Marcelo aprova mudanças na Unidade de Grandes Contribuintes

  • Lusa
  • 11 Agosto 2017

O diploma promulgado permite que a Unidade de Grandes Contribuintes passe a ter responsabilidades executivas, uma área que antes estava reservada aos serviços periféricos locais.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou hoje o diploma que alarga as competências da Unidade de Grandes Contribuintes (UGC), que passa a ter responsabilidades executivas, e que transfere estas funções para os serviços regionais de finanças.

O diploma, que foi apresentado pelo Governo no parlamento em maio e que foi agora promulgado pelo Presidente da República, altera o procedimento e processo tributários para “permitir um conjunto de alterações organizativas da Autoridade Tributária e Aduaneira” que prestem “um melhor serviço ao cidadão e um mais eficaz acompanhamento dos grandes contribuintes”.

Entre as alterações propostas está o alargamento das competências da UGC, que quando foi criada – há cinco anos – tinha apenas competências de “acompanhamento e gestão tributária das empresas qualificadas como grandes contribuintes”, não lhe tendo sido atribuída atuação ao nível do processo executivo, uma área que estava reservada aos serviços periféricos locais. Outra alteração proposta prende-se com o funcionamento dos serviços de finanças de reduzida dimensão, considerando o Governo que estas repartições “não permitem uma afetação otimizada dos recursos humanos às funções de gestão tributária”, recordando a intenção do anterior Governo de fechar estes serviços.

O Governo entende que as repartições de finanças a nível local “têm como principal razão de ser o apoio ao cumprimento e a proximidade do serviço ao cidadão, não se justificando assim, tendo em conta os meios hoje em dia utilizados pela administração fiscal, que as funções de retaguarda tenham que permanecer na competência de todos os serviços de finanças”.

Desta forma, o diploma agora promulgado permite que estas competências, nomeadamente as executivas, sejam atribuídas aos diretores de finanças com faculdade de delegação, introduzindo flexibilidade para que “em cada órgão regional seja permitida a melhor gestão dos recursos humanos e materiais, decidindo-se pela concentração ou não destas funções ao nível da direção regional”.

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Trump no Twitter: resposta militar está “locked and loaded”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Agosto 2017

Coreia do Norte ameaça, EUA voltam a ameaçar. Ainda não eram oito da manhã em Washington e já Trump afirmava que a resposta militar a Jong-Un está "bloqueada e carregada".

A dança de ameaças entre os Estados Unidos da América e a Coreia do Norte continua e o último passo foi dado por Trump. Esta manhã de sexta-feira, pouco antes das 8h00 em Washington, o Presidente norte-americano garantiu que “as soluções militares estão agora preparadas, bloqueadas e carregadas” — “locked and loaded”, na versão original –, caso Jong-Un não encontre “outro caminho”.

O tweet partilhado logo pela manhã segue-se aos avisos deixados a Pyongyang de que “coisas acontecerão como nunca pensaram ser possíveis” e de que, em caso de ataque, os Estados Unidos vão responder com “fogo e fúria”. O Presidente está de férias num dos seus clubes privados de golfe, mas continua de olhos postos nas ameaças nucleares da Coreia do Norte.

Do lado de Pyongyang, as ameaças são bem mais concretas. A Coreia do Norte garante que está a estudar “cuidadosamente” a possibilidade atacar com mísseis o território norte-americano de Guam, no Oceano Pacífico, sendo que o país está pronto para atacar “a qualquer momento”, dependendo apenas da ordem de Kim Jong-Un.

Mercados continuam a tremer

Os receios dos investidores relativamente a um conflito mundial nuclear está provocar um agosto quente nos mercados, com as ações europeias a prepararem-se para o pior registo semanal do ano. Enquanto recuam as bolsas, os ativos refúgio sobem. É o que acontece com algumas moedas, mas também com o ouro que ganha mais brilho.

O índice Stoxx 600 recua, nesta sexta-feira, em torno de 1%, prolongando as perdas das últimas sessões, e preparando-se para o pior registo semanal desde novembro do ano passado. A praça lisboeta acompanha o sentimento das pares europeias, com o PSI-20 a recuar perto de 1%.

