Sonae: vendas e lucros sobem

A empresa liderada por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo registou um crescimento nas vendas de 7,2% para os 5.376 milhões de euros. Grupo investiu perto de 500 milhões de euros.

O exercício de 2016 foi positivo para a Sonae, pelo menos a avaliar pelos resultados apresentados esta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM): os lucros e as vendas aumentaram e a dívida reduziu-se. A empresa co-liderada por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo registou lucros de 215 milhões de euros, em 2016, um crescimento de 22,7% face ao exercício do ano anterior. Estes resultados superam as estimativas dos analistas do Barclays, Caixa BI e Fidentis.

A empresa imputa o aumento dos lucros “ao crescimento das vendas, à melhoria da rentabilidade operacional, à redução da dívida líquida, aos menores custos financeiros e à valorização de ativos”.

O volume de negócios do grupo atingiu os 5.376 milhões de euros, um crescimento de 7,2% “beneficiando do desempenho dos negócios de retalho”.

Em termos consolidados, o underlying EBITDA da Sonae foi de 320 milhões de euros, uma diminuição de 3,3% face a 2015. Já o EBITDA totalizou os 416 milhões de euros, mais 23 milhões do que no ano anterior. Em comunicado, a Sonae diz que este valor traduz “o crescimento da rentabilidade da Sonae SR, tanto da Worten como da divisão de Sports and Fashion, o investimento em preço e na expansão do parque de lojas da Sonae MC e a contribuição positiva da rubrica de itens não recorrentes, nomeadamente os ganhos de capital em operações de sale and leaseback“.

O resultado direto aumentou 15,9% para os 148 milhões de euros. Já o resultado indireto atingiu os 74 milhões de euros.

A Sonae investiu durante o ano de 2016, um total de 437 milhões de euros, mais 137 milhões de euros do que no período homólogo. A expansão de lojas da unidade de retalho alimentar (Sonae MC), a aquisição da Salsa pela Sonae SR (que agrega os negócios de retalho especializado) e as aquisições na área de tecnologia (InovRetail e a Armiliar Ventures Partners) por parte da Sonae IM (unidade de gestão de investimentos) estão na base do maior investimento realizado pelo grupo da Maia.

A dívida total do grupo, a exemplo do que tem acontecido nos últimos exercícios, reduziu-se em 78 milhões de euros, ou seja 6%, para os 1.215 milhões de euros. A Sonae em 2016, refinanciou mais de 1.125 milhões de euros dos quais 775 milhões de euros em linhas de longo prazo e 350 milhões de euros em linhas de curto prazo.

O grupo Sonae fechou o ano de 2016 com mais de 40 mil colaboradores, tendo ao longo do ano criado mais de dois mil postos de trabalho.

"O ano de 2016 foi um ano de significativo progresso no desenvolvimento da estratégia corporativa e das diferentes áreas de atividade, com resultados muito relevantes em termos de crescimento e reforço das posições competitivas dos principais negócios.”

Ângelo Paupério

Co-CEO da Sonae

Para Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, citado em comunicado, “o ano de 2016 foi um ano de significativo progresso no desenvolvimento da estratégia corporativa e das diferentes áreas de atividade, com resultados muito relevantes em termos de crescimento e reforço das posições competitivas dos principais negócios”.

Paupério adianta: “Evoluímos para uma organização com unidades de negócio mais autónomas, mais ágeis e focadas, capazes de melhor responder à velocidade de mudança dos mercados em que atuam“.

Análise setorial

Em termos de análise de negócio, no retalho alimentar, a Sonae MC, atingiu os 3.687 milhões de euros, um aumento de 5,6% face a 2015. No ano passado, a empresa abriu um hipermercado Continente, 25 Continente Bom Dia e 77 lojas Meu Super.

No retalho especializado, a Sonae SR, ultrapassou os 1.438 milhões de euros em termos de volume de negócios, um crescimento de 11,1% face ao exercício anterior, suportado pela Worten e pela divisão Sports and Fashion (divisão que integra a Sport Zone, MO, Zippy, Berg, Outdoor, Deeply, Salsa e Losan).

A Sonae IM, unidade de gestão de investimentos, obteve um volume de negócios de 117 milhões de euros, um aumento de 1,6% face a 2015.

A Sonae Sierra e a NOS já tinham apresentado resultados anteriormente.

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Estudo da Uber: portugueses querem regulamentação do setor

A regulamentação de empresas como a Uber e a Cabify vai a discussão esta sexta-feira no Parlamento. A empresa divulgou esta quarta-feira um estudo em que a maioria quer legislação.

Um estudo de opinião pedido pela Uber e realizado pela Eurosondagem, tendo por base 1.017 inquiridos dos concelhos de Lisboa e Porto, revela que 81,6% da amostra é a favor que o Parlamento aprove uma lei que regulamente a atividade de plataformas tecnológicas para a mobilidade. O estudo não questiona, contudo, qual deveria ser o modelo de regulamentação.

