Bolsas europeias recuperam do choque catalão. Lisboa acompanha

O setor energético levou o PSI-20 de volta aos ganhos, num dia em que o petróleo está a valorizar mais de 2%. O nervosismo dos investidores para com a Catalunha também acalmou.

As principais praças europeias encerraram a sessão desta quinta-feira a recuperar das perdas dos últimos dias, que têm sido motivadas pela ameaça de declaração unilateral de independência da Catalunha. Lisboa acompanhou os ganhos das pares europeias e voltou ao verde, depois de, na quarta-feira, ter caído mais de 1%.

O PSI-20 fechou a subir 0,78%, para os 5.427,77 pontos, o que representa máximos de quase dois anos. Quase todas as cotadas fecharam em alta, à exceção dos CTT, a Jerónimo Martins e a Pharol, que perdeu 2,83%, para os 37,8 cêntimos por ação. Isto depois de o presidente executivo da brasileira Oi, de que a Pharol é a principal acionista, ter mostrado preocupação relativamente à aprovação do plano de recuperação judicial da operadora.

A puxar pela bolsa esteve o setor energético, numa altura em que o petróleo já regista valorizações superiores a 2%. O barril de Brent, que serve de referência para o mercado nacional, sobe mais de 2,3% e negoceia acima dos 57 dólares. A Galp Energia encerrou assim a avançar 1,54%, para os 15,19 euros por ação.

Ainda na energia, a EDP encerrou o ciclo de quedas que mantinha há sete sessões e subiu 0,55%, para os 3,10 euros por ação. Já a EDP Renováveis valorizou 1,16%, para os 7,15 euros por ação.

Também o BCP contribuiu para os ganhos da bolsa, ao somar 2% para os 24,4 cêntimos por ação. A Mota-Engil, por seu lado, voltou ao verde e valorizou 2,47%, para os 3,27 euros por ação, o valor mais elevado desde abril de 2015.

No resto da Europa, o dia também foi positivo. Destaque para o Ibex 35, em Espanha, que recuperou das quedas dos últimos dias e subiu mais de 2,4%. Esta quinta-feira, o Tribunal Constitucional espanhol decidiu suspender a sessão plenária que o Parlamento catalão marcou para segunda-feira, na qual seria feita a declaração unilateral de independência.

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Prova dos 9: as pensões vão crescer mais em 2018?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 5 Outubro 2017

Não há mudanças na lei mas as pensões até 842 euros vão crescer acima da inflação em 2018, à boleia de uma economia mais robusta, afirmou António Costa. E todas as pensões serão atualizadas. É assim?

A atualização anual das pensões depende da evolução do PIB e da inflação. A fórmula está prevista numa lei que, depois de vários anos de suspensão, foi retomada recentemente e tem ditado aumentos contidos e reservados a pensões mais baixas.

Mas em 2018, o cenário pode ser outro. O Governo já está a antecipar uma evolução suficientemente robusta do PIB no terceiro trimestre para que as pensões até 842 euros — a maioria — possam ter aumentos acima da inflação. As pensões mais altas também sobem, e a um ritmo superior do que resultaria se o crescimento do PIB fosse mais contido.

Numa altura em que não são conhecidos os dados finais do PIB e da inflação que contam para o cálculo do aumento das pensões, o assunto ganhou destaque no debate quinzenal desta quarta-feira, quando o Primeiro-Ministro abordou o assunto. O aumento só não é extraordinário porque resulta da lei, afirmou Costa, numa altura em que os partidos que apoiam o Governo pedem aumentos mais visíveis nas pensões.

A afirmação

No que diz respeito às pensões podemos neste momento já, aliás, dizer algo importante. É que como este ano vamos crescer significativamente acima dos 2% no crescimento da economia, isto significa que, pela aplicação da forma da lei, as pensões este ano não vão só ser atualizadas até aos dois IAS [Indexantes dos Apoios Sociais], todas vão ser atualizadas, e as de mais baixo valor vão ter mesmo um aumento que só não é extraordinário porque resulta da aplicação da forma da lei”, afirmou António Costa no Parlamento.

