May: Britânicos não devem esperar manter “pedaços” dos direitos adessão à UE

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2017

A primeira-ministra britânica afirmou que o Reino Unido não pode estar à espera de manter "pedaços" dos seus direitos de adesão à União Europeia depois de sair dela, tais como acesso ao mercado único.

Theresa May, em entrevista à cadeia de televisão Sky News divulgada este domingo, foi questionada sobre se iria dar prioridade ao controlo da imigração ou à permanência no mercado comum da União Europeia (UE).

“As pessoas falam frequentemente como se, de alguma forma, nós pudéssemos sair da União Europeia, mas mantendo pedaços [dos direitos] de adesão à UE. (…) Nós vamos sair. Nós estamos a sair. Não vamos continuar a ser um membro da UE“, respondeu Theresa May.

Assim, disse, a questão é a de saber “qual será o tipo de relacionamento correto entre o Reino Unido e a União Europeia quando estivermos fora”.

"As pessoas falam frequentemente como se, de alguma forma, nós pudéssemos sair da União Europeia, mas mantendo pedaços [dos direitos] de adesão à UE. (…) Nós vamos sair. Nós estamos a sair. Não vamos continuar a ser um membro da UE.”

Theresa May

Primeira-ministra britânica

“Vamos ter a capacidade de controlar as nossas fronteiras, controlar as nossas leis”, sublinhou.

Por outro lado, Theresa May garantiu que a estratégia do governo para o Brexit não é “uma confusão”, na sequência de críticas nesse sentido do antigo embaixador britânico junto da UE Sir Ivan Rogers.

Os partidos que criticam as opções do Governo quanto ao Brexit têm exigido mais pormenores sobre a estratégia de saída do Reino Unido e Theresa May prometeu dar mais explicações “nas próximas semanas”.

“Todos os que olham para esta questão da livre circulação de pessoas e mercadorias como uma espécie de jogo de soma zero estão a abordar o tema de forma errada (…). Tenho ambição quanto ao que vamos conseguir obter para o Reino Unido da sua relação com a UE, porque acredito que também vai ser bom para a UE. O nosso pensamento quanto a isto não é nada confuso”, realçou.

No entanto, Theresa May ressalvou que o governo britânico também espera obter “o melhor negócio possível”, nomeadamente “que as empresas possam continuar a fazer negócio, que as empresas britânicas possam continuar a operar dentro da UE e que as empresas europeias possam continuar a fazer comércio com o Reino Unido e operar dentro do Reino Unido”.

No referendo do ano passado sobre a saída do Reino Unido da UE, 51,9% dos votantes britânicos optou pela saída, contra 48,1% que pretendiam ficar.

O governo britânico prometeu ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa (que dá início ao processo de saída de um Estado-membro) até março deste ano. Este mês o Supremo Tribunal britânico decide um recurso apresentado pelo Governo de May sobre uma decisão de uma instância inferior, que – na prática – sustenta que não pode ser o executivo, e sim o parlamento, a ativar esse artigo.

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Como “Caracolinhos e Os Três Ursos” podem ajudar o Reino Unido a sair da UE

Se o Governo de Theresa May conseguir assegurar um Brexit "moderado", em que chegue a consensos com todas as partes, é possível que a economia britânica não seja tão desastrosamente afetada.

Goldilocks, ou Caracolinhos Dourados, passeava numa floresta quando encontra uma casa onde vivem três ursos. Com a casa vazia, a criança decide entrar e experimentar a comida e a cama de cada um dos ursos, concluindo que um dos elementos está sempre num extremo (demasiado quente ou demasiado grande) ou noutro (demasiado fria ou demasiado pequena). Mas há sempre um, o equilíbrio entre os extremos, que está mesmo no ponto.

O princípio de Goldilocks, que resulta da história infantil, é simples: em determinada amostra, há elementos que pertencem aos extremos, mas haverá sempre o elemento que pertence à média. Quando aplicado à economia, o princípio sustenta que um crescimento económico moderado e uma inflação baixa permitem uma política monetária também moderada.

