Prova dos 9: Era impensável emitir dívida com juros negativos há um ano?

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a comentar as emissões de dívida. Desta vez, no dia em que a S&P manteve Portugal no "lixo", destacou os juros negativos. Eram impensáveis há um ano, diz. Eram?

Marcelo Rebelo de Sousa não ficou surpreendido com a manutenção do rating da Standard & Poor’s em “lixo”. O Presidente da República preferiu salientar os sinais de melhoria da economia nacional, tanto o PIB como o défice, destacando a capacidade que o país tem tido em ir ao mercado financiar-se com taxas negativas, no curto prazo. “Era impensável há seis meses, um ano, dois anos, três anos, quatro anos”, afirmou. Será mesmo assim?

“Era aquilo que se esperaria”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, após a visita à BTL. “Ainda não temos os números do Instituto Nacional de Estatísticas, que sairão no final do mês, não temos ainda o Eurostat, que sairão provavelmente no final do mês que vem, não temos ainda a decisão da Comissão Europeia. Sabemos que o défice está abaixo de 2,5%, provavelmente abaixo de 2,3%, veremos até onde vai o défice. Mas em qualquer caso isto significa que não houve um juízo negativo quanto à evolução da dívida pública, economia e finanças”, salientou.

“Como aliás já disse o primeiro-ministro [António Costa], contra factos não há argumentos”, parafraseou. “Na medida em que o INE venha a apresentar dados que nós esperamos positivos e que o Eurostat reconheça como positivos, e que a Comissão Europeia tenha de reconhecer como positivos, isso vai fazendo o seu caminho em termos de aceitação dos mercados, das agências de rating”. Mas não se ficou por aqui: o Presidente disse que a aceitação do mercado é visível com a queda dos juros na última emissão de dívida de curto prazo. “Há um sinal muito bom. É que emitimos dívida de curto prazo há menos de 48 horas, batendo o recorde em termos de juros negativos numa emissão de dívida pública portuguesa. E acrescentou a seguinte frase:

A frase

“Era impensável há seis meses, um ano, dois anos, três anos, quatro anos estarmos a emitir dívida pública a juros negativos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Os factos

Portugal voltou aos mercados para se financiar em dívida de curto prazo. Nesta terceira operação do género, este ano, o IGCP conseguiu arrecadar 1.000 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a 12 meses, tendo registado um juro médio de -0,112%, abaixo do juro de -0,047% que havia observado há dois meses numa operação semelhante. E obteve ainda 250 milhões de euros em títulos a seis meses, com a taxa a situar-se nos -0,158%, que compara com os -0,091% do último leilão.

Estes juros foram os mais baixos de sempre nos respetivos prazos. Portugal nunca tinha conseguido, efetivamente, um nível de taxas tão negativo quanto o que se registou neste duplo leilão, mas estes juros abaixo de zero já não são assim tão grande novidade para o Tesouro português.

Prova dos 9

Não é a primeira vez que Marcelo Rebelo de Sousa comenta as emissões de dívida portuguesas. E se nas outras conseguiu encontrar explicações para juros mais elevados nos leilões de dívida de longo prazo que poucos entenderam, desta vez fez mais ou menos o mesmo com a dívida de curto prazo.

É normal que os títulos de curto prazo tenham taxas bem mais baixas do que os de longo prazo, pelo risco que é reduzido, mas também pelo tipo de investidor: regra geral são bancos que preferem pagar estes juros que ainda assim são inferiores aos cobrados pelo Banco Central Europeu para parquear a liquidez.

Mas neste caso, o Presidente errou ao afirmar que estes juros negativos eram impensáveis há pouco tempo. Na realidade, basta consultar os leilões de dívida de curto prazo no site do IGCP para perceber que as taxas abaixo de zero já são uma realidade há quase dois anos. Foi em maio de 2015 que Portugal obteve pela primeira vez uma taxa negativa, na altura num prazo a seis meses: -0,002%.

Conseguiu depois a mesma proeza a três meses. No caso da dívida a 12 meses, um prazo mais longo entre os títulos de curto prazo, foi em novembro de 2015 que a taxa ficou em -0,006%, com o país a beneficiar das medidas de estímulo implementadas pelo Banco Central Europeu (BCE). Desde então, em muitos destes leilões os juros foram negativos, estando nestes últimos a atingir recordes.