A divulgação do estudo da autoria da Eurosondagem — realizado a 1, 2 e 3 de março através de entrevistas telefónicas — antecipa a votação em plenário que vai acontecer esta sexta-feira na Assembleia da República. O Governo propõe a criação de um “regime jurídico do transporte em veículo a partir de plataforma eletrónica”. Além disso, apenas o Bloco de Esquerda apresenta um projeto de lei em alternativa que “estabelece um novo regime jurídico para a atividade de transporte de passageiros em veículos automóveis ligeiros descaracterizados”.

O objetivo do estudo, segundo a Uber, foi “avaliar a perceção dos utilizadores relativamente ao papel da tecnologia na mobilidade urbana”. 86,5% dos inquiridos estão de acordo num ponto: a tecnologia pode trazer uma melhor mobilidade às cidades de Lisboa e do Porto. Para a empresa norte-americana que se instalou em Portugal em 2014 este resultado evidencia “a abertura dos portugueses à inovação e à tecnologia”. No entanto, quase 70% dos inquiridos nunca utilizou este tipo de aplicações.

“A amostra foi estratificada pelo Concelho de Lisboa (60,7%) e Concelho do Porto (39,3%), e aleatória em termos de sexo, (Feminino – 52,8%; Masculino – 47,2%), e faixa etária, (dos 18 aos 30 anos – 16,6%; dos 31 aos 59 – 50,1%; com 60 anos ou mais – 33,3%)”, explica a ficha técnica do estudo.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Depois da Fed, são muitos os bancos centrais que se vão reunir, mas dificilmente algum seguirá o exemplo dos EUA. Há também dados da inflação na zona euro. E ainda as contas da Sonae.

A Fed prometeu… e cumpriu. Subiu da taxa de juro dos EUA para o intervalo entre 0,75% e 1%, naquela que foi a terceira vez numa década que o fez. E os restantes bancos centrais? Hoje há reuniões em vários. Desde o Banco de Inglaterra ao da Suíça, sem esquecer o do Japão. Na zona euro há dados da inflação… para o BCE ver. Em Portugal, continuam as apresentações de resultados. Hoje é a vez das contas da Sonae.

Depois da Fed… os outros bancos centrais

A Fed já decidiu. Subiu os juros, numa altura em que a maioria dos bancos centrais continua com políticas extremamente acomodatícias. Continuam e deverão manter-se assim. É isso que se espera que resulte das reuniões agendadas no Banco de Inglaterra e no Banco do Japão, mas também noutros países: Suíça, Noruega, Turquia e até no Chile.

Inflação. Agora vem a confirmação

O Eurostat já deu a primeira indicação, mas hoje é confirmada a variação dos preços no consumidor no mês passado. E deve confirmar exatamente o que já se sabe: os preços estão a aumentar de forma expressiva. A taxa deverá aumentar para os 2%, o nível mais elevado desde janeiro de 2013, alcançando o alvo definido pelo Banco Central Europeu (BCE). Uma variação que, contudo, não deve convencer Mario Draghi a mudar o rumo da política monetária já que este é o resultado da subida dos preços do petróleo.

Primeiras linhas mestras do Orçamento de Trump

Os investidores têm sido pacientes com o novo Presidente dos EUA. Vão-se alimentando dos vários discursos expansionistas que Donald Trump tem feito, mas continuam à espera de pormenores sobre como é que o ex-empresário quer dar um novo impulso à maior economia do mundo. Hoje, isso pode mudar. Trump deverá dar a conhecer as primeiras linhas mestras do Orçamento para o próximo ano, sendo certo que quer mais milhares de milhões para a defesa.

Como vão reagir os investidores à Holanda?

Enquanto nos restantes mercados reinava a calma, nas bolsas europeias a última semana ficou marcada por alguma tensão. As eleições na Holanda, que se vieram juntar aos receios em torno das presidenciais em França e ao Brexit no Reino Unido, levaram os investidores a afastarem-se do risco, pressionando os índices. A Holanda foi a votos e… o populismo foi derrotado. Geert Wilders perdeu, Mark Rutte continuará como primeiro-ministro. Passou a tensão. Haverá celebração nas bolsas do Velho Continente?

Resultados. Agora são os da Sonae

Num dia em são conhecidas as contas de empresas como a Adobe, a Dollar General e a Generali (a seguradora italiana), os investidores portugueses vão olhar para as contas da Sonae. A holding liderada por Paulo Azevedo deverá conseguir apresentar um crescimento nos resultados líquidos, de acordo com o CaixaBI. A expectativa é de que os lucros ascendam a 203 milhões de euros, o que representa uma subida de 16% face aos 175 milhões de euros em 2015.

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Fed e a subida certa dos juros. E agora, onde investir?

Sem surpresas, a Fed aumentou os juros e prometeu mais duas subidas ao longo deste ano. Como tirar o melhor partido deste aperto das condições financeiras nos EUA?