Ao mesmo tempo, os investidores estão a refugiar-se cada vez mais nos mais tradicionais ativos em períodos de tensão geopolítica. O ouro valoriza mais uma vez, estando cada vez mais próximo da fasquia dos 1.300 dólares. Ou seja, para máximos do início de junho.

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Incêndios: PSD desafia Costa a pedir desculpa e devolve críticas de aproveitamento político

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

"Aproveitamento político não é o desfile constante de ministros nos territórios afetados", aproveitando-se dos "donativos dos portugueses" para fazer "propaganda eleitoral?", questiona Hugo Soares.

O líder parlamentar do PSD desafiou esta sexta-feira António Costa a pedir desculpa aos familiares das vítimas da tragédia de Pedrógão Grande e de explicar “olhos nos olhos” a estas pessoas porque é que ainda não começaram a ser indemnizadas. Em conferência de imprensa transmitida pelas televisões, Hugo Soares reagiu a críticas dirigidas ao seu partido, questionando se aproveitamento político não é o “desfile constante de ministros” naqueles territórios, a “aproveitarem-se dos donativos dos portugueses para com isso poderem fazer a sua propaganda eleitoral”.

Hugo Soares começou por criticar a ministra da Administração Interna que, diz, “ainda não teve nem a coragem, nem a hombridade, nem a capacidade, nem a responsabilidade” de “assumir a sua própria responsabilidade política”, acusando o Executivo de procurar um “bode expiatório”.

Aproveitando a oportunidade em que António Costa voltará a visitar os territórios afetados pela tragédia, Hugo Soares lançou o desafio ao Primeiro-Ministro: “para olhos nos olhos e sem se refugiar atrás das câmaras de televisão, sem se refugiar atrás dos seus ministros, para pedir desculpas e explicar olhos nos olhos aos familiares das vítimas da tragédia de Pedrógão porque é que eles ainda não podem continuar a sua vida e porque é que ainda não começaram a ser indemnizados pelas suas perdas“. Neste sentido, pediu ainda ao Governo e ao PS para explicarem porque não apoiaram a proposta do PSD para criar um mecanismo “expedito” de indemnizar familiares.

Quanto às acusações de aproveitamento político, Hugo Soares atira a crítica de volta. “Aproveitamento político não é o desfile constante de ministros nos territórios afetados? O desfile do senhor Primeiro-Ministro muitas vezes com um sorriso nos lábios como aconteceu há dias a apresentar a equipa de sapadores — que nós saudamos — mas com um sorriso nos lábios como se estivesse a fazer uma grande coisa que não devesse já estar feita?”, adiantou. Aproveitamento político “não é de facto estarem a passear-se pelos territórios a aproveitarem-se dos donativos dos portugueses para com isso poderem fazer a sua propaganda eleitoral que é aquilo que o Governo é especialista, ao invés de assumir a sua responsabilidade?”, atirou ainda.

Costa diz que país não pode esquecer os fogos quando chegar o inverno

Também esta sexta-feira, o Primeiro-Ministro afirmou, citado pela Lusa, que o país não pode esquecer os incêndios florestais quando chegar o inverno e tem de fazer o que é necessário para os prevenir depois do verão.

Intervindo na sessão de consignação da empreitada de desassoreamento do rio Mondego, em Coimbra — obra que, segundo António Costa, tornará o rio “mais resistente aos riscos de cheia” — o primeiro-ministro considerou-a uma inspiração para a prevenção dos incêndios florestais.

“Tal como estamos aqui hoje a tomar as medidas necessárias para prevenir o risco das cheias, temos mesmo de fazer a seguir ao verão aquilo que é necessário para prevenir os incêndios florestais”, afirmou.

(notícia atualizada às 13:59)

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Contra os turistas, Barcelona trava aluguer de segways

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Agosto 2017

Ao mesmo tempo que a 'turismofobia' se agrava na cidade catalã, o município proibiu a circulação de veículos elétricos alugados na zona da Ciutat Vella.

A crescente pressão sobre o setor turístico tem levado os governantes espanhóis a tomar medidas de prevenção. O município de Barcelona anunciou que a circulação de segways e trotinetas elétricas alugadas vai ser limitado na zona da Ciutat Vella devido à “massificação do espaço público” e à destruição do património histórico e cultural.

