Financiamento dos partidos: Ferro Rodrigues elogia “mensagem construtiva” de Marcelo
O presidente da Assembleia da República elogia a mensagem que acompanha o veto de Marcelo à lei de financiamento dos partidos, e afirma a "absoluta necessidade" de uma maior fiscalização.
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, elogiou a “mensagem construtiva” que acompanha o veto do chefe de Estado à lei do financiamento dos partidos por não ceder ao discurso populista antiparlamentar e antipartidos.
Em declarações à agência Lusa, Ferro Rodrigues sublinhou que a “mensagem é construtiva e, como é óbvio, sem qualquer cedência a formas de populismo antiparlamentar e antipartidos”, considerando que “a partir de agora, a Assembleia da República terá a possibilidade de clarificar de forma aprofundada as razões das alterações à Lei nos casos em que elas sejam consideradas necessárias”.
“De uma coisa não restam dúvidas: a absoluta necessidade, que me foi transmitida pelo Tribunal Constitucional, de serem introduzidas na Lei alterações que garantam melhores condições de fiscalização às contas partidárias e eleitorais“, acentuou.
A partir de agora, a Assembleia da República terá a possibilidade de clarificar de forma aprofundada as razões das alterações à Lei nos casos em que elas sejam consideradas necessárias.
Ferro Rodrigues recordou ainda que “o Grupo de Trabalho para o Financiamento dos Partidos e das Campanhas Eleitorais foi constituído na esfera de autonomia própria da 1ª Comissão Parlamentar”. Fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República disse à Lusa que Marcelo Rebelo de Sousa informou previamente o parlamento das razões que justificaram o veto político à lei do financiamento dos partidos.
“O senhor presidente da Assembleia da República anota e agradece o gesto institucional e pessoalmente impecável do senhor Presidente da República ao ter dado conta à Assembleia da República desta sua decisão”, disse a mesma fonte.
Marcelo Rebelo de Sousa vetou na terça-feira as alterações à lei do financiamento dos partidos políticos, segundo uma nota colocada no ‘site’ da Presidência da República na Internet. O veto presidencial obriga os deputados a duas opções: ou alteram o diploma para ultrapassar as dúvidas do chefe do Estado ou confirmam a lei com uma maioria alargada de dois terços.
O parlamento aprovou em 21 de dezembro, em votação final global, por via eletrónica, alterações à lei do financiamento dos partidos, com a oposição do CDS-PP e do PAN, que discordam do fim do limite para a angariação de fundos. Com as alterações agora introduzidas, a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) passa a ser a responsável em primeira instância pela fiscalização das contas com a competência para aplicar as coimas e sanções.
PS, PSD, PCP, BE e PEV concordaram em mudar outras disposições relativas ao financiamento partidário, entre os quais o fim do limite para as verbas obtidas através de iniciativas de angariação de fundos e o alargamento do benefício da isenção do IVA a todas as atividades partidárias. Até agora, os partidos podiam requerer a devolução do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), mas apenas para atividades diretamente relacionadas com a propaganda.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Financiamento dos partidos: Ferro Rodrigues elogia “mensagem construtiva” de Marcelo
{{ noCommentsLabel }}