O Primeiro-Ministro notou que este é um “dado novo”: a evolução mais positiva da economia vai permitir que as pensões até cerca de 840 euros (dois IAS) tenham uma subida superior à inflação.

Os factos

A fórmula de atualização das pensões está prevista em lei e depende da economia e da inflação, tendo em conta:

  • O crescimento real do produto interno bruto (PIB), correspondente à média da taxa do crescimento médio anual dos últimos dois anos, terminados no 3.º trimestre do ano anterior àquele a que se reporta a atualização ou no trimestre imediatamente anterior, se aquele não estiver disponível à data de 10 de Dezembro;
  • A variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços no Consumidor (IPC), sem habitação, disponível em dezembro do ano anterior ao que reporta a atualização, ou em 30 de novembro, se aquele não estiver disponível à data da assinatura do diploma de atualização.

A lei concretiza depois como devem aumentar as pensões em três cenários: se a média do crescimento real do PIB for inferior a 2%, se ficar entre 2% e 3% ou se igualar ou superar 3%. Além disso, o aumento também difere consoante o escalão da pensão, existindo três: pensões até 842,64 euros (dois IAS, já depois de o Governo ter decidido alargar a abrangência do primeiro escalão); pensões mais elevadas mas limitadas a 2.527,92 euros (entre dois e seis IAS) e, por fim, reformas de valor superior.

Se a média do crescimento do PIB ficar aquém de 2%, só as pensões mais baixas são atualizadas ao nível da inflação nos moldes já explicados — os outros dois escalões têm aumentos mais contidos ou, num cenário de inflação baixa, nem sequer aumentam. Foi isso que aconteceu este ano, quando as pensões até 842,6 euros cresceram 0,5% e as restantes ficaram congeladas. Em agosto, houve um aumento extra, mas desligado desta lei.

Já se o avanço da economia for mais visível, as pensões mais baixas sobem acima da inflação e são as pensões do segundo escalão (entre dois e seis IAS) que aumentam ao nível da variação média do IPC dos últimos 12 meses, sem habitação. As restantes também podem crescer, mas menos.

Prova dos 9

Para saber ao certo quanto vão aumentar as pensões em 2018 é preciso, desde logo, conhecer o valor do PIB do terceiro trimestre. Será necessária uma subida de 2,44% nesse período para que o crescimento médio se situe nos 2%, empurrando assim os aumentos das pensões. Este é, pelo menos, o cenário com que o Governo está a trabalhar, sabe o ECO. Em setembro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu o crescimento dos agregados macroeconómicos e foi esta revisão que fez com que este cenário se tornasse mais plausível.

Caso se concretize, é certo que as pensões até 842,64 euros crescem acima da inflação. De acordo com a lei, a atualização neste caso “corresponde ao IPC acrescido de 20% da taxa de crescimento real do PIB, com o limite mínimo de 0,5 pontos percentuais acima do valor do IPC”. Os dados da inflação que permitem fazer este cálculo ainda não são conhecidos, mas a informação mais recente aponta para 1,12%. Se assumirmos que o valor final ficará, como hipótese, em 1,2%, então o aumento da maioria das pensões será de 1,7% neste cenário.

E as restantes pensões? Tudo indica que as restantes pensões também sejam atualizadas, algo que não acontecia desde 2009. António Costa destacou estes aumentos nas suas palavras mas, na verdade, é de esperar que estas reformas avancem mesmo que a média do crescimento do PIB não atinja os 2%, ainda que, nesse caso, a atualização seja mais contida. A que se deve então a subida? À inflação, que deverá ser suficientemente elevada para garantir atualizações a todos os pensionistas em qualquer cenário de crescimento do PIB.