Esta nova regra entrará em vigor no final de agosto, estando os veículos elétricos em questão limitados a circular pelas ruas apontadas pelo município para tal. Contudo, são exceções à regra os veículos próprios, os de transporte de mercadorias e a circulação de bicicletas.

Para além disto, o município quer criar uma patrulha especial da Guàrdia Urbana para detetar infratores. As empresas de aluguer destes veículos já se manifestaram contra a medida, afirmando que esta “vai matar o negócio”. Por outro lado, a Segway considera “compreensível” esta decisão, visto que é uma tentativa de melhorar a convivência entre locais e turistas.

Desde que passou a liderar a câmara municipal da cidade catalã, em 2015, Ada Colau definiu o turismo excessivo como uma prioridade da sua agenda política, tendo já bloqueado a emissão de licenças para novos hotéis e alojamentos locais. Colau também obrigou a Airbnb a retirar da plataforma de arrendamento todos os apartamentos que não contassem com licença municipal para tal.

‘Turismofobia’ tem tomado conta da cidade

O setor turístico contribui em 17% para o PIB da cidade de Barcelona e emprega diretamente cerca de 90 mil pessoas. Contudo, os catalães, principalmente os mais novos, têm saído às ruas para protestar contra o que dizem ser a ocupação da cidade por parte dos turistas.

Durante uma cerimónia associada ao aniversário de uma cadeia de hotéis da Catalunha, Mariano Rajoy, advertiu que atacar este setor “não faz sentido” e é “um disparate” que leva ao empobrecimento do país. “Nunca pensei que tivesse de defender o setor turístico espanhol. É algo verdadeiramente inédito”, garante o chefe do Governo espanhol.

Estas preocupações surgem ao mesmo tempo que foram registados novos incidentes desta vez em Bilbao, no País Basco, onde a sede da Agência Basca do Turismo foi vandalizada com tinta vermelha.

"Nunca pensei que tivesse de defender o setor turístico espanhol. É algo verdadeiramente inédito.”

Mariano Raroy

Chefe do Governo de Espanha

O presidente da Federação espanhola das associações das agências de viagens (FEAAV), Rafael Gallego, reconheceu que o setor vive com “muita preocupação” perante a eventual repercussão para o mercado exterior destes episódios de “turismofobia” e alertou para o perigo de acontecer algum incidente grave.

O representante pediu ainda aos responsáveis políticos para eliminarem das suas declarações qualquer indício de permissividade face a este tipo de comportamentos que têm como alvo o turismo espanhol.

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Mais de 300 emigrantes lesados do BES em manifestação

  • Lusa
  • 11 Agosto 2017

As manifestações tiveram lugar na sede do Novo Banco e continuam até às instalações do Banco de Portugal. A a vice-presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses está otimista.

Mais de 300 emigrantes, que se queixam de ser lesados pela gestão do resolvido BES, estão esta sexta-feira a protestar na sede do Novo Banco, em Lisboa, pretendendo ir em seguida à sede do Banco de Portugal. Uma delegação será recebida pela administração do Novo Banco.

“Estamos aqui para mostrar às pessoas que há boa vontade e um compromisso com a administração para – queremos acreditar – encontrar uma solução para todos. Creio que vai chegar a bom porto muito em breve, com estes problemas resolvidos“, disse à Lusa a vice-presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), Helena Batista.

A mesma responsável anunciou que o conjunto de manifestantes irá em seguida protestar junto da sede do Banco de Portugal e, entretanto, uma delegação será recebida pela administração do Novo Banco. Os emigrantes e clientes do ex-BES queixam-se de dois produtos financeiros em que investiram e que ainda não têm solução, tendo investido mais de 140 milhões de euros em “EG Premium” e “Euro Aforro 10”. Helena Batista estimou em 250 o número de pessoas organizadas que viajaram de vários pontos do país.

A associação que representa os emigrantes lesados do BES revelou terça-feira um entendimento com o Novo Banco e o Governo do PS, que passa pela recuperação de 75% do dinheiro que investiram em produtos Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7. Contudo, os clientes dos produtos Euro Aforro 10 e EG Premium ainda esperam uma solução que estará ainda a ser trabalhada. As pessoas que aceitarem estas propostas terão de desistir das ações judiciais contra o Novo Banco e seus trabalhadores.