Yellen apontou para mais subidas das taxas de juro diretoras.Raquel Sá Martins

Não surpreendeu ninguém. A Reserva Federal norte-americana voltou a subir os juros de referência nos EUA, prometendo mais dois aumentos das taxas das fed funds em 2017. Embora incorporado há muito pelo mercado, este aperto das condições monetárias na maior economia do mundo tem implicações globais. Saiba como tirar o melhor partido da subida certa dos juros.

1. Dólar aponta para valorização

Conhecida a posição da Fed, a primeira reação do dólar foi negativa. Afinal, o banco central não vai acelerar a retirada dos estímulos monetários, um cenário que muitos investidores estavam a apostar.

Ainda assim, a entrada em cena de Trump e da sua política de estímulos fiscais pode mudar tudo e obrigar a instituição liderada por Janet Yellen a apertar o cinto mais cedo do que o previsto.

“Elevadas taxas de juros são positivas para a moeda porque os investidores parqueiam o seu dinheiro para receber juros mais elevados. Por isso, uma subida das taxas de juro poderá levar a uma apreciação da moeda”, lembram os analistas da XTB, apontando para uma potencial valorização da moeda norte-americana.

Assim, num cenário que comporta uma Fed mais conservadora (disponível para subir os juros), tendo em conta que a subida (de março) já tenha sido quase descontada, a indicação de mais subidas poderá suportar uma valorização do dólar, afirma a XTB. “Um movimento como este poderá repetir a subida conservadora de dezembro de 2016 e poderá invocar uma reação semelhante. Neste caso, os traders devem considerar posições longas no dólar/iene, dólar/dólar canadiano e dólar/lira turca.

2. Um guarda-chuva contra a inflação

Determinante para a decisão da Fed foi a inflação. O nível de subida de preços está no “ponto de açúcar” para o banco central.

Bill Irving, gestor da Fidelity Government Income Fund, considera que subida dos juros não terá grande impacto nas obrigações de longo prazo. “Devemos ter em atenção que a Reserva Federal não controla toda a curva de rendimentos: mudanças nas taxas diretoras afeta principalmente a extremidade curta da curva, ou os títulos com maturidades mais curtas”, explica Irving, mas alerta para o perigo da inflação.

"Devemos ter em atenção que a Reserva Federal não controla toda a curva de rendimentos: mudanças nas taxas diretoras afeta principalmente a extremidade curta da curva, ou os títulos com maturidades mais curtas.”

Bill Irving

Fidelity Government Income Fund

Para o gestor deste fundo de obrigações da Fidelity, faz mais sentido a exposição às Treasury inflation-protected securities (TIPS), como forma de eliminar o risco mais proeminente para quem investe em ativos de renda fixa, o risco da inflação, enquanto assegura uma taxa de retorno garantida pelo governo norte-americano.

“Embora tenham valorizado nos meses mais recentes, as TIPS continuam com um preço modesto. A administração Trump sugeriu que vai adotar uma política comercial mais protecionista, que poderá levar a uma inflação mais elevada dado que as importações vão ser afetadas com as tarifas alfandegárias, aumentando os preços para os consumidores. Uma surpresa na inflação poderá atirar as TIPS para um desempenho superior”, salientou Bill Irving.

3. A “boa ação” da Fed

Se a Fed tira, é porque sabe que a economia vai dar. E quem ganha com isso são as empresas.

A pujança da economia norte-americana é sempre um sinal de garantia de bons resultados para as empresas. E, no caso dos bancos, a subida das taxas de juro vai engordar as margens do setor financeiro, incluindo bancos como JP Morgan, Morgan Stanley ou Bank of America.

Este cenário é ainda mais potenciado com as intenções de Trump de baixar os impostos ao setor privado, de aumentar os gastos públicos em infraestruturas e de retirar alguma regulação dos ombros dos bancos.

Ou seja, segundo analistas é tempo para investir em ações, algo que os investidores têm continuadamente estado a fazer desde que Trump foi eleito presidente norte-americano, num movimento que ficou conhecido como a “grande rotação”.

4. Ouro sem brilho

Para a Goldman Sachs, dado que o mercado ainda não incorporou plenamente as três subidas previstas para este ano, isto significa que há espaço para um reajustamento das expectativas. Além do dólar mais forte, deveremos assistir a nova rotação no mercado em direção aos ativos de alto rendimento. Quem sai prejudicado com isso? O ouro.

“Se fazer previsões para o ouro sempre foi difícil, mais complicado se tornou desde a eleição norte-americana, com o tema da reflação a ganhar tração”, admitem os analistas daquele banco investimento, que encontram agora um cenário diferente: “As expectativas para a inflação em várias geografias estão a aumentar significativamente, historicamente um fator positivo para o ouro, mas desta vez vêm acompanhadas por expectativas de crescimento mais elevadas (diminuindo a atratividade do ouro para os investidores)”.