É precisamente esse princípio que poderá ajudar a minimizar os estragos que a saída da União Europeia poderá trazer para o Reino Unido: se o Governo britânico conseguir assegurar um Brexit Goldilocks, em que chegue a consensos com todas as partes — nacionais e europeias –, é possível que a economia britânica não seja tão desastrosamente afetada como se espera, defende o Morgan Stanley, numa nota de research.

Na nota assinada por Jacob Nell e Melanie Baker, os economistas do Morgan Stanley reconhecem que o mais provável é que se verifique uma gradual desaceleração da economia britânica após a saída do Reino Unido da União Europeia, mas acreditam que “o acordo certo” pode minimizar estes efeitos.

Para o banco de investimento, se esse “acordo certo” for alcançado, há quatro áreas chave que vão influenciar a evolução da economia britânica a partir do momento em que o Brexit arranque:

  • Emprego: “A destruição de postos de trabalho poderá ser muito mais branda e prolongada no tempo” do que se antecipa. “O Brexit está a mais de dois anos de distância, o que, potencialmente, atrasa as mudanças estruturais que podem levar a perda de empregos em alguns setores. Isso poderá ajudar a que a procura interna se mantenha elevada”.
  • Salários: Há “riscos crescentes” para a evolução dos salários, por várias razões: o salário mínimo nacional vai aumentar mais 4,2% em abril; com o Reino Unido perto do emprego pleno, os trabalhadores poderão exigir (e ver-lhes concedido) um maior aumento salarial para compensar o aumento da inflação; poderá haver uma queda acentuada nos fluxos migratórios, pressionando ainda mais o mercado de trabalho. Mais importante, se a evolução dos salários continuar a crescer de forma acentuada, o Banco de Inglaterra poderá ver-se obrigado a aumentar as taxas de juro para evitar um “sobreaquecimento económico”, isto é, um cenário em que a oferta é insuficiente para responder à procura.
  • Preços: A procura interna poderá também ser impulsionada pela guerra de preços que tem sido protagonizada pelos supermercados britânicos Tesco e Sainsbury’s e pelos alemães Aldi e Lidl. “Isso dá grande margem às famílias para pouparem dinheiro nas compras para a casa”. Se isso acontecer, “a procura interna vai aguentar-se, apesar da inflação”.
  • Crédito: Há ainda espaço para uma maior flexibilização das condições de crédito e as perspetivas são de que a concessão de crédito aumente mesmo com o Brexit à porta. “Os bancos estão muito mais bem capitalizados que no período que antecedeu a crise financeira global. Agora, são capazes de resistir a uma crise sem terem de reduzir a concessão de crédito”.

Contudo, o Morgan Stanley deixa claro que um cenário Brexit Goldilocks é pouco provável, sobretudo tendo em conta que a primeira-ministra britânica, Theresa May, é mais favorável a um “Brexit total”.

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MPLA recorda “insigne figura da vida política portuguesa”

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2017

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, recordou hoje Mário Soares como uma "insigne figura da vida política portuguesa".

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, recordou hoje Mário Soares como uma “insigne figura da vida política portuguesa”.

A posição está expressa numa curta nota de condolências do Bureau Político do Comité Central do MPLA, liderado pelo também chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, sobre a morte do antigo Presidente português, ocorrida no sábado, em Lisboa.

“Neste momento de dor e de luto, o Bureau Político do Comité Central do MPLA inclina-se perante a memória do doutor Mário Soares e, em nome dos militantes, simpatizantes e amigos do partido, endereça ao Partido Socialista de Portugal e, através deste, à família enlutada as suas mais sentidas condolências”, lê-se na mesma nota.

Mário Soares morreu no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.

"Neste momento de dor e de luto, o Bureau Político do Comité Central do MPLA inclina-se perante a memória do doutor Mário Soares e, em nome dos militantes, simpatizantes e amigos do partido, endereça ao Partido Socialista de Portugal e, através deste, à família enlutada as suas mais sentidas condolências.”