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Wall Street cai. Mercado aguarda por pistas da Fed

As principais bolsas norte-americanas encerraram no vermelho na última sessão da semana. Depois de a Fed ter subido os juros, os investidores querem saber qual será o timing para os próximos aumentos.

No dia em que começou mais uma reunião dos líderes dos países-membros do G-20, Wall Street abriu no verde. Mas as principais bolsas norte-americanas acabaram por ceder os ganhos, com os investidores a tentarem avaliar quando é que a Reserva Federal dos EUA vai voltar a subir os juros. O banco central aumentou os custos de financiamento e sinalizou que quer voltar a fazê-lo mais duas vezes este ano. No entanto, não deu mais pistas para o timing das próximas duas subidas, o que deixa os investidores cautelosos.

O S&P 500 caiu 0,13%, já o Dow Jones apresentou uma queda de 0,10% para 20.91462 pontos. Apenas o tecnológico Nasdaq escapou a esta maré vermelha, terminando a sessão acima da linha de água nos 5.901,00 pontos.

O dia começou com ganhos. O aumento da produção de 0,5% nas fábricas norte-americanas, segundo o relatório da Fed divulgado esta sexta-feira, superou as expectativas, puxando pelas empresas industriais nos EUA e animando os mercados acionistas. Mas as bolsas cederam os ganhos, pressionadas pelo setor financeiro e pela cautela dos investidores em torno da política monetária dos EUA.

Na quarta-feira, o banco central liderado por Janet Yellen aumentou as taxas de juro, uma decisão que não surpreendeu ninguém. Mas também disse que vai voltar a subir mais duas vezes este ano. O que os investidores querem agora saber é quando é que estes aumentos podem ocorrer.

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Carlos Costa já tem data para ir ao Parlamento

  • Lusa
  • 17 Março 2017

O Governador vai ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças na próxima quinta-feira, dia 23, em duas audições distintas mas consecutivas, mas ambas por causa do BES.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, vai ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças na próxima quinta-feira, dia 23, em duas audições distintas mas consecutivas, ambas relacionadas com o caso BES.

Às 17h00 tem lugar a audição do responsável sobre a definição de perímetros e medidas tomadas no âmbito do processo de resolução do Banco Espírito Santo (BES), bem como sobre a situação atual do Novo Banco.

Depois, pelas 19h00, é a vez de Carlos Costa ser ouvido no âmbito do pedido que dirigiu à Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) para “prestar contas sobre a atuação do banco central, defender a sua reputação e proteger a confiança do público na eficácia e na diligência da supervisão bancária acerca da resolução do Banco Espírito Santo”.

Em 08 de março, ficou decidido que o governador do BdP vai ser ouvido nesta comissão duas vezes, ao contrário do que pretendiam os partidos, sabendo-se que Carlos Costa só estava disponível a partir do próximo dia 23, uma vez que tinha compromissos profissionais fora de Portugal.

“No meu entendimento, numa perspetiva institucional, se o governador pede à COFMA [Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa] para ser ouvido, é ouvido. No dia em que as boas relações de colaboração institucional começarem a ser postas à prova entramos numa rotina disruptiva do regime democrático”, lançou Teresa Leal Coelho, a deputada do PSD que preside os trabalhos desta comissão.

“Não aceito a fusão das duas audições”, sublinhou a responsável, referindo-se à proposta que foi acolhida por todos os grupos parlamentares representados na COFMA e que visava agregar a audição pedida pelo próprio Carlos Costa e o requerimento que o PCP tinha apresentado anteriormente para ouvir o governador.

Carlos Costa pediu para ser ouvido na COFMA para “repor a verdade”, numa reação às recentes reportagens da SIC sobre o caso BES, com incidência na atuação da instituição liderada por Carlos Costa no segundo semestre de 2013.

Apesar de, na terça-feira, ter ficado acordado entre os deputados a realização de uma única audição ao líder do banco central, com Carlos Costa a poder proferir uma intervenção inicial, mas com o PCP a ser o primeiro partido a fazer perguntas, Teresa Leal Coelho ‘trocou as voltas’ aos deputados e usou os seus poderes de presidente para impor a realização de duas audições separadas.