O ouro terá mais a perder num cenário em que as políticas económicas que Trump já disse querer implementar. Vão impulsionar o crescimento e, ao mesmo tempo, os preços acima do objetivo da Fed. E, neste caso, o banco central terá necessidade de agravar ainda mais a sua taxa, retirando ainda mais brilho ao ouro.

"As expectativas para a inflação em várias geografias estão a aumentar significativamente, historicamente um fator positivo para o ouro, mas desta vez vêm acompanhadas por expectativas de crescimento mais elevadas (diminuindo a atratividade do ouro para os investidores).”

Goldman Sachs

Global Markets Daily

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Montepio: Balcão é o mesmo, mas os produtos não

Rendem mais do que a generalidade dos depósitos. Por isso cativam o interesse dos aforradores. O que muitas vezes estes desconhecem é que o nível de risco associado aos produtos mutualistas é maior.

Associação Mutualista Montepio Geral e Caixa Económico Montepio. Estão relacionados, já que o primeiro controla o outro, mas são duas entidades distintas. E também as une os produtos vendidos… pelo banco. Além de depósitos, aos balcões do Montepio são também comercializados outros produtos de poupança específicos para os associados. O que muitas vezes os aforradores ignoram é que aplicar dinheiro em produtos da associação mutualista não é o mesmo que nos da instituição liderada por Félix Morgado. Há, na maioria dos casos, riscos.

Esta é uma diferença que muitos aforradores não terão consciência quando subscrevem produtos ao balcão do Montepio, sobretudo tendo em conta a remuneração atrativa que é oferecida por muitos dos produtos mutualistas. Estes produtos tendem a oferecer retornos superiores, por exemplo, face às taxas de juro oferecidas pela generalidade dos depósitos a prazo. “A verdade é que estes planos mutualistas são apresentados ao balcão como uma alternativa aos depósitos. Os depósitos neste momento rendem praticamente zero, enquanto esses produtos têm um rendimento acima de 1%. Portanto se são apresentados com garantia de capital, as pessoas optam por esses produtos e às vezes até pensam que é um depósito”, explica António Ribeiro, economista da Proteste Investe, da Deco.

O Capital Certo é um dos produtos mutualistas cuja remuneração vai ao encontro desses valores. Todos os meses, a associação mutualista disponibiliza uma nova série deste produto. Neste momento, decorre o período de subscrição do Capital Certo 2017-2022 – 4ª Série que garante uma TANB média de 1,55%, ou de 1,65%, a quem não efetue qualquer reembolso na subscrição ao longo do prazo da mesma. Este produto tem uma maturidade de cinco anos e um dia e está disponível para montantes de subscrição entre 150 euros e 500 mil euros.

Mas há outros produtos disponibilizados pela associação mutualista que chegam a oferecer retornos próximos dos 3%, designadamente o Proteção 5 em 5. Este plano mutualista permite ao seu subscritor receber o capital subscrito, acrescido das respetivas melhorias que forem atribuídas, em frações de cinco em cinco anos, durante o prazo escolhido. Qualquer destes produtos tem no entanto um grande senão: o facto de os resgates antecipados serem severamente penalizados.

"A verdade é que estes planos mutualistas são apresentados ao balcão como uma alternativa aos depósitos. Os depósitos neste momento rendem praticamente zero, enquanto esses produtos têm um rendimento acima de 1%. Portanto se são apresentados com garantia de capital, as pessoas optam por esses produtos e às vezes até pensam que é um depósito.”

António Ribeiro

Economista da Deco

Qualquer destes dois produtos, bem como de outros produtos mutualistas disponibilizados nos balcões do Montepio, concorrem com os depósitos a prazo e funcionam de uma forma próxima ao que acontece com os seguros de capitalização. Contudo, não estão ao abrigo nem da supervisão do Banco de Portugal nem da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, mas sim do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. E apesar de garantirem o capital investido, esta garantia está dependente exclusivamente da solvência da Associação Mutualista Montepio — não estão abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos. Uma solvência que esta semana foi de alguma forma colocada em causa, depois de ter sido conhecido o resultado de uma auditoria da KPMG que identificou um “buraco” de 107 milhões de euros nos capitais próprios da Associação Mutualista Montepio.

Razão que poderá justificar a chegada à Deco de um número anormal de contactos por parte de consumidores preocupados com a segurança do dinheiro que tinham aplicado em produtos comercializados pelo Montepio Geral. Só na terça-feira, dia em que surgiram as notícias do “buraco” nas contas da Associação Mutualista, foram mais de 20 as chamadas telefónicas acolhidas pela associação de consumidores segundo revelou a Deco ao ECO, quando em média não costuma haver mais do que um contacto por semana relacionado com dúvidas em torno daquele banco.

Entretanto, a associação mutualista procurou tranquilizar os seus associados ao garantir que tem a solidez financeira para fazer face às responsabilidades assumidas, nomeadamente perante os mutualistas. Segundo os dados divulgados esta semana na apresentação de resultados, a Associação Mutualista assume ter um rácio de cobertura de 1,052 das suas responsabilidades. Para exemplificar, isto significa que por cada 100 euros aplicados pelos associados, em teoria, a associação mutualista dispõe de 105 euros para fazer face a esse compromisso.