À sede do Novo Banco (ex-BES) chegaram cinco autocarros, com manifestantes, que se juntaram à cerca de uma centena de pessoas que já se encontrava no local, munidos de bandeiras de França e da Suíça. A PSP organizou um grande cordão de segurança em volta do edifício da instituição bancária, com grades reforçadas para prevenir eventual invasão e o trânsito está cortado no troço em que a rua Barata Salgueiro se cruza com a avenida da Liberdade.

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Amazon na Europa: 21 mil milhões de receitas, 0,07% em impostos

  • Marta Santos Silva
  • 11 Agosto 2017

A Amazon Europe tem sede fiscal no Luxemburgo, o que lhe permite declarar os seus lucros europeus pagando impostos baixíssimos. Vários governos europeus querem mudar isto.

A Amazon fez 21,6 mil milhões de euros em receitas na União Europeia em 2016, mas a sua sede fiscal no Luxemburgo fez com que apenas pagasse 16,5 milhões de euros em impostos sobre essas vendas — cerca de 0,07%. A revelação, publicada nas últimas contas europeias da empresa, foi divulgada pelo jornal The Guardian.

Os números chegam num contexto em que vários governos europeus querem avançar com uma estratégia conjunta que impeça este tipo de otimização fiscal, que faz com que multinacionais, em especial as tecnológicas, possam pagar impostos significativamente mais baixos e que não são cobrados nos países onde os lucros são gerados.

Um porta-voz da Amazon ressalvou que “a Amazon paga todos os impostos que são requeridos em cada país onde opera. Temos um negócio pan-europeu a partir da nossa base no Luxemburgo, onde temos mais de 1.500 empregados”. O porta-voz acrescentou que mais de 65 mil empregados trabalham para a Amazon em toda a Europa. Com sede no Luxemburgo, a Amazon Europe consegue acumular milhares de milhões de euros em lucros nesse país, em vez de estes serem taxados país a país, o que é legal dentro das atuais regulamentações europeias.

O Governo francês, por exemplo, apelou recentemente à União Europeia para que avance para procurar resolver estes problemas. “Todas as empresas têm de pagar a sua quota-parte de impostos, em todos os países em que operam. Não é isso que acontece hoje”, disse Bruno Le Maire, ministro das Finanças francês, na quinta-feira. “Queremos que a União Europeia tome a liderança na resolução deste problema. E França está pronta para avançar com algumas ideias ambiciosas”, garantiu, citado pelo Financial Times. O apelo francês surgiu depois de ter sido divulgado que a AirBnb pagou menos de 100 mil euros em impostos em França no ano passado — isto apesar de este ser o segundo maior mercado da empresa digital de arrendamento temporário para turistas.

Em reação aos mesmos números, o Comissário para os Assuntos Fiscais Pierre Moscovici disse esta terça-feira que a harmonização fiscal nas empresas da UE é urgente. Entrevistado em direto pela televisão francesa RTL, Pierre Moscovici explicou que “é preciso encontrar uma solução que seja europeia para este problema de fiscalidade”, e que a solução já está em cima da mesa. O projeto de harmonização fiscal na União Europeia está a ser desenvolvido em Bruxelas pela Comissão, e prevê que as empresas multinacionais passem a ter uma base comum de matéria coletável, para que posteriormente, através de uma fórmula, se possa avaliar quais lucros foram obtidos em quais países, como o ECO já explicou aqui. Depois os lucros obtidos em cada país seriam tributados de acordo com as leis desse Estado-membro.

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Comissão Europeia confirma ovos contaminados em 15 países da UE. Portugal não tem

A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, no seguimento de um alerta da Bélgica. Ao ECO, o Ministério da Agricultura e a ASAE garantem que não há casos em Portugal.

A Comissão Europeia confirmou esta sexta-feira que ovos contaminados com fipronil foram detetados até ao momento em 15 países da União Europeia, na Suíça e em Hong Kong.

Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Reino Unido, Roménia e Suécia, são os países da UE onde foram detetados ovos contaminados, precisou um porta-voz da Comissão.