Vejamos: se a média do crescimento do PIB atingir 2%, as pensões entre dois e seis IAS crescem ao nível da inflação e as mais altas são atualizadas ao nível do IPC deduzido de 0,25 pontos percentuais. Já se o crescimento do PIB for mais contido, então as pensões entre dois e seis IAS crescem ao nível do IPC deduzido de 0,5 pontos, sendo a dedução de 0,75 pontos no caso de pensões mais altas.

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CaixaBank decide se sai da Catalunha “no momento oportuno”

  • Lusa
  • 5 Outubro 2017

No "caso de serem necessárias", as decisões "serão tomadas", garante o CaixaBank, referindo-se à possibilidade de mudar a sede, atualmente na Catalunha.

O CaixaBank adotará as “decisões necessárias no momento oportuno, sempre com o objetivo de fazer prevalecer os interesses dos clientes, acionistas e empregados”, afirmaram à agência Efe fontes oficiais do banco catalão, referindo-se ao clima de tensão na Catalunha.

Esta foi a posição tomada pelo CaixaBank, que em Portugal controla o BPI, após ter sido tornado público que o Banco Sabadell vai realizar uma reunião extraordinária do seu conselho de administração para decidir se muda a sua sede social para Madrid ou Alicante, perante a possibilidade de o governo catalão declarar unilateralmente a independência da Catalunha.

Esta semana, o CaixaBank enviou um comunicado aos seus empregados em que explicava que “é importante comunicar proativamente” aos seus clientes o seu compromisso em defesa dos seus interesses, que “guiará as decisões futuras que, em caso de serem necessárias, serão tomadas”.

O CaixaBank, presidido por Jordi Gual, é um dos principais bancos de Espanha, com uma rede de mais de 5.400 balcões, dos quais 1.390 estão na Catalunha, possuindo 15,8 milhões de clientes, dos quais cerca de dois milhões são do BPI e tem um total de 37.336 trabalhadores.

O grupo catalão teve um lucro de 839 milhões de euros no primeiro semestre de 2017, mais 31,6% que em igual período do ano passado e geriu nesse período cerca de 350.000 milhões de euros de recursos dos clientes. Além disso, tem empréstimos avaliados em mais de 228.000 milhões de euros.

O CaixaBank, com mais de cem anos de história, tem sede em Barcelona e é um dos três grandes grupos bancários espanhóis, juntamente com o Santander e o BBVA. O grupo financeiro cresceu muito nos últimos anos, especialmente durante a crise económica, graças a diversas aquisições, como a Caixa Girona, Bankpyme, Banca Cívica, Banco de Valencia, o negócio do Barclays em Espanha e, mais recentemente, o BPI.

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Wall Street renova máximos com dados económicos positivos

As autoridades norte-americanas revelaram que o défice comercial recuou, assim como os pedidos de subsídio de desemprego. Os investidores aguardam também um novo nome para a Fed.

As bolsas norte-americanas voltaram a abrir em alta esta quinta-feira, prolongando os ganhos da última sessão, depois de terem sido divulgados novos dados positivos sobre a economia dos Estados Unidos.

O índice de referência S&P está a subir 0,19%, para os 2.542,44, impulsionado pelo setor do retalho e pelas energéticas. Isto num dia em que o petróleo está a recuperar das quedas registadas na quarta-feira e valoriza agora em torno de 1%. O West Texas Intermeditate (WTI), negociado em Nova Iorque, avança 0,9% e volta a negociar acima dos 50 dólares por barril.

Já o industrial Dow Jones soma 0,14%, para os 22.692,81 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq avança 0,27%, para os 6.552,67 pontos. Os principais índices norte-americanos voltam assim a renovar máximos e os analistas antecipam que voltem a fechar esta sessão em recordes de sempre.

A impulsionar as bolsas estão os mais recentes dados económicos. Esta quinta-feira, as autoridades revelaram que o défice comercial recuou perto de 3%, além de os novos pedidos de subsídio de desemprego terem caído em 12 mil, para 260 mil.