Segundo a reportagem da SIC intitulada ‘Assalto ao Castelo’, técnicos do BdP assinaram uma nota informativa interna, logo em novembro de 2013, na qual punham em causa a continuidade de quatro administradores do BES e sugeriam mesmo o afastamento imediato do presidente, Ricardo Salgado.

O PCP e o Bloco de Esquerda defendem a demissão de Carlos Costa, mas o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, recusou essa hipótese.

O líder parlamentar socialista, Carlos César, admitiu na última quinta-feira que os novos dados que indiciam uma ação tardia do governador no caso BES constituem “objeto de reflexão”, confirmando “falhas significativas” da supervisão.

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CGD: Vara é ouvido na comissão na próxima quarta-feira

  • Lusa
  • 17 Março 2017

Armando Vara vai ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão do banco público. Depois da audição do antigo administrador da CGD, os trabalhos serão suspensos.

A audição do antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Armando Vara na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão do banco público vai decorrer na próxima quarta-feira, dia 22, pelas 17h45.

A informação consta no portal da Assembleia da República, que dá conta que nesse dia vai haver também a deliberação relativa à suspensão e prorrogação dos trabalhos da comissão.

Na quinta-feira, o presidente da comissão de inquérito à CGD revelou aos jornalistas que o órgão parlamentar vai pedir a suspensão dos trabalhos até 04 de maio, mas com efeito só após a audição Armando Vara, informando que a mesma devia acontecer durante a próxima semana, o que agora se confirma.

“A reunião [de mesa e coordenadores] decorreu num bom clima e foi decidido solicitar ao presidente da Assembleia da República a suspensão dos trabalhos até ao dia 4 de maio e a prorrogação do prazo da comissão”, revelou aos jornalistas Emídio Guerreiro, presidente da comissão de inquérito à CGD, no final do encontro.

O objetivo é dar tempo para que haja uma decisão definitiva por parte das autoridades judiciais relativamente à documentação solicitada pelos deputados ao Ministério das Finanças, ao Banco de Portugal (BdP), à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e à CGD.

Apesar de o Tribunal da Relação de Lisboa ter considerado legítima a pretensão da comissão ter acesso a um vasto conjunto de informações solicitadas às entidades em causa, as mesmas recorreram para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o processo ainda está em curso.

Segundo Emídio Guerreiro, ficou também hoje acordado que a audição de Armando Vara, antigo administrador do banco público, que já tinha sido solicitada, deve ser realizada no decorrer da próxima semana, ainda faltando fechar o dia e a hora.

A comissão pretende que, após a audição de Vara, os trabalhos sejam suspensos durante 30 dias (entre 04 de abril e 04 de maio), o que implica a prorrogação do prazo da comissão (que estava apontado a 28 de março).

Durante este período, o deputado responsável pelo relatório final (o socialista Carlos Pereira) vai ter possibilidade de ir avançando com as conclusões, segundo indicou Emídio Guerreiro.

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Centeno: Portugal tem “condições sólidas” para crescer

As Finanças já reagiram à decisão da S&P de manter o rating de Portugal. A estabilização da banca e sinais de progresso na economia são prova que Portugal tem "condições sólidas" para crescer.

Há cada vez mais sinais de progresso no desempenho da economia. E isto mostra que Portugal “tem hoje condições sólidas para crescer de forma sustentável”. É assim que o Ministério das Finanças reage à decisão da Standard & Poor’s de manter o rating de Portugal. Mário Centeno realça também a importância da “estabilização do setor financeiro” para restaurar as condições de crédito. Isto depois de a agência de notação ter alertado para os níveis de crédito malparado que limitam a cedência de empréstimos.

“A nota explicativa da Standard & Poor’s reconhece que, em 2016, Portugal excedeu as expectativas de crescimento económico e de emprego, tendo o Governo superado o seu objetivo de ajustamento orçamental e contribuído de forma eficaz para recuperar a estabilidade do setor financeiro“, de acordo com uma nota enviada pelo Ministério das Finanças às redações. A agência de notação manteve esta sexta-feira o rating de Portugal em BB+, um nível considerado “lixo”, deixando estável a perspetiva de evolução da notação portuguesa.