MPLA

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral de Estado realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

 

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Costa ausente do funeral: “Visitas de Estado têm regras e devem ser cumpridas”

O primeiro-ministro explicou a sua ausência do funeral de Mário Soares por se encontrar em visita de Estado à Índia. "Visita de Estado são visitas de Estado. Têm regras e devem ser cumpridas".

De visita oficial à Índia, António Costa explicou a sua ausência do funeral de Mário Soares por existirem regras de visitas de Estado que devem ser cumpridas, assegurando que o antigo Presidente da República “faria exatamente o mesmo”.

Visitas de Estado são visitas de Estado. Têm regras e devem ser cumpridas“, referiu o primeiro-ministro a partir de Bangalore, Índia. “Estou certo que Mário Soares faria exatamente o mesmo. A melhor reação que tive foi de João Soares e Isabel Soares, que perceberam que tinha de o fazer”, acrescentou. “Trata-se de uma vista de Estado e, portanto, os primeiros-ministros não têm aqui vontades pessoais. Têm de fazer o que devem fazer”, declarou ainda.

Em representação do Governo nas cerimónias fúnebres estará o ministro dos Negócios Estrangeiros. O funeral de Mário Soares está marcado para a próxima terça-feira, a partir das 15h30, em Lisboa.

Nos próximos dias, durante o período de luto nacional, António Costa adiantou que “os momentos menos formais da visita” de Estado à Índia, que está a realizar desde sábado e que termina na quinta-feira, vão ser eliminados”.

"Visitas de Estado são visitas de Estado. Têm regras e devem ser cumpridas. Estou certo que Mário Soares faria exatamente o mesmo. A melhor reação que tive foi de João Soares e Isabel Soares, que perceberam que tinha de o fazer. Trata-se de uma vista de Estado e, portanto, os primeiros-ministros não têm aqui vontades pessoais. Têm de fazer o que devem fazer.”

António Costa

Primeiro-ministro português

“Como chefe do Governo, não deixarei de fazer a minha intervenção [em vídeo, para ser emitida na cerimónia] do Mosteiro dos Jerónimos, assegurando, naturalmente, que o funeral de Estado que o Governo decretou decorrerá com tudo aquilo que se exige. Se fosse uma questão pessoal, faria aquilo que todos os amigos do Dr. Mário Soares querem fazer, que é prestar-lhe pessoalmente a sua última homenagem, poder dar um abraço ao vivo aos seus filhos Isabel e João. Só o pude fazer por telefone, mas é assim” reforçou o primeiro-ministro.

António Costa referiu ainda que hoje, em Bangalore, durante a sessão de abertura da convenção da diáspora indiana, houve a oportunidade de se assistir “a um momento muito marcante, que foi a homenagem que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, promoveu com um minuto de silêncio em memória de Mário Soares”.

(Notícia atualizada às 15h28)

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De Nova Iorque a Bali, os melhores hambúrgueres do mundo

  • Bloomberg
  • 8 Janeiro 2017

Não há nada como a satisfação de um ótimo hambúrguer — e nada como a deceção de um mau.

Em viagem pelo mundo há pouca margem para erro. Por isso, a Bloomberg pediu a três especialistas em hambúrgueres dicas de onde ir para comer os melhores. Os três eleitos — Randy Garutti, presidente do Shake Shack de Nova Ioquer, Scott Collins, fundador dos restaurantes Meatliquor em Londres e Uwe Opocensky, chef da Greater China Restaurant Company, em Hong Kong — alinharam preferências e deram dicas dos seus sítios favoritos, desde os sofisticados e abafados aos simples e clássicos. Tome nota.

 

 

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Uma nota de research com memes? Estiveram mais longe

Chatos, aborrecidos e cheios de números enfadonhos. Wall Street quer mudar a forma como apresenta as suas notas de investimento para contrariar o crescente desinteresse do mercado no research.