As subidas das bolsas são, ainda assim, modestas, numa altura em que os investidores aguardam pela decisão de Donald Trump sobre quem irá liderar a Reserva Federal norte-americana no próximo mandato.

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Tribunal Constitucional suspende plenário catalão para travar declaração de independência

O Parlamento catalão tem marcada uma sessão plenária para segunda-feira, para qual está planeada a declaração unilateral da independência da Catalunha.

O Tribunal Constitucional espanhol decidiu, por unanimidade, suspender a sessão plenária do Parlamento catalão, que estava marcada para segunda-feira e para a qual estava planeada a declaração unilateral de independência da Catalunha, noticia a imprensa espanhola. A decisão foi tomada depois de o Partido Socialista da Catalunha ter apresentado um recurso ao Constitucional.

O El Mundo relata que o tribunal aceitou este pedido de suspensão por considerar que se trata de uma situação de “urgência excecional”, já que, a realizar-se, a sessão plenária poderá ter “um prejuízo de impossível ou muito difícil reparação”. O Constitucional considera ainda que esta é uma questão que pode “afetar a aplicação e eficácia geral da Constituição, ao mesmo tempo que se trata de uma questão jurídica de repercussão social relevante e geral, com consequências políticas gerais”.

Sendo assim, o Tribunal Constitucional considerará “radicalmente nulo e sem valor ou efeito qualquer ato, resolução, acordo ou via de facto que viole” a sua decisão.

Recorde-se que as autoridades da Comunidade Autónoma da Catalunha organizaram, no dia 1 de outubro, um referendo de autodeterminação da região. O referendo foi considerado ilegal pelo Estado espanhol, mas o referendo realizou-se na mesma e mais de 90% dos eleitores que votaram disseram “sim” à independência.

Perante estes resultados, Carles Puigdemont, líder da região catalã, decidiu que a Catalunha poderá declarar unilateralmente a sua independência.

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Um submarino de luxo? A Aston Martin já tem. Mas custa quatro milhões de dólares

Uma das marcas mais caras do mundo vai apostar no universo aquático, pela segunda vez, mas agora o projeto é um submarino de luxo. Por 4 milhões de dólares, pode ter o seu Aston Martin debaixo de água

A famosa fabricante de automóveis de luxo decidiu ir mais adiante e explorar novas águas, literalmente. A Aston Martin prepara-se para lançar uma edição limitada de um submarino de luxo, avaliado em quatro milhões de dólares (3,4 milhões de euros). E ainda tem ar condicionado.

Chama-se Project Neptune e o nome é inspirado no deus do Mar da mitologia romana, Neptuno. Pela primeira vez, os amantes de uma das marcas mais caras do mundo vão poder pôr o seu Aston Martin dentro de água, o tempo que quiserem.

Project Neptune, Aston Martin

Foi apresentado no Monaco Yacht Show, o maior evento de iates do mundo, e é o primeiro projeto submersível da marca britânica. O submarino tem condições de luxo, capacidade para três pessoas e uma “bolha” em acrílico que permite uma melhor visão das profundezas aquáticas. É capaz de atingir uma profundidade de 500 metros e uma velocidade semelhante a uma caminhada em ritmo acelerado – 5,6 km/hora. Possui ainda ar condicionado.

Marek Reichman, diretor criativo da empresa, disse à Bloomberg que o Project Neptune vai ter o custo de quatro milhões de dólares (3,4 milhões de euros) e espera-se que, dentro de um ano, já esteja disponível no mercado. Para ter uma ideia, o novo DB11, lançado este ano pela marca, custará cerca de 200 mil dólares (170 mil euros).

No entanto, por se tratar de uma “marca muito exclusiva”, Reichman garante que não serão comercializados mais de 12 submarinos por ano. “Em 100 anos, apenas comercializámos 80 mil carros”, justifica.

O Project Neptune resulta de uma colaboração entre a Aston Martin Consulting, o departamento de consultoria de design da empresa, e a marca de submarinos Triton, com sede na Flórida e presente no mercado de submersíveis de luxo há mais de uma década. O modelo baseia-se na plataforma Triton Low Profile (LP), especificamente concebido para superyachts — iates de grandes dimensões.