A agência destaca o crescimento económico observado na segunda metade do ano passado, vê a economia a acelerar em 2017, mas salienta que o elevado endividamento e os problemas dos bancos continuam a impedir uma melhoria da notação da dívida portuguesa. “O Governo salienta a capacidade de atração de investimento estrangeiro para a banca nacional — movimento único na Europa — bem como o processo de capitalização da Caixa Geral de Depósitos”, avança o ministério.

"A estabilização do setor financeiro operada em 2016, e continuada em 2017, é uma condição essencial para restaurar as normais condições de crédito à economia portuguesa e, assim, apoiar o investimento produtivo.”

Ministério das Finanças

A S&P realça a necessidade de as autoridades e os bancos adotarem mais medidas para que haja uma redução do crédito malparado no balanço dos bancos. Um problema que está a limitar a capacidade de cedência de empréstimos à economia. “A estabilização do setor financeiro operada em 2016, e continuada em 2017, é uma condição essencial para restaurar as normais condições de crédito à economia portuguesa e, assim, apoiar o investimento produtivo”.

Depois de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ter dito que os empréstimos em incumprimento continuam a limitar o investimento, agora foi a vez de a S&P se pronunciar sobre a banca portuguesa. Se, por um lado, reconhece que foram feitos progressos, por outro, a agência de notação diz que o Governo e as instituições financeiras têm de adotar mais medidas para se reduzir o nível elevado de crédito malparado no balanço dos bancos. Um passo que ajudaria a melhorar a cedência de empréstimos à economia.

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Parlamento: Associação dos motoristas da Uber e Cabify lamenta que lei não tenha sido aprovada

  • Lusa
  • 17 Março 2017

O documento não reúne o consenso entre os partidos que apoiam o Governo, com o PCP e o BE a apresentarem propostas de alteração, que também baixaram à comissão. Nova votação pode demorar 90 dias.

A associação que integra motoristas que trabalham para as plataformas Uber e Cabify lamentou hoje que a lei que regula o setor não tenha sido aprovada no Parlamento e anunciou que vai apresentar uma proposta legislativa. “O que nos apraz dizer neste momento é que se passou ao lado de se ter dado a devida legalidade e dignidade a uma atividade que o nosso Estado de direito deixou crescer, ao longo de mais de dois anos, sem nada fazer”, afirma o presidente da Associação Nacional Parceiros Plataformas Alternativas de Transportes (ANPPAT), João Pica, num comunicado enviado à agência Lusa.

A proposta de lei do Governo para a regulamentação das plataformas eletrónicas de transporte baixou hoje à comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, sem votação no plenário da Assembleia da República. Entre outras medidas, o executivo de António Costa quer que os operadores [de transporte individual] deixem de poder ser entidades individuais e passem a ser coletivas, que o horário máximo de condução não ultrapasse as seis horas em contínuo, que os veículos não tenham mais de sete anos de idade, que os motoristas tenham formação própria e que não haja contingentes.

[A proposta do BE] surge é uma proposta em cima da hora, a seis dias da discussão da proposta do Governo, que de justa e equitativa nada tem.

João Pica

Presidente da Associação Nacional Parceiros Plataformas Alternativas de Transportes

O documento não reúne o consenso entre os partidos que apoiam o Governo, com o PCP e o BE a apresentarem propostas de alteração, que também baixaram à comissão. No comunicado, João Pica criticou a atuação dos partidos ao longo destes dois anos, afirmando que “olharam para o lado”, enquanto os “dois Governos PSD/CDS-PP e agora PS assobiaram e permitiram que uma bola de neve se agigantasse de uma forma que neste momento coloca em causa milhares de pessoas ligadas à atividade”.

O presidente da ANPPAT lamentou também que o BE e o PCP não tenham acolhido os contributos dados pela associação, que sugeriu que se tentasse uma “convergência de forma a que houvesse uma proposta de lei justa, equitativa e razoável”. “Ao invés, aquilo que surge é uma proposta em cima da hora, a seis dias da discussão da proposta do Governo, que de justa e equitativa nada tem e que vai de encontro ao que a Federação Portuguesa do Táxi (FPT) e a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) sempre quiserem e exigiram”, lê-se no comunicado.