Uma nota de investimento sobre a Nos com gatinhos pelo meio? Uma análise sobre o BCP com um meme do sucess kid? Ainda não, mas já estivemos mais longe. Wall Street está a puxar pela criatividade dos seus analistas para fugir à rotina e ao tom monótono que costuma acompanhar as análises de research sobre os mercados financeiros. O objetivo é contrariar o crescente desinteresse dos investidores pela prolífica produção dos bancos de investimento.

O Bank of America Merrill Lynch é um desses exemplos. Longe vão os resumos diários de mercado e os relatórios que necessitam uma leitura mais prolongada. Ao invés, a diretora de research Candace Browning está a incentivar os seus funcionários a usarem da sua imaginação para chamar a atenção dos leitores. Pretende que a sua equipa faça previsões mais ousadas mas sem colocar em risco a reputação no mercado.

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“O único research que vale a pena tem de ser original e tem de incorporar ideias que antecipem” retornos, referiu Browning à Bloomberg. “Temos de dizer aos nossos clientes algo que eles ainda não saibam”, frisa a responsável.

Mostrar personalidade nas notas de análise também ajuda a colorir o cinzento que costuma preencher este tipo de análise usualmente repleto de números e gráficos. David Woo, do Bank of America, comparou a taxa de câmbio dólar-yuan a um mau casamento. O analista Kit Juckes, do Société Générale, é conhecido por recorrer às letras das canções de Bod Dylan ou a provérbios latinos para escrever os seus insights. No Credit Suisse, já utilizaram as rimas do rapper Notorious B.I.G para comentar a política monetária do Banco de Japão.

A ideia de dar alguma humanidade a relatórios onde abundam termos técnicos como target price, underweight ou fair value é simples: desde 2008 os maiores bancos de investimentos já eliminaram mais de meio milhões de postos de trabalho, deixando as equipas de research sob intensa pressão para mostrar o seu valor através de notas de investimento que tenham capacidade para prever movimentos do mercado e memoráveis.

Além disso, a União Europeia prepara-se para banir as comissões que se pagam pelo research já em 2018. Ou seja, cada vez mais serão as próprias empresas a pagarem para ser avaliadas pelas casas de investimento, criando ainda mais incentivos para os analistas se evidenciarem com análises mais coloridas.

Foi o que fez Kit Juckes quando deu o título de “The Times They Are a-Changin” no seu Forex Weekly, iniciando a sua análise semanal sobre o mercado cambial assim:

“Bob Dylan, Prémio Nobel de Literatura de 2016, afirmou uma vez que “escritores e críticos que profetizam com sua caneta” para manter os olhos bem abertos e para não falar demasiado cedo porque o mundo ainda está em rotação. Esse é provavelmente um bom conselho, mas à medida que o dólar recupera metade da sua queda após janeiro, devemos estar cientes da batalha entre as expectativas da taxa da Fed que estão a conduzir o dólar e a ameaça de que a força do dólar assusta os investidores (outra vez). Enquanto isso, no Reino Unido, quando os prémios de risco começam a aumentar as taxas de rendibilidade das obrigações, estes também deixam de dar suporte à libra esterlina, ou qualquer outro ativo para esse efeito”.

O que retirou do comentário? Pois… Que os tempos estão a mudar, como canta Bob Dylan.

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Conseguirá o Spotify salvar a indústria musical?

  • Bloomberg
  • 8 Janeiro 2017

Receitas das discográficas são asseguradas em 10% pela plataforma de música.

Fora da Suécia, o nome de Daniel Ek não é conhecido. Mas isso provavelmente mudará este ano, quando o jovem de 33 anos tentar transformar o Spotify, a empresa de streaming de música fundada por ele há uma década, em Estocolmo, numa empresa de capital aberto que poderá valer 8.000 milhões de dólares.

O sucesso da abertura de capital dependerá do facto de os investidores acreditarem que Ek pode transformar o crescimento meteórico da receita da empresa em lucros sustentáveis num futuro não muito distante. O sueco de cabeça rapada precisa de contornar as dúvidas de quem acredita que o Spotify não passa de um canal de distribuição, comprometido com os três selos discográficos cujas altas taxas de licenciamento são uma limitação séria. Mas este não é o único desafio: o gestor também precisa de convencer o mercado de que o Spotify não se intimida face à concorrência de rivais ricos como a Apple e a Amazon, que subsidiam alegremente serviços de música para vender mais.