"O Project Neptune é um projeto emblemático para a Aston Martin Consulting. É uma demonstração clara e envolvente de como a experiência da Aston Martin em design e confeção de carros desportivos pode ser ampliada para novos aspetos do mundo de luxo.”

Bradley Yorke-Biggs

Diretor-geral da Aston Martin Consulting

Não é a primeira vez que a marca de automóveis aposta no mar, o ano passado lançou a AM37, uma lancha com mais de dez metros, 527 cv de potência e velocidade máxima de 45 nós (45 km/h).

Lancha da Aston Martin – AM37

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As três mensagens de Marcelo no 5 de Outubro

  • ECO
  • 5 Outubro 2017

O Presidente da República alertou para a euforia com momentos que são efémeros e apelou às várias cores partidárias para que tenham "grandeza de alma" e cheguem a consensos políticos.

Marcelo Rebelo de Sousa falou, esta quinta-feira, no habitual discurso de comemoração do 5 de Outubro, Dia da Implantação da República Portuguesa, e deixou vários recados a todos os partidos. O Presidente da República alertou para a euforia com momentos que são efémeros e apelou às várias cores partidárias para que tenham “grandeza de alma” e cheguem a consensos políticos. E deixou recados à oposição e ao Governo: não fica bem não reconhecer sucessos do Governo, mas é igualmente mau não reconhecer fracassos.

Nem sucessos eternos, nem reveses definitivos

A primeira mensagem foi para os “protagonistas” da democracia, a quem deixou elogios, ao mesmo tempo que lembrou a efemeridade dos bons momentos, mas também dos maus.

"[A República Portuguesa é uma] democracia política com protagonistas capazes de apontar a médio e longo prazo, ultrapassando o mero apelo dos sucessivos atos eleitorais, sendo certo que não há sucessos eternos nem reveses definitivos. Uma democracia, sobretudo, com a garantia dos direitos de todos, sem discriminações de qualquer espécie.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Aqui, o Presidente apelou ainda a um “compromisso com o futuro”, para que “não esmoreçamos no percurso já feito e pugnemos por maior independência financeira, por maior criação de riqueza e de emprego, por mais justa distribuição do rendimento, por mais eficaz e por isso determinado mas realista combate à pobreza, às discriminações e intolerâncias”.

O apelo a convergências políticas

Segurança, celeridade da justiça, estabilidade financeira e económica e equilíbrio orçamental dos serviços públicos. Estas são as prioridades de Marcelo e, para que sejam conseguidas, o Presidente pede “convergências no verdadeiramente essencial”, mas também “salutares divergências” no que não é essencial.

"Que tudo façamos para que os portugueses e as portuguesas saibam que as suas vidas e bens estarão mais seguros, que a sua inocência ou culpabilidade não serão um novelo interminável, que a crise financeira e económica não regressa mais, que a educação, como a saúde e a Segurança Social, não cavam fossos inaceitáveis, que os cidadãos dispõem de vários caminhos de escolha, sabendo que a existência de alternativa quanto à governação é sempre preferível às ambiguidades diluidoras que só reforçam os radicalismos anti-sistémicos. Mas que os seus responsáveis políticos e sociais tenham a grandeza de alma para fazer convergências no verdadeiramente essencial, mantendo as frontais e salutares divergências naquilo que o não é.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Um exercício de humildade cívica

No fim, mais um apelo, desta vez a um “exercício de humildade cívica”. Marcelo pede que a oposição reconheça os sucessos do Governo e a este que reconheça os próprios fracassos. Sem “complexos ou arrogâncias”, sem “temores ou inibições”.