Tememos, por isso, que se irá adensar as operações policiais focadas aos operadores do setor.

João Pica

Presidente da Associação Nacional Parceiros Plataformas Alternativas de Transportes

João Pica questionou se, durante o tempo estimado até à votação da proposta de lei do Governo (“três meses”), os motoristas que prestam serviço para as plataformas “vão ser perseguidos pelas autoridades” porque “aquilo que saiu do plenário foi a continuação do vazio legal, logo será expectável uma pressão por parte da FTP e ANTRAL junto de Bloco e PCP e, por consequência, junto do Governo”.

“Tememos, por isso, que se irá adensar as operações policiais focadas aos operadores do setor”, afirmou. João Pica fez ainda saber que a ANPPAT vai preparar uma proposta legislativa para ser entregue, em abril, na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

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CGD: Gestores poupam muito, mas fogem ao risco

Têm rendimentos de seis dígitos ao ano. As contas têm ainda mais zeros, mas está quase tudo nos bancos, muito à ordem e algum a prazo. E risco? Não há muito dinheiro em bolsa.

António Domingues, ex-presidente da Caixa, recebeu 539 mil euros em trabalho dependente em 2015Paula Nunes / ECO

Têm salários muito elevados para aquilo que é a média de uma família portuguesa. Os antigos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentam todos rendimentos anuais de seis dígitos — e um deles chega mesmo aos sete: mais de quatro milhões de euros num só ano. Têm, por isso, muitos zeros amealhados, mas grande parte do dinheiro dos banqueiros está confiado aos… bancos. Há desde depósitos a seguros de capitalização, mas também muitas poupanças para a reforma. E nos mercados? Há pouco dinheiro. E só Rui Vilar é um homem da bolsa… de Lisboa.

Os seis ex-administradores do banco estatal que entregaram as declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional (TC) — houve cinco que não o fizeram — revelaram um rendimento de trabalho dependente de 5,58 milhões de euros em 2015 (valor que sobe para 5,98 milhões se considerados ganhos com rendas, de capital e outros, bem como a reforma de Rui Vilar). Este valor não é, contudo, distribuído uniformemente já que Pedro Leitão obteve, sozinho, 4,05 milhões. Ainda assim, todos receberam um salário de seis dígitos, com António Domingues a auferir 539 mil euros.

Receberam muito dinheiro, em comparação com a média das famílias portuguesas. E têm muito dinheiro amealhado. De acordo com as declarações entregues ao TC, consultadas pelo ECO, o património global dos cinco ex-administradores da CGD ascendia a 19 milhões de euros. Apesar de serem banqueiros, ou seja, homens com uma literacia financeira acima da média, não fazem uma gestão muito dinâmica das fortunas que acumularam ao longo dos anos. Porquê? Porque grande parte do dinheiro que têm está simplesmente estacionado nas contas que têm nos bancos, sejam do BPI, de onde vieram, da CGD, ou Novo Banco.

À ordem ou a prazo. Viva os depósitos

Em termos acumulados, dos 19 milhões de euros em património dos cinco gestores, 56%, ou seja, 10,7 milhões de euros estavam em depósitos à ordem. Não estavam a gerar qualquer rendimento extra, mesmo num contexto em que as taxas oferecidas pelas instituições financeiras estão em mínimos históricos. Deste montante, cerca de metade é referente a António Domingues, o ex-presidente da CGD, que na declaração ao TC apenas indicou o dinheiro que tem em cada uma das quatro contas em seu nome, não fazendo qualquer indicação a se essas contas são à ordem ou a prazo.

Um terço do valor global está em poupanças. São mais 5,8 milhões de euros aplicados na sua maioria junto de instituições financeiras, repartidos entre depósitos a prazo, seguros de capitalização e Planos-Poupança Reforma (PPR). Em depósitos a prazo estão aplicados cerca de 760 mil euros, uma pequena parte de João Tudela Martins e a quase totalidade referente a Rui Vilar: 747 mil euros. Tem dinheiro num conta “private”, mas grande parte está repartido por contas de rendimento mensal, ou seja, que geram juros mensalmente creditados na conta à ordem. E tem ainda três aplicações com prazos de três anos.