Portugal continua sem qualquer caso registado. “O Ministério da Agricultura desenvolveu um conjunto de diligências que nos deixaram absolutamente tranquilos”, disse, ao ECO, fonte oficial da pasta liderada por Capoulas Santos. “As nossas autoridades foram para o terreno assim que foi desencadeado o alerta. Ainda assim estão permanentemente em alerta”, acrescentou a mesma fonte.

"O Ministério da Agricultura desenvolveu um conjunto de diligências que nos deixaram absolutamente tranquilos.”

Fonte oficial do Ministério da Agricultura

Portugal é um país exportador de ovos, ou seja, produz 140% das necessidades do mercado. Um mercado que prefere o consumo de ovos de casca escura e não branca onde foram detetados os casos de contaminação com fipronil, um inseticida de utilização comum, autorizado para a desinfestação de animais de companhia, mas cujo uso está vedado às explorações pecuárias. Outras das razões que levam as autoridades nacionais a estarem mais descansadas é o facto de, em Portugal, em Portugal serem os próprios produtores que se encarregam de desinfetar as suas próprias instalações e cuidar das galinhas e frangos, não deixando para empresas externas (tal como acontece na Holanda) esse trabalho. Uma má utilização dos produtos de desinfeção resulta no encerramento imediato da exploração com prejuízo dos produtores, explicaram ao ECO.

A Comissão Europeia vai reunir-se com representantes dos países afetados a 26 de setembro, acrescentou.

O comissário da Saúde, Vytenis Andriukaitis, tinha anunciado a intenção de convocar “uma reunião de alto nível reunindo os ministros [dos países] visados e os representantes das agências de segurança alimentar de todos os Estados-membros implicados”, assim que sejam conhecidos os factos relevantes.

A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, quando a Bélgica alertou as autoridades comunitárias de que tinha detetado ovos contaminados.

Oito dias depois, a Holanda lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação, mas foi só a 3 de agosto é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.

ASAE está em alerta

Questionada pelo ECO, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) garante que está de alerta para a situação e “preparada para intervir no terreno caso haja informação que o justifique”. A ASAE diz que “até ao momento Portugal não é referido como tendo sido abrangido por alguma comercialização direta ou indireta, quer de ovos quer de produtos à base dos mesmos“.

Além disso, a ASAE tem conhecimento, através da Embaixada de Portugal em Haia, de que não existe nenhuma situação “de envio do produto em apreço para Portugal”. Acresce que existe um sistema europeu de alerta rápido em rede (RASFF) que permite à ASAE ser notificada caso existem riscos diretos ou indiretos para a saúde humana, ligados a géneros alimentícios ou a alimentos para animais.

(Artigo atualizado às 13h58 com a reação do Ministério da Agricultura e às 14h25 com a reação da ASAE)

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OPA da Altice é “oportuna” e “condições são adequadas”, diz Media Capital

A Altice propõe comprar a Media Capital por 440 milhões de euros e a administração da dona da TVI dá um parecer favorável à proposta.

A Media Capital considera que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Altice, no mês passado, é “oportuna” e que a contrapartida oferecida é “adequada”, informa a empresa, em comunicado enviado, esta sexta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Altice propõe comprar a totalidade da Media Capital por 440 milhões de euros. Dentro deste montante, está incluída a OPA pelos cerca de 5% do capital da dona da TVI que estão dispersos em bolsa (94,96% da Media Capital são detidos pela Prisa). Por estes 5%, a Altice oferece uma contrapartida de 2,5546 euros por ação, valor que incide sobre o total de mais de 84 milhões de ações, avaliando a oferta em 11,5 milhões de euros.

É sobre essa oferta que os administradores da Media Capital emitem agora um parecer positivo. “O Conselho de Administração considera que a oferta não é inoportuna, na medida em que, no seu entender, não afeta o normal desenvolvimento da Media Capital, sendo ainda certo que a mesma foi lançada em cumprimento do dever de lançamento de uma ‘Oferta Pública Geral e Obrigatória de Aquisição’ em virtude de serem imputáveis à oferente mais de metade dos direitos de voto correspondentes ao capital social da Media Capital, na sequência da celebração do Contrato de Compra e Venda”, pode ler-se no parecer emitido pela Media Capital.