"Se, ano após ano, e também este ano, mostrarmos a coragem necessária para sublinharmos o que correu bem ou muito bem, mesmo que isso aparentemente favoreça outros que não nós, e para reconhecermos o que correu mal ou mesmo muito mal, ainda que isso nos apareça como intolerável fragilidade própria, o 5 de Outubro continuará a valer a pena, a República democrática será mais do que uma conquista história, umas centenas de artigos da constituição ou uma proclamação para sessões solenes. Eu acredito que somos capazes deste exercício de humildade cívica, de afirmar êxitos sem complexos ou arrogâncias, de confessar fracassos sem temores ou inibições e de assumir que, no futuro, teremos de ser igualmente perseverantes no que fizemos de certo e radicalmente melhores no que fizemos de errado ou de insuficiente ou, pura e simplesmente, não fizemos.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

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BCE estuda formas de começar a retirar estímulos

  • Lusa
  • 5 Outubro 2017

O conselho de governadores debaterá na próxima reunião, em finais de outubro, a redução das compras de dívida pública e privada na zona euro a partir do próximo ano.

O Banco Central Europeu (BCE) debateu, na última reunião sobre política monetária, diversas formas de começar a reduzir os estímulos monetários à economia no próximo ano, anunciou o banco central esta quinta-feira.

Segundo as atas da última reunião de política monetária, publicadas esta tarde, o BCE assegura que o conselho de governadores debateu “algumas soluções gerais inerentes a vários cenários para a redução futura” do programa de compra de dívida, concretamente sobre “a escolha entre o ritmo e a duração planeados”.

“Os benefícios de planear comprar (dívida) durante mais tempo combinado com a maior redução no ritmo comparam-se com os de um período de compras mais curto e maiores volumes mensais”. Nas duas situações, adiantam as atas da reunião, o conselho de governadores considerou que havia que ter em conta os riscos para a estabilidade dos preços se se ampliar o programa de compra de dívida.

Mas, em qualquer cenário, a política monetária continuará muito expansionista porque o BCE reinveste a principal quantidade dos títulos de dívida que vence, oferecendo muita liquidez aos bancos nas operações de refinanciamento. As taxas de juro, antecipa a instituição liderada por Mario Draghi, continuarão no nível atual, em mínimos históricos, durante bastante tempo.

Atualmente, o BCE empresta aos bancos a 0% e cobra 0,4% pelo excesso de reservas. Desde finais de 2014, o Eurosistema, que inclui o BCE e os bancos centrais nacionais, acumulou uma grande quantidade de dívida do setor público e privado, que manterá no seu balanço, reinvestindo o pagamento principal, todo o tempo que seja necessário, segundo as atas.

O conselho de governadores debaterá na próxima reunião, em finais de outubro, a redução das compras de dívida pública e privada na zona euro a partir do próximo ano.

Em julho, o BCE considerou “por amplo acordo” que é necessário que a política monetária apoie o regresso da inflação a taxas próximas, mas um pouco abaixo de 2% a médio prazo. Um membro do conselho de governadores considerou que estão reunidas as condições para ajustar a intensidade da expansão monetária e que estas proporcionariam a oportunidade para reduzir as compras de dívida.

Mas, em geral, o conselho de governadores considera que qualquer avaliação nova da sua política monetária “deveria proceder de forma muito gradual e cautelosa, ao mesmo tempo que se mantém flexibilidade suficiente” porque há incerteza em relação à inflação e às condições financeiras.

Precisamente a apreciação do euro é um fator que contribuiu para o agravamento das condições financeiras e a que o BCE vai dar especialmente atenção porque também põe em perigo o regresso da inflação.

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5 de Outubro. Esquerda deixa recados para o OE, CDS insiste em Pedrógão e Tancos

PCP pede "opções políticas de fundo que resolvam os problemas do país" e Bloco exige que as melhorias económicas tenham reflexo na vida das pessoas. CDS destaca "as áreas que não têm corrido bem".

Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso comemorativo do feriado de 5 de Outubro a apelar à união nacional e aos consensos políticos, lembrando que “não há sucessos eternos nem reveses definitivos“. Na reação ao discurso do Presidente da República, PCP e Bloco de Esquerda deixaram recados para o Orçamento do Estado e pediram novas opções políticas, sobretudo no que toca ao reforço dos direitos laborais e à devolução de rendimentos da população, enquanto o CDS-PP aproveitou os comentários de Marcelo sobre a justiça e a segurança interna para voltar a lembrar as polémicas de Pedrógão Grande e Tancos. Pelo meio, a cerimónia do Dia da Implantação da República Portuguesa era marcada pela manifestação de professores, que protestaram contra os concursos de colocação.

"A opção política [pela defesa dos direitos dos trabalhadores] tem sido adiada.”

João Oliveira

Líder parlamentar do PCP

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, registou a “diferente apreciação” que o Presidente da República e salientou a necessidade de se tomarem novas opções políticas, deixando o recado para as negociações do Orçamento do Estado para 2018, que estão a decorrer. “Queremos opções políticas de fundo que resolvam os problemas do país”, afirmou João Oliveira, destacando a defesa dos direitos laborais. “Essa opção política tem sido adiada”, criticou.

Foi também esse o sentido da reação de Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, que insistiu que as melhorias económicas têm de ter reflexo na vida das pessoas, por exemplo, através da alteração dos escalões de IRS para beneficiar quem ainda não viu os seus rendimentos serem aumentados ou do descongelamento de carreiras da função pública.

Assunção Cristas, por seu lado, voltou a salientar que o momento positivo da economia portuguesa se deve às reformas que foram feitas, mas, sobretudo, insistiu nas polémicas de Pedrógão Grande e de Tancos. “O Presidente da República referenciou a justiça, a segurança e as forças armadas, que temos sinalizado como áreas que não têm corrido bem. Não posso deixar de destacar a tragédia de Pedrógão ou o grande embaraço de Tancos, já para não falar da opacidade do Orçamento do Estado”, disse a líder do CDS-PP, referindo-se às cativações feitas este ano.

Professores querem “colocação administrativa”

À margem das cerimónias, dezenas de professores exigiam “justiça” e “colocação administrativa”. O protesto não passou despercebido nem a Marcelo, nem aos representantes dos partidos, que reconheceram as “justas” reivindicações. “Há mais de 10 anos que estes problemas se verificam. Nas audições do ministro da Educação, foram-se suscitando medidas que podiam resolver o problema, medidas essas que não foram adotadas, mas esta situação tem de ser resolvida”, criticou João Oliveira. “Era possível terem sido desencadeados procedimentos para não colocar professores a centenas de quilómetros das escolas e entendemos que ainda podem ser tomadas essas medidas“, acrescentou.

"Há a possibilidade de, para o ano, haver um novo concurso para as pessoas poderem recolocar-se. Mas as regras foram cumpridas, as pessoas concorreram, ninguém foi colocado numa escola para onde não concorreu, não podemos mudar as regras do jogo.”

António Costa

Primeiro-ministro

Já Pedro Filipe Soares disse que o Bloco de Esquerda quer um “concurso extraordinário para a vinculação de professores em 2018” e Assunção Cristas aproveitou o protesto dos professores para lembrar outros, como os dos enfermeiros. “Há um discurso do Governo que não cola, que diz que está tudo bem mas depois não tem margem para acomodar reivindicações legítimas. Tem de haver capacidade de diálogo e consenso em várias áreas“, disse a líder do CDS-PP.

António Costa, por seu lado, reiterou que os concursos de colocação de professores cumpriram as regras e abriu a porta a soluções para o próximo ano. “Há a possibilidade de, para o ano, haver um novo concurso para as pessoas poderem recolocar-se. Mas as regras foram cumpridas, as pessoas concorreram, ninguém foi colocado numa escola para onde não concorreu, não podemos mudar as regras do jogo”, sublinhou.

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22 razões pelas quais o mundo quer vir para Portugal

Jornal britânico Telegraph diz que todos parecem estar a ir para Portugal. E sublinha 22 razões para que isso aconteça.