Rui Vilar tem 747 mil euros aplicados em depósitos a prazo. Parte são aplicações que depositam juros mensais na conta, e parte rende juros a três anos.Paula Nunes

Depois dos depósitos a prazo, os seguros apresentam-se como as aplicações que mais dinheiro captam junto destes gestores. Rui Vilar, que transitou da anterior para a atual administração da CGD, sendo o presidente não executivo do banco estatal, tem 190 mil euros em seguros de capitalização. Já Pedro Norton de Matos tem 347 mil. Pedro Leitão, por seu lado, tem um seguro de vida na gestora de ativos do Novo Banco, a GNB, no valor de 533 mil euros. Além desta aplicação, o antigo administrador da Portugal Telecom, tinha ainda 300 mil euros num produto financeiro complexo do Deutsche Bank, mas de risco reduzido, e 175 mil num PPR. Rui Vilar tem um de 130 mil euros.

Nos mercados, mas à distância

O investimento em ativos de maior risco não tem grande peso nas carteiras dos ex-administradores, de acordo com as declarações entregues ao TC. Pedro Norton de Matos é o que mostra maior apetência por investimentos mais arriscados, mas não o faz por si. O gestor tem duas contas de gestão discricionária no Banco Rothschild Europe, uma com 1,3 e outra com 1,02 milhões de euros. No total, são 2,38 milhões de euros geridos por profissionais que estruturam as carteiras com base em perfis de investimento dos clientes. Cabe tudo nestas carteiras, desde ativos de curto prazo, obrigações, ações a investimentos alternativos.

Norton de Matos é o único que não tem qualquer ação em carteira. Todos os outros têm, mas muito poucas. Muitos têm títulos do BPI, ou opções sobre ações do banco ainda liderado por Fernando Ulrich, mas também há de outros bancos: João Tudela Martins tem 1.840 ações do BES em carteira. Quanto valem? 0,02 euros, segundo o gestor. Também há Pharol nas carteiras de Pedro Leitão e Rui Vilar, assim como a Nos. O chairman da CGD é o que apresenta a carteira mais composta, contando com 12 títulos diferentes, todos da bolsa de Lisboa. Aos preços atuais de mercado, as posições valem 279 mil euros.

Rui Vilar tem mais dinheiro em obrigações do que ações. De acordo com a declaração enviada ao TC, tem 30 mil euros em títulos de dívida da Semapa, mais 90 mil em obrigações da CGD. E também financia o Estado. Tal como muitos portugueses, aproveitou para investir no novo produto de poupança do Estado, as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Participou logo na primeira emissão, em que a taxa era de 2,2%, investindo 192.964 euros.

E dívidas? Também há… até de um barco

Uma boa parte do património destes administradores está em imobiliário. Apenas duas das seis declarações referem o valor dos imóveis — Rui Vilar aufere 36.340 euros em rendas, mas não é explicitado o valor patrimonial dos imóveis que possui –, sendo que o valor total ascende a 1,6 milhões de euros. Este valor é enviesado pelos 1,247 milhões de euros em que está avaliado o prédio de António Domingues em Lisboa, o qual conta com uma fração arrendada que gerou 48 mil euros de rendimento no ano 2015. Entre os que não apresentam o valor do imóvel, uma curiosidade (que poderá ser eventualmente um erro no preenchimento): Pedro Leitão refere património imobiliário mas dá como morada a Av. João XXI, o número 63, que é a sede da CGD.

 

Juntamente com os ativos imobiliários, há passivos. Não há muitas dívidas, mas há. João Tudela Martins tem créditos à habitação com um valor em dívida de 285 mil euros. Já Tiago Marques tem por liquidar 117 mil euros em empréstimos à habitação, valor a que se juntam 76 mil euros de crédito contraído para a compra de ações do BPI e 5.834 euros de financiamento ao consumo. Pedro Norton de Matos apresenta apenas uma dívida de 96 mil euros, sem especificar qual o destino desse dinheiro. Já António Domingues conta com uma responsabilidade mensal de 3.270 euros referente a um veleiro adquirido em leasing.