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Moody’s melhora avaliação da dívida do Brasil de “negativa” para “estável”

  • Lusa
  • 16 Março 2017

Os avanços na economia do país ainda não são suficientes para melhorar o 'rating', mas para já a perspectiva passou de "negativa" para "estável", decidiu a Moody's.

A agência de notação financeira Moody’s melhorou a perspetiva para o risco soberano da dívida do Brasil de “negativa” para “estável”, mas mantém que a avaliação sobre o país ainda continua a indicar risco de crédito elevado.

Segundo a Moody’s, o fim da acentuada contração do Produto Interno Bruto (PIB), em conjunção com a queda de juros e convergência da inflação para a meta estabelecida pelo Governo em 4,5% para o ano em curso configuraram um cenário mais positivo para a economia brasileira, que permitiu a revisão da avaliação.

Na avaliação divulgada hoje, a Moody’s destacou que o Brasil já está a mostrar “sinais de recuperação, uma descida da inflação e uma perspetiva orçamental mais clara”.

"[O Brasil já está a mostrar] sinais de recuperação, uma descida da inflação e uma perspetiva orçamental mais clara.”

Moody's

A agência de notação estimou que o Produto Interno Bruto deve crescer este ano entre 0,5% e 1%, e subir para 1,5% no próximo ano.

A Moody’s disse acreditar que depois de 2018 as riquezas produzidas no país devem aumentar anualmente em torno de 2% e 3%.

Sobre o cenário político do Brasil, muito conturbado nos últimos anos com o processo de destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff e as investigações de corrupção envolvendo diversos políticos do país, a agência de risco destacou que o quadro “está a melhorar”.

A Moody’s observou como um sinal positivo dado pelo país na direção da estabilidade foi a aprovação de uma lei no Congresso brasileiro que limitou o crescimento dos gastos públicos nos próximos vinte anos às taxas da inflação.

Citando um outro elemento positivo sobre o Brasil, a Moody’s destacou que houve uma redução “significativa” do risco de passivos associados às atividades de entidades relacionadas com o Governo, como por exemplo da petrolífera estatal Petrobras.

A Moody’s frisou ainda que a dívida brasileira possui estrutura suficientemente capaz de mitigar os riscos.

Em resposta a esta avaliação, o Governo brasileiro emitiu uma nota afirmando que “a reavaliação pela Moody’s é um reconhecimento importante dos recentes esforços na recuperação fiscal e destaca os benefícios a serem alcançados com a efetivação das reformas”.

"A reavaliação pela Moody’s é um reconhecimento importante dos recentes esforços na recuperação fiscal e destaca os benefícios a serem alcançados com a efetivação das reformas.”

Governo brasileiro

Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças, o Brasil reafirma o “seu compromisso com a recuperação económica, marcada pelo esforço na aprovação de reformas estruturais, com o objetivo de garantir a sustentabilidade das contas públicas, além de contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e aumento da produtividade”.

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Cinco ex-administradores da CGD não apresentaram declarações de rendimentos

  • ECO
  • 15 Março 2017

Emídio Pinheiro, Henrique Noronha e Menezes, Paulo Rodrigues da Silva, Angel Guraya e Herbert Walter são os cinco ex-administradores de António Domingues que não apresentaram declarações ao TC.

Cinco dos seis administradores da Caixa Geral de Depósitos que se demitiram com António Domingues não apresentaram a declaração de património e de rendimentos ao Tribunal Constitucional quando assumiram funções, avança o jornal Público (acesso pago) que já foi consultar as declarações ao TC. Em causa estão três administradores executivos e dois não executivos.

Se insistirem em não divulgar estas informações a propósito da entrega da declaração de cessação de funções — que deve ser feita até ao fim do mês — ficarão inibidos de assumir funções públicas durante cinco anos, explica o Público.

António Domingues apresentou a sua declaração de rendimentos logo no dia em que foi formalizada a sua renúncia ao cargo de presidente do Conselho de Administração da CGD, a 28 de novembro. O gestor recebeu 539.516 euros de trabalho dependente como administrador do BPI, BPA, Allianz Portugal e Nos, em 2015, e entre os ativos que compõem o seu património está, por exemplo, um prédio em Lisboa no valor de 1,2 milhões de euros — que gerou rendas no valor de 48 mil euros nesse ano — um veleiro comprado em leasing, dois Porsches 911 e quatro contas bancárias. A maior com um saldo de 3,7 milhões de euros, avança o Público, o primeiro jornal a ter acesso às declarações que, a partir desta quarta-feira passaram a estar acessíveis para consulta.