Por enquanto, Ek foi bem sucedido nos desafios. O modelo de negócio do Spotify baseia-se em vender assinaturas que custam 10 dólares por mês, embora conte com um serviço gratuito em que vende anúncios. O modelo tornou-se hábil nas negociações delicadas com as discográficas, que teriam feito desistir alguém menos determinado. Mas Ek soube superar, tanto os erros iniciais na transição para os dispositivos móveis como garantiu que o serviço de streaming da Apple não descarrilasse o crescimento.

No percurso, Ek percebeu que gerir uma empresa com mais de 1.500 funcionários implica, muitas vezes, fazer coisas coisas chatas que não surgem naturalmente. Com uma camisa preta com o slogan Suits Suck [“fatos são péssimos”], Ek disse recentemente numa conferência de tecnologia que tinha aprendido a gostar dos recursos humanos e de um bom software empresarial.

O Spotify tem alguns fatores interessantes para quem pensa em investir na empresa: uma marca popular, um forte crescimento da receita e mais de 40 milhões de assinantes pagos (o dobro do número da Apple). As vendas aumentaram quase 80%, para 1,95 mil milhões de euros (2,03 mil milhões de dólares) em 2015, segundo dados da empresa. E os números esperados para 2016 apontam para um crescimento de 50%, segundo um trabalho publicado pela Bloomberg em julho.

No entanto, a empresa continua a ser deficitária. A maior fraqueza do Spotify é gastar a maior parte de receita com direitos discográficos e editoras: o custo oscila entre 81 e 83% há três anos, acima de tudo por causa desses royalties. Isso significa que a margem bruta, de 17 a 19%, é muito inferior ao normal para uma empresa de tecnologia.

Os fãs do Spotify dizem que a empresa pode tornar-se lucrativa quando a base de assinantes for suficientemente grande para absorver os royalties e outras despesas, como pesquisa, desenvolvimento e marketing. Mas, para chegar a dar lucro, é necessário fazer alterações — como conservar o poder de definir os preços — e, alguns deles, não dependem só de Ek. Assim, ou o Spotify reduz os custos de licenciamento conseguindo condições melhores dos selos, ou terá que gastar menos em outras coisas.

Em comparação, o Netflix — a empresa de conteúdos digitais por assinatura mais bem-sucedida, considerando os 92 milhões de clientes — está a ponto de ter gerado 8,8 mil milhões de dólares de receita e 348 milhões em lucros operacionais em 2016, de acordo com dados da Bloomberg. A empresa tem uma margem de 32% por cento, ganha 108 dólares por ano com cada utilizador nos EUA e 97 dólares por cada um dos registados fora dos Estados Unidos.

Segundo cálculos do Gadfly, para que o Spotify chegue aos 300 milhões em lucros operacionais, terá que aumentar a base de assinantes para 60 milhões, elevar a margem bruta para 30% e incrementar a receita média obtida com cada utilizador para 100 dólares anuais, em contraste com os cerca de 72 dólares no ano passado. Portanto, ainda há muito trabalho a fazer.

E se Ek estiver motivado por avaliações como a do Netflix, ele ainda está longe disso. O Netflix opera a cerca de 5 vezes a receita futura. Um múltiplo similar significaria uma avaliação de US$ 15 bilhões para a abertura do Spotify. Isso parece tão provável quanto uma turnê de reconciliação entre os arqui-inimigos da música pop Kanye West e Taylor Swift.

Contudo, há quem torça por Ek. Talvez o futuro da indústria musical dependa do Spotify. A empresa já gera cerca de 10% das receitas das discográficas e é suficientemente grande para ajudar a compensar o poder dos gigantes da tecnologia. É muito peso sobre os ombros do jovem Ek.