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Licença do pai pode vir a ter mais uma semana

Vai ser pai? Em vez de três semanas de licença de paternidade, vai poder ter quatro semanas com o seu filho. A secretária de Estado da Igualdade anunciou a medida, mas não se sabe quando avança.

O Governo está a preparar o aumento da licença de paternidade obrigatória, após o nascimento de um filho, de três semanas para quatro semanas. O pai poderá assim usufruir de 20 dias úteis ao contrário dos atuais 15 dias úteis. A medida foi anunciada pela secretária de Estado da Igualdade, Catarina Marcelino, esta quinta-feira em Nova Iorque, em declarações à Lusa. A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios.

Ainda não se sabe quando é que a medida vai começar a ser implementada. O aumento da licença do pai enquadra-se num pacote de medidas de alargamento dos direitos paternais, que vão ser anunciadas até 1 de maio. Os detalhes ainda não se conhecem, mas esta quinta-feira, em declarações à Lusa, Catarina Marcelino referiu que vai avançar a “proposta do programa de Governo de aumentar a licença de parentalidade exclusiva para os pais numa semana”.

Fonte oficial do gabinete do ministro-adjunto disse ao ECO que “o Governo vai apresentar até 1 de maio as iniciativas legislativas de combate à disparidade salarial e de alargamento dos direitos de parentalidade do pai, em linha com o compromisso assumido no Programa do Governo”.

“As iniciativas serão discutidas com os parceiros sociais na concertação social e inserem-se na Agenda para a Igualdade no Mercado de Trabalho e nas Empresas”, acrescentou a mesma fonte.

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APB: CGD e Montepio têm de estar “sólidos”

  • Lusa
  • 17 Março 2017

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Fernando Faria de Oliveira, diz esperar que Caixa Geral de Depósitos e Montepio possam estar “sólidos” para cumprir a sua missão.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, afirmou hoje esperar que Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Montepio possam estar “sólidos” para cumprir as suas missões.

Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, Faria de Oliveira começou por indicar que não compete à APB pronunciar-se sobre “ações de restruturação dos seus associados”, numa alusão ao encerramento de balcões e redução do número de trabalhadores da CGD. “A Associação Portuguesa de Bancos quer é uma Caixa Geral de Depósitos extremamente sólida e extremamente capaz de responder às necessidades da economia. Esse é o grande objetivo”, resumiu, à margem de um evento na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

Questionado sobre a situação da Caixa Económica Montepio, Faria de Oliveira respondeu esperar que “também esteja sólida e reforçada para cumprir o seu papel”. Acerca do processo de venda do Novo Banco, o responsável indicou que se deve esperar que a “possibilidade de venda se possa concretizar em condições mais favoráveis possíveis”.

“E com o objetivo final de ter também um Novo Banco que contribua para as suas missões fundamentais” como sistemas de pagamento eficazes e seguros e “contribuir para o desenvolvimento do país”, acrescentou aos jornalistas.

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PSI-20 fica no verde com ajuda da Sonae

  • Marta Santos Silva
  • 17 Março 2017

Pela segunda sessão consecutiva, tanto o índice de referência nacional como as principais praças europeias fecharam a subir. Em Lisboa, destaque para a Sonae, para a Nos e para a Corticeira Amorim.

A festa pela vitória do partido de Mark Rutte na Holanda não parece ter ainda terminado totalmente. Embora de forma mais ligeira e após uma manhã que abriu no vermelho, a maior parte das praças europeias fecharam a semana ainda no verde, e o PSI-20 não foi exceção.

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Do Parlamento britânico para a redação do Evening Standard

  • ECO
  • 17 Março 2017

George Osbourne foi nomeado editor do London Evening Standard, uma ideia que já está a causar controvérsia. Mas o ex-ministro das Finanças diz estar "muito entusiasmado" pelo novo cargo.

Quem disse que os políticos não se podiam tornar jornalistas? O ex-ministro das Finanças vai tornar-se editor do jornal London Evening Standard, numa reviravolta surpreendente que está a enfurecer os membros do partido liberal. A reação do ex-membro dos Tories é, contudo, alegre, e Osborne afirma estar “muito entusiasmado” pelo novo cargo.