A Media Capital entende que a contrapartida oferecida é “adequada”, mas considera que é também “adequado um eventual aumento ou revisão em alta” dessa mesma contrapartida, “encontrando-se num intervalo de valorização da sociedade visada que se considera razoável e apropriado”.

A estratégia proposta pela Altice passa pelo crescimento da Media Capital no mercado português, o aumento do investimento na TVI 24 e a criação de novos serviços. Este é um plano que a Media Capital vê com bons olhos. “O Conselho de Administração considera positiva a estratégia, designadamente, a manutenção e reforço da aposta na estratégia digital da TVI e a manutenção e reforço da política de investimento em conteúdos portugueses”, refere a empresa.

“O Conselho de Administração defende ainda que o grupo Media Capital deva manter e conservar sempre a independência editorial dos órgãos de comunicação social sob a sua gestão, bem como a linha e estratégia editoriais que definem o estilo jornalístico e de comunicação seguido pelo grupo e que o distinguem dos demais órgãos de comunicação social em Portugal”, acrescenta.

Por estes motivos, conclui o comunicado, “o Conselho de Administração da Media Capital considera que a oferta é oportuna e que as respetivas condições são adequadas”.

Notícia atualizada às 12h47 com mais informação.

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FC Barcelona confirma ter recebido os 222 milhões de euros por Neymar

  • Lusa
  • 11 Agosto 2017

A federação espanhola aguardava o aval do FC Barcelona, que só libertaria o certificado quando recebesse o valor da cláusula de rescisão.

O FC Barcelona já recebeu os 222 milhões de euros referentes à cláusula de rescisão do futebolista brasileiro Neymar, que assinou pelo Paris Saint-Germain, disse esta sexta-feira à agência AFP fonte do clube espanhol.

O clube catalão confirmou que recebeu “o cheque” e, por consequência, vai “iniciar o processo de transferência”.

Apresentado à imprensa em 4 de agosto, Neymar ainda não tinha o certificado para poder representar oficialmente o clube parisiense. O documento é indispensável para homologar o contrato, pelo que o brasileiro poderá ser opção do treinador Unai Emery para a visita de domingo ao Guingamp, da segunda jornada da liga francesa.

O documento, que evita que um jogador assine por dois clubes ao mesmo tempo, é enviado para a federação onde é filiado o clube vendedor e tinha sido solicitado pela Federação Francesa de Futebol à sua homóloga espanhola em 3 de agosto.

Em resposta, a federação espanhola disse aguardava o aval do FC Barcelona, que só libertaria o certificado quando recebesse o valor da cláusula de rescisão.

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Regulador dá 15 dias à Oi para refazer plano de recuperação

A Anatel quer que a Oi prove que consegue obter, através de outras fontes de financiamento, o mesmo montante que pretende levantar no aumento de capital: oito mil milhões de reais.

O conselho de administração da Oi aprovou, no mês passado, um aumento de capital de oito mil milhões de reais (cerca de 2,2 mil milhões de euros), no âmbito do plano de reestruturação da operadora brasileira, atualmente em processo de recuperação judicial. Mas o plano não convenceu o regulador do setor das telecomunicações brasileiro, que deu um prazo de 15 dias para que a Oi refaça este plano de recuperação, obrigando a operadora a provar que consegue obter, através de outras fontes de financiamento, o mesmo montante que pretende levantar no aumento de capital.

A decisão foi tomada depois da reunião ocorrida a 1 de agosto entre o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e os membros do conselho de administração da Oi. Após essa reunião, a Anatel concordou que a Oi precisa, de facto, de um reforço de capital, mas questiona a “fiabilidade temporal” do plano apresentado pela operadora.

“O Conselho Diretor da Anatel entende necessária a apresentação de versão reformulada do plano de recuperação judicial, no prazo de 15 dias, contados da presente notificação”, que inclua os seguintes pontos:

  • Demonstração de que a empresa tem condições de obter outras fontes de capital no mesmo montante daquele previsto para os bondholders ou de oferecer garantia jurídica para o aporte proposto;
  • Alternativas de aporte de capital, além da proposta de conversão de bonds;
  • Condições viáveis de aporte imediato de capital ou em prazo menor do que o previsto no plano apresentado;
  • Garantias de realização e fiabilidade temporal do aporte de capitais;
  • Esclarecimento quanto ao interesse e à viabilidade de quitação de débitos perante a Anatel, por meio do programa de recuperação de créditos não tributários.