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Oliveira Martins não vê riscos de novo resgate

  • ECO
  • 8 Janeiro 2017

Para Guilherme d'Oliveira Martins, a subida dos juros da dívida já era esperada em função do aumento dos preços na Zona Euro. Diz que é importante não correr riscos de antecipar pressão dos mercados.

O ex-Presidente do Tribunal de Contas e actual administrador da Gulbenkian não vê riscos de um novo resgate a Portugal, isto apesar da subida acentuada das taxas de juro da dívida portuguesa na última semana. A yield das obrigações portugueses superou os 4% na quinta-feira, mas para Guilherme d’Oliveira Martins essa subida já era esperada em função do aumento dos preços na Zona Euro.

“Julgo que não” existe risco de resgate, considerou Oliveira Martins em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios. “E devemos ser muito claros. Nós não podemos correr o risco de antecipar pressões que decorram do mercado ou da perda de confiança do mercado. Isso é extremamente negativo. Sabemos que os fatores psicológicos pesam. Já pesaram” no passado, frisou o antigo Presidente do Tribunal de Contas.

Oliveira Martins pede para olhar para a subida das taxas das obrigações portuguesas com “muita prudência” e “conhecimento de causa”, dado, prossegui, o atual contexto europeu no que toca à subida generalizada dos preços no consumidor.

“Andamos a pedi-las. Andamos a pedi-las no sentido em que a situação em que nos encontrávamos no que se refere aos preços era uma situação de incerteza. Estávamos na fronteira entre deflação e a recessão. Neste momento este aumento das taxas de juro era previsível. O que é necessário é controlar isso”, disse o responsável.

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Da falência da Venezuela aos protestos no Chile: os cisnes negros que ameaçam as matérias-primas

  • ECO
  • 8 Janeiro 2017

O Barclays identificou um conjunto de eventos que poderão provocar o caos nos mercados das matérias primas, incluindo a bancarrota da Venezuela, os protestos no Chile e a guerra comercial com a China.

Se não aconteceu, pode acontecer. O Barclays considera que os mercados das matérias-primas (petróleo, metais, produtos agrícolas) enfrentam um ano de 2017 de enormes desafios, tendo em conta uma lista de possíveis ameaças com enorme potencial disruptivo. Quais os cisnes negros que podem provocar o caos nas commodities?

As matérias-primas registaram em 2016 a primeira valorização anual desde 2010, perante a recuperação do mercado energético e acontecimentos inesperados pelos investidores como a eleição de Trump ou o voto do Reino Unido para sair da União Europeia. Para os analistas do banco britânico, em 2017, fatores políticos vão continuar a ter a mesma importância que fatores económicos na evolução dos preços das matérias-primas.

“As novas políticas de populismo de protecionismo comercial têm potencial para perturbar a oferta global e as assunções de oferta para as várias commodities“, explicam a equipa de research do Barclays. “Vemos riscos de distorções em alta para 2017, baseado na elevada probabilidade de risco de disrupção”.

"As novas políticas de populismo de protecionismo comercial têm potencial para perturbar a oferta global e as assunções de oferta para as várias commodities. Vemos riscos de distorções em alta para 2017, baseado na elevada probabilidade de risco de disrupção.”

Barclays

O banco elencou mais de uma dúzia de cisnes negros, dividindo-os entre ameaças à oferta, como a redução da produção de petróleo na Venezuela após um cenário de incumprimento, e ameaças à procura, como um abrandamento inesperado da economia chinesa. Também há ameaças identificadas no transporte de matérias-primas, perante riscos nas rotas comerciais que são vitais na comercialização de commodities, como o Mar do Sul da China.

Trump é também ele próprio um cisne negro. O Barclays alerta para uma eventual escalada das tensões entre os EUA e o Irão com o desejo do Presidente eleito de reverter o acordo nuclear assinado recentemente por Teerão, um entendimento assinado com seis potências mundiais incluindo os EUA e que permitiu o levantamento das sanções económicas àquele país asiático.

“Não deverá ser uma surpresa que a promessa de Trump para desmantelar o acordo nuclear com o Irão surge como um dos principais riscos bullish (para valorização) para os mercados petrolíferos este ano. Mas pensamos que a abordagem de Trump será mais moderada em relação à retórica que utilizou na sua campanha”, diz o banco britânico.