Osborne vai suceder a Sarah Sands, que vai dirigir o programa Today da BBC. O passo em falso? Osborne ainda quer continuar como membro do parlamento por Ratton, em Cheshire.

Claro que a intenção já despertou críticas, em especial de Jeremy Corbyn, líder dos Liberais, que achou a ideia “uma piada”. “É gozar com a independência dos media”, continua, acrescentando: “Leva a noção de multitarefa para um novo nível e é um insulto aos eleitores que ele devia representar”.

Mas o dono do jornal, Evgeny Lebedev, já veio defender Osborne e afirmar que ele é “Londres da cabeça aos pés” e que acredita que “é a pessoa certa para construir em cima do fantástico legado que a Sarah Sands deixa”.

Estou orgulhoso de ter um editor desta qualidade, que reinforça a posição e a influência do Standard em Londres e cujo ponto de vista político — liberal socialmente e pragmático economicamente – se aproxima tanto do da maioria dos nossos leitores

Evgeny Lebedev, dono do London Evening Standard

BBC

A equipa do jornal também fez saber que Osborne vai trabalhar “uma média de quatro dias por semana”, o que lhe permitirá “continuar em pleno com os seus outros compromissos, incluindo membro do Parlamento. Vai ter tempo para votar e contribuir para o Parlamento à tarde, depois de o jornal ter ido para a gráfica”.

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S&P pede mais medidas para diminuir o malparado

O setor financeiro continua a ser uma preocupação. Que o diga a S&P, que reconhece que foram feitos progressos na banca, mas deixa o alerta: têm de ser adotadas mais medidas para diminuir o malparado.

Mais um relatório, mais um alerta. Depois de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ter dito que os empréstimos em incumprimento continuam a limitar o investimento, agora foi a vez de a S&P se pronunciar sobre a banca portuguesa. Se, por um lado, reconhece que foram feitos progressos, por outro, a agência de notação diz que o Governo e as instituições financeiras têm de adotar mais medidas para se reduzir o nível elevado de crédito malparado no balanço dos bancos. Um passo que ajudaria a melhorar a cedência de empréstimos à economia.

“Consideramos que seria positivo se fossem adotadas mais medidas pelas autoridades e bancos no sentido de reduzir o nível elevado do crédito malparado nos balanços das instituições financeiras, o que melhoraria, na nossa opinião, as condições de cedência de empréstimos à economia.” Foi esta a conclusão da agência de notação S&P, depois de ter mantido o rating de Portugal em BB+, um nível considerado “lixo”, deixando estável a perspetiva de evolução da notação portuguesa.

A S&P considera que “o setor bancário português vai debater-se para melhorar a rentabilidade e a eficiência“. A agência de notação diz também que a “a capacidade de geração de lucros dos bancos continuará a sob forte pressão, num cenário de taxas de juro muito baixas, um crescimento limitado e grande fardo de ativos problemáticos”.

Apesar dos alertas, a agência reconhece que estão a ser feitos progressos. “Os maiores bancos ainda têm problemas significativos por resolver ou têm em curso alterações importantes, embora estejam a ser feitos progressos”. E muito deve-se, segundo a S&P, ao apoio que está a ser prestado pelo Executivo de António Costa. “O Governo está a apoiar o fortalecimento da estabilidade financeira, mais recentemente ao ter-se comprometido com uma injeção de 2,5 mil milhões de euros para recapitalizar a Caixa Geral de Depósitos”, remata.

A CGD tem em curso a segunda parte do plano de capitalização. Um segundo capítulo que inclui a injeção de dinheiros públicos e a emissão de 930 milhões de euros em dívida subordinada, dividida em duas tranches. Sendo que a primeira emissão já arrancou.

Esta avaliação é feita no mesmo dia em que a OCDE deixou os seus próprios alertas. A entidade disse que o investimento privado e a realocação de recursos continuam a ser penalizados pelo nível elevado de crédito malparado, um problema transversal ao setor financeiro. No final de 2015, 11,9% dos empréstimos totais estavam em incumprimento, de acordo com dados do FMI, uma percentagem que é das mais elevadas na Europa.

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