Ou seja: uma vez que o aumento de capital proposto pela Oi assenta numa conversão de obrigações em ações, a Anatel quer que a empresa prove que consegue obter os mesmos oito mil milhões de reais através de outras fontes, que não imponham perdas aos obrigacionistas, de forma a provar que a empresa é viável.

A notificação da Anatel foi publicada a 7 de agosto, pelo que a Oi tem agora até dia 21 para apresentar o novo plano de recuperação judicial.

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CMVM vai avaliar contas de todas as cotadas a cada quatro anos

  • ECO
  • 11 Agosto 2017

A autoridade europeia dos mercados concluiu que o regulador português deve reforçar a supervisão das contas das cotadas. As empresas vão, assim, passar a ser mais escrutinadas.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vai passar a escrutinar as contas de todas as empresas cotadas a cada quatro anos. A novidade, avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios (acesso pago), surge depois de a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) ter concluído que o regulador português dos mercados deve reforçar a supervisão da informação financeira apresentada pelas cotadas.

Atualmente, o escrutínio das contas das cotadas é feito com base numa amostra aleatória, complementada com a aplicação de um modelo de risco que identifica as empresas onde há maior probabilidade de existirem infrações. É este modelo que vai ser alterado, com base nas orientações da ESMA, que determinou que “o modelo de seleção deve assentar num modelo misto, que combine uma abordagem baseada no risco com uma abordagem assente na amostragem e/ou na rotação”.

Assim, adianta a presidente da CMVM ao Negócios, o modelo de seleção das cotadas vai passar a incluir o “critério de rotação, passando para um modelo misto que combine as três abordagens — risco, rotação e seleção aleatória”.

“O objetivo será atingir ciclos de revisão de quatro anos e uma taxa de revisão anual [a proporção de emitentes revistos face à população sujeita a supervisão] superior a 30%”, explica ao Negócios João Sousa Gião, administrador da CMVM. Assim, a cada quatro anos, todos os emitentes terão as contas escrutinadas pelo menos uma vez.

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Investidor da Uber processa ex-CEO Kalanick por fraude

  • Marta Santos Silva
  • 11 Agosto 2017

A Benchmark Capital detém 13% da Uber e iniciou um processo contra o CEO que saiu da empresa em junho por ter alegadamente cometido fraude para pôr aliados seus nos quadros executivos.

Travis Kalanick, ex-CEO e fundador da multinacional tecnológica Uber, está na mira de um processo por fraude iniciado por um dos maiores investidores na empresa. Após ter sido posto fora da presidência da Uber em junho, Travis Kalanick terá usado de meios fraudulentos para colocar pessoas de sua confiança nos quadros executivos da empresa e um dia vir a regressar, segundo o processo iniciado pela Benchmark Capital a que o site especializado Axios teve acesso.

Travis Kalanick, através de um porta-voz, disse à imprensa que o processo “não tem qualquer mérito”, escreve a BBC. Numa declaração enviada à imprensa, Kalanick acusou a Benchmark Capital, que detém cerca de 13% da Uber, de agir “nos seus próprios interesses e não para o bem da Uber”.

No processo, o investidor assinala que Kalanick, após ter sido expulso, procurou “encher os lugares executivos com aliados num esforço de isolar a sua conduta anterior do escrutínio e fazer caminho para eventualmente regressar como CEO”. Relatos não confirmados dizem que Kalanick comentou com amigos, em julho, que estava a “fazer como o Steve Jobs” — que em 1985 foi expulso da Apple, que fundara, mas acabou por regressar e tornar-se um dos CEOs mais icónicos de sempre.

O processo da Benchmark Capital exige que sejam eliminados da empresa os três lugares adicionais que foram acrescentados ao conselho diretivo da empresa em junho de 2016. Atualmente, a única pessoa a ocupar um desses lugares adicionais é Travis Kalanick, pelo que isto resultaria na sua expulsão definitiva da empresa.

A Uber disse à BBC que não comentaria o processo, e a Benchmark Capital também preferiu não acrescentar nada.

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