Ainda no mercado do petróleo, depois de o barril ter registado um avanço de 50% em 2016, os preços podem voltar a disparar com um eventual default da Venezuela. Um incumprimento venezuelano pode restringir o financiamento à empresa Petroleos de Venezuela, criando constrangimentos à atividade da petrolífera. E isso afetará a produção.

Mas o maior receio do Barclays vem da China, um dos principais consumidores mundiais de matérias-primas. Por um lado, um abrandamento inesperado da economia chinesa vai deprimir a procura. Por outro, uma guerra comercial poderá emergir com a possibilidade de os EUA implementarem uma taxa sobre as importações chinesas. “O maior cisne negro para a procura de matérias-primas tem a ver com um inesperado recuo de qualquer uma das principais economias consumidoras. Nomeadamente, os investidores vão continuar atentos à economia chinesa”, diz o Barclays.

Entre outros cisnes negros estão potenciais tumultos no Chile depois das eleições gerais que o país vai realizar em 2017, o que pode afetar a produção de cobre.

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Anarec nega ter benefícios com aumento das margens nos combustíveis

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2017

A Associação de Revendedores de Combustíveis (Anarec) diz que não tem benefícios com o aumento da margem bruta sobre o preço final antes de impostos dos combustíveis.

A Associação de Revendedores de Combustíveis (Anarec) diz que não tem benefícios com o aumento da margem bruta sobre o preço final antes de impostos dos combustíveis, que o Governo pediu à Autoridade da Concorrência (AdC) que investigue.

Não participamos na criação desse preço. Temos uma margem fixa que está contratualizada com as companhias petrolíferas, que são os nossos fornecedores, portanto, se aumentar o preço dos combustíveis, a nossa margem mantém-se porque está contratualizado assim”, explicou à Lusa o vice-presidente da associação, Francisco Albuquerque.

No pedido do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, à AdC, que consta de uma carta enviada àquela autoridade, o governante afirma haver “evidência que fundamenta um esforço na investigação” sobre o preço dos combustíveis.

“Eliminado o efeito da carga fiscal sobre os preços (ISP e IVA), o peso relativo do que poderemos designar margem bruta tem vindo a aumentar de forma particularmente significativa, desviando-se significativamente do que vinha sendo a sua média histórica”, afirma o secretário de Estado, na carta enviada à presidente da AdC, Margarida Matos Rosa.

"Eliminado o efeito da carga fiscal sobre os preços (ISP e IVA), o peso relativo do que poderemos designar margem bruta tem vindo a aumentar de forma particularmente significativa, desviando-se significativamente do que vinha sendo a sua média histórica.”

Jorge Seguro Sanches

Secretário de Estado da Energia

Mas logo após a divulgação pública da carta, a Anarec veio a público para dizer que era necessário “esclarecer de uma vez por todas” que os revendedores de combustíveis “não beneficiam nem lucram nada” com o aumento do preço dos combustíveis.

As nossas margens de comercialização são, de uma forma geral, fixas e estão contratualizadas com as companhias petrolíferas, que são no fundo os nossos fornecedores”, explicou o vice-presidente, salientando que, quando aumenta o preço dos combustíveis, a margem comercial dos revendedores não aumenta.

“Se alguém lucra com esse aumento, certamente não são os revendedores de combustíveis, que de resto há muitos anos lidam com várias dificuldades”, afirmou, destacando entre as dificuldades “as magras margens” de comercialização e a “luta” por uma melhor distribuição das margens pela cadeia de valor.

"Se alguém lucra com esse aumento, certamente não são os revendedores de combustíveis, que de resto há muitos anos lidam com várias dificuldades.”

Francisco Albuquerque

Vice-presidente da Anarec

Somos o último elo da cadeia e não estamos diretamente relacionados com a formação dos preços, isso será a montante e terá implicações a nível também do Governo, do poder político e eventualmente das companhias petrolíferas”, acusou.

