feira que a Catalunha “nunca será membro da União Europeia” caso promova a secessão de Espanha e se torne num Estado independente.

Ao ser questionado sobre o eventual reconhecimento por Bruxelas de uma Catalunha independente, o antigo ministro francês considerou que “as coisas estão claras aí”, e precisou: “Imaginemos que vai haver uma independência e, nessa situação, uma Catalunha independente não seria membro da União Europeia”. “A União Europeia apenas reconhece um Estado-membro que é a Espanha. Mas estamos no domínio da ficção porque, na realidade, não existe a independência catalã”, acrescentou nas declarações à emissão “Questions d d’info” LCP-franceinfo-Le Monde-AFP.
“Não entremos na política ficção”, insistiu Moscovici, ao responder à eventualidade de Barcelona se envolver num processo de adesão à UE.

O antigo ministro socialista definiu como “questão dolorosa” o braço de ferro entre Madrid e Barcelona, devendo ser “resolvido pelos espanhóis”. “Não é em Bruxelas, nem em Paris, nem noutro local que a situação deve ser solucionada”, sublinhou, para apelar ao diálogo e à distensão após as “imagens” de violência do fim de semana, “que chocam legitimamente”.

O impasse permanece total entre o Governo espanhol do conservador Mariano Rajoy e as autoridades catalãs independentistas, devido ao referendo independentista de domingo.

Nesta consulta, declarada ilegal e suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol, participaram 2,2 milhões de pessoas, num censo de 5,3 milhões (42%), com 90% dos votos a favor da independência, segundo referiu o Governo regional da Catalunha.

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