Emídio Pinheiro, Henrique Noronha e Menezes e Paulo Rodrigues da Silva foram os três administradores executivos que não cumpriram até agora nenhuma das obrigações de transparência. Angel Corcóstegui Guraya e Herbert Walter os não executivos que estão na mesma situação.

O Público revela que entre as declarações entregues, os valores mais surpreendentes e que chamam mais a atenção são os quatro milhões que Pedro Durão Leite ganhou em 2015 enquanto administrador de várias empresas do grupo PT (incluindo a MEO), da TMN e vice-presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações. No seu património figuram contas bancárias superiores a sete milhões de euros, um Porsche, um Mercedes CLZ e um apartamento em Lisboa.

 

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Mota-Engil faturou 2,2 mil milhões em 2016

  • Lusa
  • 15 Março 2017

A Mota-Engil divulgou alguns indicadores preliminares não auditados relativos ao exercício de 2016, que incluem designadamente um volume de negócios no montante de 2,2 mil milhões de euros.

A Mota-Engil divulgou hoje alguns indicadores preliminares não auditados relativos ao exercício de 2016, que incluem designadamente um volume de negócios no montante de 2,2 mil milhões de euros.

O valor do volume de negócios representa uma redução de 9% em relação a 2015, mas um crescimento de 4% se se excluírem efeitos cambiais, especificou a empresa, em comunicado colocado no sítio da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Da atividade resultou uma margem EBITDA de 15%, que não variou em relação ao ano anterior. A empresa definiu EBITDA como a soma algébrica das rubricas de demonstração de resultados ‘vendas e prestações de serviços’, ‘outros rendimentos’, ‘custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, variação da produção e subcontratos’, ‘fornecimentos e serviços externos’, ‘gastos com pessoal’ e ‘outros rendimentos/gastos operacionais’.

A dívida líquida atingiu os 1,2 mil milhões de euros, menos 16% do que em 2015, e o investimento líquido (aquisições menos alienações) os 67 milhões de euros.

A empresa encerrou o ano com uma carteira de 4,4 mil milhões de euros, dos quais 4,0 mil milhões no estrangeiro. Estes valores referem-se a volume de negócios a reconhecer no futuro relativo a projetos para os quais os respetivos contratos já foram assinados ou adjudicados e o cliente já assegurou o financiamento, acrescentou a Mota-Engil.

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Luz Saúde aposta na Madeira com a compra de clínicas

A dona do Hospital da Luz comprou cerca de 80% da S.C.H. - Sociedade Clínica Hospitalar, a empresa que detém duas unidades privadas de saúde na Madeira. Não há valores para o negócio.

A Luz Saúde, que detém o Hospital da Luz, comprou 81,14% do capital da empresa que explora a “Clínica de Santa Catarina” e “Policlínica do Caniço” duas unidades privadas de saúde no Funchal.

O negócio entre a Luz Saúde e a S.C.H. – Sociedade Clínica Hospitalar, que detém e explora estas unidades foi comunicado ao mercado ao final do dia, mas não há indicação dos montantes envolvidos.

“Inaugurada em 1963, a Clínica de Santa Catarina é uma unidade de saúde privada de referência no referido mercado insular da Madeira, dispondo de uma vasta oferta de cuidados de saúde, nomeadamente internamento, cirurgia, consultas de especialidade e meios complementares de diagnóstico e terapêutica”, detalha o comunicado da CMVM. A clínica tem 37 camas e a área de dois mil metros quadrados tem vindo a sofrer obras de renovação e expansão, nomeadamente nas instalações afetas ao internamento e ao bloco operatório, avança ainda o mesmo comunicado.

A S.C.H. – Sociedade Clínica Hospitalar realizou cerca de 1.500 cirurgias, 15.000 consultas e obteve receitas de 4,3 milhões de euros nesse ano. A empresa opera na Madeira conta com 50 trabalhadores e mais de 100 médicos de diversas especialidades. No pacote, a Luz Saúde leva ainda as mais recentes aquisições da S.C.H. a Núcleo de Imagem Diagnóstica e um estabelecimento comercial pertencente à sociedade CRMM – Centro de Ressonância Magnética da Madeira dedicado à realização de exames de diagnóstico de ressonância magnética.

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Marcelo propõe que orçamentos contenham estratégia de médio e longo prazo

  • Lusa
  • 15 Março 2017

O Presidente da República propôs hoje que se reforce a componente estratégica dos orçamentos do Estado, com uma visão de médio e longo prazo.

O Presidente da República propôs hoje que se reforce a componente estratégica dos orçamentos do Estado, com uma visão de médio e longo prazo, que disse ser o que estava pensado quando se aprovou a Constituição.

“Talvez seja possível dar algum sentido útil a uma estratégia anual, virada agora para médio e longo prazo, e sobretudo tirar proveito da Lei de Enquadramento Orçamental, para reforçar uma visão do Orçamento que lhe proporcione mais estável horizonte e mais clara operacionalidade económica“, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado, que falava no encerramento da conferência “Investimento em Portugal”, uma iniciativa sua, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, acrescentou: “Não vos escondo, aliás, que seria um prazer intelectual ver esse passo dado, 45 anos depois de o ter defendido no episódico ensino de finanças públicas numa escola de Direito”.