O Governo, na carta enviada por Jorge Seguro Sanches, lembra que em 2014 a margem bruta da gasolina e do gasóleo era de 19%, do preço final antes de impostos, tendo subido ano após ano, para chegar em 2016 a 28% no caso da gasolina e a 24% no gasóleo.

“É difícil compreender como é possível que em três anos de forte e continuada redução do custo das matérias-primas, a margem bruta por litro vendido tenha resistido de forma tão persistente”, conclui o governante.

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Morreu o presidente da Câmara de Matosinhos

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2017

O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, morreu na madrugada deste domingo, vítima de doença prolongada, informou o município.

O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, morreu na madrugada deste domingo, vítima de doença prolongada, informou o município.

“Guilherme Pinto morreu em casa, junto da família e de modo tranquilo, após mais de dois anos de luta contra a doença”, refere o comunicado da autarquia, acrescentando que o velório decorre no salão nobre dos Paços do Concelho a partir das 09:00 deste domingo.

O autarca apresentou no início da semana o pedido de renúncia ao mandato, devido ao seu estado de saúde, uma decisão que produziria efeito a partir de 01 de fevereiro.

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Costa apresenta Portugal como exemplo de economia aberta

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2017

O primeiro-ministro António Costa apresentou Portugal como exemplo de tolerância de país de economia aberta e competitiva, convidando a Índia a apostar em Portugal "para investir, estudar ou residir".

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou hoje Portugal, perante representantes da diáspora indiana no mundo, como um país exemplar na tolerância religiosa, com infraestruturas de excelência e um modelo de economia competitiva e aberta ao investimento direto estrangeiro.

António Costa assumiu esta posição no discurso que fez na sessão de abertura da convenção mundial da diáspora indiana, intitulada “Pravasi Bharatiya Divas”, que decorre em Bangalore.

Perante uma plateia com milhares de delegados em representação de comunidades indianas espalhadas pelo mundo, o primeiro-ministro falou do seu pai, Orlando Costa, que saiu da Índia para permanecer em Portugal, “mas nunca esqueceu as suas raízes em Goa”.

Depois de receber palmas, ao referir que é o primeiro chefe de Governo de origem indiana de um Estado-membro da União Europeia, António Costa falou principalmente sobre Portugal.

O governante disse que Portugal soube acolher elementos da diáspora indiana, os quais, na sua maioria, “têm sucesso nas áreas dos negócios, ou na liderança de câmaras municipais ou enquanto deputados da Assembleia da República”.

O líder do executivo nacional salientou a existência de uma cultura de tolerância religiosa no país e dirigiu-se diretamente aos representantes da diáspora indiana convidando-os a apostar em Portugal “para investir, estudar ou residir”.

“Posso assegurar-vos que Portugal é um país que receberá de braços abertos caso entendam ali investir, trabalhar ou viver. Portugal tem uma longa tradição de abertura ao investimento direto estrangeiro e o Governo português está em permanente ação para criar um melhor ambiente de negócios, colocando o investimento no centro da sua estratégia”, defendeu o primeiro-ministro.

Na sua intervenção, o governante procurou também defender a tese de que “Portugal tem uma localização geográfica chave para acesso aos principais mercados mundiais”, com “o mesmo fuso horário da Irlanda e Reino Unido e com Lisboa a possuir voos diretos para 121 cidades”.

Portugal ocupa lugares cimeiros nos ‘rankings’ sobre qualidade das suas infraestruturas, nas telecomunicações, tem uma mão-de-obra flexível e produtiva. Possui um regime fiscal especial para não residentes e uma população com conhecimentos para falar línguas estrangeiras”, sustentou ainda.

Costa deixou ainda mais uma mensagem à plateia: “Espero que esta dinâmica da diáspora indiana contribua para estreitar os laços entre Portugal e Índia, favorecendo o desenvolvimento das duas nações”, declarou.

Após a sessão, debaixo de um calor intenso, António Costa, acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da Defesa, Azeredo Lopes, da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, visitou os ‘stands’ da convenção.

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