Vinho. Praias. Sol. Lisboa. Porto. Se ainda anda à procura das razões pelas quais os turistas — e os estrangeiros — estão a ocupar algumas das maiores cidades portuguesas, saiba que o jornal Telegraph tratou de as elencar. A lista de 22 razões é um dos destaques desta quinta-feira do jornal britânico.

As ondas perfeitas para o surf são uma das 22 razões.
  1. O charme de Lisboa
  2. Porto bonito
  3. O vinho, claro
  4. A ligação ao Harry Potter… e esta livraria espetacular
  5. Pastéis de nata frescos
  6. O tempo
  7. A Madeira
  8. A libra vai mais longe
  9. A ponte Vasco da Gama
  10. O estádio “incrível” de Braga
  11. Pode martelar a cabeça das pessoas
  12. As praias
  13. As ondas
  14. É a alternativa europeia “ao Havai”, ou seja, os Açores
  15. Cidades secretas: Sintra, Guimarães e Tavira
  16. Hotéis opulentos
  17. A vida noturna
  18. Casas de fado
  19. É casa do rio mais subestimado da Europa
  20. A Capela dos ossos
  21. Tem as melhores piscinas
  22. É ‘casa’ de Serralves

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Portugal é estrela “hot” da Europa, elogia Wall Street Journal

Portugal voltou a ser atraente para investidores e as startups tech nascem como cogumelos no país, escreve o jornal norte-americano.

“Há apenas quatro anos, Portugal estava esmagado por credores internacionais”, escreve esta quarta-feira o The Wall Street Journal. Numa reportagem intitulada “Portugal finds its stride after a bad stretch“, o jornal norte-americano elogia o caminho feito pela economia e pelo país, sublinhando o percurso inverso atual face à situação de desemprego e de défice registada há quatro anos.

De acordo com a reportagem, o país é uma das “estrelas quentes” da Europa, com estrangeiros a quererem mudar-se para Portugal e com startups tech a nascerem e crescerem como “cogumelos”. Todo esse cenário, justifica o artigo, contribuiu para a revisão do rating anunciada no final de setembro pela Standard & Poor’s, que retirou o rating da República da categoria “de lixo”.

“Lisboa está a acontecer”, elogia o estónio Martin Henk, empreendedor que abriu um escritório da sua startup na cidade, citado pelo jornal. O WSJ compara ainda a recuperação de Portugal — e da Irlanda — com as situações ainda delicadas da Grécia e de Itália, “onde o crescimento é cerca de metade do de Portugal”. E, ainda que o texto sublinhe que “ainda é cedo para dizer se a recuperação surpreendente veio para ficar”, as “sementes” estão lançadas: Portugal tornou-se “mais atrativo para os investidores” e… para os turistas.

Leia aqui o artigo na íntegra.

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Sabadell muda sede para Alicante por crise na Catalunha

Plano de contingência do banco espanhol não foi suficiente para acalmar os ânimos. Decisão deverá ser tomada esta tarde.

O Banco Sabadell vai mudar a sua sede para Alicante devido ao caos na Catalunha, motivado pelo referendo pela independência da região espanhola. A notícia está a ser avançada pelo El Confidencial, que cita fontes próximas do processo.

Esta quinta-feira, a administração deveria discutir a mudança do local da sede do banco, em Barcelona. Em cima da mesa estavam Madrid, a capital do país, ou Alicante, no sul de Espanha.

Apesar das mensagens do governo aos mercados, tanto acionistas como clientes reagiam com enorme ansiedade. De acordo com o diário espanhol, os bancos catalães acumulavam, nesta altura, quebras superiores a 10% desde a crise política.

A Catalunha vive, por estes dias, uma enorme crise motivada pela oposição entre os lados pro e contra independentista. Nos últimos dias, a cidade de Barcelona foi palco de manifestações e greves e, só no fim de semana, várias centenas de pessoas ficaram feridas na sequência de confrontos com a polícia.

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