Marcelo Rebelo de Sousa disse poder assegurar, enquanto antigo deputado constituinte, que “no início da vigência da Constituição” se “supunha a ligação do Orçamento do Estado a estratégias de médio e longo prazo”.

Contudo, o Orçamento do Estado acabou por se converter “num mero Orçamento de caixa, e os planos num exercício de diminuta importância”, lamentou.

“Se a União Europeia, ela própria presa às vezes do curtíssimo prazo, e a suspeição de suspeições de estatismo dissimulado o permitirem, talvez seja possível dar algum sentido útil a uma estratégia anual, virada agora para médio e longo prazo“, considerou.

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Portugal já é o segundo maior empregador da Euronext

Com a inauguração do novo centro tecnológico no Porto, Portugal assume o segundo lugar em termos de emprego da plataforma Euronext, logo atrás de França. Novo centro emprega 115 pessoas.

O centro tecnológico da Euronext no Porto, inaugurado esta quarta-feira com a presença do primeiro-ministro, António Costa, faz de Portugal o segundo maior empregador da plataforma, logo atrás de França com cerca de 200 colaboradores. A informação foi avançada pelo presidente do conselho de administração da Euronext, Stéphane Boujnah.

O Euronext Tecnologies, nome do novo centro, foi deslocalizado de Belfast para a cidade do Porto e emprega para já 115 pessoas, devendo a breve prazo chegar às 140.

O presidente da Euronext justifica a deslocalização da cidade irlandesa para Portugal, mais concretamente para a cidade do Porto, com a necessidade das “operações-chave estarem localizadas nos principais países Euronext, e Portugal é um deles”. E acrescenta: “em Belfast tínhamos a equipa certa na localização errada”.

Mas essa não foi a única razão apontada por Boujnah. “O talento dos pós-graduados em Portugal, em geral, e no Porto e arredores, em concreto, nomeadamente nas engenharias é impressionante”. A juntar a isto há ainda o facto “destes grandes talentos serem ao mesmo valor ou até mais baratos” do que em Belfast.

"O talento dos pós-graduados em Portugal, em geral, e no Porto e arredores, em concreto, nomeadamente nas engenharias é impressionante””

Stéphane Boujnah

Presidente do conselho de administração da Euronext

Também a pesar na decisão, confessou o presidente da Euronext, esteve o fato de no Porto estar já localizada a Interbolsa, o que acontece há 15 anos. A Interbolsa, acrescenta Boujnah, “assenta em três pilares fundamentais: a inovação, a tecnologia, o empreendedorismo e o seu dinamismo na implementação do Target to Securities junto do Banco Central Europeu é reconhecido pelos vários agentes do mercado”.

O Euronext Tecnologies para além de ter envolvido pessoas de todas as localizações da Euronext e de todos os departamentos tem ainda a particularidade de que todas as operações de IT e gestão de serviço de IT serem asseguradas pelo Porto, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Stéphane Boujnah adiantou ainda que “também a parte de engenharia informática e as equipas especializadas em End User Computing que suportam as atividades do dia-a-dia são desempenhadas a partir daqui do Porto”. Ainda no Porto é feito o desenvolvimento de software ligado às soluções de mercado do projeto Optq, para além dos projetos ligados à Cyber-segurança.

O presidente da Euronext referiu ainda que a estratégia da plataforma que reúne as bolsas de Lisboa, Paris, Amesterdão e Bruxelas passa “por também fazer crescer a Euronext Lisboa”. Para isso assegurou é preciso que o esforço comercial em Lisboa se torne mais relevante de modo a captar as empresas portuguesas. Sem esquecer, as empresas familiares, onde acrescentou “existem imensos casos de sucesso em Portugal”.

Já o presidente da Euronext Lisboa, Paulo Rodrigues da Silva, que está no cargo há meia dúzia de dias, depois de suceder a Maria João Carioca destacou que ” estes 140 profissionais vão colaborar na operação de desenvolvimento dos sistemas de negociação para todas as localizações Euronext”.

"estes 140 profissionais vão colaborar na operação de desenvolvimento dos sistemas de negociação para todas as localizações Euronext”.”

Paulo Rodrigues da Silva

Presiente do conselho de administração da Euronext em Portugal

Paulo Rodrigues da Silva destacou que este investimento do grupo Euronext em Portugal só “é possível por estarmos integrados num grupo de bolsas, líder na Europa”. E realçou: “a integração da Bolsa Portuguesa no grupo Euronext, há cerca de 15 anos, foi uma decisão estratégica que constituiu um fator decisivo para a internacionalização do mercado de capitais nacional e de atração de investimento estrangeiro“.

Para o novo presidente da bolsa de Lisboa “o peso dos investidores estrangeiros nas transações na bolsa portuguesa, que no ano 2000 era diminuto, aumentou cerca de 70%. Relativamente aos investidores do mercado, 85% são membros que negoceiam a partir de outros países”.

“Porto é um grande destino para o investimento”

O primeiro-ministro por seu turno, enalteceu o facto de o Porto não ser “apenas o melhor destino turístico, é um grande destino para o investimento e para o investimento tecnológico”. Para António Costa este novo centro tecnológico no Porto demonstra bem que “hoje é essencial ter boas infraestruturas de comunicação e elevado talento para atrair investimentos desta natureza”. Costa afirmou ainda estar orgulhoso porque este centro tecnológico “dá suporte à bolsa em Portugal, mas também a Paris, Bruxelas e Amesterdão”.

Costa disse ainda que numa altura em que a Europa discute as geometrias variáveis é importante que se saiba que “Portugal e o Porto estarão nessas geometrias”. E aproveitou para deixar o recado: “é preciso reforçar o projeto europeu porque só assim reforçamos a nossa competitividade”.

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Municípios têm mais um acelerador de investimento

Agora é a vez de tentar acelerar os investimentos para combater a erosão costeira ou os incêndios florestais. Projetos vão ter majoração de dez pontos percentuais.

Todos os projetos apresentados até ao final do ano passado para receber apoio comunitário e cujas despesas sejam feitas em 2017 vão receber um bónus de dez pontos percentuais na taxa de cofinanciamento. A medida poderá custar, no máximo, 25 milhões de euros, confirmou ao ECO, a gestora do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR).

A previsão é de que a medida venha a beneficiar cerca de 200 operações com investimento total que ronda os 250 milhões de euros, revela a autoridade de gestão do programa, tanto no continente como na Madeira.

O Acelerador do Investimento restringe-se apenas aos investimentos que se inserem no Eixo 2 do Programa, ou seja, projetos que ajudem a adaptar o território às alterações climáticas e à prevenção e gestão de riscos. Em causa estão 401 milhões de euros de apoios que podem ser atribuídos, até 2020, à proteção de arribas, colocação de areia em praias sujeitas a grande erosão, reabilitação de dunas, meios aéreos para Proteção Civil, equipamentos de Proteção Individual, veículos de prevenção e socorro, etc. Mas só os investimentos que foram selecionados a partir dos concursos abertos até 31 de dezembro de 2016 é que podem beneficiar da majoração de dez pontos percentuais decidida pelas Comissão Interministerial de Coordenação do Portugal 2020.

Nos novos avisos para a apresentação de candidaturas a partir de 1 de janeiro de 2017, voltam a ser aplicadas as taxas de cofinanciamento estabelecidas na decisão de aprovação da operação sem qualquer majoração. Sem majoração, como confirmou ao ECO, a gestora do PO SEUR, Helena Azevedo, e com “uma taxa de cofinanciamento dez pontos percentuais mais baixa” do que o praticado até aqui. Por norma, os investimentos feitos no âmbito deste programa operacional beneficiam de uma taxa de cofinanciamento de 85%, mas os investimentos aprovados a partir de concursos lançados este ano terão uma ajuda de Bruxelas correspondente a 75% do investimento elegível.

“A taxa de execução é baixa, por isso o objetivo é incentivar a aceleração da execução dos projetos”, reconhece Helena Azevedo. A 28 de fevereiro, a taxa de execução deste Eixo específico era de 14,8% — “no eixo 2 tínhamos 194 milhões de euros de fundo aprovado que corresponde a 48,4% do total do eixo”, precisou a responsável. Mas o PO SEUR, como um todo, tem uma taxa de execução de 7,2%.

A taxa de execução é baixa, por isso o objetivo é incentivar a aceleração da execução dos projetos.

Helena Azevedo

Gestora do PO SEUR

Helena Azevedo explica que a opção de avançar com um acelerador de investimento para o eixo 2 se prende não com a fraca execução deste pilar, mas antes por ser aquele que tem mais investimentos no pipeline. “Tendo em conta o volume de projetos aprovados bastante elevado, com este estímulo pode contribuir de forma positiva para o aumento da taxa de execução do programa”, afirma, acrescentando ainda que estão em causa investimentos de numa “área de extrema relevância”.

Apesar destas medidas terem começado a ser analisadas politicamente em novembro de 2016, só agora a decisão viu a luz do dia. Helena Azevedo garante que “ainda vai muito a tempo” para adotar as medidas mais necessárias até ao verão.

Os grandes beneficiários deste acelerador de investimento voltam a ser os municípios — no verão de 2016 o Governo decidiu atribuir uma majoração de 10% para os investimentos que as câmaras realizassem ainda nesse ano (prazo que foi entretanto alargado) ou de 7,5% ao longo do primeiro semestre de 2017 –, mas também sociedades POLIS do litoral e associações humanitárias de bombeiros voluntários e entidades públicas da Região Autónoma da Madeira.

 

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